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4.1 Estudo de projetos correlatos

4.1.1 RedBull Station

1. GENIUS LOCI (CONTEXTO)

Em meio a um cenário de extrema urbanidade, no centro de São Paulo, capital, o centro cultural RedBull Station se manifesta como um local vivo e emissor de cultura. O edifício tomado pelo centro é longevo, de 1926, e tombado como patrimônio histórico, tendo abrigado uma antiga subestação de energia até o ano de 2004. Após um longo período de reforma e requalificação, com projeto de 2011, o RedBull Station passou a funcionar no ano de 2013, atuando como importante ponto transformador dentro deste cenário urbano e intenso.

FICHA TÉCNICA:

Localização: São Paulo, Brasil;

Equipe de projeto: Triptych arquitetos;

Área: 2.150m²;

Ano do Projeto: 2013;

Figura 11 – Contexto de implantação urbana do RedBull Station.

Fonte – https://www.archdaily.com.br/br/01-155192/redbull-station-sao-paulo-slash-triptyque?ad_source=search&ad_medium=search_result_all.

Sua localização é privilegiada, próximo à tradicional praça da capital, a Praça da Bandeira, e está inserido no meio de um nó de avenidas e cruzamentos, como se pode observar na Figura 11.

2. IDENTIDADE E SÍMBOLO

Para adaptar-se à sua nova função de promover a cultura, o edifício foi restaurado seguindo os principais conceitos de preservação do patrimônio arquitetônico, o que não o impediu de receber intervenções contemporâneas – como a escada metálica ao longo dos cinco pavimentos até a cobertura, onde flutua uma marquise metálica ao lado de uma fonte de água. Tanto a escada, quanto a marquise e a fonte podem ser observadas do exterior do prédio, sobre tudo a marquise, contribuindo ao trazer monumentalidade extra ao prédio, comunicando sua contrastante contemporaneidade. Ainda sobre a marquise, Grégory Bousquet, arquiteto da equipe responsável pelo projeto, comenta em entrevista para o site Galeria da Arquitetura, que seu destaque emite um “sinal cultural” para as pessoas que andam na rua, como uma antena, convidando caminhantes a visitar o local.

Figura 12 – RedBull Station visto de frente; destaque para a marquise da cobertura.

Fonte – https://www.archdaily.com.br/br/01-155192/redbull-station-sao-paulo-slash-triptyque?ad_source=search&ad_medium=search_result_all.

Figura 13 – Marquise da cobertura do RedBull Station.

Fonte – https://www.archdaily.com.br/br/01-155192/redbull-station-sao-paulo-slash-triptyque?ad_source=search&ad_medium=search_result_all.

Além da estética do projeto, a dinâmica estabelecida entre o centro e público é uma das principais características que desenham a identidade do

edifico. Para, Olivier Raffaelli, outro dos arquitetos responsáveis, a adaptação do programa para receber instalações funcionais e bem-distribuídas foi o principal fator projetual a contribuir para isso. A RedBull Station é um local vivo, as pessoas têm a liberdade de passar o dia, almoçar, participar de workshops, ouvir e produzir música, conhecer artistas em eventos e exposições, visitar o café, entre várias outras atividades. Essa característica interativa é na verdade um movimento mundial em que museus se tornam cada vez mais abertos ao público, integrando-o em atividades diversas e sintegrando-ociintegrando-oeducativas, e nãintegrando-o sintegrando-omente expintegrando-ositivas. Para integrando-o Triptych, toda essa vivacidade presente no centro cultural seria uma evolução do que é o museu.

3. SIGNIFICADO DE USO (PROGRAMA DE NECESSIDADES)

O programa está dividido nos cinco andares do prédio, incluindo o subsolo, misturando diferentes expressões criativas e artísticas, com foco principal em música e arte multimídia; o espaço funciona com programação de atividades permanentes, o que é ofertado pela cafeteria, terraço e pelo estúdio de música.

Os espaços expositivos foram programados em plantas livres, o que exigiu a demolição de elementos não estruturais, além da adição de novas divisórias em vidro e gesso acartonado para delimitar novos espaços de apoio e novos locais de trabalho.

Dentre os ambientes distribuídos no programa, tem-se, no térreo, a galeria principal, uma sala monumental que recebe exposições de todas as formas de artes visuais, e os estúdios de gravação de música. O subsolo foi transformado em outro espaço expositivo, sala de ensaio de músicos e camarim. No mezanino fica a parte destinada ao escritório.

No andar superior (Figura 14) há seis ateliers, ao lado há o grande atelier coletivo para workshops e palestras (auditório), e também a chamada Galeria Transitória, onde trabalhos são expostos por tempo provisório, durante o processo de criação. É a união de todos estes espaços é o que faz do RedBull Station um importante difusor de cultura dentro de São Paulo.

Figura 14 – Distribuição do programa em planta.

Fonte – https://www.archdaily.com.br/br/01-155192/redbull-station-sao-paulo-slash-triptyque?ad_source=search&ad_medium=search_result_all, modificado pela autora.

4. GEOMETRIA E PLÁSTICA (CONFIGURAÇÃO DA FORMA)

A antiga subestação de energia Riachuelo foi implantada numa pequena quadra, em meio a um nó de cruzamentos de avenidas, com forma geométrica sóbria, quase retangular, seguindo linhas de horizonte como em ponto de fuga. A marquise contemporânea em sua cobertura, que parte do nível do chão em estrutura metálica, adiciona leveza para a solidez do edifício antigo (Figura 12).

5. ESTRUTURA E MATERIAIS

As intervenções contemporâneas foram somente uma parte do projeto de restauro, internamente foram retirados os elementos de vedação dispensáveis para possibilitar o novo uso. No entanto, os acabamentos de pintura antiga e concretos existentes, até mesmo parte sujeira e tubulação foram mantidas. A essência do prédio foi, então, mantida e a beleza de seus elementos, potencializada, principalmente a partir da decoração e adição dos elementos contemporâneos na arquitetura.

Figura 15 – Materiais empregados e estrutura existente.

Fonte – https://www.archdaily.com.br/br/01-155192/redbull-station-sao-paulo-slash-triptyque?ad_source=search&ad_medium=search_result_all, modificado pela autora.

Então, basicamente os materiais explorados no projeto são o concreto velho, metal e o concreto bruto, utilizado na construção do volume do estúdio de música.

Os arquitetos destacam também o protagonismo das estruturas metálicas, tanto das escadas quanto da marquise superior (Figura 15).

4.1.2 CENTRO COMUNITÁRIO DE EL RODEO DE MORA

FICHA TÉCNICA:

Localização: Ciudad Colón, San José, Costa Rica;

Equipe de projeto: Escritório FoRo Arquitectos;

Área: 750 m²;

Ano do Projeto: 2014-2016;

1. GENIUS LOCI (CONTEXTO)

O projeto fica localizado numa comunidade rural em El Rodeo, na pequena Ciudad Colón, principal cidade da província de San José, Costa Rica, a qual está inserida na base de uma montanha.

Colón possui clima quente e é rodeada por natureza e relevo com colinas, cercando a reserva indígena Quitirrisí, conhecida pelas habilidades dos residentes no artesanato. As tradições folclóricas e o multiculturalismo tornaram a cidade famosa dentro da província, já que a gestão do município costuma organizar atividades sociais e culturais que agregam muito valor cultural à região; além de receber muitos visitantes por esta questão, lá o turismo e o lazer também estão muito associados às experiências de aventura e contato com a natureza.

Por ser uma comunidade rural, El Rodeo apresenta baixa densidade de habitações e está cercada por vegetação densa. O Centro Comunitário em estudo fica próximo de uma área especial, a Reserva Florestal El Rodeo, como podemos conferir na imagem a seguir:

Figura 16A – Contexto de implantação via satélite; Figura 16B – Implantação.

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867396/centro-comunitario-de-el-rodeo-de-mora-fournier-rojas-arquitectos, modificado pela autora.

2. IDENTIDADE E SÍMBOLO

A construção do novo Centro Comunitário para a humilde comunidade rural de El Rodeo ocorreu entre 2014 e 2016, devido à necessidade de um novo local para manter atividades comunitárias, como reuniões, casamentos, bailes, aulas,

apresentações artísticas, além de servir como um abrigo em caso de desastres naturais. A ideia era de que servisse também como apoio ao campo esportivo localizado dentro do terreno escolhido.

O antigo salão estava em péssimo estado devido à má qualidade do projeto e da construção. Por isso, a prefeitura da cidade resolveu contratar uma equipe de arquitetos engajada em produções de projetos sociais e ambientais, escolhendo o escritório ForoArquitectos, que se propôs a conceber uma arquitetura tropical, simples, funcional, flexível, refrescante e de baixo orçamento.

A proposta do desenho partiu da idealização de um projeto responsável, levando em conta que comunidade precisava de um espaço cuidadosamente concebido e construído, capaz de reforçar e consolidar o sentido de comunidade;

justo, pois é direito dos cidadãos uma boa qualidade de arquitetura pública;

diligente, por apresentar uma planta flexível, que permite a multiplicidade de atividades culturais, e de fácil leitura; de arquitetura sustentável-bioclimática-tropical, considerando o clima de El Rodeo, ao proporcionar conforto térmico e acústico, e a praticidade da pouca necessidade de manutenção (Figuras 17).

Figura 17 – Fachada frontal do centro comunitário.

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867396/centro-comunitario-de-el-rodeo-de-mora-fournier-rojas-arquitectos.

Portanto, como podemos perceber nas Figuras 17 e 18, a arquitetura e o design são muito simples, a forma faz referência à estreita relação entre o terreno e a natureza circundante, e também aos laços comunitários; o piso circular simboliza a comunidade e o encontro, sendo contido por uma parede de

ventilação em tijolo de barro e por uma cobertura que permite ao ambiente a constante renovação do ar.

Figura 18 – interior do centro comunitário.

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867396/centro-comunitario-de-el-rodeo-de-mora-fournier-rojas-arquitectos

3. SIGNIFICADO DE USO (PROGRAMA DE NECESSIDADES)

O programa está distribuído em uma área de 750m². O principal espaço é área comum, um salão multiuso com planta livre, o qual permite a multiplicidade de atividades que pode comportar. Dentre as principais atividades culturais destacam-se: reuniões comunitárias, casamentos, bailes, aulas e apresentações artísticas. Este espaço tem aproximadamente 7m de altura, e se comunica diretamente com o segundo volume, que dispões das funções de serviço, como cozinha, banheiros de uso público e um almoxarifado. A conexão entre eles conta com uma pequena praça, que consiste no passeio circundante a ambos. O terceiro volume é composto por vestiários, e fica um pouco afastado dos anteriores, servindo como apoio para o campo de prática futebolística, que fica no terreno do centro comunitário (Figura 19).

Figura 19 – Planta baixa do centro comunitário.

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867396/centro-comunitario-de-el-rodeo-de-mora-fournier-rojas-arquitectos.

4. GEOMETRIA E PLÁSTICA (CONFIGURAÇÃO DA FORMA)

Como mencionado anteriormente, a forma se inspira na relação entre o terreno e a natureza que rodea o terreno. O volume principal, de três, é o maior responsável pela notoriedade formal da construção; possui um formato cilíndrico simples, contrastando com sua cobertura de estética mais complexa, que lhe confere um pé direito de 7 metros de altura. A parede de tijolos vazados lhe confere leveza e estética rústica agradável e convidativa (Figuras 17 e 18).

5. ESTRUTURA E MATERIAIS

El Rodeo é uma localidade quente e úmida, por isso desde o início da concepção do projeto houve a preocupação da construção captar o máximo de ventilação natural possível. Para isso, no salão principal, a equipe de arquitetos utilizou um tijolo ventilado, chamado de "bloco colmeia”, para que o edifício se tornasse uma grande "grade de ventilação". O tijolo não requer qualquer acabamento e tem baixa manutenção.

Para permitir a ampla circulação da ventilação que permeia a "grade de ventilação", a cobertura foi pensada em várias camadas de fibrocimento termo

acústico em diferentes alturas, fazendo o uso de forro desnecessário. A cobertura tinha a intenção de reinterpretar os tradicionais telhados com amplos beirais, comuns em regiões tropicais (Figura 20).

Figura 20 – Cobertura em camadas de telha de fibrocimento termo acústico.

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867396/centro-comunitario-de-el-rodeo-de-mora-fournier-rojas-arquitectos.

A estrutura que suporta a cobertura é toda em aço, buscando reforçar o conceito de liberdade, parecendo levitar sobre a grade de tijolos, além de se constituir como uma boa resposta aos abalos sísmicos. O restante da estrutura, como os pilares que suportam a cobertura, é constituída por concreto armado.

As paredes e pisos dos outros dois volumes de apoio foram revestidos com pedaços de cerâmicas doadas. Na parede externa da cozinha, que fica de frente para o salão, foi montado um mural com azulejos com mosaicos criados por crianças da comunidade, orientadas por estudantes universitários.

Figura 21 – Materiais empregados na construção.

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867396/centro-comunitario-de-el-rodeo-de-mora-fournier-rojas-arquitectos.

4.1.3 QUADRO SÍNTESE

Diante de tantos aspectos avaliados, para fim de sistematização do estudo, será apresentado a seguir o quadro síntese (Quadro 02) das análises realizadas anteriormente:

Quadro 02 – Quadro síntese do estudo de referência.

Fonte: elaborado pela autora.

No quadro, todo conhecimento advindo do estudo de projetos correlatos marcado em azul servirá para nortear o processo de projeto. Não

necessariamente todas serão seguidas fielmente, já que existem outros inúmeros a serem ainda tratados e levados em consideração.

Enfim, os estudos realizados a partir do método de Baker permitiram captar a preocupação das respectivas equipes de arquitetos em se inspirarem no entorno, considerando os condicionantes de projeto e a preocupação com a utilização dos materiais corretos como meio de expressão para a valorização dos públicos e da arquitetura. Sobretudo, no caso do Centro Comunitário de El Rodeo de Mora, construído a partir das necessidades de uma região especifica, o método construtivo e os materiais aplicados foram essenciais na intenção de tornar a edificação parte do contexto identitário do local, com potencial de reforçar os laços comunitários e o sentimento de zelo pela construção. Já para o centro cultural RedBull Station, o contraste entre os elementos arquitetônicos contemporâneos, em estrutura metálica, e o concreto velho do edifício criam uma atmosfera alternativa e moderna, muito valorizada tanto em obras de restauro em centros urbanos, quanto para a concepção de centros de cultura.

Além disto, foi possível observar como se comporta em planta a distribuição do programa de necessidades para ambos os casos, principalmente para um projeto mais complexo como o centro de cultura.

5. CONDICIONANTES DE PROJETO

Um dos principais objetivos da etapa da análise é a identificação dos problemas de projeto, isto é, das condições que são impostas pelo local, pelo contexto histórico, social e cultural do local, pelas circunstâncias ambientais e legais – entre outros – para que o produto final responda adequadamente a todas as implicações intrínsecas ao lugar, aos usuários e exigências da normativa arquitetônica.

Neste capítulo, a análise dá seus primeiros passos para a elaboração do programa arquitetônico, que, por mais que ganhe grande suporte dos estudos de referência, necessita vitalmente desta investigação para ser bem-sucedido.

Para tanto, será dividido em três partes: a primeira busca compreender o bairro pela perspectiva de uma parcela de seus moradores; a segunda aponta problemas e potencialidades do bairro; e a terceira parte, por fim, tratará sobre o terreno escolhido e as condicionantes ambientais e legais.

5.1 SOB A ÓTICA DA COMUNIDADE

Para seguir com o estudo na etapa de análise, respeitando a temática

“centro de cultura com enfoque na comunidade local”, fez-se necessário se aproximar, em certo nível, da comunidade para obter suas demandas correlacionadas as funções do projeto, e descobrir mais sobre o bairro a partir de pessoas que vivem sua realidade.

5.1.1 PARTICIPAÇÃO DE NATUREZA CONSULTIVA

Pensando numa metodologia adequada para mediar o contato com moradores e lideranças do Guarapes, optou-se pelo princípio da metodologia do Projeto Participativo (PP), termo genérico que engloba diversas atividades e formas de inserir a participação popular nas decisões projetuais.

De acordo com Elali e Veloso (2014), para Neparstek (1997) os princípios do PP abrangem: envolvimento de moradores/usuários de um local na definição de objetivos e estratégias, identificar os problemas considerados importantes para àquela comunidade específica e os recursos disponíveis, desenvolver estratégias específicas, reforçar laços comunitários e desenvolver laços com instituições atuantes na cidade.

Além destas considerações é imprescindível esclarecer o nível da participação popular no processo do projeto. Levando em conta a natureza acadêmica deste trabalho, e o tempo disponível para sua elaboração, a possibilidade de PP mais adequada é o descrito por Elali e Veloso (2014), indicado por Deshler e Sock (1985): a Pseudo-participação. Nesta modalidade, a comunidade se envolve parcialmente na elaboração e execução da proposta, sendo consultada para fornecer informações para o enfrentamento do problema, mas, sem necessariamente o acato do projetista, e sem envolver-se com os resultados. É, portanto, uma participação de natureza consultiva, na qual se procura atender às solicitações majoritárias.

Por fim, como pontuado ao final do tópico 2, é importante lembrar que edifícios comunitários são normalmente providos pela própria comunidade, por Instituições não Governamentais (ONGs), ou pelo poder público, podendo contar com o auxílio de parcerias com instituições privadas; é indispensável considerar qual a situação hipotética de financiamento de um centro comunitário para o bairro. Por isso, neste trabalho, a situação hipotética de custeio estabelecida será a partir da contribuição voluntária de Instituição não Governamental, com subsídio e patrocínio de empresa privada potiguar.

5.1.2 UMA PERSPECTIVA LOCAL

Com a intenção de estabelecer um contato objetivo com a comunidade, foi decidido realizar uma entrevista, de cunho qualitativo, com algumas de suas lideranças e servidores do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), escolhendo pessoas que exercem certa influência e que estão a par das questões e demandas do bairro.

As primeiras entrevistas foram realizadas no semestre letivo de 2019.1, quando este trabalho teve início. Como foi interrompido no mesmo ano e retomado neste semestre letivo de 2021.1, optou-se por refazer ao menos duas das entrevistas, para atualizar o banco de dados. Não seria possível refazer todas as entrevistas novamente devido ao contexto de pandemia e tempo reduzido do semestre letivo.

Em 2019 foram realizadas seis entrevistas a partir de visitas técnicas ao Guarapes, das quais quatro foram com lideranças do bairro e duas com profissionais do CRAS; das quatro lideranças, duas são correspondentes da porção central do bairro, uma é do Leningrado, e a última é do Village de Prata; os dois profissionais entrevistados foram os que comandam o grupo de mulheres e o grupo de idosos:

• Macilho Bezerra (liderança): presidente da Comunidade de Aprendizagem Guarapes (COMAG), e ex-vice-presidente do Conselho Comunitário do Guarapes (2019);

• Cristiane Freire (liderança): diretora do Conselho de Saúde e do de Esporte (2019);

• Ana Augusta (liderança): Secretária da Associação de Moradores do Residencial Vivendas do Planalto e Leningrado (2019);

• Edna Cardoso: Administrava seu bloco residencial no Condomínio Village de Prata (2019);

• Isabel Cristina: Assistente social do CRAS Guarapes que comanda o grupo de mulheres (2019);

• Giovanni de Paula: Psicólogo do CRAS Guarapes que comanda o grupo de idosos (2019);

O corpo da entrevista é composto por dois blocos, um que procura identificar o entrevistado, e o segundo que faz cinco perguntas diretas com o objetivo de extrair a contribuição de cada um para a articulação da programação arquitetônica, fazendo-os apontar problemas quanto a carências do bairro e sugestões de atividades que eles consideram relevantes.

A seguir, apresentamos um quadro síntese das entrevistas realizadas em 2019 (Quadro 03).

Quadro 03 – Entrevistas realizadas em 2019.

Fonte: elaborado pela autora.

Verificando o quadro anterior, as problemáticas que envolvem o bairro comentadas no tópico 3 ficam evidenciadas nas respostas dos moradores e dos profissionais do CRAS; quando questionados sobre os equipamentos que o bairro precisa o mais citado foi posto de saúde, sobretudo para o conjunto Leningrado e para o Villa de Prata, ficando em segundo lugar um equipamento para recreação e prática esportiva; quando questionados sobre as atividades que poderiam ser realizadas dentro do bairro a grande maioria respondeu atividades culturais, seguido de atividades esportivas e atividades que gerem renda. Por fim, quando perguntados de forma direta sobre as atividades que deveriam ser realizadas em centro cultural de uso comunitário para o Guarapes as respostas vieram com maior pluralidade, como espaço para dança, para atendimento jurídico e psicológico, videoteca, entre outros. De modo geral, é notório que existe uma preocupação em ocupar principalmente os jovens e idosos do bairro em atividades tanto culturais quanto esportivas.

Neste primeiro contato com a comunidade o grupo de mulheres e o grupo de idosos estavam em pleno funcionamento dentro do CRAS, e consistiam em reuniões para discussão de temas relativos a cada grupo, palestras, sessão de cinema, e também aulas de zumba e dança no caso do grupo de mulheres. Ainda que a concessão do espaço de trabalho da equipe do CRAS para aulas de dança

Neste primeiro contato com a comunidade o grupo de mulheres e o grupo de idosos estavam em pleno funcionamento dentro do CRAS, e consistiam em reuniões para discussão de temas relativos a cada grupo, palestras, sessão de cinema, e também aulas de zumba e dança no caso do grupo de mulheres. Ainda que a concessão do espaço de trabalho da equipe do CRAS para aulas de dança

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