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LIMPEZA DE SUPERFÍCIES PRÓXIMAS AO PACIENTE - UMA REFLEXÃO SOBRE TAREFAS E RESPONSABILIDADES

14 RESÍDUOS SÓLIDOS

O HRSC dispõe de um Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde (PGRSS).

No que se refere à composição da equipe gestora, o HRSC tem por ato da direção geral da unidade à nomeação dos membros e presidência da comissão. À Comissão de Gerenciamento de Resíduo de Serviço de Saúde (CGRSS) é composta atualmente por representantes do serviço de Hotelaria, Manutenção, SCIH, NUGESP, SESMT e Nutrição. Essa equipe tem como meta trabalhar, principalmente, o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, prover educação continuada para o corpo de funcionários do HRSC e prover mecanismos para manutenção da saúde e segurança do trabalhador no que se refere à manipulação de Resíduo de Serviço de Saúde (RSS).

Considerando a RDC n° 222 2018, os Serviços de Saúde são responsáveis pelo correto gerenciamento de todos os RSS por eles gerados, atendendo às normas e exigências legais, desde o momento de sua geração até o seu destino final. A segregação dos RSS, no momento e local de sua geração, permite reduzir o volume de resíduos perigosos e a incidência de acidentes ocupacionais dentre outros benefícios à saúde pública e ao meio ambiente (BRASIL, 2018).

No Brasil, a gestão dos resíduos sólidos urbanos, desde sua concepção, equacionamento da geração, armazenamento, coleta e disposição final, vem apresentando-se como um constante desafio aos municípios e à sociedade, visto que a disposição inadequada desses resíduos decorrentes da ação de agentes físicos, químicos ou biológicos, cria condições ambientais potencialmente perigosas que modificam esses agentes e propiciam sua disseminação no ambiente, o que afeta, consequentemente, a saúde humana. São as “iatrogenias” do progresso humano (BRASIL, 2006).

Diante dos novos padrões de consumo da sociedade industrial ocorrido a partir da segunda metade do século XX, a produção de resíduos vem crescendo continuamente em ritmo superior à capacidade de absorção da natureza. Nos últimos 10 anos, a população do Brasil cresceu em torno de 16,8%, enquanto que a geração de resíduos cresceu 48% (Fonte: IBGE, 1989/2000). Tais dados podem ser constatados no aumento da produção (velocidade de geração) e concepção dos produtos (alto grau de descartabilidade dos bens consumidos), como também nas características “não desagradáveis”

dos resíduos gerados. Além disso, verificamos o aumento a cada dia a diversidade de produtos com componentes e materiais de difícil degradação e maior toxicidade (BRASIL, 2006).

Os resíduos de serviços de saúde se inserem dentro desta problemática e vêm assumindo grande

importância nos últimos anos, constituindo-se um dos principais problemas da gestão de resíduos, especialmente pelo seu potencial patogênico e pela ineficiência de seu manejo nos ambientes de geração e destinação final (BRASIL, 2006).

Ressaltamos que das 149.000 toneladas de resíduos residenciais e comerciais geradas diariamente, apenas uma fração inferior a 2% é composta por RSS e, destes, apenas 10% a 25% necessitam de cuidados especiais (BRASIL, 2006).

Diante de tais fatos, a inserção de processos de segregação dos diferentes tipos de resíduos em sua fonte e no momento de sua geração são medidas imprescindíveis que levam à minimização de resíduos, em especial daqueles que requerem um tratamento prévio à disposição final (BRASIL, 2006).

Nos resíduos com riscos biológicos, deve-se considerar o conceito de cadeia de transmissibilidade de doenças, que envolve características do agente agressor, tais como a capacidade de sobrevivência, virulência, concentração e resistência, da porta de entrada do agente às condições de defesas naturais do receptor (BRASIL, 2006).

Nesse contexto, o manejo dos RSS é uma das grandes preocupações dos ambientalistas, das entidades públicas e da população, de forma que, quando estes são descartados ou operados inadequadamente, propiciam impactos negativos de grandes proporções no meio biótico e, em consequência, resultam em problemas ambientais, sanitários e sociais (BRASIL, 2006).

O gerenciamento dos resíduos em saúde de forma qualificada é considerado um processo essencial e necessário, sendo seu objetivo principal o manejo adequado aos resíduos produzidos, de tal modo que antes de ser uma obrigação legal é uma responsabilidade social (BRASIL, 2006).

A elaboração e a aplicação de um plano mostram-se um potente meio para norteamento das ações de gerenciamento dos resíduos em saúde, na perspectiva de um trabalho multidisciplinar e interdisciplinar, constituindo-se um instrumento adequado para alcançar esses propósitos e atender aos requisitos legais em vigor (BRASIL, 2006).

O Plano de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde (PGRSS) é o documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos na área da saúde, observadas as suas características, no âmbito dos serviços, contemplando os aspectos referentes às etapas recomendadas para o gerenciamento que são a geração, à segregação, ao acondicionamento, à coleta interna, ao armazenamento, ao transporte externo, ao tratamento e à disposição final, bem como os aspectos relativos à proteção à saúde pública e à segurança ocupacional dos profissionais na realização da sua rotina de trabalho (BRASIL, 2012).

Obedecendo às determinações elencadas pela RDC nº 306 da ANVISA, em dezembro de 2004, e pela Resolução nº 358 pelo CONAMA, em maio de 2005, assim como pelas legislações municipal e estadual, concebe-se o Plano de Gerenciamento de Resíduos em Saúde do Hospital Regional Sertão Central como resultado de um esforço conjunto da Comissão de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde, considerando-se as condições operacionais desta unidade de saúde, vistas

à luz do que determinam as normas relacionadas ao tema e a necessária adoção das ações de minimização de desperdício e da geração de resíduos e suas formas tecnicamente apropriadas para tratamento e disposição final (BRASIL, 2004).

O PGRSS define um processo de gerenciamento de resíduo que deve ser dinâmico, revisado e aprimorado diante dos avanços tecnológicos e das novas exigências legislativas, assim como busca a abrangência e acesso a todos os profissionais que atuam no HRSC, trazendo a necessidade da realização de treinamentos periódicos a fim de manter os profissionais que fazem parte deste trabalho sempre atualizados (BRASIL, 2006).

Partiu-se da premissa de que, diante do que está proposto no plano seja cumprido, necessita-se do comprometimento de toda a área gestora e da motivação de todos os profissionais envolvidos, desde a geração à coleta final, na perspectiva de se conseguir as mudanças necessárias, na busca de ser eficiente e eficaz, partindo-se do compromisso coletivo, do planejamento participativo das atividades visando sua implantação (BRASIL, 2006).

14.1 MANEJO

O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar, segregação e destinação final dos resíduos em seus aspectos intra e extra instituição, incluindo as seguintes etapas (BRASIL, 2006):

14.1.1 Segregação

Esta etapa inicial consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. É responsabilidade de todos os colaboradores da instituição e não somente do auxiliar de serviço geral (ASG) (BRASIL, 2006).

14.1.2 Acondicionamento

É entendido como o ato de embalar os resíduos segregados em sacos ou recipientes que evitem vazamentos (BRASIL, 2006).

14.1.3 Identificação

Etapa definida como o conjunto de medidas que permitem o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS (BRASIL, 2006).

Grupo A: Sua identificação ocorre pelo símbolo de substância infectante constante na NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos.

Grupo B: Este grupo é identificado através do símbolo de risco associado, de acordo com a NBR 7500 da ABNT e com discriminação de substância química e frases de risco.

Grupo C: É representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido de REJEITO RADIOATIVO.

Grupo D: São os Resíduos comuns.

Grupo E: É identificado pelo símbolo de substância infectante constante na NBR 7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco e contornos pretos, acrescido da inscrição de resíduo PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo (BRASIL, 2006; BRASIL 2018).

O HRSC gera os resíduos que compreendem os grupos A, B e E, no entanto não é um gerador de resíduos do grupo C – radioativos.

14.1.4 Transporte Interno

Consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até o local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de acondicionamento temporário para posterior coleta externa (BRASIL, 2006).

14.1.5 Armazenamento Temporário

Destinado à guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa (BRASIL, 2006).

14.1.6 Armazenamento Externo

Refere-se à guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo, com acesso facilitado para os veículos coletores (BRASIL, 2006).

Ressalta-se que é de fundamental importância a higiene do ambiente e o descarte correto do resíduo hospitalar. Deve-se recolher o lixo antes do recipiente alcançar 2/3 da capacidade total, sempre que troca de turno sempre que necessário. Repor o saco conforme PGRSS. Usar luva látex de cor verde para o recolhimento (BRASIL, 2006).

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