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REVISÃO DE LITERATURA

No documento UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO (páginas 28-47)

2.1- Particularidades morfológicas, funcionais, psicológicas e sociais relacionadas com perda dos dentes e uso de próteses totais removíveis convencionais.

Lew (1959) enumerou vários problemas anatômicos que ocorrem em uma mandíbula severamente reabsorvida, prejudicando ou até inviabilizando o uso de próteses totais convencionais inferiores, como localização do forame mentoniano muito superiormente no rebordo alveolar, inserções musculares linguais e vestibulares no próprio rebordo, ausência do vestíbulo bucal e, por vezes, fenestração óssea do feixe vásculo-nervoso alveolar inferior, ficando este localizado diretamente abaixo da mucosa do rebordo. Citou também problemas psíquicos como complexo de inferioridade, insegurança, gagueira, depressão e outros comprometimentos emocionais em pacientes que perderam todos os seus dentes. Estes problemas são mais acentuados em pacientes que tiveram perdas dentárias quando mais jovens. Classificou como de vital importância para pacientes desdentados totais uma satisfatória reabilitação estética e funcional, porém estas nem sempre podem ser alcançadas.

Mäkilä (1975) avaliando a necessidade de retornos para ajustes após a instalação de próteses totais superior e inferior, ou apenas superior ou inferior, em 259 pacientes, observou que 44% dos pacientes retornaram para ajuste uma ou mais vezes, sendo os retornos mais freqüentes em pacientes com mais idade, não havendo diferença significativa entre homens e mulheres. A dor e os problemas de retenção e estabilidade com suas próteses motivaram a maioria dos retornos dos pacientes. A dor causada por próteses inferiores motivou 74% dos retornos, e a dor causada por próteses superiores 33% dos retornos.

Deficiência de retenção e estabilidade com próteses inferiores motivaram 23% dos retornos, sendo que a mesma deficiência com próteses superiores motivou 11% dos retornos. Não houve diferença significativa de necessidade de retornos para ajustes entre pacientes portadores de próteses totais superior e inferior , ou apenas inferior.

Polyzois, (1983) fez uma revisão da literatura sobre possíveis efeitos do uso contínuo de próteses totais removíveis convencionais. Concluiu que pode ocorrer maior grau de atrofia de glândulas salivares, diminuição da espessura do tecido conjuntivo e mucoso,

hiperplasia de mucosa e papila incisiva, maior incidência e severidade de reabsorção óssea alveolar e disfunções crânio-mandibulares, quando os usuários noturnos de suas próteses totais promovem parafunções durante o sono, comprimindo mais intensamente o palato e rebordos alveolares.

Preti e colaboradores (1996), através de análise histológica comparativa de mucosas em pacientes quando ainda usuários de próteses totais removíveis convencionais há mais de dez anos e, após instalação de próteses totais removíveis sobre implantes, observaram uma mucosa com menos infiltrado inflamatório e mais uniforme após os pacientes receberem tratamentos protéticos sobre implantes.

Yurkstas (1965) referiu haver grande influência da área de contato oclusal entre os dentes antagonistas sobre a Performance Mastigatória dos pacientes. Observou que a área de contato oclusal de cada dente, durante a mastigação, representa aproximadamente 15% de sua própria superfície oclusal total. Observou em cem pacientes com dentição natural e saudável que a área de contato oclusal total média foi de 48,4mm² por paciente. A área de contato oclusal média em 1º molar foi de 16mm², sendo responsável por 36,7% da área total de contato oclusal entre todos os dentes. A área de contato oclusal do 2º molar foi de 28% da área total, a área do 3º molar foi de 15% e a área do 2º e 1º pré- molares representou 8%, cada um, da área total de contato oclusal durante a mastigação.

Koran e Craig (1974), promoveram análise foto-elástica da distribuição de estresse abaixo de próteses totais superiores e inferiores em oclusão e em movimentos excêntricos inferiores, em próteses montadas com esquema oclusal balanceado bilateral, com dentes em porcelana, com inclinação de cúspides de 30º e montados em relação cêntrica. mastigatórios e o tempo de cada ciclo durante mastigação em pacientes usuários de próteses totais removíveis convencionais. Para o trabalho, o autor confeccionou uma prótese total

superior com seu segmento posterior intercambiável, podendo-se trocar os dentes posteriores, alterando-se apenas as superfícies oclusais destes dentes. Foram intercambiados quatro segmentos apresentando dentes posteriores com diferentes áreas de superfície oclusal.

Transdutores de pressão foram instalados na superfície basal da prótese inferior, na região do 1º molar. O autor observou que a pressão sobre o rebordo alveolar inferior diminuiu quando houve diminuição da área de superfície oclusal dos dentes posteriores. Mesas oclusais menos largas requeriram maior número de ciclos oclusais, assim como ciclos mais longos durante a mastigação.

Michael e colaboradores (1990) avaliaram a relação entre força oclusal de mordida e superfície oclusal dos dentes artificiais posteriores. Para o trabalho, dez pacientes desdentados totais foram avaliados em situações diferentes em relação à inclinação de cúspides dos dentes posteriores. Observaram que não houve relação significativa entre força mastigatória, promovida pelos pacientes, e o tipo de inclinação de cúspides dos dentes posteriores artificiais, que variou de 0 a 30º. Observaram também que a força máxima de mordida promovida por usuários de próteses removíveis convencionais é 4,5 vezes menor que em pacientes com dentição natural e saudável.

Netto e Kimpara (1994) classificaram deficiência na retenção e na estabilidade como problemas mais presentes em usuários de próteses totais removíveis convencionais.

Relataram que a retenção ativa das próteses é obtida por meio de técnicas de moldagem que garantem a intimidade entre a base da mesma com a fibromucosa da área basal, e a retenção passiva é obtida com a eliminação de fatores que tendem a deslocar estas próteses. O esquema oclusal interfere na retenção passiva e estabilidade das próteses, assim como a ação da musculatura paraprotética. Uma oclusão balanceada bilateral permite uma melhor resistência ao deslocamento da prótese quando em presença de forças tangentes aos seus dentes e base acrílica, proporcionando melhor estabilidade com conseqüente melhora do conforto e segurança para o paciente.

Hobkirk e Brouziotou-Davas (1996) avaliaram a relação entre esquema oclusal e força mastigatória em pacientes reabilitados com próteses inferiores totais fixas sobre implantes e próteses superiores totais removíveis convencionais. Para o estudo, utilizaram pão, cenoura e amendoim para teste de mastigação. Os mesmos pacientes foram submetidos a dois esquemas oclusais diferentes, um balanceado bilateral e outro não balanceado bilateral.

Observaram que houve necessidade de emprego de menos força de mordida quando os pacientes foram submetidos a um esquema oclusal balanceado bilateral. Os autores sugeriram ser o esquema oclusal balanceado bilateral mais indicado para casos em que um dos arcos é reabilitado com prótese total removível convencional.

Miura e colaboradores (1998) avaliaram a relação entre força máxima de mordida e área oclusal de contato em 70 pacientes com diferentes situações de quantidade de dentes presentes. Concluíram haver relação significativa entre força máxima de mordida, área oclusal de contato e quantidade de dentes naturais e saudáveis que os pacientes apresentam.

Carlsson e colaboradores (1976) avaliando 248 homens com idade entre 18 e 25 anos, concluíram que há relação entre distúrbios psicológicos e sociais em pacientes com alterações morfológicas ou funcionais em seus respectivos sistemas estomatognáticos. Os autores observaram que pacientes portadores de problemas funcionais e morfológicos bucais são mais suscetíveis à redução de capacidade de resolução de problemas, dificuldade de adaptação social e estabilidade emocional mais precária em relação a pacientes sem estas disfunções.

Albrektsson e colaboradores (1986) relataram problemas anatômicos mandibulares em desdentados totais que dificultavam ou mesmo inviabilizavam uso de próteses totais inferiores convencionais. Estas alterações que dificultavam retenção, estabilidade e conforto para pacientes portadores de próteses totais removíveis convencionais, por vezes, acarretavam não somente problemas mastigatórios, como também psicológicos para seus usuários. Estudos indicaram que 30% a 50% dos usuários de próteses totais inferiores convencionais alegaram não ter Capacidade Mastigatória satisfatória, sendo que 75% relataram mastigar apenas alimentos macios ou umedecidos. Em pacientes com idade acima de setenta anos, 11% não utilizavam suas próteses inferiores.

Albrektsson e colaboradores (1987) revisaram sobre problemas mastigatórios, fonéticos, estéticos, nutricionais, psicológicos e sociais presentes em pacientes com deficiência de retenção e estabilidade em suas próteses totais removíveis convencionais, em especial usuários de próteses inferiores. Os autores avaliaram, por questionário, 152 dos 189 pacientes que foram reabilitados em Gotemburgo de 1965 a 1978, com próteses totais fixas inferiores sobre implantes, com período mínimo de tratamento de três anos. Observaram que

menos de 1% dos pacientes referiram suas próteses como um corpo estranho ao organismo.

Mais de 90% dos pacientes se submeteriam novamente ao mesmo tipo de tratamento. Mais de 80% dos pacientes estavam satisfeitos com suas habilidades mastigatórias. A estética estava boa para aproximadamente 90% dos pacientes com idade acima de 60 anos, entretanto, 20%

dos pacientes com idade abaixo de 60 anos não estavam satisfeitos com a estética fornecida por suas próteses. Mais de 80% dos pacientes referiram melhora em seus relacionamentos sociais após o tratamento com próteses fixas inferiores sobre implantes.

Van Waas (1990) analisando respostas de 130 pacientes usuários de próteses totais removíveis convencionais, observou que a insatisfação relatada pelos mesmos apresentou relação significativa com a limitação deste tipo de tratamento em restabelecer funções mastigatórias e conforto, assim como atender às suas expectativas de melhoras, trazendo-lhes frustração em relação à terapia reabilitadora recebida.

Wolf (1998) avaliou a relação entre perdas dentárias e envolvimento psíquico e social em dez pacientes com falhas dentárias parciais ou totais. A autora relata que a criança adquire capacidade de defesa e ataque com a erupção de seus primeiros dentes, simbolizando, para o futuro adulto, força e independência, qualidades estas abaladas em caso de eventual perda de seus dentes. Observou que 90% dos pacientes demonstraram interferência sexual e afetiva devido à perda dos dentes, apresentando, estes, sentimento de remorso e vergonha pela situação, onde associaram esta mutilação com incapacidade, impotência e auto-imagem danificada para si próprio e perante a sociedade.

Elias e Sheiham (1999) avaliaram a relação entre o número de dentes saudáveis presentes e o Nível de Satisfação em 227 pacientes brasileiros. Observaram que houve uma discreta relação entre a perda dos molares com a insatisfação, entretanto, a perda dos pré-molares trouxe significativa insatisfação para os pacientes.

Miralles e colaboradores (1989) observaram que as atividades eletromiográficas do músculo masseter e o feixe anterior do músculo temporal, em pacientes usuários de próteses totais removíveis convencionais, são significativamente menores em relação a portadores de dentição saudável e natural.

Müller e colaboradores (1996) avaliaram pacientes em diferentes tempos após receberem próteses totais removíveis convencionais. Observaram haver uma adaptação muscular com o tempo de uso das próteses, passando os pacientes por uma fase inicial de desorientação em relação a seus padrões mastigatórios, concluindo haver melhora das habilidades mastigatórias com o tempo de uso das próteses pelos pacientes.

Raustia e colaboradores (1996) através da análise de tomografia computadorizada e eletromiografia dos músculos da mastigação em pacientes edêntulos, concluíram que há relação entre decréscimo da atividade eletromiográfica, assim como atrofia dos músculos da mastigação com o período de edentulismo do paciente.

Nagasawa e colaboradores (1997) concluíram não haver diferença significativa entre padrão de mastigação entre homens e mulheres com dentição saudável natural, entretanto, observaram maior força mastigatória nos homens.

Veyrune e Mioche (2000) avaliaram eletromiografia e sensibilidade à textura dos alimentos em pacientes com dentição saudável e natural e em pacientes portadores de próteses totais removíveis convencionais. Observaram haver menor atividade eletromiográfica muscular durante a mastigação, principalmente do músculo masseter, em usuários de próteses.

A percepção da textura dos alimentos foi semelhante em ambos os grupos, entretanto pacientes com dentição natural apresentaram maior adaptabilidade perante alimentos com texturas diferentes, permitindo alteração no padrão da mastigação de acordo com o alimento mastigado.

2.2- Nível de Satisfação, Capacidade, Eficiência e Performance Mastigatórias

Vários fatores influenciam a possibilidade de o alimento ser selecionado no interior da cavidade bucal, durante a mastigação, para sofrer fragmentação pelos dentes.

Fatores também influenciam na qualidade da fragmentação destes alimentos durante a mastigação: como o tamanho e a quantidade de partículas de alimentos; a quantidade de dentes com possibilidade de ocluírem durante a mastigação; a área e a superfície oclusal destes dentes; os movimentos da língua, da bochecha, dos lábios e da mandíbula influenciam na seleção do alimento a ser fragmentado durante a mastigação. A qualidade da fragmentação

sofre influência da consistência do próprio alimento, do formato e das inclinações das áreas oclusais dos dentes, da intensidade e do sinergismo dos músculos da mastigação, do tempo de contato entre os dentes e da quantidade de mordidas durante o processo da mastigação. A seleção do alimento e a qualidade da fragmentação também sofrem influência da retenção e da estabilidade de próteses removíveis em casos de pacientes com falhas dentárias. A possibilidade de o alimento ser selecionado, e a qualidade de sua fragmentação influenciam as habilidades mastigatórias dos pacientes (Lucas & Luke, 1983; Horio & Kawamura, 1988; Van Der Bilt et al. 1988; Van Der Glas et al. 1988; Horio & Kawamura, 1989).

Na literatura, os autores utilizaram para avaliação da Eficiência e da Performance Mastigatórias testes com alimentos como amendoim, amêndoa, coco, grão de soja e carne entre outros, ou simuladores de alimentos como gomas coloridas ou não, borrachas e silicones utilizados para moldagens odontológicas (exemplo Optosil®), juntamente com um sistema de tamises (peneiras) com orifícios de tamanhos diferentes. As metodologias para medição dos alimentos fragmentados são inúmeras, obtendo-se dados por pesagem dos alimentos fragmentados; por análise de imagens por programas de computador, em casos de gomas coloridas; por volume ou por medição de área ocupada pelo material fragmentado (Yurkstas

& Manly, 1950; Kapur et al. 1964; Helkimo et al. 1983; Nakasima et al. 1989; Buschang et al.

1997; Huggare & Skindhöj, 1997; Al-Ali et al. 1999; Prinz, 1999).

Barone (1965 e 1978) discorre sobre a relação nutrição e edêntulos. Relata que as proteínas são encontradas em carnes, ovos, vegetais e legumes, e suas deficiências nutricionais resultam em baixa produção de anticorpos e diminuição de volume muscular. A vitamina A pode ser largamente encontrada em vegetais, e sua deficiência pode provocar dificuldade da manutenção da integridade de mucosas e epitélio. O complexo vitamínico B é encontrado em carnes, ovos, vegetais cereais, grãos, legumes e derivados do leite, sendo essencial para a manutenção do ectoderma, nos processos oxidativos celulares, para produção de anticorpos, e para os sistemas hematopoiético e leucopoiético; sua deficiência pode provocar anemias, glossites, queilite angular bucal, depressão e ansiedade. A vitamina C pode ser encontrada nas frutas, sendo importante para formação de substâncias intercelulares, no reparo de feridas, manutenção das células vermelhas e hemoglobina no sangue, e para potencializar a utilização do ferro pelo organismo; sua deficiência pode provocar depressão, ansiedade, anemias, escorbuto e fragilidade capilar. A vitamina D é encontrada principalmente na carne de peixe, sendo importante para absorção do cálcio pelo organismo, e

sua deficiência pode provocar raquitismo e fragilidade óssea. A deficiência nutricional de cálcio interfere diretamente na remodelação óssea, causando sua fragilidade. Uma dieta pobre em proteínas e rica em carboidratos pode provocar obesidade, com todas as suas conseqüências negativas. O autor relaciona algumas deficiências nutricionais em pacientes portadores de próteses totais removíveis convencionais causadas pela mudança de hábito alimentar, onde estes utilizam mais intensamente alimentos macios, ricos em carboidratos e gordura, evitando alimentos mais duros e fibrosos como carnes, frutas e verduras por diminuição de suas respectivas Capacidades Mastigatórias. O autor sugere uma terapia alimentar específica para pacientes que recebem tratamentos reabilitadores protéticos removíveis, visando suprir carências e necessidades nutricionais.

Brodeur e colaboradores (1993) avaliaram relação entre Performance Mastigatória, desordens gastrintestinais e consumo nutricional em 367 pacientes, com idade de 60 a 89 anos, portadores de próteses totais removíveis convencionais. Obtiveram que 22%

dos pacientes estavam insatisfeitos com suas próteses superiores e 55% com suas próteses inferiores. Uma Performance Mastigatória baixa foi encontrada em 47% dos pacientes.

Desordens gastrintestinais foram detectadas em 37% dos pacientes com baixa Performance Mastigatória e em 20% com boa Performance Mastigatória, sendo este fenômeno duas vezes maior em mulheres. Houve diminuição de consumo nutricional de vitamina A em relação ao consumo preconizado, entretanto não observaram diferença no consumo de vitaminas B, C, D, E, assim como de ferro, cálcio e fosfato. Os autores atribuíram as desordens gastrintestinais à mudança de hábito alimentar, em que usuários de próteses totais removíveis evitam frutas e verduras por falta de capacidade em fragmentar estes alimentos, com conseqüente ingestão prejudicada de fibras vegetais.

Desordens gastrintestinais são mais freqüentes em pacientes com suas habilidades mastigatórias prejudicadas. Esta relação ocorre não somente pelo fato de estes pacientes fragmentarem insuficientemente os alimentos, mas principalmente pela mudança de hábito alimentar, na qual estes pacientes evitam alimentos mais duros como carne, raízes, frutas e verduras, com conseqüente ingestão reduzida de fibras (Yurkstas & Emerson, 1964; Hartsook, 1974; Wayler & Chauncey, 1983).

Chong-Shan e colaboradores (1990) avaliaram comparativamente a fragmentação de alimento (grão de soja) entre dez pacientes com dentição natural e 12 pacientes portadores

de próteses totais removíveis convencionais superior e inferior. Observaram que após 30 ciclos mastigatórios, o tamanho das partículas do alimento fragmentado por pacientes com dentição natural variou de 99 a 2018m, e por usuários de próteses totais variou de 206 a 5203m.

Bates e colaboradores (1976) definiram Performance Mastigatória como a habilidade de um indivíduo em fragmentar uma determinada quantidade de um alimento, ou um simulador de alimento, com um número de ciclos mastigatórios ou um tempo preestabelecidos. Definiram Eficiência Mastigatória avaliando-se se uma determinada quantidade de alimento, mastigado de maneira habitual por cada paciente, foi suficientemente bem fragmentado para que o mesmo fosse deglutido e sofresse adequada digestão. A Capacidade Mastigatória foi estabelecida pelo próprio paciente através de respostas a perguntas sobre habilidade de fragmentar, ou não, diversos tipos de alimentos, duros ou macios, e eventuais limitações que o uso de próteses lhe impõe. Citou que pacientes portadores de próteses totais removíveis convencionais, ou com poucos dentes naturais em oclusão, ou com dentição natural em condições precárias apresentaram diminuição da Eficiência e Performance Mastigatórias acabando por engolir alimentos menos fragmentados.

Relacionaram Eficiência e Performance Mastigatórias com particularidades físicas das próteses totais, como extensão de sua base, polimento, desenho das cúspides e inclinação dos dentes.

Yurkstas (1953) avaliou em 20 pacientes desdentados totais a Capacidade Mastigatória, através de resposta a questionário, e Performance Mastigatória utilizando alimentos como amendoim, cenoura e presunto para teste de mastigação. Fez avaliações comparativas entre pacientes que receberam próteses totais com as superfícies oclusais dos dentes artificiais em metal ou somente em resina. O autor observou melhora da Capacidade e da Performance Mastigatórias progressivamente até um ano após a instalação das próteses, conseqüente, entre outros fatores, da adaptação dos pacientes a suas próteses e realização de ajustes necessários nas mesmas. Constatou também melhora da Capacidade e da Performance Mastigatórias quando as superfícies oclusais foram revestidas de metal.

Vinton e Manly (1955) avaliaram Capacidade e Eficiência Mastigatórias em 38 pacientes portadores de próteses totais removíveis convencionais utilizando um questionário e amendoim como alimento de teste, juntamente com um sistema de tamises com 10 tamanhos

diferentes de orifícios. Observaram que, logo após a instalação de novas próteses, a média de ciclos mastigatórios necessários para fragmentar o alimento o suficiente para ser engolido foi de 60 vezes, diminuindo para 49 vezes após seis meses de uso. A Capacidade Mastigatória e o conforto igualmente melhoraram após seis meses de uso das próteses. Observaram que pacientes com idade inferior a 60 anos que estavam utilizando próteses totais pela primeira vez apresentaram melhores funções mastigatórias.

Um método relativamente simples foi proposto por Loos (1963) para avaliar a Performance Mastigatória utilizando avelãs para testes de mastigação. Citou fatores importantes que interferem na habilidade mastigatória do paciente, como a área de superfície

Um método relativamente simples foi proposto por Loos (1963) para avaliar a Performance Mastigatória utilizando avelãs para testes de mastigação. Citou fatores importantes que interferem na habilidade mastigatória do paciente, como a área de superfície

No documento UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO (páginas 28-47)

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