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SEMINÁRIO DE INVESTIMENTOS E BENEFÍCIOS DA CAPEF

No documento P L A N O B D, C V I E P G A Investimentos (páginas 64-69)

44 Operações com

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

2. SEMINÁRIO DE INVESTIMENTOS E BENEFÍCIOS DA CAPEF

Realizado nos dias 21 e 22 de novembro de 2019, o 26º Seminário de Investimentos e Benefícios definiu o cenário base para elaboração da política de investimentos do plano PGA. O evento contou com a presença de participantes ativos e assistidos da Capef, dirigentes de outras EFPC’s (Entidades Fechadas de Previdência Complementar), profissionais das áreas de Investimentos, Risco/Compliance e de Previdência da Entidade e também de profissionais do Banco do Nordeste do Brasil. Participaram também os integrantes dos Conselhos Deliberativo e Fiscal, bem como da Diretoria-Executiva da Entidade.

Em 2019, a Capef inovou, sorteando 12 participantes para viajar para Fortaleza – CE, com todas as despesas pagas e participar do Seminário, sendo 1 representante de cada Estado (Interior do CE, MA, PI, RN, PB, PE, BA, AL, SE, MG, ES) e 1 representante das regionais do RJ, SP e DF.

O referido encontro tem como destaque a apresentação e consolidação de cenários macroeconômicos e políticos para o ano seguinte. Para tanto, houve a participação de economistas com larga experiência de mercado de capitais e de profissionais

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das áreas de análise das instituições: Vinci Partners, Rio Bravo, Leg Mason Global Asset Managemet, Captalys Asset, XP Investimentos, Brasil Plural, CAPEF, bem como o Sr. Luís Ricardo Marcondes Martins, Diretor-Presidente da Abrapp que proferiu palestra, sobre o tema “O Cenário da Previdência Complementar Pós- Reforma Previdenciária”.

Participaram também do evento, Guilherme Benites, Sócio e Diretor da Áditus Consultoria Financeira, que proferiu a palestra sobre o tema: “Estratégias de Alocação de Ativos e Rentabilidade dos Investimentos”. Em seguida, o Diretor de Previdência, Francisco José Araújo Bezerra, proferiu uma palestra sobre o Plano Família a ser lançado pela Capef. O Diretor de Previdência apresentou também a situação dos planos previdenciários da Entidade. O Diretor de Administração e Investimentos, Marcos José Rodrigues Miranda, apresentou o resultado da alocação dos investimentos dos planos e o Gerente de Investimentos, Marcelo D`Agostino, apresentou a consolidação do cenário para 2020 e a definição da proposta da macro-alocação das carteiras dos planos. Foi dada a oportunidade aos participantes para contribuírem com opiniões, questionamentos e sugestões na alocação dos investimentos para 2020. Após consenso nas discussões dos participantes presentes, as propostas do cenário básico e da macro-alocação para o ano de 2020 foram definidas e encaminhadas para deliberação do Conselho Deliberativo.

3. CENÁRIO MACROECONÔMICO

Em 2019, o acirramento das tensões comercias entre EUA e China, bem como questões relacionadas ao Brexit e instabilidades políticas na América do Sul, frustraram as previsões de crescimento da economia mundial. No primeiro caso, o principal risco é a retração do comércio mundial e no segundo caso os riscos observados são uma saída desordenada do Reino Unido da União Europeia e/ou uma saída que se prolongue por muito tempo. Com relação às questões políticas no continente Sul-Americano, eventos como os ocorridos na Argentina (volta dos peronistas ao poder) e Chile (onda de manifestações populares contra o governo) causaram grande instabilidade nos mercados dos países da região. Em 2019, ocorreram, também, eventos que causaram instabilidades em países como: Bolívia, Venezuela, Colômbia, Peru e Equador.

No início de 2019, as projeções para o PIB das principais economias mundiais já começaram a passar por revisões, com o Fundo Monetário Nacional – FMI traçando um cenário de desaceleração. Em seu relatório “Panorama Econômico Mundial" divulgado em abril de 2019, para o crescimento econômico do PIB global, o FMI projetava um crescimento para o PIB mundial em 2019 de 3,3% ante uma previsão divulgada em janeiro de 3,5%. Já no último relatório divulgado pelo FMI, em outubro de 2019, a previsão de crescimento econômico mundial foi de 3%. Segundo o FMI, países da zona do euro e os países emergentes foram os blocos que contribuíram com maior peso para que houvesse uma revisão para baixo da atividade global. Diante desse cenário desafiador para a economia global, as principais autoridades monetárias começaram a adotar políticas estimulativas mais agressivas para tentar conter uma desaceleração econômica mais intensa.

O Federal Reserve - Fed, banco central dos Estados Unidos, reduziu a taxa básica de juros norte-americana em 0,25 ponto percentual, em sua última reunião ocorrida em outubro/2019, para o intervalo entre 1,5% e 1,75%. Esta foi a terceira (março, julho e outubro) queda, em 2019, efetuada pela autoridade monetária americana

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em sua taxa básica de juros, todas de 0,25p.p..

A atividade americana, no 3º trimestre, cresceu a uma taxa anualizada de 1,9% (número revisado em 30/10/2019), quando comparado com o segundo trimestre/2019. No segundo trimestre/2019, o PIB norte-americano cresceu 2% e no primeiro trimestre/2019 o crescimento foi de 3,2%, ambos sempre comparados com o trimestre imediatamente anterior. O setor externo é o segmento que vem puxando a atividade dos EUA para baixo, fruto das incertezas causadas pelas questões comerciais envolvendo os EUA e a China. As projeções do FMI para a economia dos EUA são de um crescimento de 2,4% em 2019 e de 2,1% em 2020.

A economia da zona de euro também vem sofrendo com as consequências da turbulência global (Brexit e guerra comercial). No primeiro trimestre/2019 o PIB da zona do euro cresceu 0,4%, no segundo e terceiro trimestre o crescimento foi de 0,2%, ambos comparados com o trimestre imediatamente anterior. Esta perda de fôlego na economia do bloco fez com que a autoridade monetária europeia adotasse medidas de relaxamento monetário para tentar conter esta desaceleração econômica. As projeções do FMI para a economia dos países da zona do euro são de um crescimento de 1,2% em 2019 e de 1,5% em 2020.

Quanto à política monetária da zona do euro, o Banco Central Europeu, em sua reunião realizada em outubro/2019, manteve inalterada a taxa de juros (taxa de depósito do BCE) a qual segue na mínima de -0,5%. Na reunião anterior, ocorrida no mês de setembro, o BCE reduziu em 0,1p.p. a taxa de juros, passando de -0,4% para -0,5%. O BCE também confirmou que retomará seu programa de relaxamento quantitativo (QE), por meio do qual comprará 20 bilhões de euros em ativos, mensalmente, a partir de 1º novembro de 2019.

Quanto aos países emergentes, o bloco também vem sofrendo as consequências das turbulências globais. Além das questões comerciais envolvendo EUA e China, alguns países da América Latina vem passando por turbulências políticas em seus governos. Alguns países latinos deverão experimentar crescimentos baixos em 2019, a exemplo do México (0,4%). Outros deverão ter taxas negativas de crescimento, como o Equador (-0,5%) e a Argentina (-3,1%), além da Venezuela, que destoa dos demais países, com uma retração prevista de até -35%.

Quanto à atividade da China, centro dos conflitos comerciais com os EUA, sofrerá drástica redução em seu PIB nos próximos anos, segundo previsões do FMI. Os números da atividade do terceiro trimestre de 2019 da China mostraram um crescimento de 6% do PIB, quando comparado com o mesmo trimestre do ano anterior, no piso da meta de crescimento (entre 6% e 6,5%) adotada pelo governo chinês. Vale ressaltar que há quase três décadas (primeiro trimestre de 1992) a china não apresentava esta performance de crescimento. As autoridades chinesas prometem adotar algumas medidas, ainda este ano, além das já adotadas (redução de compulsórios), para tentar conter este ímpeto de desaceleração da atividade do país.

Segundo projeções do FMI, a atividade chinesa deverá terminar 2019 com seu PIB crescendo algo em torno de 6,1% e para 2020 o crescimento deverá ficar em torno de 5,8%. Para o bloco de países emergentes, o Fundo Monetário Internacional espera uma expansão de 3,9% para o ano de 2019 e 4,6% para 2020. Para o próximo ano, segundo o FMI, países emergentes como: Rússia, Índia, Brasil, México e África do Sul deverão contribuir de forma positiva para alavancar o PIB do bloco.

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No âmbito local, o Brasil vem tendo sucesso na implementação das reformas estruturais do país. A aprovação da reforma da previdência em 2019 e a boa expectativa de levar adiante as demais reformas (reforma tributária, reforma administrativa, bem como a PEC emergencial e a PEC do pacto federativo) tem elevado a confiança dos agentes econômicos. As expectativas de aprovação das reformas citadas acima são positivas, uma vez que há um clima político favorável entre o Governo e o Congresso Nacional para a aprovação de medidas da área econômica que tenham intuito de equacionar o desequilíbrio fiscal das contas públicas, que colocou a dívida pública brasileira em uma trajetória preocupante. Quanto ao nível de atividade, apesar das constantes revisões efetuadas para baixo ao longo do ano, estamos encerrando 2019 com indicativos de que a economia brasileira poderá entrar em uma rota de crescimento daqui para frente. As projeções são positivas para o PIB nos próximos anos. O FOCUS, em seu relatório de 22/11/2019, projeta um crescimento de apenas 0,99% para o PIB do país em 2019, mas para 2020, a expectativa é de um crescimento de 2,20%. Já o FMI, em seu relatório “Panorama da Economia Mundial” divulgado em outubro/2019, espera um crescimento no PIB doméstico de 0,9% para o ano corrente e de 2% para 2020. Ao longo do ano de 2019, vivenciamos uma precificação positiva dos ativos brasileiros, principalmente nos ativos de maiores riscos, fruto do excesso de liquidez global, obrigando os investidores a intensificarem a busca de ativos nos países emergentes e da confiança dos investidores na política econômica do atual governo. A bolsa brasileira atingiu níveis recordes em 2019. A taxa de juros real da economia doméstica está em patamares extremamente baixos. Presenciamos, atualmente, um cenário benigno de inflação, fruto sobremaneira do fraco desempenho e da elevada ociosidade da economia brasileira, permitindo que o Bacen reduzisse a taxa básica de juros da economia (SELIC) ao nível mais baixo de toda a história.

Quanto aos mercados, 2019, assim como o ano de 2018, foi um ano de muita volatilidade nos ativos domésticos. A bolsa brasileira apresentou fortes variações, seu índice de fechamento oscilou entre a casa dos 89.992 em maio e 109.580 pontos no mês de novembro. No segmento de renda fixa, a NTNB de vencimento 2050 teve suas taxas (taxas indicativas da Anbima) oscilando entre a máxima de 4,93% em janeiro e a mínima de 3,23% no mês de novembro.

Com relação aos índices de preços, presenciamos um ambiente inflacionário favorável em 2019. Devido ao fraco nível da atividade doméstica, bem como o alto nível de ociosidade da economia, o IPCA deve fechar o ano de 2019 abaixo da meta de inflação definida pelo governo. Para 2019 o CMN definiu uma meta de inflação de 4,25% com uma margem de tolerância de 1,5p.p. para baixo ou para cima e, para 2020, a meta é de 4%, também com uma margem de tolerância de1,5p.p. Atualmente, com as expectativas de mercado para a inflação bem ancoradas, não se presenciam pressões inflacionárias nos próximos anos. Na pesquisa FOCUS do Bacen, divulgada no dia 22/11/2019, as projeções para o IPCA são de 3,46% para 2019 e 3,60% para 2020. Para o INPC, o FOCUS projeta uma inflação 3,32% para 2019 e de 3,80% em 2020. Já o cenário de inflação base da Capef, definido no seminário de investimentos e benefícios para 2020, é de 3,90% para o IPCA e INPC.

Quanto à SELIC, depois de um longo período de manutenção na meta da taxa básica de juros da economia em 6,5% (março/2018 a junho/2019), o COPOM iniciou um processo de redução de 0,5p.p. na reunião de 31/07/2019. Ao longo de 2019 o Bacen reduziu a SELIC em três ocasiões de 0,5 ponto percentual e a

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expectativa é de que haverá mais um corte ainda este ano, na reunião de 11/12/2019, de mesma magnitude, devendo terminar o ano em 4,5%. Alguns economistas do mercado esperam ainda mais dois cortes de 0,25 ponto percentual em 2020, deixando a taxa de juros em 4% ao final do próximo ano. Na pesquisa FOCUS do Bacen, divulgada no dia 22/11/2019, as projeções para a SELIC são de 4,50% a.a. para os anos de 2019 e 2020. Já o cenário base da Capef para a SELIC, definido no seminário de investimentos e benefícios para 2020, é de 4,5% a.a.

O desempenho do mercado imobiliário comercial, a partir do segundo trimestre de 2019, apresentou certo equilíbrio mantendo-se praticamente estável o nível de vacância nacional, na ordem de 22%, conforme acompanhamento da Consultoria Imobiliária Buildings.

A capital paulista, principal região comercial do país, vem apresentando sinais de recuperação melhor do que outras localidades, com vacâncias decrescentes, seguidas por aumento real gradual nos preços de locação. O excesso de ofertas de áreas disponíveis nos últimos anos, acarretou forte queda dos lançamentos de novos empreendimentos, fazendo com que o volume de entregas esperadas para os próximos anos seja relativamente baixo, culminando na redução da vacância. Em virtude disso, em algumas microrregiões já se observa uma recuperação mais robusta e níveis de ocupações considerados saudáveis, com vacância na ordem de 12% (região da Faria Lima) e 15% (região da Paulista).

No mercado comercial do Rio de Janeiro, outra importante praça imobiliária do país, a dinâmica ainda é desafiadora, mas já há sinais de estabilização e não vemos volumes relevantes de novos projetos sendo entregues nos próximos anos, dando espaço para uma gradual redução na vacância da região. Adicionalmente, algumas microrregiões da Zona Sul já mostram indicadores mais saudáveis, com vacância decrescente nos últimos dois anos e já abaixo de 20%. No lado negativo, a região do Porto, Cidade Nova e Centro ainda sofrem com altas vacâncias, que devem perdurar no curto prazo e pressionar negativamente os preços na região.

No entanto, apesar do ambiente ainda desafiador, já podemos ver sinais de estabilização na região e com perspectiva de gradual recuperação para os próximos anos.

A perspectiva para o mercado imobiliário em 2020 é melhor que a do presente ano, a economia mostra sinais de melhoras com os principais índices de inflação fechando abaixo do centro da meta de 4,25% em 2019 e a taxa básica de juros (SELIC) encerrando o ano na mínima histórica de 5,00% a.a., podendo reduzir ainda mais 0,5 p.p., conforme previsão dos especialistas.

O foco em 2020 será o crescimento do PIB, principal objetivo da política econômica. O crescimento estará pautado na maior confiança dos investidores, já visto pela melhora dos indicadores CDS (Credit Default Swap). Deveremos ver um Cenário Fiscal benigno para 2020, com as reformas avançando. Em relação à Inflação as expectativas ancoradas e a capacidade não utilizada deverão manter o IPCA abaixo da meta estipulada pelo governo para 2020 (4%). Por fim, a recuperação gradual da economia e inflação estável irão favorecer taxas de juros mais baixas.

Com base no cenário avaliado, a sinalização de estratégia para 2020 sugere uma gestão mais ativa dos investimentos e menos direcional. Devido à forte compressão do prêmio no mercado de Renda Fixa, os títulos de crédito perderam atratividade.

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Por outro lado, imaginamos que tal mercado possa ser muito mais ativo em 2020, caso ocorra uma retomada econômica. O controle da liquidez se mostra extremamente importante em um cenário que leva a um alongamento de prazo em função da redução dos prêmios de risco. A gestão de investimentos deve agregar um fator de risco a mais para as carteiras, com aumento das alocações em Ações, Fundos Imobiliários, Fundos Multimercados Estruturados e Fundos no Exterior. Abaixo seguem projeções definidas no Seminário de Investimentos e Benefícios da CAPEF:

TABELA I

CONSOLIDAÇÃO DE CENÁRIOS

4. POLÍTICA DE INVESTIMENTOS DO PLANO DE GESTÃO ADMINISTRATIVA -

No documento P L A N O B D, C V I E P G A Investimentos (páginas 64-69)

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