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REPRESENTAÇÃO DE DOENÇA E AJUSTAMENTO PSICOLÓGICO NA DOENÇA REUMÁTICA

Inês Alves1, Ana Cunha1, Marta Alves1, Margarida Oliveira2, & Paulo Monteiro3 1Universidade da Beira Interior; 2Centro Hospitalar Cova da Beira; 3Centro Hospitalar Tondela Viseu

As doenças reumáticas são causa frequente de incapacidade, com repercussões ao nível físico, psicológico e familiar. Teoricamente, o presente estudo baseia-se na relação entre doença crónica e saúde mental, na perspetiva da psicologia da saúde, em particular do modelo de Leventhal (Leventhal et al., 1980). O seu principal objetivo é contribuir para a compreensão da relação entre representação de doença e ajustamento psicológico, nas doenças reumáticas. Integraram o estudo 52 participantes com doenças reumáticas (artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistémico e esclerose sistémica), com idades entre os 18 e os 80 anos. As duas principais variáveis estudadas foram (1) o grau de sintomatologia psicopatológica, medido a partir do BSI (Canavarro, 1999), e (2) a representação de doença, avaliada através do IPQ-R (Figueiras, Machado & Alves, 2002). O estudo é de natureza descritiva, transversal e correlacional. Os resultados apontam para uma relação significativa entre várias dimensões de perceção de doença (identidade, duração, consequências, controlo, representação emocional, coerência) e os níveis de sintomatologia psicopatológica nas dimensões avaliadas. Os resultados obtidos são discutidos no âmbito da temática da doença crónica e da sua relação com o ajustamento psicológico e a saúde mental. São apresentadas as principais implicações dos resultados para a intervenção psicológica.

Palavras-chave: representação de doença; sintomas psicopatológicos; doenças reumáticas

Inês Gonçalves Alves

Travessa João de Deus, nº1 6320-378, Sabugal

ines.g.alves@gmail.com

NARRATIVA DE HISTÓRIA DE VIDA EM MULHERES COM FIBROMIALGIA: PARA LÁ DE ESTAR DOENTE E RELAÇÃO COM A DOENÇA

Barbara Gonzalez1, Telmo Baptista2,& Jaime Branco3

1COPELABS, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias; ,2Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa; 3Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa

A fibromialgia é uma sindrome de dor crónica, que afecta principalmente mulheres de meia-idade e cujos factores etiológicos permanecem por explicar. Os aspectos psicossociais têm um papel relevante enquanto factores predisponentes, precipitantes e/ou de manutenção desta síndrome, suscitando o interesse pela história de vida das pacientes. No entanto, a maior parte dos estudos qualitativos com esta população centra-se quase exclusivamente nas experiências posteriores ao surgimento da síndrome. Neste estudo qualitativo, entrevistámos 10 mulheres com diagnóstico de fibromialgia, que tinham identificado um acontecimento de vida critico, próximo do surgimento da síndrome, utilizando uma entrevista de história

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de vida que engloba toda a vida e não tem questões específicas sobre a fibromialgia. As narrativas foram analisadas através da análise fenomenológica interpretativa e emergiram nove temas comuns representativos: luta, ênfase nas adversidades, sobrepôr o positivo ao negativo, marcas da infância infeliz, ajudar os outros, perfeccionismo e desejo de progredir, presente sem plenitude, percepção de injustiça e ocultar e guardar para si. Os temas identificados são discutidos à luz do seu possível papel como factores predisponentes e de manutenção da fibromialgia. A capacidade de valorizar o lado positivo dos acontecimentos, apesar das adversidades que estas mulheres enfatizaram, é realçada como um aspecto a explorar na intervenção psicológica, para melhor gestão desta síndrome.

Palavras-chave: dor crónica; fibromialgia; narrativa de história de vida; análise fenomenológica

interpretativa

Barbara Isabel Dinis Gonzalez

Universidade Lusófona de Humanidadese Tecnologias Campo Grande, 376, 1749-024 Lisboa

barbaragonz@hotmail.com

IMPLICAÇÕES DA ARTRITE REUMATOIDE, ESPONDILITE ANQUILOSANTE, HÉRNIA DISCAL E OSTEOARTROSE: ESTUDO QUALITATIVO

Ana Pires de Jesus

Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa

As ideias ou pensamentos do doente sobre a sua doença exercem uma influência significativa na evolução e confronto com os processos biomédicos bem como na vivência dos processos emocionais concomitantes (Joyce-Moniz & Barros, 2005). O presente estudo visou avaliar a forma como os doentes com artrite reumatoide, espondilite anquilosante, hérnia discal e osteoartrose pensam sobre as implicações da doença na sua vida. Foi recolhida uma amostra de 205 utentes adultos do Centro de Saúde e Hospital de Abrantes com as patologias supracitadas. Realizaram-se entrevistas individuais e semiestruturadas com estes doentes as quais foram gravadas, transcritas e submetidas a uma análise de conteúdo. Os resultados desta análise revelaram que quando questionados acerca da sua perceção relativamente às implicações da doença na sua vida, a maioria dos doentes referiu a experiência de sofrimento perentória e avassaladora centrada nos sintomas sensoriais e físicos (e.g., dores, cansaço, alterações da sensibilidade). A vivência no dia a dia dos sintomas sensoriais e físicos é o que causa maior sofrimento e interfere mais na vida dos doentes com artrite reumatoide, espondilite anquilosante, hérnia discal e osteoartrose. Torna-se, assim, particularmente relevante a utilização de intervenções psicológicas eficazes no controlo destes sintomas, como complemento ao tratamento médico.

Palavras-chave: implicações; artrite reumatoide; espondilite anquilosante; hérnia discal; osteoartrose.

Ana Filipa da Costa Pires de Jesus

Avenida das Forças Armadas, Nº 338 - 1º Esq. 2200-300 Abrantes

anafilipaj@campus.ul.pt

PREDITORES E MEDIADORES DO SOFRIMENTO EM PACIENTES COM DOR CRÓNICA

Filipe Ribeiro1

, João Pereira2

, Maria Graça Pereira1 1Universidade do Minho; 2Instituto Universitário da Maia

A dor crónica é um problema de saúde física, influenciado por fatores biopsicossociais como as representações da doença, resiliência, e adesão aos tratamentos que acarreta sofrimento para o indivíduo. Este estudo pretendeu conhecer os preditores do sofrimento bem como o papel mediador da resiliência na relação entre representações da dor e sofrimento. Estudo transversal com uma amostra não probabilística de 89 pacientes com dor crónica da Unidade de Tratamento de Dor do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho. Na avaliação, os participantes responderam a questionários sobre variáveis demográficas, clínicas, representações (Illness Perception Questionnaire Revised), resiliência (Resilience Scale) e sofrimento (Inventário de Experiências Subjetivas de Sofrimento na Doença). As representações emocionais e cognitivas mais ameaçadoras e uma pior compreensão da dor, assim como uma baixa

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capacidade de resiliência por parte dos participantes são preditores de maior sofrimento global. Finalmente, a resiliência assumiu um papel mediador na relação entre representações cognitivas e sofrimento bem como entre a compreensão da dor e sofrimento. De acordo com os resultados, a intervenção na dor crónica deve incluir as representações da doença e promover a resiliência, dado o seu papel mediador no sofrimento associado a dor crónica. São discutidas implicações e limitações.

Palavras-chave - Dor Crónica; Representações; Resiliência; Sofrimento

Filipe André Nunes Ribeiro

Rua do Calvário, 87 4580-758 Besteiros - Paredes

filipeandrenunes@hotmail.com

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