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SESSÃO TEMÁTICA SAÚDE E INTERAÇÕES SOCIAIS

O BULLYING NO NORDESTE DO BRASIL: SIGNIFICADOS, EXPRESSÕES E REPRODUÇÕES DA VIOLÊNCIA

Stefania Alcantara1, Mónica González-Carrasco1, Carme Montserrat1, Desirée Abreu1,2, Ferran Casas1, & Ferran Viñas1

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O bullying, como as demais formas de violência, se configura um problema de saúde pública mundial que afeta crianças e adolescentes, cuja compreensão desafia investigadores a uma abordagem que abranja fatores ambientais, interpessoais e sociais. O objetivo desta investigação qualitativa é compreender o fenômeno do bullying desde a perspectiva ecológica e a partir dos significados atribuídos pelos próprios participantes. Realizamos 15 grupos de discussão com alunos do 6º e 7º anos, de escolas públicas e privadas, de zonas urbanas e rurais do nordeste do Brasil. Participaram 153 estudantes, de ambos os sexos e com idades de 10 a 15 anos. As opiniões dos participantes foram categorizadas pela técnica de análise de conteúdo. Na visão dos participantes, o bullying é uma forma de expressão e reprodução do contexto social de naturalização, banalização, valorização da violência, num ambiente escolar marcado por preconceitos, discriminação e exclusão social. Sendo a violência aprendida nos contextos familiar, comunitário, escolar e midiático, em que os envolvidos também são vítimas de violência familiar e comunitária. Os participantes relatam sofrimento e diminuição do bem-estar e apontam a necessidade de atividades que promovam o diálogo e a educação em valores. O conhecimento dos comportamentos de risco e das interações entre crianças e adolescentes é fundamental para a implementação de políticas e programas de prevenção da violência e de promoção de saúde e qualidade de vida.

Palavras-Chave: Violência, Bullying, Qualidade de Vida, Infância, Adolescência.

Stefania Carneiro de Alcantara

Facultad de Educación y Psicología Universitat de Girona (España) Teléfono: +34972419670

Plaza Sant Domènec, nº9, Despacho 259, CP:17071 Girona, Espanha.

stefaniacarneiro@yahoo.com.br

ESTIGMA DA TUBERCULOSE: PERCEÇÃO DE EMOÇÕES NOS OUTROS PELOS DOENTES EM TRATAMENTO

Mauro Bianchi2& Teresa Nascimento1

1Centro de Diagnóstico Pneumológico de Santarém, 2COPELABS – Universidade Lusófona

O estigma associado à tuberculose é visto como uma barreira importante no controlo da doença, e uma causa de sofrimento social. Ser alvo de estigma pode afetar vários processos psicológicos da interação social, desde a monitorização dos pensamentos e do comportamento (Barreto, 2015) até à perceção de emoções na expressão facial dos outros indivíduos (Inzlicht et al., 2008). Colocámos em hipótese de que os doentes com tuberculose, porque pertencem a um grupo estigmatizado socialmente, que detêm expectativas de preconceito ligadas com a sua doença e, por isso, mais sensíveis a pistas de emoções negativas relacionadas com a proteção contra agentes patogénicos, manifestarão uma sensibilidade na perceção de emoções (e.g. nojo) nas faces dos outros. Para testar esta hipótese, dois grupos de participantes (doentes com tuberculose e grupo de controlo) responderam a um questionário com 23 fotografias de faces (neutras, ambíguas, e não ambíguas) onde identificaram o tipo de emoção e a sua intensidade, com as escalas de Consciência do Estigma, Rejeição Interpessoal Relacionada com o Estigma e Sensibilidade à Rejeição, e questões sociodemográficas. Os resultados mostram uma diferença de comportamento dos dois grupos. Os efeitos dão-se a nível das emoções negativas, com o grupo de controlo a identificar mais nojo, mas o grupo dos doentes a identificar mais medo e raiva. Este estudo ajuda a perceber melhor a forma como os doentes com tuberculose avaliam e constroem o seu mundo social.

Palavras-Chave: Tuberculose; Estigma; Expectativas de preconceito; Perceção de Emoções; Psicologia

da Saúde. Mauro Bianchi

COPELABS, University Lusófona Edificio U, 1º piso, Campo Grande 388 1749-024 Lisboa

968533495

mauro.bianchi@ulusofona.pt

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SER JOVEM EM PORTUGAL: EFEITOS DA DISCRIMINAÇÃO ETÁRIA NA SAÚDE DOS JOVENS PORTUGUESES

Sibila Marques1, Ana Lourenço1, Joana Paixão1, João Mariano1 & Miguel R. Ramos2

1ISCTE-IUL, 2University of Oxford, UK

Vivemos num contexto de grandes dificuldades para os jovens em Portugal. A situação de precariedade laboral e a falta de oportunidades obriga muitas vezes a uma imigração forçada que lhes limita as oportunidades de um futuro digno no seu país. Uma percentagem considerável dos jovens portugueses revela mesmo sentir-se discriminado apenas por “ser jovem”. Neste conjunto de estudos procuramos, de forma inovadora, compreender os efeitos da perceção de discriminação face à idade na saúde dos jovens portugueses. No Estudo 1, comparamos através de um design quasi-experimental os efeitos do desemprego nos níveis de depressão e bem-estar dos jovens. Comparam-se dois grupos de jovens mulheres empregadas (n=40) e desempregadas (n=33), com características sócio-economicas semelhantes (Midade = 28.08). Tal como esperado, os resultados revelam níveis mais elevados de depressão e mal- estar nas mulheres desempregadas. De forma inovadora, verificamos ainda que este efeito é parcialmente explicado pela perceção de discriminação face à idade. No estudo 2, testamos num estudo experimental 2x2 (n= 80; Midade = 23.21), os efeitos da manipulação da frequência e da legitimidade da discriminação etária em jovens nos seus níveis de saúde (depressão, ansiedade, bem-estar). Os resultados revelaram piores níveis de saúde quando os jovens percebem a discriminação face à idade como muito frequente e legítima. Estes resultados serão discutidos à luz das teorias em Psicologia Social da Saúde.

Palavras-Chave: jovens, idadismo, desemprego

Sibila Marques

Centro de Investigação e de Intervenção Social, ISCTE-IUL Av. das Forças Armadas

1649-026 Lisboa 00351968621220

sibila.marques@iscte.pt

https://www.researchgate.net/profile/Sibila_Marques

COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL NA ADOLESCÊNCIA: O PAPEL DE CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS NUM FENÓMENO SOCIAL

Alice Murteira Morgado & Maria da Luz Vale Dias1

1Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra

Os comportamentos antissociais são mais prevalentes na adolescência em relação a outras etapas do ciclo vital, constituindo um desafio assinalável já que ocorrem numa etapa em que os indivíduos enfrentam importantes tarefas de construção de identidade e estabelecimento de relações sociais de forma saudável. A presente investigação estudou as relações entre comportamento antissocial e características individuais (género, personalidade, competências sociais, autoconceito e perceção de ambiente familiar) numa amostra ocasional de 489 adolescentes. Foi solicitado o preenchimento das versões portuguesas do Youth Self-Report, Questionário de Personalidade de Eysenck, Escala de Autoconceito de Piers Harris e Social Skills Questionnaire, tendo os encarregados de educação preenchido a versão portuguesa do Child Behaviour Checklist. Os resultados revelam diferenças significativas entre rapazes e raparigas e, de um modo geral, entre adolescentes com maior e menor tendência antissocial. É também confirmado o papel da personalidade, empatia, autoconceito e perceção do ambiente familiar, quer no comportamento antissocial autorrelatado, quer no comportamento agressivo reportado pelos pais. São delineadas estratégias, com base nos resultados obtidos, para intervir junto da população geral, no sentido de promover um desenvolvimento sócioafetivo saudável na adolescência e, assim, prevenir a um nível primário a escalada de comportamentos desviantes neste estádio de desenvolvimento.

Palavras-Chave: adolescência, comportamento antissocial, prevenção, promoção da saúde

Alice Murteira Morgado

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação Rua do Colégio Novo

192

916460456

alicemmorgado@gmail.com

A EXPOSIÇÃO À VIOLÊNCIA INTERPARENTAL, A VINCULAÇÃO PARENTAL E OS SINTOMAS SOMÁTICOS DAS CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR.

Ângela Romão, Maria Luísa Lima, & Lígia Monteiro

ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa

A exposição das crianças à violência interparental constitui o foco central desta investigação, uma vez que estas crianças são vulneráveis a problemas de ordem comportamental, emocional, cognitiva e fisiológica que poderão afetar o seu desenvolvimento. O presente estudo tem como principal objetivo analisar em que medida a exposição das crianças à violência interparental física está relacionada com maiores níveis de somatização. Pretende-se ainda entender o papel do stress psicológico como mediador e o da vinculação segura como moderadora nesta relação. Neste sentido espera-se que maiores níveis de exposição à violência interparental e stress psicológico levem a maiores níveis de somatização e, que estes últimos, reduzam na presença de maiores níveis de vinculação segura. Para este estudo participou uma amostra normativa constituída por 80 crianças com idades entre os 8 e 12 anos e respetivas mães. Às crianças foi aplicada uma medida de exposição à violência interparental, stress psicológico e de sintomas somáticos e às mães uma medida de representação da vinculação e de somatização da criança. Os resultados demonstram que a exposição das crianças se relaciona de forma significativa e direta com os níveis de somatização e que o stress psicológico mediou parcialmente esta relação. A vinculação segura moderou a relação entre o stress psicológico e os níveis de somatização da criança mas não moderou a relação entre a exposição à violência e a somatização.

Palavras-Chave: Violência Interparental, Somatização, Stress, Vinculação, Crianças idade escolar.

Ângela dos Santos Romão

asros1@iscte.pt

angela_romao@hotmail.com

912538088

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