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SIMPÓSIO: AJUSTAMENTO PSICOLÓGICO DE MÃES E PAIS NA GRAVIDEZ E PÓS-PARTO: INVESTIGAÇÃO E INTERVENÇÃO NUM

MUNDO EM MUDANÇA

Coordenadores - Bárbara Figueiredo, Escola de Psicologia, Universidade do Minho

bbfi@psi.uminho.pt

Maria Cristina Canavarro, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra

mccanavarro@fpce.uc.pt

O presente simpósio pretende analisar e discutir algumas questões de investigação e intervenção, a propósito do ajustamento psicológico de mães e pais na gravidez e pós-parto, emergentes no contexto da Psicologia da Saúde num mundo em mudança.

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No contexto da investigação, o ajustamento psicológico do homem na gravidez e pós-parto, bem como os processos bio-psicológicos potencialmente associados ao ajustamento psicológico de mulheres e homens na gravidez e pós-parto serão analisados.

No contexto da intervenção, o uso das novas tecnologias de informação/comunicação no quadro da educação e saúde na gravidez e pós-parto é analisado, procurando responder à pergunta "que mães/futuras mães utilizam a Internet para questões relacionadas com saúde mental"? As barreiras psicológicas à procura dos serviços de apoio psicológico por parte das mães no pós-parto são também exploradas, num outro estudo.

Endereço para correspondência (Coordenador) Bárbara Figueiredo Escola de Psicologia Universidade do Minho Campus de Gualtar 4710-057 Braga 253604656

Endereço para correspondência (Coordenador) Maria Cristina Canavarro

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação Universidade de Coimbra

Rua do Colégio Novo 3001-802 Coimbra 239851450

DEPRESSÃO NO HOMEM E AJUSTAMENTO E ATITUDES PATERNAS DURANTE A TRANSIÇÃO PARA A PARENTALIDADE

Tiago Pinto & Bárbara Figueiredo

Escola de Psicologia, Universidade do Minho

A sintomatologia depressiva no homem pode afetar o ajustamento e atitudes paternas, nomeadamente a forma como este perceciona a relação conjugal e sexual, a gravidez e o bebé-dimensões importantes do ajustamento psicológico do homem durante a transição para a parentalidade. Os objetivos deste estudo foram analisar os efeitos da sintomatologia depressiva no homem no ajustamento e atitudes paternas durante a transição para a parentalidade. No 1º trimestre de gestação e 6 meses pós-parto, 128 homens preencheram medidas de autorrelato da sintomatologia depressiva e ajustamento e atitudes paternas. Efeitos da sintomatologia depressiva foram encontrados. No 1º trimestre, homens com elevada sintomatologia depressiva revelaram menor qualidade na relação conjugal, menos atitudes positivas face à relação sexual, à gravidez e ao bebé. Efeitos da interação do tempo e da sintomatologia depressiva foram encontrados. Entre o 1º trimestre e os 6 meses pós-parto, comparados com homens com baixa sintomatologia depressiva, homens com elevada sintomatologia depressiva revelaram maior diminuição na qualidade da relação conjugal e diminuição das atitudes positivas face à relação sexual, à gravidez e ao bebé (não encontrada nos homens com baixa sintomatologia depressiva). Os resultados sugerem efeitos da sintomatologia depressiva no homem no 1º trimestre e efeito moderador da sintomatologia depressiva no homem no ajustamento e atitudes paternas durante a transição para a parentalidade

Palavras-Chave : Sintomatologia depressiva; relação conjugal; relação sexual; atitudes face à gravidez

e bebé Tiago Pinto

Escola de Psicologia, Universidade do Minho

a57408@alumni.uminho.pt

ADAPTAÇÃO E NÍVEIS DE CORTISOL EM MÃES E PAIS DURANTE A GRAVIDEZ E APÓS O PARTO

Ana Conde1 & Bárbara Figueiredo2

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A maioria das dimensões hormonais envolvidas na adaptação dos pais à transição para a parentalidade foram recolhidas com mães, sendo inconsistentes os resultados que associam mudanças hormonais à sintomatologia ansiosa e depressiva dos pais neste período. Os objetivos deste estudo foram analisar as mudanças nos níveis de cortisol na urina de 24 horas, desde o 2º trimestre de gravidez até aos 3 meses pós-parto, comparando mulheres e homens e participantes com elevada vs baixa ansiedade/depressão no 2º trimestre. 26 mulheres e 22 homens (N = 48) foram recrutados e avaliações repetidas dos níveis de cortisol na urina de 24 horas e da sintomatologia ansiosa (STAI-E) e depressiva (EPDS) foram obtidas no 2º e 3º trimestres e 3 meses pós-parto. O mesmo padrão de mudança nos níveis de cortisol, caracterizado pelo aumento entre o 2º e 3º trimestre e uma diminuição entre o 3º trimestre e os 3 meses após o parto, foi observado na generalidade das mães e pais. Este padrão nos níveis de cortisol mostrou-se alterado nos participantes deprimidos no 2º trimestre - os quais apresentavam uma diminuição e não um aumento dos níveis de cortisol entre o 2º e 3º trimestre - mas não nos participantes com elevada ansiedade. Os resultados clarificam um padrão típico de mudança nos níveis de cortisol durante a transição para a parentalidade em pais (mulheres e homens) e sugerem um possível padrão atípico associado ao desajustamento psicológico dos pais.

Palavras-Chave: cortisol; urina de 24 horas; (des)adaptação; transição para a parentalidade; pais

Ana Conde

Universidade Portucalense

anac@upt.pt

AMAMENTAÇÃO E DEPRESSÃO NA GRAVIDEZ E PÓS-PARTO

Bárbara Figueiredo1, Cláudia Dias1, Sónia Brandão2, Catarina Canário1 & Tiffany Field2

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Escola de Psicologia, Universidade do Minho, 2Instituto de Ciências Biomedicas Abel Salazar, Universidade do Porto. 3University of Miami Medical School

Têm sido sugeridos efeitos benéficos da amamentação para a saúde e desenvolvimento do bebé. Contudo, os efeitos que amamentação pode ter na saúde e bem-estar da mãe necessitam ainda de cuidada investigação. Os objetivos deste estudo foram analisar o efeito da depressão pré-natal e pós- parto na amamentação e o efeito da amamentação na depressão pós-parto, procurando esclarecer processos associados à emergência de depressão pós-parto. 145 mulheres preencheram o EPDS no 1º, 2º e 3º trimestre de gestação, período neonatal e 3 meses pós-parto. O autorrelato de amamentação exclusiva foi recolhido no parto e aos 3, 6 e 12 meses pós-parto. Os valores de depressão ao 3º trimestre, mas não aos 3 meses pós-parto, foram os melhores preditores da duração da amamentação exclusiva. Assistiu-se a uma diminuição significativa nos valores de depressão entre o parto e os 3 meses pós-parto nas mulheres que mantiveram a amamentação exclusiva por 3 ou mais meses pós- parto. A avaliação da sintomatologia depressiva durante a gravidez pode ajudar a identificar as mulheres em risco de cessação precoce da amamentação exclusiva e a amamentação exclusiva pode ajudar a reduzir a incidência de depressão na mulher 3 meses pós-parto. A discussão dos resultados será acompanhada dos resultados preliminares de outros estudos que esclarecem os processos biológicos e psicológicos que podem explicar como a amamentação exclusiva pode ajudar a reduzir a incidência de depressão na mulher pós-parto.

Palavras-Chave: depressão pré-natal; amamentação; depressão pós-parto

Bárbara Figueiredo

Escola de Psicologia, Universidade do Minho

bbfi@psi.uminho.pt

QUE MÃES/FUTURAS MÃES UTILIZAM A INTERNET PARA QUESTÕES RELACIONADAS COM SAÚDE MENTAL?

Stephanie Alves, Ana Fonseca, Maria Cristina Canavarro & Marco Pereira

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Com o desenvolvimento de novas tecnologias de informação/comunicação, a procura de informação sobre saúde recorrendo à Internet tem vindo a crescer. O objetivo deste estudo foi caracterizar o padrão de utilização de Internet para questões relacionadas com saúde mental de mães/futuras mães e analisá- lo em função de características sociodemográficas e clínicas. Neste estudo transversal e quantitativo, participaram 546 mulheres (57% no pós-parto). O protocolo de avaliação incluiu um questionário de dados sociodemográficos, clínicos e de utilização de Internet, a Escala de Depressão Pós-Parto de Edinburgh e a escala Ehealth Literacy. A maioria das participantes já utilizou a Internet para pesquisar sobre sintomas psicopatológicos (59.9%) mas menos sobre opções de tratamento (33.5%); poucas pesquisaram sobre (27.5%), ou interagiram online com (6%), profissionais de saúde. As participantes com sintomatologia depressiva ou com história de psicopatologia recorrem mais à Internet neste contexto. Níveis elevados de literacia acerca das m-health associaram-se a baixos níveis de sintomatologia depressiva e a elevados valores de utilização de Internet. A maioria das mães/futuras mães recorre à Internet para obter informação sobre saúde mental, sobretudo aquelas com presença ou história prévia de dificuldades emocionais. As mulheres com menos sintomatologia depressiva parecem ter mais conhecimento sobre os recursos online disponíveis.

Palavras-Chave: Internet; M-health; Saúde mental; Período perinatal

Stephanie Alves

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra

stephanie.alves17@hotmail.com

O QUE DETERMINA A PROCURA DE SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL NO PERÍODO PERINATAL? O PAPEL DA VINCULAÇÃO E DO ESTIGMA

Ana Fonseca, Sheila Silva & Maria Cristina Canavarro

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra

Apesar da prevalência significativa da depressão perinatal e dos seus efeitos negativos a nível familiar, as mulheres tendem a não procurar ajuda formal. Neste trabalho pretendemos examinar o papel das representações de vinculação nas intenções de procura de ajuda formal, examinando o papel mediador das atitudes face à procura de ajuda. Mulheres a vivenciar uma gravidez e/ou nos primeiros 12 meses pós-parto responderam a questionários para avaliar representações de vinculação (ECR-RS), atitudes (IAPSSM) e intenções de procura de ajuda formal (GHSQ). Os resultados indicam que representações de vinculação mais inseguras predizem níveis mais baixos de indiferença ao estigma (p<.001). A indiferença ao estigma prediz a intenção de procura de ajuda formal (p=.02). O efeito das representações de vinculação na intenção de procura de ajuda ocorre indiretamente, via indiferença ao estigma (p<.01). De forma congruente com outros estudos, o estigma assume-se como uma importante barreira à procura de ajuda formal, por parte das mulheres, para lidar com problemas de saúde mental. As mulheres com representações de vinculação insegura tendem a ser mais suscetíveis à influência do estigma, estando por isso em maior risco de não obter ajuda profissional, e devendo ser foco de particular atenção. Estes resultados reforçam a necessidade de os profissionais de saúde delinearem estratégias para reduzir o estigma acerca da depressão no período perinatal.

Palavras-Chave: vinculação; estigma; serviços de saúde mental; período perinatal

Ana Fonseca

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra

adfonseca@fpce.uc.pt

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