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SIMPÓSIO: CUIDADOS INFORMAIS À POPULAÇÃO IDOSA E MUITO IDOSA: IMPACTO, CUSTOS E EVIDÊNCIAS DE INTERVENÇÃO

Coordenador- Oscar Ribeiro, Universidade de Aveiro Moderador- Constança Paúl, ICBAS-UP

Este simpósio debruça-se sobre a problemática dos cuidados informais a pessoas idosas e muito idosas e coloca em evidências três componentes importantes dessa experiência: as repercussões psicossociais e de saúde inerentes à adopção do papel de cuidador (distress psicológico, sobrecarga), os fatores de influência nos custos desta atividade desde uma perspectiva económica, e os benefícios de programas de intervenção psicoeducativa destinados a essa população. O simpósio inicia com uma comunicação sobre o impacto psicológico dos cuidados familiares prestados a uma população em rápido crescimento em Portugal (centenários), expondo algumas das particularidades presentes em relações filiais de longa duração, e depois avança com duas comunicações que têm como base programas de intervenção psicoeducativa. A primeira centra-se na realidade dos cuidadores de pessoas idosas sobreviventes de AVC e coloca em destaque a importância da capacitação do cuidador em contexto domiciliário; a segunda, expõe os resultados de dois programas de intervenção comunitária distintos (um destinado a cuidadores de idosos sem patologia específica e outro a cuidadores de idosos com demência) no distress psicológico do cuidadores. Finalmente, a última comunicação expõe o valor potencial dos cuidados informais na vida familiar através de uma abordagem assente no método de avaliação económica do bem-substituto. As várias comunicações que compõem este simpósio apontam para a necessidade de reconhecer realidades emergentes (longevidade avançada) e prementes (custos) da prestação informal de cuidados, bem como de evidenciar os importantes contributos que a Psicologia da Saúde tem na análise da experiência de cuidar de pessoas mais velhas e na estruturação de modalidades de intervenção com significado.

Oscar Ribeiro

Universidade de Aveiro Departamento de Educação Universidade de Aveiro Campus Universitário de Santiago

45

3810-193 AVEIRO

PORTUGAL

oribeiro@ua.pt

DISTRESS PSICOLÓGICO EM FILHOS CUIDADORES DE CENTENÁRIOS

Daniela Brandão1, Oscar Ribeiro2, Constança Paúl3

1FMUP; UNIFAI-ICBAS-UP, 2UA e ISSSP; CINTESIS-UP, 3ICBAS-UP; CINTESIS-UP

Cuidar de uma pessoa centenária é uma realidade cada vez mais comum, dado o aumento exponencial do seu número. Este papel de cuidador está frequentemente associado a impactos negativos, como sejam níveis elevados de distress. Este estudo analisou presença de sintomatologia ansiosa e de depressão numa amostra de filhos cuidadores de centenários. Foi considerada uma amostra de 43 filhos participantes nos projetos PT100 Porto e PT100 Beira Interior. Os sintomas de ansiedade e depressão foram avaliados através da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS). Variáveis sociodemográficas (e.g. idade) e da situação de cuidados (e.g. horas de cuidado) e do cuidador (e.g. sobrecarga) foram testadas para identificar diferenças entre cuidadores com e sem sintomatologia. Os cuidadores (Midade=67,1; DP=6.67) apresentavam maiores níveis de ansiedade (M=6,98, DP=4,8) que depressão (M=5,98, DP=4,2). Cerca de 35% dos cuidadores apresentavam valores clínicos de ansiedade, 23% de depressão, e 16% ambos os sintomas. O nível de distress psicológico revelou estar relacionado com uma menor satisfação de vida, maior sobrecarga e pior saúde subjetiva. O distress psicológico parece ser uma realidade importante nestes cuidadores. Avaliar de forma cuidadosa estes sintomas será relevante para entender melhor as exigências do cuidado nesta etapa da vida, e planear intervenções e serviços adequados para estes cuidadores.

Palavras-chave: centenários; cuidadores informais; ansiedade; depressão; sobrecarga

Daniela Brandão

FMUP; UNIFAI-ICBAS-UP

danielasfbrandao@gmail.com

O CUIDADO INFORMAL A PESSOAS IDOSAS SOBREVIVENTES DE AVC: INTERVIR PARA CAPACITAR

Odete Araújo1, Isabel Lage1

1ESE-UMinho

Apesar dos avanços nos cuidados de saúde, permitindo que mais sobreviventes de AVC vivam no domicílio cuidados pelas famílias, a evidência científica sugere que os cuidadores reportam insatisfação com a quantidade, qualidade da informação e do suporte recebido, bem como a relevância da implementação de programas de intervenção psicoeducativa baseados na resolução de problemas e na aquisição de competências práticas para a diminuição da sobrecarga dos cuidadores. O estudo teve como objectivo avaliar um programa de intervenção na diminuição de sobrecarga destes cuidadores no 1º (M1) e 3º (M2) mês após a intervenção. Estudo quasi-experimental, realizado com uma amostra de 174 cuidadores informais de pessoas idosas dependentes sobreviventes de AVC, os quais foram distribuídos pelo grupo experimental (n=85) e pelo grupo controlo (n=89). A investigação decorreu nos domicílios de famílias da região norte. Presença de uma interação estatisticamente significativa entre o grupo e o tempo (p<0,001); verificaram-se elevados níveis de sobrecarga no 1º e 3º mês no grupo de controlo, comparativamente com o grupo experimental, no qual se verificou uma diminuição após o follow-up (M2). A capacitação de cuidadores de sobreviventes de AVC constitui um elemento fundamental no âmbito das intervenções disponíveis para diminuir a sobrecarga presente nesta população.

Palavras-chave: cuidadores informais; AVC; sobrecarga; capacitação

Odete Araújo

ESE-UMinho

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INTERVENÇÕES PSICOEDUCATIVAS E DISTRESS PSICOLÓGICO EM CUIDADORES INFORMAIS: ANÁLISE DE DOIS PROJETOS COMUNITÁRIOS

Sara Alves1, Maria João Azevedo2, Daniela Brandão3, Mafalda Duarte4

1ICBAS.UP; UNIFAI, 2UNIFAI-ICBAS.UP, 3FMUP e UNIFAI-ICBAS.UP, 4ISAVE e UNIFAI-ICBAS.UP

As exigências do cuidado informal, associadas ao impacto que esta tarefa poderá ter na saúde do cuidador, têm aumentado a preocupação com este grupo. É fundamental intervir com cuidadores informais (CI) mas também perceber qual o verdadeiro impacto destas intervenções. O presente estudo compara o efeito no distress psicológico de dois programas de intervenção psicoeducativa distintos. Foi considerada uma amostra de 168 CI de pessoas dependentes participantes em dois projetos de intervenção comunitária (Cuidar de Quem Cuida e Cuidar em Casa). O distress psicológico foi avaliado com recurso à General Health Questionnaire 12 (GHQ-12). Foram testadas diferenças nas variáveis sociodemográficas (e.g. idade) e da situação de cuidados (e.g. horas de cuidado) dos CI dos diferentes grupos para verificar a existência de diferenças entre as intervenções psicoeducativas ao nível do distress psicológico. De um modo geral, os resultados apontam para uma diminuição entre os momentos de pré-teste e pós-teste em ambos os programas, apesar de existirem diferenças nas metodologias adotadas. A aposta na implementação programas psicoeducativos para CI deve ser reforçada, bem como a sensibilização dos profissionais da psicologia da saúde e da área social para a sua importância numa ótica de trabalho em rede.

Palavras-chave: psicoeducação; cuidadores informais; distress psicológico

Sara Alves

ICBAS.UP

ssafalves@gmail.com

FATORES DE INFLUÊNCIA NOS CUSTOS DOS CUIDADOS INFORMAIS À POPULAÇÃO IDOSA E MUITO IDOSA

Cátia Luz Pires1, Laetitia Teixeira2, Oscar Ribeiro3, Susana Oliveira4

1

FEP.UP e UNIFAI.ICBAS.UP, 2ICBAS.UP, 3UA e ISSSP; CINTESIS.UP, 4FEP.UP

A heterogeneidade inerente aos cuidados informais torna a sua avaliação económica um desafio. Este estudo avalia a influência das características do cuidador informal, da pessoa idosa e/ou contexto de prestação de cuidados, sobre o número de horas/dia de cuidados prestados e, a partir deste, determina o custo dos cuidados informais. A amostra (n=384) decorre de 5 projetos de investigação e intervenção comunitária realizados no âmbito dos cuidados informais prestados à população idosa e muito idosa (2009-2014). Foi calculado o custo dos cuidados para cada contexto, utilizando a mediana e o método de avaliação económica do bem-substituto. Os principais resultados apontam para um custo dos cuidados informais de 548€/semana (mediana=24h) no contexto de coabitação, ou de ausência de serviços formais, ou do receptor de cuidados ser centenário. Destaca-se que a presença de apoio formal representa uma poupança nos custos informais de 319.5€/semana; e os cuidados a centenários um gasto acrescido de 182.6€/semana. Os custos obtidos evidenciam o valor potencial dos cuidados informais na vida familiar e reivindicam a necessidade de uma estruturação de políticas e serviços de apoio adequados às circunstâncias, também elas exigentes do ponto de vista psicológico, que estes cuidadores enfrentam.

Palavras-chave: cuidados informais; idosos; avaliação económica

Cátia Luz Pires

FEP.UP e UNIFAI.ICBAS-UP

catialuzpires@gmail.com

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