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SIMPÓSIO INTERVENÇÕES DE MODIFICAÇÃO COMPORTAMENTAL EM SAÚDE

Coordenador- Cristina Isabel Albuquerque Godinho, University College London; Instituto

Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), CIS-IUL

Moderador- Marta Marques, CIPER, Faculdade de Motricidade Humana, U. Lisboa

Nos últimos anos tem-se assistido ao uso progressivo da teoria e evidência empírica para o desenvolvimento de intervenções de mudança de comportamentos de saúde. A utilização de modelos teóricos em intervenções permite não apenas contribuir para o desenvolvimento de intervenções potencialmente mais eficazes, como constitui também uma oportunidade de testar os pressupostos teóricos subjacentes. Objectivo: O objectivo deste simpósio é o de reunir um conjunto de intervenções baseadas em diversas perspectivas teóricas da mudança comportamental (e.g., modelos de auto- regulação, Teoria de Auto-Determinação, Health Action Process Approach, Modelo de Crenças da Saúde). Relevância: As temáticas apresentadas espelham necessidades e desafios cada vez mais prementes no contexto global – tais como a ameaça colocada por pandemias e as decorrentes das mudanças rápidas ocorridas nos estilos de vida das populações, nomeadamente ao nível da actividade física e da alimentação, com implicações na gestão do peso e saúde oral. Sumário: Distinguem-se, neste conjunto de estudos, os comportamentos, as populações-alvo e os formatos da intervenção, apresentando-se o desenvolvimento de uma intervenção de promoção da auto-regulação do comportamento alimentar em crianças e adolescentes (comunicação 1); o desenvolvimento de um programa digital para a gestão do peso (comunicação 2); o impacto de uso de uma câmara intraoral na consulta na adesão a comportamentos de higiene oral (comunicação 3); o impacto de diversos tipos de mensagem na promoção da vacinação contra a gripe pandémica (comunicação 4). A diversidade de abordagens teóricas e populações-alvo permite ilustrar como a teoria pode ser aplicada ao desenvolvimento de intervenções em diversos domínios. No final do simpósio, será discutido o crescimento da ciência da mudança comportamental, ao nível da sistematização de teorias, técnicas e investigações associadas, assim como as limitações e desafios futuros para a investigação nesta área.

Cristina Isabel Albuquerque Godinho

University College London; Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), CIS-IUL CIS - Centro de Investigação e Intervenção Social, ISCTE-IUL

Av. das Forças Armadas 1649-026 Lisboa

cristina_isabel_godinho@iscte.pt

Marta Marques

CIPER, Faculdade de Motricidade Humana, U. Lisboa

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AUTORREGULAÇÃO NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Tânia Gaspar1, 2, Margarida Gaspar de Matos2, Teresa Santos2, Equipa Aventura Social2

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Universidade Lusíada de Lisboa, 2FMH/UL & ISAMB/UL

O Projeto europeu TEMPEST foi financiado pelo 7º programa quadro, contou com participação de 9 países, incluindo Portugal, e visou o estudo do papel da autorregulação e dos fatores macrossociais na Prevenção da Obesidade em Crianças e Adolescentes. No estudo de caso Português foram utilizadas metodologias quantitativas e qualitativas de recolha e análise de dados. Foi desenvolvida e validada uma escala de autorregulação do comportamento alimentar, culturalmente válida nos 9 países Europeus; foi avaliado o impacto das relações interpessoais e do ambiente na autorregulação e foram produzidos diversos materiais de divulgação. A nível micro, individual foram identificadas três dimensões e seis estratégias de autorregulação no âmbito do comportamento alimentar relacionadas com estratégias de promoção de comportamentos saudáveis, estratégias de evitamento alimentar, reformulação dos significados da alimentação, motivação e procura de conhecimento. Foram encontradas diferenças de género, e de idade. A nível meso ressalvam-se alguns aspetos necessários para obtenção e manutenção de uma alimentação saudável, nomeadamente o modelo parental e o modelo do grupo de pares. As tentações do ambiente também desempenham um papel relevante. Este projeto é um exemplo de como a investigação e a pertença a redes de investigação podem apoiar na influência do poder político no desenvolvimento de estratégias nacionais de prevenção da obesidade pediátrica baseadas na evidência.

Palavras-chave: Autorregulação; Comportamento alimentar; Obesidade; Excesso de peso;

Adolescência

Tânia Gaspar

Universidade Lusíada de Lisboa; FMH/UL & ISAMB/UL

tania.gaspar@edu.ulusiada.pt

DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTAS DIGITAIS PARA A GESTÃO DO PESO A LONGO PRAZO: O PROJETO NOHOW

Marta M. Marques1, António L. Palmeira1, Pedro J. Teixeira1, Equipa NoHoW1

1CIPER, Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa

Os programas de perda de peso são úteis para ajudar as pessoas a perder peso, mas não se destinam a apoiar na manutenção do o peso perdido. O NoHoW é um projeto financiado pelo Programa Horizonte 2020 que reúne especialistas em mudança comportamental, em tecnologias da informação e comunicação e em obesidade/gestão do peso, com vista ao desenvolvimento, implementação e avaliação da eficácia de um programa dirigido à manutenção da perda do peso alcançado de forma bem sucedida, baseado nas teorias e técnicas de mudança comportamental mais eficazes. Numa primeira fase, foram recolhidas novas evidências sobre como é que as pessoas alteram e mantêm novos comportamentos. Partindo deste conhecimento, criou-se um Toolkit para a manutenção do peso perdido que inclui aplicações digitais (web-apps) e outras tecnologias de ponta, tais como balanças inteligentes e monitores de atividade, que permitem dar feedback aos participantes com base em modelos de previsão personalizados. O Toolkit será testado com participantes de vários países europeus, utilizando um delineamento controlado, que permitirá comparar a eficácia de intervenção dirigida a componentes motivacionais e de autorregulação, regulação emocional e do stress e uma combinação de ambas. Nesta comunicação, apresentar-se-á o processo de desenvolvimento do Toolkit, o seu conteúdo e os resultados do estudo piloto realizado com utilizadores.

Palavras-chave: Gestão do peso, Atividade física, Autorregulação, Motivação, Aplicações digitais

Marta Marques

CIPER, Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa

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EFEITOS DO USO DE UMA CAMARA INTRAORAL NOS COMPORTAMENTOS DE HIGIENE ORAL EM PACIENTES ADULTOS COM GENGIVITE

Mário Rui Araújo1, Maria João Alvarez1, Cristina A. Godinho2

1

Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, 2University College London; Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), CIS-IUL

Determinar a melhoria da eficácia dos comportamentos de higiene oral, fundamentais para a saúde gengival, após introdução de uma câmara intraoral (CIO) na consulta. Realizou-se um estudo clínico durante 4 meses em 78 adultos com gengivite. Os grupos de controlo e experimental realizaram uma consulta de tratamento periodontal, cuja única diferença foi a utilização de uma CIO no grupo experimental. Foram avaliadas variáveis comportamentais (comportamentos de higiene oral), psicológicas por auto-relato (expetativas de resultado, autoeficácia, planeamento e opinião sobre a utilização da CIO), e clínicas por observação directa (índice de hemorragia: BOMP). No início, o nível de gengivite mostrou-se elevado (BOMP=1.6). A maioria escovava os dentes diariamente, embora 80% nunca usasse fio dentário. Os pacientes do grupo experimental melhoraram significativamente o nível de hemorragia (p <. 01) após 4 meses, bem como os hábitos de utilização de fio dentário (p < .01) e os níveis de autoeficácia (p < .05). A avaliação do uso da CIO foi muito positiva. O uso da CIO ajuda a melhorar significativamente os determinantes clínicos, comportamentais e psicológicos da saúde gengival até 4 meses após do início do tratamento. A CIO pode ser considerada uma ferramenta importante para ajudar os profissionais de saúde oral a conseguirem melhores resultados terapêuticos e de mudança de comportamentos dos seus pacientes a curto e médio prazo.

Palavras-chave: Câmara intraoral; Higiene oral; Uso de fio dentário; Gengivite

Mário Rui Araújo

Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa

mra@meo.pt

AVALIAÇÃO DE MENSAGENS DE PROMOÇÃO DE VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE PANDÉMICA

Cristina A. Godinho1, 2, Lucy Yardley 3, Emma Beard1, Afrodita Marcu4

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University College London, 2Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), CIS-IUL, 3University of Southampton, 4University of Surrey

A vacinação é uma forma eficaz de prevenir a transmissão da gripe, especialmente relevante durante uma pandemia. Apesar de inúmeras campanhas, as taxas de vacinação contra o H1N1 em 2009-10 foi consideravelmente baixa. Este estudo procurou testar o efeito de diferentes mensagens na intenção de vacinação. Realizou-se um estudo experimental online com uma amostra representativa da população Inglesa (n = 1424). Após um cenário de pandemia, os participantes leram uma de quatro mensagens: folheto oficial (longo) ou uma de três mensagens curtas baseadas na teoria: a versão curta do folheto, dirigida a preditores da vacinação, ou outra enfatizando adicionalmente a severidade da gripe e os benefícios da vacinação (enquanto redução de riscos ou promoção de saúde). A mensagem curta conduziu a maior intenção de vacinação (F (1, 699) = 27.93, p< .001, η2 = .04), sendo este efeito explicado pelo aumento da percepção de susceptibilidade, relevância e arrependimento antecipado, e menores custos percebidos. A intenção não foi maior quando adicionalmente enfatizada a severidade e benefícios, e a mensagem de promoção não foi mais eficaz do que a mensagem centrada nos riscos. Futuras campanhas devem considerar o uso de mensagens curtas, baseadas na teoria, apresentando, de forma transparente, informação sobre a gripe pandémica e medidas de prevenção, susceptibilidade relativamente à infecção, bem como eficácia e segurança da vacina.

Palavras-chave: Vacinação; Gripe pandémica; Mensagens de saúde; Preditores comportamentais;

Enquadramento

Cristina A.Godinho

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cristina_isabel_godinho@iscte.pt

O PROJETO EUROFIT*: O FUTEBOL AO SERVIÇO DA ALTERAÇÃO COMPORTAMENTAL EM SAÚDE

Marlene N. Silva1, 2,, Hugo V. Pereira3, Jennifer La Guardia3, Pedro J. Teixeira3

1CIPER- Self-Regulation Group, Departamento de Desporto e Saúde Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de

Lisboa, 2FEFD-ULHT, 3EuroFIT Consortium

O projeto EuroFIT pretende testar o impacto e potencial disseminação de uma intervenção comunitária (desenvolvida em clubes de futebol) na alteração de estilos de vida de adeptos do sexo masculino, procurando-se capitalizar a ligação ao clube e a identidade percebida.

Estudo pragmático, multicêntrico, com distribuição aleatória e controlado, a decorrer em 15 clubes de primeira liga de Portugal, Inglaterra, Holanda e Noruega. Por clube foram recrutados 80 participantes (30-65 anos) com um IMC≥27kg/m2. A intervenção é sustentada pela Teoria da Autodeterminação. Pretende-se apresentar o estudo, os objetivos principais, descrever o programa de intervenção e apresentar dados preliminares da aplicação portuguesa. O programa contém 12 sessões semanais, conduzidas por treinadores dos clubes, em grupo, incluindo componentes práticas e discussão, bem como um toolkit de ferramentas fundamentais à autorregulação dos comportamentos ligados ao exercício e alimentação. Integra também novas tecnologias de suporte à auto- monitorização e desenvolvimento de motivações autónomas.

Os principais indicadores a avaliar objetivamente são a atividade física e tempo sedentário. Complementarmente serão avaliados: IMC, perímetro da cintura, pressão arterial, marcadores biológicos de risco, alimentação, indicadores de saúde física, psicossocial e motivacional, avaliados no curto (0 e 3 meses) e longo prazo (12 meses). Será também avaliada a relação custo/beneficio e o processo de implementação.

Palavras-chave: Sedentarismo, Autorregulação, Pragmatic RCT, Motivação Autónoma

Marlene N. Silva

Investigadora Associada, CIPER- Self-Regulation Group, Departamento de Desporto e Saúde Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa, Professora Auxiliar, FEFD-ULHT

Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa


mnsilva@fmh.ulisboa.pt


SIMPÓSIO: ESTILOS DE VIDA, ATITUDES E PRÁTICAS DE SAÚDE DOS

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