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SIMPÓSIO: RELAÇÕES SOCIAIS E SAÚDE EM CONTEXTOS LABORAIS E INTERCULTURAIS: IMPORTÂNCIA E DESAFIOS PARA A

PSICOLOGIA DA SAÚDE.

Coordenador- Lyria Maria dos Reis, Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais

- CEMRI - Universidade Aberta

Moderador- Lyria Maria dos Reis, Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais -

CEMRI - Universidade Aberta

As migrações contemporâneas são uma realidade no mundo global. Milhares de indivíduos deixam as suas famílias, suas casas, relações sociais e vão em busca de outros espaços para viver, seja dentro do seu próprio país ou em outros, seja por livre vontade ou forçadamente devido a motivos económicos, guerras, alterações climáticas e/ou outros problemas biopsicossociais que enfrentam. Os processos migratórios atuais são complexos e as pessoas que migram necessitam de se integrar socialmente na nova cultura e nos novos espaços sociais e laborais em que vão habitar, trabalhar e conviver. Essa integração deve realizar-se em todos os aspectos da vida quotidiana. A integração nos diversos contextos facilitará o desenvolvimento do sentimento de pertença e a integração psicossocial que levará a uma melhor adaptação e saúde do imigrante no novo país em que escolheu viver. Este processo levará a uma melhoria das relações sociais, do bem-estar e da qualidade de vida destes indivíduos e famílias. Este simpósio e proposta de trabalhos tem como objectivo trazer contributos no domínio das relações sociais e saúde, sendo eles: Integração e saúde da Comunidade Hindu em Portugal; Cidadanias aprisionadas de brasileiros imigrantes ilegais: Implicações na saúde e qualidade de vida; Saúde, Segurança e Qualidade do Trabalho e Grupos de Suporte - A experiência do Grupo Acolhida da Casa do Brasil de Lisboa.

Lyria Maria dos Reis

Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais - CEMRI - Universidade Aberta Rua da Escola Politécnica, 141

1269-001 - Lisboa - Portugal

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INTEGRAÇÃO E SAÚDE DA COMUNIDADE HINDU EM PORTUGAL

Ivete Monteiro1, Natália Ramos2, Cristina Vieira2

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Centro Hospitalar de Lisboa Central, Hospital Dona Estefânia; CEMRI, Universidade Aberta, 2Universidade Aberta, CEMRI

A vinda das famílias hindus para Portugal verificou-se sobretudo nos anos 80, com o processo de descolonização ocorrido em África. Este percurso trouxe alterações nas dinâmicas familiares e sociais, insegurança laboral e transformações nas representações, hábitos e estilos de vida. Estas modificações provocaram disfuncionamentos psíquicos e físicos e o questionamento das práticas culturais e educacionais transmitidas pela família. Este estudo identifica principais dificuldades sentidas pela comunidade hindu aquando da sua vinda para Portugal e analisa como essas dificuldades influenciaram a sua saúde. Foram efetuadas entrevistas a elementos desta comunidade, realizando-se em seguida análise de conteúdo. Na integração dos hindus assistiu-se sobretudo a uma combinação de práticas tradicionais com as preconizadas no país de acolhimento. É frequente nas gerações mais velhas, o recurso a plantas medicinais, a práticas mágico/religiosas e a rituais protetores de saúde. Constata-se nas gerações mais novas a valorização das práticas do país de acolhimento e do modelo biomédico de saúde. Esta alteração pode levar ao abandono de práticas milenares de protecção e saúde e ao confronto com outras práticas culturais. A análise das implicações destas mudanças para os indivíduos e famílias é importante para a Psicologia da Saúde, no sentido de ir ao encontro às suas necessidades e potenciar os benefícios de uma articulação informada e consciente a nível da saúde.

Palavras-chave: famílias hindus; saúde e cultura; aculturação e migração; comunidade hindu em

Portugal; relações sociais, migração e saúde

Ivete Monteiro

Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediatria no Hospital Dona Estefânia; Investigadora do Grupo de Investigação “Saúde, Cultura e Desenvolvimento”, CEMRI, UAb; Doutoranda da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade de Coimbra

ivete.monteiro@gmail.com

CIDADANIAS APRISIONADAS DE BRASILEIROS IMIGRANTES ILEGAIS: IMPLICAÇÕES NA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

Ieda Franken Rodrigues1, Natália Ramos 2

1Universidade Federal da Paraíba, UFPB, Departamento de Psicologia, João Pessoa, 2Universidade Aberta, CEMRI, Lisboa

Os movimentos migratórios fazem parte das exigências do mundo globalizado atual. Constatamos o drama de indivíduos e famílias obrigados a abandonar o lugar onde nasceram e a enfrentar novos problemas que podem comprometer sua saúde e qualidade de vida. Nesta pesquisa qualitativa desenvolvida à luz da teoria das representações sociais, utilizou-se a entrevista enquanto dispositivo enunciativo. Foram entrevistadas 12 mães que migraram ilegalmente com suas famílias e/ou com filhos menores para a cidade de Genebra/Suíça. Constatou-se que embora percepcionem como positiva a sua qualidade de vida, desfrutando de emprego, moradia, meio de transporte e escola pública para os filhos, enfrentam preocupações, ansiedade e medos quanto ao seu presente e futuro e de seus filhos, pois estão em situação de ilegalidade, vivendo numa sombra social e identitária, não existindo como cidadãos de plenos direitos. Com a cidadania aprisionada, comprometem seus direitos e relações sociais presentes e futuros e também a sua saúde, bem estar e qualidade de vida. Os seus filhos serão marcados com a chegada da maioridade pela condição de não cidadão, repetindo como os pais uma cidadania aprisionada pela falta de documentos, que lhes ofereça legalidade e identidade para viver e trabalhar no país recetor. Conclui-se que a situação de ilegalidade compromete a saúde e bem-estar destes imigrantes. Sugerem-se estudos mais amplos e aprofundados sobre as famílias imigrantes ilegais.

Palavras-chave: relações sociais e saúde; identidade; cidadania; imigrantes e famílias ilegais; saúde e

qualidade de vida

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