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SIMPÓSIO: SONO E PROBLEMAS DE SONO NA CRIANÇA NUM MUNDO EM MUDANÇA

Coordenadores - Bárbara Fernandes de Carvalho Figueiredo, Escola de Psicologia, Universidade do Minho

bbfi@psi.uminho.pt

Maria Luísa Torres Queiroz de Barros, Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa

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O presente simpósio pretende analisar e discutir alguns determinantes do comportamento e problemas de sono da criança, no contexto da Psicologia da Saúde num mundo em mudança. Os estudos apresentados, realizados com bebés, crianças pequenas e crianças em idade escolar, dão conta do contributo de uma série de factores que afectam o comportamento do sono da criança e/ou estão associados a problemas de sono na criança. O efeito das diferenças individuais (como sejam, as características à nascença e o temperamento da criança), bem como o efeito das práticas parentais (por exemplo, o tipo de aleitamento do bebé e as estratégias parentais de regulação do comportamento na criança pequena), no comportamento e problemas de sono da criança, é evidenciado nos estudos apresentados. Os procedimentos de avaliação, compreensão e intervenção nos problemas de sono da criança, no âmbito da Psicologia da Saúde num mundo em mudança, são analisados neste simpósio.

Endereço para correspondência (Coordenador) Bárbara Fernandes de Carvalho Figueiredo

Escola de Psicologia, Universidade do Minho Campus de Gualtar 4710-057 Braga 253604656

Endereço para correspondência (Coordenador) Maria Luísa Torres Queiroz de Barros

Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Alameda da Universidade, 1649-013 Lisboa

DIFERENÇAS INDIVIDUAIS E TRAJETÓRIAS DE DESENVOLVIMENTO DO SONO DO BEBÉ NOS PRIMEIROS SEIS MESES DE VIDA

Bárbara Figueiredo1, Cláudia Dias1 & Tiffany Field2

1Escola de Psicologia, Universidade do Minho, 2University of Miami Medical School, USA

Apesar das diferenças individuais no comportamento de sono do bebé importa saber a variabilidade e comportamento normativo do sono nos primeiros 6 meses de vida. Este estudo explorou diferenças individuais e valores normativos nas trajetórias de desenvolvimento do comportamento de sono do bebé às 2 semanas, 3 e 6 meses. 114 mães preencheram medidas de comportamento de sono do bebé às 2 semanas, 3 e 6 meses. O número total de horas de sono diminui progressivamente durante os primeiros 6 meses, aumentando as horas de sono durante a noite, principalmente nos primeiros 3 meses, mas diminuindo as horas de sono durante o dia, principalmente entre os 3 e os 6 meses. O período mais longo de sono durante a noite aumenta e os despertares noturnos diminuem principalmente nos primeiros 3 meses, enquanto o período mais longo de sono durante o dia diminui principalmente entre os 3 e 6 meses. Os bebés com baixo índice ponderal à nascença apresentam uma trajetória de desenvolvimento menos ótima e um atraso no desenvolvimento do comportamento de sono ao longo dos primeiros 6 meses. Aos 6 meses, os bebés do sexo masculino apresentam um comportamento de sono mais imaturo do que os bebés do sexo feminino. Este estudo descreve as trajetórias de desenvolvimento do comportamento de sono do bebé nos primeiros 6 meses de vida, apresentando valores normativos e evidenciando o efeito de diferenças individuais, como o do índice ponderal à nascença e sexo do bebé.

Palavras-Chave: comportamento de sono; índice ponderal; sexo

Bárbara Figueiredo

Escola de Psicologia, Universidade do Minho

bbfi@psi.uminho.pt

HÁBITOS E PROBLEMAS DE SONO NA CRIANÇA PEQUENA: O PAPEL DO TEMPERAMENTO

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1

Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, 2Centro de Investigação em Ciências Psicológicas, Universidade de Lisboa, 3University of Georgia, USA

Tem sido reconhecida a importância das diferencias individuais, nomeadamente o temperamento, na predisposição para o desenvolvimento de problemas de sono na criança pequena. Para além das diferenças individuais nas dimensões, é importante identificar padrões de temperamento com maior predisposição para as dificuldades relacionadas com o sono. O objetivo deste estudo foi o de identificar padrões de temperamento na criança pequena com maior associação a problemas de sono. Participaram 230 pais de crianças entre os 2 e os 6 anos, que completaram questionários de temperamento e de hábitos e dificuldades de sono do filho. Foi realizada uma análise de clusters para o temperamento e exploradas as associações entre a pertença a cada cluster e os problemas de sono. Foram identificados quatro clusters de crianças com temperamento fácil, médio, inibido e pouco autorregulado. Cinco problemas de sono estavam diferencialmente associados aos padrões de temperamento. As crianças “Fáceis” apresentaram frequências mais baixas para todos os problemas de sono. Os resultados reforçam a importância do temperamento para o estudo dos problemas de sono na infância, sugerindo que crianças com um padrão inibido ou pouco autorregulado apresentam maior probabilidade de desenvolver problemas de sono e apontando direções importantes para as ações preventivas.

Palavras-Chave – problemas de sono; temperamento Luísa Barros

Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa

lbarros@psicologia.ulisboa.pt

AMAMENTAÇÃO E SONO DO BEBÉ AOS 6 MESES

Cláudia Dias1, Bárbara Figueiredo1 & Tiffany Field2

1Escola de Psicologia, Universidade do Minho, 2University of Miami Medical School

Dados inconsistentes têm sido apresentados sobre o efeito do tipo de aleitamento no sono do bebé. Este estudo examinou o comportamento de sono do bebé às 2 semanas, 3 e 6 meses de acordo com amamentação exclusiva, aleitamento misto e aleitamento artificial aos 6 meses. 94 mães preencheram medidas relativas ao tipo de aleitamento aos 6 meses e comportamento de sono do bebé (24 horas, dia e noite) às 2 semanas, 3 e 6 meses. Bebés amamentados exclusivamente aos 6 meses despertam menos (24 horas) aos 3 meses do que bebés em aleitamento misto e passam mais horas acordados, despertam mais e apresentam um período de sono mais longo menor (24 horas e noite) aos 6 meses do que bebés em aleitamento artificial. Não foram encontradas diferenças entre amamentação exclusiva e aleitamento artificial no sono aos 3 meses, nem entre amamentação exclusiva e aleitamento misto no sono aos 6 meses. Contudo, diferenças foram encontradas entre aleitamento misto e aleitamento artificial. Bebés em aleitamento misto aos 6 meses despertam mais aos 3 (24 horas) e 6 meses (24 horas e noite) do que bebés em aleitamento artificial. Este estudo contribuiu para a investigação e prática clínica do sono do bebé, ao sugerir diferenças no comportamento de sono do bebé de acordo com o tipo de aleitamento aos 6 meses. Sendo a amamentação exclusiva recomendada até aos 6 meses de idade do bebé, importa saber o efeito do tipo de aleitamento no comportamento de sono do bebé.

Palavras-Chave: amamentação exclusiva; aleitamento artificial; aleitamento misto; comportamento de

sono

Cláudia Dias

Escola de Psicologia, Universidade do Minho

cdias@psi.uminho.pt

PROBLEMAS DE SONO E DE COMPORTAMENTO NA CRIANÇA PEQUENA E ESTRATÉGIAS PARENTAIS

Ana Rita Goes1 & Luísa Barros2

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Os problemas de sono na criança pequena têm sido associados coma a adaptação comportamental global. No entanto, os processos explicativos dessa associação ainda carecem de melhor compreensão. Alguns autores sugerem que esta associação pode ser explicada pelas dificuldades mais gerais dos pais para regular o comportamento dos filhos. O objetivo deste estudo foi o de examinar a associação entre o sono da criança pequena e a adaptação comportamental, controlando os efeitos das estratégias de disciplina parental e os comportamentos parentais relacionados com o sono da criança. Participaram 222 pais de crianças entre os 2 e os 6 anos. Os pais completaram um conjunto de questionários sobre padrões, hábitos e dificuldades de sono do filho; estratégias educativas e problemas comportamentais. Verificámos que o score total e o score de problemas de comportamento do SDQ podem ser explicados pela interação entre a resistência a ir para a cama e o tempo para adormecer, estratégias educativas inconsistentes e a partilha da cama, os resultados para o score de internalização não foram significativos. Os resultados obtidos sugerem que a associação entre o sono e o comportamento pode ser explicada por algumas estratégias parentais de regulação do comportamento dos filhos.

Palavras-Chave: problemas de sono; problemas de comportamento; estratégias educativas

Ana Rita Goes

Centro de Investigação em Ciências Psicológicas, Universidade de Lisboa

anarita.goes@gmail.com

PROBLEMAS E HÁBITOS DE SONO NA IDADE ESCOLAR: CONSISTÊNCIA NO RELATO DE CRIANÇAS, MÃES E PAIS

Margarida Santos1,2, Elisabete Carolino1 &Ana Guimarães2

1Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, 2Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa

Os problemas de sono são comuns na infância, mas tendem a ser subavaliados e subtratados. Pais e filhos nem sempre coincidem na forma como avaliam rotinas e problemas de sono. Os objetivos deste estudo foram identificar problemas e hábitos de sono em crianças de idade escolar, relatados por mães, pais e por crianças e avaliar a consistência entre relatos. Participaram 232 crianças e seus pais responderam ao Sleep Self Report. e o Children´s Sleep Habits, respetivamente. Relatos de pai e mãe coincidem quanto à hora de deitar, de levantar, e número de horas dormidas e apresentam valores mais negativos nas dimensões “resistência em ir para a cama” e “sonolência diurna”. Verificam-se diferenças significativas entre os relatos de mães e pais na maioria das dimensões (sonolência, parassónias e ansiedade), com valores mais negativos reportados pelas mães. As crianças relatam valores mais negativos no “acordar”, “ter pesadelos” e “acordar durante a noite”. Encontraram-se algumas correlações significativas positivas, mãe-criança (e.g. “medos” e “acordar de manha”) e, em número muito menor, entre pai e criança.

Palavras-Chave: problemas de sono; rotinas de sono; relatos

Margarida Santos

Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa; Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa

mmsantos@psicologia.ulisboa.pt

SIMPÓSIO: AJUSTAMENTO PSICOLÓGICO DE MÃES E PAIS NA

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