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(86) A avaliação da situação económica da indústria da União incluiu uma avaliação de todos os indicadores económicos que influenciaram a situação da indústria da União no período considerado.

(87) Tal como mencionado nos considerandos 18 e 19, recorreu-se à amostragem para avaliar a situação económica da indústria da União.

(88) Para efeitos da determinação do prejuízo, a Comissão distinguiu entre indicadores de prejuízo macroeconómicos e microeconómicos. A Comissão analisou os indicadores macroeconómicos com base nos dados facultados pela indústria da UE e noutros dados macroeconómicos setoriais, tais como os da OCDE-FAO, e analisou os indicadores microeconómicos com base nos dados constantes das respostas ao questionário dos produtores da União incluídos na amostra. Os dois conjuntos de dados foram considerados representativos da situação económica da indústria da União.

(89) Os indicadores macroeconómicos incluem: produção, capacidade de produção, utilização da capacidade, volume de vendas, parte de mercado, crescimento, emprego, produtividade, amplitude da margem de dumping e recuperação de anteriores práticas de dumping.

(90) Os indicadores microeconómicos incluem: preços unitários médios, custo unitário, custo da mão de obra, existências, rendibilidade, cash flow, investimentos, retorno dos investimentos e capacidade de obtenção de capital. 4.5.2. Indicadores macroeconómicos (17)

4.5.2.1. Produção, capacidade de produção e utilização da capacidade

(91) No período considerado, a produção, a capacidade de produção e a utilização da capacidade totais da União evoluíram do seguinte modo:

Quadro 5

Produção, capacidade de produção e utilização da capacidade

2017 2018 2019 Período de inquérito de reexame

Volume de produção (toneladas) 12 639 715 13 166 083 13 931 438 13 984 220 Índice 100 104 110 111 Capacidade de produção (toneladas) 16 047 231 16 707 893 16 862 595 17 529 047 Índice 100 104 105 109 Utilização da capacidade (%) 79 79 83 80 Índice 100 100 105 101

Fonte: informações facultadas pelo requerente e pelos produtores da União incluídos na amostra. (17) Os dados macroeconómicos basearam-se nos dados da UE-27, excluindo os dados relativos ao Reino Unido.

(92) A produção da União passou de 12,6 milhões de toneladas, em 2017, para 14,0 milhões de toneladas, no PIR, o que representa um aumento de 11% no período considerado. Numa situação de subida do consumo de 22% no período considerado, a indústria da União reagiu positivamente aumentando a sua produção.

(93) Ao mesmo tempo, a capacidade de produção aumentou 9% no período considerado, tendo atingido 17,5 milhões de toneladas no PIR. A indústria da União desenvolveu a sua capacidade para responder à procura crescente. Segundo um relatório (18), esta expansão da capacidade diz sobretudo respeito à produção de óleo vegetal tratado com hidrogénio (HVO).

(94) Em resultado do aumento simultâneo da produção e da capacidade de produção, a utilização da capacidade manteve-se estável durante o período considerado (cerca de 80%).

4.5.2.2. Volume de vendas e parte de mercado

(95) No período considerado, o volume de vendas e a parte de mercado da indústria da União evoluíram do seguinte modo:

Quadro 6

Volume de vendas e parte de mercado

2017 2018 2019 Período de inquérito de reexame

Volume de vendas no mercado da União (toneladas) 12 305 049 11 988 560 11 962 754 13 190 560 Índice 100 97 97 107 Parte de mercado (%) 89 78 76 78 Índice 100 87 85 88

Fonte: informações facultadas pelo requerente e pelos produtores da União incluídos na amostra.

(96) A indústria da União aumentou as suas vendas no mercado da União de 12,3 milhões de toneladas, em 2017, para 13,2 milhões de toneladas, durante o PIR (+ 7%).

(97) Como o consumo na União aumentou 22% devido ao menor aumento do volume de vendas efetivo, a parte de mercado da indústria da União diminuiu, passando de cerca de 89%, em 2017, para 78%, no PIR. Esta diminuição da parte de mercado está relacionada com o aumento das importações provenientes de países terceiros, sobretudo a partir de 2018 (considerando 80).

4.5.2.3. Crescimento

(98) Diversos indicadores (produção, capacidade de produção, vendas, emprego) mostram o crescimento positivo da indústria da União durante o período. No entanto, trata-se de um crescimento moderado, quando comparado com a evolução do consumo de biodiesel no mesmo período. Na realidade, a parte de mercado da indústria da União diminuiu no período de referência.

4.5.2.4. Emprego e produtividade

(99) No período considerado, o emprego e a produtividade evoluíram do seguinte modo: Quadro 7

Emprego e produtividade

2017 2018 2019 Período de inquérito de reexame

Número de trabalhadores 2 643 3 126 3 527 3 909 Índice 100 118 133 148 Produtividade (toneladas/ trabalhador) 4 782 4 211 3 950 3 577 Índice 100 88 83 75

Fonte: informações facultadas pelo requerente e pelos produtores da União incluídos na amostra.

(100) No período considerado, o número de trabalhadores passou de 2 643 para 3 909, o que representa um aumento do emprego de 48%.

(101) Ora, como o crescimento da produção foi menos significativo (+ 11%), esta situação resultou numa diminuição da produtividade (-25%).

4.5.2.5. Amplitude da margem de dumping e recuperação de anteriores práticas de dumping

(102) Como se explica no considerando 42, não foi possível determinar a existência de dumping no período de inquérito de reexame. Por conseguinte, o inquérito incidiu sobre a probabilidade de reincidência de dumping, caso as medidas anti-dumping fossem revogadas.

(103) No reexame da caducidade anterior, a indústria da União dera sinais de estar a recuperar dos efeitos das anteriores práticas de dumping. No período considerado do presente inquérito de reexame da caducidade, o processo de recuperação continuou, como o atesta a tendência favorável verificada nos principais indicadores de prejuízo da indústria da União.

4.5.3. Indicadores microeconómicos (19)

4.5.3.1. Preços e fatores que influenciam os preços

(104) No período considerado, o preço de venda unitário médio ponderado cobrado pelos produtores da União incluídos na amostra a clientes independentes na União evoluiu do seguinte modo:

Quadro 8

Preços de venda na União

2017 2018 2019 Período de inquérito de reexame

Preço de venda unitário médio na União no mercado total (euros/tonelada) 834 801 771 771 Índice 100 96 92 92

(19) Os indicadores microeconómicos baseiam-se nos dados da UE-28, incluindo o Reino Unido. Atendendo ao volume reduzido de vendas dos produtores da União incluídos na amostra no Reino Unido (cerca de 1,1% da média das vendas na UE desse produtores no PIR), o impacto das transações relativas ao Reino Unido nas conclusões sobre o prejuízo parece ser mínimo, pelo que a utilização de dados relativos à UE-27 não teria alterado as conclusões sobre o prejuízo importante.

Preço médio dos óleos vegetais (Índice) 100 86 81 86 Custo unitário da produção (euros/ tonelada) 828 778 760 755 Índice 100 94 92 91

Fonte: empresas incluídas na amostra, FAO para o índice de preços do petróleo vegetal.

(105) No período considerado, o custo de produção diminuiu 9% (passando de 828 euros/tonelada para 755 euros/tonelada), devido, em parte, à redução do preço dos óleos vegetais, que registou uma tendência descendente neste período. Embora nem todo o biocombustível seja produzido a partir de óleos vegetais, o preço destes óleos é um bom indicador do preço do principal input utilizado na produção de biodiesel.

(106) Os preços de venda médios diminuíram 8%, passando de 834 euros/tonelada em 2017 para 771 euros/tonelada no PIR, o que pode estar relacionado com a tendência descendente observada no preço de produção.

4.5.3.2. Custo da mão de obra

(107) No período considerado, os custos médios da mão de obra dos produtores da União incluídos na amostra evoluíram do seguinte modo:

Quadro 9

Custos médios da mão de obra por trabalhador

2017 2018 2019 Período de inquérito de reexame

Custos médios da mão de obra por

trabalhador (euros)

63 785 70 533 72 306 72 533

Índice 100 111 113 114

Fonte: empresas incluídas na amostra.

(108) O custo médio da mão de obra das empresas incluídas na amostra aumentou 14% no PIR. As repercussões desta variação são pouco expressivas, pois o custo da mão de obra representa apenas cerca de 3% do custo total de produção.

4.5.3.3. Existências

(109) No período considerado, os níveis das existências dos produtores da União incluídos na amostra evoluíram do seguinte modo:

Quadro 10

Existências

2017 2018 2019 Período de inquérito de reexame

Existências finais (toneladas) 99 868 126 345 124 567 114 216 Índice 100 127 125 114 Existências finais em percentagem da produção (%) 0,8 1,0 0,9 0,8 Índice 100 121 113 103

(110) O nível das existências manteve-se estável, correspondendo a cerca de 1% da produção. Trata-se de um rácio muito baixo que indica que o setor está em condições de produzir por encomenda e de limitar as existências. Este sistema é necessário para evitar que o biodiesel se degrade.

4.5.3.4. Rendibilidade, cash flow, investimentos, retorno dos investimentos e capacidade de obtenção de capital (111) No período considerado, a rendibilidade, o cash flow, os investimentos e o retorno dos investimentos dos produtores

da União incluídos na amostra evoluíram do seguinte modo: Quadro 11

Rendibilidade, cash flow, investimentos e retorno dos investimentos

2017 2018 2019 Período de inquérito de reexame

Rendibilidade das vendas na União a clientes independentes (% do volume de negócios das vendas)

0,96 2,13 1,78 2,84

Índice 100 223 186 297

Cash flow (euros) 45 139 254 10 723 312 54 431 877 58 021 678

Índice 100 24 121 129 Investimentos (euros) 40 430 425 20 634 073 34 169 705 17 028 015 Índice 100 51 85 42 Retorno dos investimentos (%) 22 29 25 44 Índice 100 128 112 198

Fonte: empresas incluídas na amostra.

(112) A Comissão determinou a rendibilidade dos produtores da União incluídos na amostra através do lucro líquido, antes de impostos, das vendas do produto similar a clientes independentes na União, em percentagem do volume de negócios dessas vendas. A rendibilidade manteve-se a um nível baixo, tendo, no entanto, evidenciado uma tendência ligeiramente positiva no período considerado, quando aumentou de 1% para 3%, o que pode estar relacionado com a redução do custo de produção das empresas incluídas na amostra (-9%). No entanto, esta média dissimula grandes disparidades entre os produtores da União incluídos na amostra; algumas empresas não registaram quaisquer lucros. (113) O cash flow líquido é a capacidade de os produtores da União autofinanciarem as suas atividades. A tendência do cash

flow líquido evoluiu positivamente no final do período considerado (em 2019 e no primeiro semestre de 2020), mas, em 2018, o cash flow diminuiu de forma acentuada. A queda de 2018 reflete sobretudo a situação específica de uma das empresas incluídas na amostra, que tem um modelo de negócios especial, sendo a tendência bastante estável no que se refere às outras duas empresas incluídas na amostra.

(114) No que diz respeito aos investimentos nas empresas incluídas na amostra, não se observou uma tendência clara no período considerado. Os investimentos de uma ou de outra empresa incluída na amostra, ou a sua ausência, levam a que o nível de investimento aumente ou desça de um ano para o outro. Os investimentos foram limitados, representando cerca de 1% a 2% do volume de negócios no período considerado.

(115) O retorno dos investimentos, que corresponde ao lucro expresso em percentagem do valor contabilístico líquido dos investimentos, evoluiu positivamente no período considerado, mantendo-se elevado durante o PIR. No entanto, este retorno dos investimentos elevado está relacionado sobretudo com o baixo valor contabilístico líquido dos investimentos e não com lucros elevados.