• Nenhum resultado encontrado

6 – E STUDO COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO DO SOLO NO CONCELHO DE M ONTIJO 1998-2007

O concelho de Montijo, passou por inúmeras transformações ao longo dos últimos anos, principalmente a partir de 1998, ano de abertura da Ponte Vasco da Gama. Deste modo, a elaboração deste estudo em que se analisa a ocupação do solo em 1998 e 2007 toma especial importância para a Câmara Municipal e em termos específicos, para os trabalhos de revisão do PDM, actualmente em curso.

O grande objectivo do trabalho, mais do que a caracterização da ocupação de uma forma estática num dado momento, foi o de percepcionar e caracterizar as transformações da ocupação do solo neste período de 10 anos, compreendido entre 1998 e 2007, correspondendo aos 10 primeiros anos de vigência do PDM, como também os primeiros 10 anos do funcionamento da Ponte Vasco da Gama.

Deste modo torna-se possível tentar perceber quais foram os efeitos sobre a ocupação destes dois factores, obtendo a caracterização das transformações de ocupação do solo através das transferências entre classes e também a sua localização no território.

Deste modo, o trabalho desenvolvido seguidamente pretende ilustrar e quantificar quanto território foi transferido entre cada classe (quanto é que cada uma deu e recebeu, em termos de área), quais foram os territórios que permaneceram inalterados e quais as principais áreas de transformação.

Assim, torna-se possível uma análise, por freguesia, em que se percepcionam os principais eixos de desenvolvimento urbano, a dinâmica de produção agrícola e agro-florestal ou o grau de preservação do coberto vegetal ou dos espaços naturais.

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX

Quadro 21 – Matriz de transformação do solo no Território Oeste

CODIGO ACO AEC AEMI AENE AFE AFPB AFPM AFS AICLA ANO AP CE EF ES EVU HO IP MVA OL PM PO PR PT SA SP VN

Ho 36875 45550 0 14725 0 0 0 0 52550 47425 8025 837450 28525 0 0 4530825 1200300 0 0 2275 59800 0 0 0 0 119325

Ip 396150 535550 4900 123125 655200 0 0 0 308750 876675 15175 307425 44000 0 68375 1043025 12020625 0 0 40050 157075 0 151125 0 0 2100

Mva 0 0 0 0 374025 0 260325 0 0 0 0 0 0 0 67175 0 0 3401600 0 0 0 0 0 0 0 0

TOTAL 616175 4785850 103150 2269025 1039800 359600 1777300 379000 4066525 1564300 1203850 1198825 964925 6110025 489650 6102375 14587825 3413975 82625 538650 2146550 149400 231875 810725 1233250 133225

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX

Quadro 22 – Matriz de transformação do solo no Território Este

CODIGO ACO AEC AEMI AENE AFE AFPB AFPM AFS AICLA ANO AP AZ CE EF EVU HO IP LA MVA OL PM PO PT VN

Aco 52250 0 0 3850 0 0 0 0 0 0 71300 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Aec 0 173625 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Aemi 0 0 120075 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 24925 0 0 0 0 0 0

Aene 0 49625 0 2665900 1875 0 0 0 0 0 0 0 3850 0 0 0 2975 0 0 0 0 1400 0 0

Afe 0 0 58750 28050 65795600 454575 185900 475875 371025 0 0 0 1005925 23500 35375 284900 2822175 775 255450 83725 5200 0 0 1206875

Afpb 0 0 13675 5875 68450 1546175 10250 0 0 0 0 0 11250 0 0 0 20050 0 48050 0 0 0 0 7350

Afpm 0 0 0 18575 1353150 34075 12187600 0 0 0 0 0 53600 0 0 725 279875 0 2600 0 0 0 0 0

Afs 0 0 0 0 698850 18250 715425 102186775 0 0 0 0 132575 50 0 750 463475 21750 0 73450 5650 0 12300 165325

Aicla 0 0 0 0 0 0 0 0 926800 0 0 0 0 0 0 0 8400 0 0 0 0 0 0 0

Ano 0 0 0 29450 0 0 0 0 0 3975 0 0 0 0 0 0 0 0 0 11050 0 0 0 0

Ap 0 0 0 5825 0 0 0 0 3000 0 1061125 0 31425 15575 0 6650 152825 3550 0 0 0 0 3100 0

Az 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 306600 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ce 0 26000 44975 74100 11000 2900 46550 1875 12725 0 45550 0 21521075 287425 0 1581475 2723250 2150 52400 26425 24025 12000 0 843950

Ef 0 0 0 0 50 0 0 1350 0 0 0 0 121050 718875 0 5100 131550 0 0 0 0 4550 0 25

Evu 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 95025 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ho 11300 0 0 44225 0 0 25700 68225 51525 0 11275 0 2249050 52200 0 14083250 2728725 225 124525 45275 45175 66975 344875 742650

Ip 0 101550 27400 194075 355500 34400 308925 180700 187825 0 34725 0 3629950 111950 6600 1000625 11439400 25 554075 187075 53450 63725 30225 730225

La 0 0 20850 0 0 1275 0 275 0 0 0 0 3425 0 0 0 10100 597975 0 0 0 0 0 0

Mva 0 0 0 0 0 9100 0 0 0 0 0 0 64200 0 0 46875 43125 0 2770225 5250 375 10175 0 0

Ol 0 0 0 1400 7250 0 0 0 9225 0 11275 0 150550 0 0 900 119400 0 0 1622900 2825 11425 0 172650

Pm 0 11275 0 39925 0 0 0 10075 8625 0 275 0 303600 0 0 117100 102125 0 100 16575 1739675 25475 0 4425

Po 0 2800 0 68700 0 4825 0 0 0 0 0 0 359500 3700 0 131625 572975 1175 0 6725 24425 518350 0 88475

Pt 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16250 0 0 0 202325 0 0 0 0 0 0 0

Vn 0 0 0 50825 205875 0 12150 22400 2475 0 950 0 1484675 8150 0 211950 932925 0 7200 48775 81525 23475 0 11268475

TOTAL 63550 364875 285725 3230775 68497600 2105575 13492500 102947550 1573225 3975 1236475 306600 31141950 1221425 137000 17471925 22755675 652550 3814625 2127225 1982325 737550 390500 15230425

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX

Os quadros 21 e 22, apresentadas nas páginas anteriores, representam as matrizes gerais de alterações de classes entre 1998 e 2007.

Esta matriz é conseguida pelo processamento da informação em formato vectorial, para um formato raster (a que foi aplicado um pixel de 5 metros), que posteriormente calcula e organiza em matriz todas as tranferências de classe, tal como se apresenta nestes quadros.

As linhas e eixos representam as diversas classes que ocorrem em cada território, sendo que a leitura no sentido vertical representa, para cada coluna, o total da área de cada classe em 2007, sendo cada linha o valor com que cada classe contribuiu para esse total. O eixo das matrizes ilustra a quantidade de território que se manteve na classe entre 1998 e 2007, permitindo perceber a dinâmica de alteração em cada classe.

Calculando a percentagem de área que se manteve na classe, avalia-se a sua estabilidade, ao mesmo tempo que se torna possível identificar a proveniência, em termos de ocupação, das transferências de área.

No sentido inverso, a leitura em linha permite identificar a área que cada classe cedeu às restantes, entre 1998 e 2007.

Esta matriz geral das transformações do solo constituiu a verdadeira base da análise das alterações da ocupação do solo entre a COSM 1998 e a COSM 2007, a partir da qual se partiu para a análise desagregada por freguesia destas transformações, que se apresenta seguidamente.

Esta análise por freguesia pretendeu dar um passo mais à frente naquilo que é usual neste tipo de estudos (e perante os meios colocados ao dispor da equipa do Gabinete de Informação Geográfica, responsável pelo estudo), uma vez que, para além desta quantificação, se pretendeu localizar no território cada mancha que sofreu alteração entre um e outro momento, permitindo igualmente avaliar a classe original e a classe final de ocupação em cada polígono.

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Afonsoeiro

Na freguesia de Afonsoeiro registam-se 74 manchas em que ocorreram alterações de classe entre 1998 e 2007, que totalizam uma área de 150.8Ha (35.8% da freguesia sofreu alterações).

A figura 88, apresentada seguidamente, ilustra a ordenação destas alterações, segundo a classe de destino, que acaba por configurar o perfil de ocupação do solo registado em 2007.

Pela sua análise regista-se que a classe Ano, que regista mais de 42Ha ganhos, foi a classe que mais cresceu neste período, principalmente pelo fecho da circular externa e das operações de loteamento e Este e Norte do núcleo de Afonsoeiro.

A elevada expansão urbanística registada na freguesia fez com que as restantes classes mais significativas configurem uma ocupação urbana, nomeadamente Aec, Aicla e Aco, que evoluíram ao longo dos perímetros de Afonsoeiro e Pau Queimado, perfilando um eixo de sentido N-S, de expansão urbana e industrial, claramente vincado e apoiado na circular.

Destaque-se, ainda, a classe Ip, que regista cerca de 14Ha ganhos, através de solos que entram em inculto, na expectativa de urbanização.

Gráfico 61 – Alterações na ocupação, por classe de destino, na freguesia de Afonsoeiro

0

Ano Aec Aicla Aco Ip Ca Aene Evu Pm

Área (Ha)

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Figura 104 – Alterações de classe na freguesia de Afonsoeiro (98/07)

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Alto Estanqueiro – Jardia

A freguesia de Alto Estanqueiro – Jardia, registou 229 manchas com alteração de classe, que totalizam 251.9Ha (22.9% da sua superfície.

A figura 89 ilustra a ordenação, por classe das transformações ocorridas neste período. Estas revelam-se de natureza bastante diversa das registadas em Afonsoeiro, revelam-sendo a clasrevelam-se Ip, com 110.7Ha, a que mais ganhou área, destacando-se a estagnação da actividade agrícola, como o grande fenómeno na ocupação desta freguesia, seguindo-se a classe Ca, mas mas somando apenas 54.7Ha ganhos (refira-se que poderão sempre haver áreas perdidas por classe, que aqui não se encontram contabilizadas, principalmente em classes mais voláteis como as culturas anuais, podendo estes valores ser analisados na matriz geral, por território).

De destacar, ainda, os 28Ha da classe Aicla, que se revestem de um valor acrescido, uma vez que as classes de edificado, à partida, não cederão território.

Relativamente a este território, refira-se que o padrão territorial das alterações de classe não permite a identificação de áreas específicas, tal é o carácter pulverizado das mesmas.

Gráfico 62 – Alterações na ocupação, por classe de destino, na freguesia de Alto Estanqueiro - Jardia

0.00

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Figura 105 – Alterações de classe na freguesia de Alto Estanqueiro (98/07)

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Atalaia

Atalaia registou alterações em 65 polígonos, que totalizam uma área de 66.6Ha, o que significa que ocorreram alterações em 25.4% da superfície.

Gráfico 63 – Alterações na ocupação, por classe de destino, na freguesia de Atalaia

0.00

O gráfico 63, apresentado acima, revela como principais destinos as classes Ip, com cerca de 19Ha e Aec, com 16Ha. O grau de urbanização desta freguesia, ainda que em termos absolutos não seja significativos, é determinante para a realidade desta freguesia. As alterações das classes Aec e também Aco e Ano, concentradas em torno do núcleo principal e ao longo do eixo da Estrada municipal que liga os núcleos de Atalaia e Alto Estanqueiro, são bem visíveis na figura t.t, apresentada na página seguinte.

Com relevância em termos de superfície, refiram-se as classes Ca, Pt e Pm, que registam ganhos significativos em termos relativos, apesar do domínio de Ip indicar claramente o sentido da estagnação da actividade produtiva do sector.

Surgem ainda alguns perímetros de áreas edificadas não estruturadas, excêntricas ao núcleo principal, com destaque para a área localizada a NO, no lugar de Carotes.

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Figura 106 – Alterações de classe na freguesia de Atalaia (98/07)

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Montijo

A freguesia de Montijo registou a maior área absoluta com alterações do território Oeste, com 387.7Ha, distribuídos por 225 manchas que revelam concentração em três áreas distintas. A área total alterada, nesta freguesia representa, no entanto, apenas 14-5% da área da freguesia.

Gráfico 64 – Alterações na ocupação, por classe de destino, na freguesia de Montijo

0 pelas classes Afe e Afpm, correspondentes ao plantio de eucaliptal e pinhal. A classe Afe, ganha aqui especial destaque, sendo a que mais recebeu, com 101Ha ganhos entre 98 e 2007.

Seguem-se as classes Aec e Ano, com 68Ha e 52.4Ha, que correspondem aos maiores aumentos desta classe no concelho e se localizam na frente de expansão para NE e Este, como se pode verificar na mesma figura e a que se deverão juntar as classes Aco, Evu e ainda Aicla, todas estas contribuindo para consolidar estas frentes de expansão urbana da cidade de Montijo.

As classes Ca e Ip, juntamente com um conjunto de outras classes que revelam bastante menor expressão nas áreas agrícolas e ainda com o surgimento de alguns núcleos não estruturados, configuram o terceiro conjunto de transformação do território desta freguesia, localizado ao longo da Estrada Real e lugar de Seixalinho.

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Figura 107 – Alterações de classe na freguesia de Montijo (98/07)

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Sarilhos Grandes

Sarilhos Grandes regista um comportamento divergente face às restantes freguesias do território Oeste, quanto às alterações de ocupação do solo. Assim, registam-se 203.8Ha de área com classe alterada entre os dois momentos, significando 17.3% da superfície da freguesia e dispersando-se por 185 manchas.

Como se confirma pela figura seguinte, a esmagadora maioria das alterações (facto que acaba por constituir a marca de diferença deste território) ocorre nas transferências entre as duas classes principais, Ca e Ip, que concentram entre si e de forma quase equiparada, 163.3Ha, apesar da classe dominante em termos de área recebida seja Ca, com 82.5Ha.

Em termos da sua distribuição, refira-se que não se poderá determinar um padrão de localização neste caso, uma vez que aparentemente (como se pode confirmar na figura t.t, apresentada seguidamente) este fenómeno decorre de uma normal transferência de classes desenrolada pela rotação de pousios.

Refira-se, ainda, o carácter vincadamente marginal das transferências para classes artificializadas, como Aec, Aene ou Aicla, principalmente tendo em conta a localização da freguesia no contexto do território Oeste.

Gráfico 64 – Alterações na ocupação, por classe de destino, na freguesia de Sarilhos Grandes

0

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Figura 108 – Alterações de classe na freguesia de Sarilhos Grandes (98/07)

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Canha

Canha regista, no total, uma área total alterada de 1771.98Ha, a maior em termos absolutos e com o 2.º maior número de polígonos (670) alterados, no quadro do concelho. No entanto, relativizando este valor face ao total da sua superfície, verifica-se que a dinâmica de transformação do solo tende para a estagnação, situando-se nos 8.4%, que é, inclusive, o mais baixo valor do concelho.

As duas classes que dominam as alterações de classe na freguesia são Ca e Ip, numa dinâmica um pouco à luz do que acontece em Sarilhos Grandes, originada na rotação de pousios.

No entanto, acresce a esta dinâmica, nas áreas agrícolas, os 271.4Ha recebidos pela classe Vn, que complementam a grande maioria das alterações de classe neste território.

Registem-se ainda os elevados valores registados pelas classes Afe e Afpm, classes de produção florestal com forte expressão na freguesia.

Gráfico 65 – Alterações na ocupação, por classe de destino, na freguesia de Canha

0

As classes de edificação revelam alterações marginais e insignificantes no quadro da freguesia, sendo a classe Aicla a que mais recebe, com 12.6Ha.

Ao nível da expressão territorial das alterações de classe, verifica-se uma tendência clara para a concentração na área central da freguesia, como se confirma pela leitura da figura apresentada

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX

Estas ocorrem, assim, no território com maior expressão de produção agrícola e igualmente junto aos núcleos rurais que aí se situam, nomeadamente Taipadas, Foros do Trapo, Foros da Boavista e Canha.

De notar, ainda, o surgimento da A13, que atravessa no sentido N-S a freguesia, provocando alterações nos usos nos solos adjacentes.

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Figura 109 – Alterações de classe na freguesia de Canha (98/07)

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Pegões

A freguesia de Pegões regista um total de alterações de ocupação de 394.8Ha, distribuídos por 428 manchas que têm uma significância de 16% da área da freguesia.

Gráfico 66 – Alterações na ocupação, por classe de destino, na freguesia de Pegões

0

Em Pegões, o comportamento em termos de classe e dispersão territorial remete para um conjunto de transformações territoriais sobretudo ligadas às áreas agrícolas, como se pode confirmar pela maior incidência de alterações nas áreas de aptidão agrícola periféricas ao núcleo de Pegões, tais como:

Fazendas do Pontal, Craveiras do Norte, Afonsos e Craveiras do Sul.

Torna-se claro, pela análise da figura 110, que a classe predominante em termos de destino da alteração é Ca, a que se segue Ip, mais uma vez revelando um comportamento associado à rotação de culturas.

Com bastante relevância encontram-se seguidamente as classes de produção florestal, Afs e Afe, que

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX

consolidado e compacto, assente em operações planeadas de raiz. O resultado, aqui como noutros casos, resulta numa pulverização pelo território de pequenas manchas de construção, mal servidas de infra-estruturas e de vias de comunicação e que se desenvolvem sem qualquer integração na rede urbana do concelho, contribuindo, deste modo para o seu desordenamento.

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Figura 110 – Alterações de classe na freguesia de Pegões (98/07)

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Santo Isidro de Pegões

A freguesia de Santo Isidro de Pegões, registou, entre 1998 e 2007, alterações que totalizam uma superfície de 1282.9Ha, que representa 23.2% da superfície, contando-se alterações em 711 polígonos.

Apesar de se localizar nesta freguesia uma extensa área agrícola planeada de raiz, o domínio avassalador de transferências para a classe Ip, revela uma forte tendência para a estagnação desta actividade, que é a base económica local. A figura d.d aponta para esse facto, significando as transferências para a classe Ip, cerca de 47% das áreas alteradas. Com cerca de metade da importância, seguem em 2.º lugar as alterações para Ca e com cerca de 1/3 do valor destas, as alterações para Vn.

Perante o padrão paisagístico de produção agrícola e florestal dominante na freguesia, não se torna clara a disposição territorial padronizada das áreas alteradas, pelo que subsiste a ideia de uma disseminação das mesmas pelas parcelas agrícolas da freguesia, desde o lugar de Faias, a Oeste, até Pegões, a Este. Registe-se, no entanto, que as áreas florestais registam substancialmente menos alterações, tanto nesta como nas restantes freguesias do território.

Gráfico 67 – Alterações na ocupação, por classe de destino, na freguesia de Santo Isidro de Pegões

0

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX Figura 111 – Alterações de classe na freguesia de Santo Isidro (98/07)

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX 4–ESTUDO COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO DO SOLO NO CONCELHO DE MONTIJO 1998-2007

Como forma de validação de algumas áreas que revelavam polígonos em dúvida, foi realizado levantamento em trabalho de campo, de forma bastante superficial e que abrangeu áreas seleccionadas de análise, nos seguintes locais:

- Seixalinho;

Contudo, refira-se que este trabalho, de modo a poder considerar-se como validado, deveria ter sido alvo de um levantamento total que confirmasse a foto-interpretação, bem como aprofundasse a classificação.

A título de exemplo, refira-se que a taxonomia original de ocupação do solo incluía a distinção entre regadio e sequeiro, o que não se revelou possível de discriminar neste trabalho, devido à falta deste exercício.

O ideal para este efeito teria sido a constituição de, pelo menos, três equipas de campo, cujo objectivo, num curto espaço de tempo, seria proceder ao levantamento e confirmação no terreno, de todos os polígonos marcados, de forma a, posteriormente, integrar a informação validada na cartografia produzida e, assim, corrigir e minimizar os possíveis erros da mesma.

Deste modo, importa ressalvar que o produto cartográfico final, tanto da COSM 1998, como da COSM 2007, tem um valor meramente indicativo, devendo sempre ser usado, tendo este facto em conta.

Aproveitando o momento de balanço do trabalho feito, tanto em retrospectiva, para 1998, como para a caracterização com as imagens mais actuais, de 2007, deixa-se aqui o apelo a que se proceda de forma a dar continuidade ao estudo da ocupação do solo de forma periódica, seja este ou qualquer outro o intervalo temporal escolhido, de modo a poder melhorar e aprofundar o estudo comparativo da evolução da ocupação do solo no concelho de Montijo.

Estudos de Caracterização Caracterização da Ocupação do Solo – Volume IX 5–CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES PARA O ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

A elaboração do estudo comparativo entre os dois momentos-chave aqui apresentados, constituiu uma oportunidade de análise, que veio permitir percepcionar o estado da ocupação do solo no momento da entrada em vigor do PDM, e perceber como evoluiu até aos 10 anos de vigência, completados em 2007.

Da análise efectuada, decorrem alguns aspectos que se podem considerar essenciais no que diz respeito à ocupação do solo no concelho e às suas implicações no ordenamento do território.

No essencial, deve ser referida a influência que a abertura da Ponte Vasco da Gama teve, de forma determinante na evolução da ocupação do território Oeste, de forma diferenciada, nas suas freguesias, funcionando como um verdadeiro motor das transformações do solo em grande parte do concelho.

A ideia essencial que transparece da análise do território Este, é a de que este território permanece como uma reserva de produção agro-florestal, que não sofre grandes alterações neste período, como se tornou possível constatar.

Seguidamente, deixam-se aqui listadas as principais considerações para o ordenamento do território que se podem inferir da análise da evolução da ocupação do solo entre 1998 e 2007:

- As freguesias de Montijo e Afonsoeiro sofreram as maiores alterações de ocupação, com vista à artificialização do território;

- Os territórios intersticiais entre os perímetros urbanos, nestas freguesias, bem como os solos rústicos nas freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro – Jardia, anteriormente produtivos, dão lugar a uma cada vez maior profusão de terrenos incultos ou abandonados, que se quedam na espectativa de urbanização;

- As áreas industriais, comerciais, de logística ou armazenagem, revelam uma disseminação territorial assinalável;

- As freguesias com maior pendor para a produção agrícola no território Oeste, registam o surgimento generalizado de pequenas manchas de áreas urbanas espontâneas e não estruturadas, bem como um equivalente fraccionamento da propriedade, sendo as áreas médias dos polígonos,

Documentos relacionados