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Subcomponente 1: Ampliação do sistema de esgotamento sanitário na área urbana

8.4 PROGRAMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

8.4.1 Ampliação do sistema de esgotamento sanitário

8.4.1.1 Subcomponente 1: Ampliação do sistema de esgotamento sanitário na área urbana

Ação EA1.1 Reavaliação do Estudo e Concepção para o Sistema de

Esgotamento Sanitário (SES)

Responsável: Prefeitura Municipal / Concessionária

Prazo: 2015 (Prazo Emergencial)

Custo: R$ 2.704.800,00

Fonte de Recursos: Concessionária / Prefeitura Municipal / Secretaria Estadual de Transportes e Obras Públicas / Ministério das Cidades

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Assim como ocorre com o abastecimento de água no município, o sistema de esgotamento sanitário, atualmente, é de responsabilidade da COPASA para determinadas áreas da cidade.

Conforme relatado no Diagnóstico, no município de Sabará não existe cadastro técnico ou projetos das redes coletoras implantadas e algumas das redes foram construídas paulatinamente sem nenhum tipo de projeto/planejamento ou em regime de mutirão (como, por exemplo, na área de ocupação clandestina denominada Barraginha), sem adoção de critérios técnicos.

O sistemas de tratamento construídos pelo município, contemplando 5 estações de tratamento, nunca chegaram a operar. As redes coletoras de esgoto totalizam, aproximadamente, 65 km de extensão, em diâmetros de 150 mm a 300 mm, implantadas, predominantemente, em manilha cerâmica.

Em 2008, a empresa OeM Engenharia desenvolveu o Projeto Básico e Executivo do Sistema de Esgotos Sanitários de Sabará, abrangendo a Sede urbana (incluindo o bairro Santo Antônio das Roças Grandes), a localidade de General Carneiro (incluindo o bairro Nações Unidas), as ocupações limítrofes com a RMBH formadas pelo bairro Ana Lúcia e adjacências e o bairro Nossa Senhora de Fátima (Sede), Ana Lúcia, General Carneiro e Nossa Senhora de Fátima.

O sistema projetado contemplava a execução de, aproximadamente, 7.000 metros de redes coletoras de interligação com os interceptores projetados, 36.000 metros de interceptores, quatro elevatórias e uma estação de tratamento de esgoto localizada no Bairro Borba Gato.

A concepção da ETE Borba Gato previu o processo de tratamento composto de um sistema misto, anaeróbio-aeróbio, constituído por unidades de caixa de controle e extravasor, estação elevatória EEF-01, tratamento preliminar (gradeamento, caixa desarenadora mecanizada, medição de vazão e caixas escumadoras), estação elevatória EEF-02, tratamento primário por reatores anaeróbios de fluxo ascendente e manta de lodo tipo UASB, tratamento secundário por filtros biológicos percoladores

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e unidade de decantação secundária e central de desidratação de lodo por centrífugas decanters.

Atualmente, a COPASA está desenvolvendo novos estudos para a concepção dos SES, com a alternativa de implementação de nove estações elevatórias, com o recalque do esgoto coletado para dois polos de tratamento: a ETE Arrudas, localizada em Marzagânia, em Sabará, e a ETE Onça, localizada na rodovia MG-20, próximo ao bairro Ribeiro de Abreu, na região norte de Belo Horizonte.

Na análise dos estudos disponíveis, a COBRAPE identificou 101 sub-bacias de esgotamento sanitário, havendo várias alternativas possíveis para o SES no município. No entanto, os estudos existentes apresentam apenas uma unidade de tratamento.

Para o programa de ampliação do sistema de esgotamento sanitário, este PMSB prevê como atividade a reavaliação do estudo de concepção para o SES:

 Reavaliação do estudo de concepção para o sistema de esgotamento sanitário

A reavaliação do estudo de concepção deve ser realizada para análise da viabilidade técnica, econômica e ambiental das possíveis proposições para o projeto do sistema de esgotamento sanitário na área do perímetro urbano do município de Sabará. O estudo deve contemplar as 101 sub-bacias identificadas com arranjos técnicos para coleta, transporte e tratamento do esgoto, avaliando a implantação de uma única unidade de tratamento ou de várias, aproveitando a conformação natural da topografia para delimitação de bacias de esgotamento sanitário e tratamento pontual, ou a transposição do esgoto coletado entre as bacias e o tratamento em um único local.

Do ano de 2007 para 2013, segundo dados do IBGE, a população de Sabará passou de 120.770 para 132.636 habitantes, com um incremento de 9,8%, sendo de grande importância a atualização dos estudos de projeção do crescimento populacional e o

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cálculo da futura produção de esgoto para posterior elaboração das proposições técnicas para o SES, contemplando as seguintes atividades:

 Delimitação das bacias de esgotamento sanitário;

 Definição do corpo receptor e melhor localização da(s) ETE(s) e do sentido de escoamento do esgoto na rede coletora;

 Pré-dimensionamento das unidades de coleta, elevação, tratamento e destinação final para cada proposição técnica de solução do SES;

 Estimativa de custos de implantação/operação por proposição.

Para a definição final da melhor proposição técnica do SES, deverão ser comparadas todas as opções possíveis com base em critérios econômicos, técnicos e ambientais, selecionando-se a alternativa mais adequada para o SES a ser implantado.

Segundo Andrade Neto e Campos (1999), o número de ETEs e a eficiência do tratamento são decisões que não podem ser tomadas sem avaliação muito cuidadosa de diversos fatores locais, como corpo receptor, áreas disponíveis para implantação, recursos disponíveis, condições da rede coletora, etc.

Ação EA1.2 Implantação de sistema de coleta

Responsável: Prefeitura Municipal / Concessionária

Prazo: 2015 (Prazo Emergencial)

Custo: R$ 50.560.000,00

Fonte de Recursos: Concessionária / Prefeitura Municipal

Conforme apontado no Diagnóstico, existem implantados no município de Sabará 65.000 metros de rede coletora de esgoto em manilha de barro, e a situação das redes interceptoras implantadas nas margens dos cursos de água é precária. Algumas delas encontram-se rompidas/danificadas devido às ações das enchentes,

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às erosões das margens dos rios, a entupimentos por sedimentação ou por obras de urbanização. Para operacionalizar o transporte do esgoto coletado da rede coletora em operação é necessário recuperar ou substituir os interceptores e realizar a interligação dos mesmos com a rede de coleta existente, bem como a expansão das redes de coleta.

Para a estimativa dos custos necessários para as intervenções propostas com a implantação dos sistemas de coleta foi elaborada uma composição de custos que resultou no valor de R$1.667,56 por habitante, ou então, R$6.670,24 por domicílio.

Ação EA1.3 Implantação de sistema de tratamento

Responsável: Prefeitura / Concessionária

Prazo: 2015 (Prazo Emergencial)

Custos: R$ 39.600.000,00

Fonte de recursos: Concessionária / Prefeitura Municipal / Ministério das Cidades

Segundo Jordão e Pessoa (2011), atualmente existe uma grande preocupação em relação ao grau de tratamento e à destinação final dos esgotos, às suas consequências sobre o meio ambiente, à qualidade das águas e seus usos benéficos. Hoje em dia, este é um assunto que chama a atenção não apenas dos engenheiros, especialistas e técnicos, mas igualmente das organizações ambientalistas e comunitárias, assim como da sociedade.

Tendo em conta esses aspectos, os estudos, critérios e projetos relativos ao tratamento e à disposição final dos esgotos deverão ser precedidos de cuidados especiais que garantam o afastamento adequado desses efluentes e, igualmente, a manutenção e a melhoria dos usos e da qualidade dos corpos receptores.

Embora os impactos das estações de tratamento sejam positivos como uma ferramenta de proteção ambiental, é muito comum que a população na área próxima

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às novas ETEs se manifeste e se posicione contra a construção e a localização da estação, considerando apenas os aspectos negativos do projeto.

A escolha do tratamento depende das condições mínimas estabelecidas para a qualidade da água dos corpos receptores em função de sua utilização. O principal objetivo dos sistemas de tratamento é atingir bons níveis de redução de DBO e DQO. Para definição dos processos, também são importantes: a disponibilidade de área para sua instalação, os custos operacionais (especialmente energia elétrica) e a quantidade de lodo gerado. Alguns processos exigem maior escala (maior população

atendida) para apresentarem custos per capita compatíveis.

O processo de tratamento do esgoto pode adotar diferentes tecnologias para depuração do efluente e, de modo geral, segue um fluxo que compreende as seguintes etapas de tratamento: preliminar, primário, secundário, terciário e desinfecção. O desenvolvimento tecnológico no tratamento de esgotos está concentrado na etapa secundária e posteriores. A Figura 8.1 apresenta os principais tipos de tratamento de efluentes considerados pela Agência Nacional de Águas (ANA) para que os usuários de recursos hídricos que captam água, lançam efluentes ou realizam usos não consultivos diretamente em corpos hídricos realizem o registro no Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos (CNARH).

146 Figura 8.1 – Classificação dos principais tipos de tratamento de efluentes utilizados pela Agência Nacional de Águas para que os usuários de recursos hídricos que captam água, lançam efluentes ou realizam usos não consultivos diretamente em corpos hídricos realizem o registro no Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos CNARH.

Fonte: Agência Nacional das Águas / Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos (CNART)

Para a estimativa dos custos necessários para as intervenções propostas com a implantação dos sistemas de tratamento do esgoto coletado foi elaborada uma composição de custos que resultou no valor de R$ 288,56 por habitante,

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considerando a implantação de um reator anaeróbio do tipo UASB, com um filtro biológico e um decantador.