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Subcomponente 2: Ampliação do sistema produtor, de distribuição e do tratamento de água

8.3 PROGRAMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

8.3.1 Ampliação do Sistema de Abastecimento de Água

8.3.1.2 Subcomponente 2: Ampliação do sistema produtor, de distribuição e do tratamento de água

Ação AA2.1 Adequação dos sistemas existentes e instalação de novos sistemas de abastecimento em comunidades rurais

Responsável: Prefeitura Municipal Prazo: 2015 (Emergencial)

Custo: R$ 331.225,00

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A Política Nacional de Saneamento Básico, instituída pela Lei n.º 11.445/2007, tem como uma de suas diretrizes a garantia de meios adequados para o atendimento da população rural dispersa, mediante a utilização de soluções compatíveis com suas características econômicas e sociais peculiares. Conforme verificado no Diagnóstico deste PMSB, no município de Sabará, aproximadamente 30% da população rural não dispõem de atendimento de abastecimento de água potável.

Os núcleos habitacionais isolados, por vezes irregulares, geralmente encontram-se localizados afastados do sistema público existente e apresentam população dispersa, mas necessitam ter acesso à água potável para as suas necessidades básicas. Para implantar um sistema coletivo, demandam elevados aportes de recursos, em vários casos sem nenhum retorno financeiro pela condição social da população a ser atendida.

Uma solução alternativa para abastecimento de núcleos isolados consiste em fornecimento de água potável por meio de caminhões-pipa, os quais, periodicamente, abastecem uma caixa d’água coletiva ou as caixas d’água individuais das habitações. Nesta solução, se as habitações estão próximas umas das outras, pode ser instalada uma caixa d’água coletiva que abastecerá, por tubulações adequadas, cada uma delas. Caso as mesmas estejam afastadas umas das outras, a solução pode ser a instalação de caixas d’água individuais que, por sua vez, abastecerão a instalação hidráulica de cada habitação.

A Prefeitura deverá fornecer as orientações técnicas para a correta instalação, assim como os materiais. A comunidade, em contrapartida, poderá executar as instalações em regime de mutirão.

Outra alternativa, quando o abastecimento por meio de caminhões-pipa não se mostrar viável em virtude (i) de falta ou dificuldade de acesso; (ii) de alta demanda do núcleo; (iii) de excessiva distância e alto custo de transporte, é o sistema comunitário de abastecimento.

Este compreende uma mini-ETA, um reservatório, rede de distribuição e ligações prediais. A captação poderá ser realizada de nascentes ou de cursos d’água

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superficiais e a ETA irá potabilizar a água que será distribuída pela rede comunitária. Também este sistema comunitário pode ser implantado pela própria comunidade beneficiada, ficando a cargo do município o fornecimento dos materiais e equipamentos e a orientação técnica para implantação e capacitação da operação do sistema.

Os produtos químicos necessários para o tratamento poderão ser adquiridos pela comunidade ou serem fornecidos pelo município, a depender do nível socioeconômico da comunidade.

A operação do sistema comunitário poderá ser delegada a algum morador da comunidade devidamente instruído e monitorado pelo município, o qual recebe uma remuneração mensal rateada entre os moradores da comunidade. Caso os produtos químicos sejam adquiridos pela comunidade, também estes custos serão rateados entre os moradores.

Para os mananciais que apresentarem boas características físicas e químicas, tecnicamente aplica-se a simples desinfecção como meio de tratamento, a fim de garantir seu aspecto bacteriológico. É o caso das vertentes ou nascentes, águas de fontes ou de poços protegidos que se encontrem enquadrados na classe Especial da Resolução CONAMA n.°357 de 17/03/2005.

Conforme apresentado no Diagnóstico e Prognóstico deste PMSB sobre os serviços de abastecimento de água, um dos maiores problemas no município refere-se à intermitência no atendimento, principalmente na precariedade do fornecimento de água potável nas áreas rurais, incluindo a inexistência de qualquer tipo de infraestrutura de produção e distribuição, ocorrendo, em muitos casos, o fornecimento de água por caminhões pipa.

Na área rural, para as localidades de Nova Canaã e Várzea dos Crioulos, foram perfurados poços artesianos visando ao suprimento de água potável, mas os mesmos ainda não foram operacionalizados.

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Conforme verificado no Diagnóstico, em todos os sistemas isolados existentes nas comunidades rurais (Muniz, Jambreiro e Palmital) existem sistemas de captação e distribuição, mas não existe nenhum tipo de tratamento da água captada para a distribuição. É requisito para atendimento da portaria MS Nº 2914 DE 12/12/2011, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, que toda água para consumo humano, fornecida coletivamente, deverá passar por processo de desinfecção ou cloração. A garantia da ausência de microrganismos patógenos é devida à presença de cloro residual livre (CRL) em concentrações que variam de 0,8 a 1,4 ppm, isto é, 0,8 a 1,4 mg de cloro por litro de água.

Existem dois métodos de tratamento para os sistemas isolados onde a captação é realizada por poço artesiano. Um deles é contínuo e o outro, por batelada.

Para o método contínuo é necessário que se utilize o sistema contínuo junto com uma bomba. Neste caso, utiliza-se um dosador automático (bomba dosadora) ligado diretamente a uma tubulação de entrada de água do reservatório. Esse dosador é ligado em paralelo com a bomba e, assim que a bomba for acionada, ele dosa o cloro, contido em uma bombona, e injeta na tubulação de entrada de água no reservatório. O dosador é calibrado para dosar a quantidade de cloro necessária. O método em batelada aplica-se quando o reservatório é abastecido com água proveniente de mina ou nascente, e a cloração se dá por um mecanismo disposto em série na tubulação de captação da água para o reservatório.

A quantidade de solução de cloro é calculada conforme o volume de água (em litros) que entra no reservatório. Este, por sua vez, pode ser obtido por meio da vazão média (L/h) da bomba (para captação de águas de poço) ou da vazão média (L/h) da nascente na tubulação (para captação de água de mina), multiplicado pelo tempo (em horas).

Visando universalizar o atendimento com sistemas de abastecimento de água potável para toda a população que reside em áreas rurais ao longo do horizonte de

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planejamento deste PMSB, será necessária a ampliação ou implantação de unidades de abastecimento.

Desta forma, esta ação prevê as seguintes intervenções necessárias em prazo emergencial:

 Operacionalização dos poços artesianos dos sistemas isolados Nova Canaã e Várzea dos Crioulos;

 Implantação de tratamento para todos os sistemas independentes;

 Identificação e cadastramento das famílias de comunidades rurais dispersas que não têm acesso ou acesso precário à água de qualidade;

 Desenvolvimento de estudo técnico preliminar para as alternativas de sistemas de abastecimento para atendimento da demanda nas localidades, apresentando a melhor solução em função de estudos técnicos, econômicos, sociais, financeiros e ambientais. No arranjo das partes do sistema, o pré-dimensionamento dessas partes e a integração entre elas devem garantir o abastecimento contínuo, sanitariamente seguro e sob condições funcionais de operação;

 Elaboração dos estudos necessários para regularização da outorga de direito para o uso dos recursos hídricos para os sistemas existentes já implantados nas localidades de Muniz, Palmital, Várzea dos Crioulos, Nova Canaã e Jambreiro;

 Execução das obras previstas nos projetos para universalizar o abastecimento de água potável para todos os domicílios na área rural;

 Implantação, nos sistemas isolados de abastecimento de água (SAA) das localidades de Muniz, Palmital, Várzea dos Crioulos, Nova Canaã e Jambreiro, processos de tratamento simplificado para atendimento aos padrões de potabilidade exigidos pela portaria MS Nº 2914;

107  Promoção de capacitação para que a comunidade opere o sistema de tratamento instalado, tanto os novos como os já existentes: Muniz, Palmital, Várzea dos Crioulos, Nova Canaã e Jambreiro para processos de tratamento simplificado para atendimento aos padrões de potabilidade exigidos pela portaria MS Nº 2914 e operacionalização do sistema com adição de produtos químicos necessários e análise de amostras da água distribuída.