• Nenhum resultado encontrado

SUPERGRUPO MINAS E OUTRAS UNIDADES PALEOPROTEROZÓICAS SUPRACRUSTAIS DA REGIÃO DO QF.

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

2.4 SUPERGRUPO MINAS E OUTRAS UNIDADES PALEOPROTEROZÓICAS SUPRACRUSTAIS DA REGIÃO DO QF.

A denominação Quadrilátero Ferrífero (QF), adotada a partir dos trabalhos de Dorr et al. (1953), refere-se a um proeminente conjunto de serras constituídas por rochas mais resistentes cujo traçado, em mapa, define a forma de um quadrado, tendo as cidades de Belo Horizonte, Congonhas, Mariana e Santa Bárbara como vértices.

Na região do QF ocorre, além das unidades arqueanas anteriormente descritas, um grupo de rochas metassedimentares paleoproterozóicas relacionadas aos Supergrupo Minas, Grupo Sabará, Grupo Itacolomi e Supergrupo Espinhaço.

Estas unidades metassedimentares supracrustais paleoproterozóicas recobrem as rochas arqueanas do Supergrupo Rio das Velhas e os complexos granito-gnaisse- migmatíticos, geralmente em contatos tectônicos, marcados por falhas de empurrão (DORR, 1969).

A coluna estratigráfica proposta por Schorscher (1992), modificada de Dorr (1969), resume o contexto geológico regional do QF (QUADRO 2.4).

O Supergrupo Minas (SGM) divide-se em três grupos: Grupo Caraça, unidade basal clástica; Grupo Itabira, unidade química intermediária composta por espessas formações ferríferas bandadas do tipo Lago Superior e dolomitos; Grupo Piracicaba, unidade clástica superior.

A sedimentação da seqüência basal do SGM está balizada entre 2.650 Ma, idade de cristais de zircão detríticos da Formação Moeda do Grupo Caraça (RENGER et al., 1994), e 2.420 Ma, idade de sedimentação do topo da Formação Gandarela do Grupo Itabira (BABINSKI et al., 1993 apud RENGER et al., 1994).

O Grupo Sabará é formado basicamente por grauvacas, subgrauvacas, pelitos e, subordinadamente, conglomerados, filito carbonoso, metachert, metatufos, vulcânicas máficas e ácidas. Distingue-se do Grupo Piracicaba devido a uma nítida discordância erosiva e angular em sua porção basal (COSTA, 1961; BARBOSA,

1968; LADEIRA, 1980; FERRARI, 1980; NOCE, 1995). Neste grupo registra-se o primeiro conglomerado com seixos de granitos e gnaisses, indicando o aumento da erosão provocado pelo soerguimento de novas áreas fontes para os sedimentos acumulados na bacia Minas.

Babinski et al. (1991) obtiveram uma idade de 2,125Ga ± 4 Ma. (U-Pb) em zircões de metatufos do Grupo Sabará o que o coloca como muito mais jovem do que o Supergrupo Minas, sendo reinterpretado como uma seqüência flysch depositada em bacia tipo foreland associada à Orogênese Transamazônica (NOCE et al., 2007).

O Grupo Itacolomi (DORR II et al., 1957; DORR II, 1969) faz contato inferior com o Grupo Sabará por uma discordância angular e é composto por metaconglomerados polimíticos e quartzitos grossos. Machado et al. (1996) obtiveram idades de 2.059 ± 58 Ma, em zircões detríticos dessa unidade estratigráfica. A deposição deste grupo pode ter ocorrido em uma bacia molássica intramontana associada à Orogênese Transamazônica (BARBOSA, 1968; DORR, 1968), ou em depósitos relacionados ao colapso gravitacional de um orógeno transamazônico (ALCKMIN & MARSHAK, 1998).

O Supergrupo Espinhaço tornou-se conhecido devido às ricas ocorrências de diamantes nos metaconglomerados polimíticos da Formação Sopa-Brumadinho, da região de Diamantina (MG) e da Série Lavras, na Chapada Diamantina (BA).

A estratigrafia do Supergrupo Espinhaço em Minas Gerais (ALMEIDA-ABREU & RENGER, 2002, 2007) segue as orientações de Pflug e colaboradores (PFLUG, 1965a, 1965b , PFLUG, 1968; PFLUG & RENGER, 1973; SCHÖLL & FOGAÇA, 1979).

O QUADRO 2.5 reproduz uma coluna estratigráfica simplificada dos principais litotipos do Supergrupo Espinhaço nas extremidades meridionais da Serra do Espinhaço, na Serra do Cipó e no Quadrilátero Ferrífero (SCHORSCHER, 1976; ROSSI, 2010 e ALMEIDA-ABREU et al. 2002).

QUADRO 2.4

Coluna estratigráfica simplificada e litotipos principais do Supergrupo Minas no QF.

Su pe rgru po Grup o Formaçã o

Litologia deposicional Ambiente Espessura aprox. em metros

IT

ACOLOMI Ind

ivi

so Ortoquartzitos, quartzitos, filitos quartzosos, filitos, quartzitos com

seixos e conglomerados Molássa parálico >1000 m Discordância angular e erosiva

SABAR

Á

Ind

ivi

so Clorita xistos, filitos cloríticos, metatufos, grauvacas,

conglomerados, quartzitos e itabiritos Flysh eugeossinclinal >3000 m Discordância angular e erosiva local e regional

MINAS PIRACICA BA Ba rrei ro

Filitos e filitos grafitosos cobertura de shelf Sedimentos de

estável. 150 m local tipo

Tab

oões Ortoquartzitos cobertura de shelf Sedimentos de

estável. 125 m local tipo

Fêch o do F un il

Filitos quartzosos, filitos dolomíticos, dolomitos silicificados

Sedimentos de cobertura de shelf

estável. 410 m local tipo

Ce

rca

di

nho Filitos, sericita quartzitos, quartzitos e filitos ferruginosos, metachert,

conglomerados e dolomitos Sedimentos de cobertura de shelf estável. ~600 m max a 150 min. Discordância angular e erosiva local

IT

ABIRA Gan

da

rel

a Dolomitos com brechas intraformacionais, calcários, itabiritos,

dolomitos, xistos dolomíticos e itabiritos manganesíferos, filitos,

itabiritos e xistos verdes

Sedimentos de cobertura de shelf

estável. ~600 máx. a ausente

Ca

uê Itabiritos, itabiritos dolomíticos, filitos, dolomitos e xistos verdes

Sedimentos de cobertura de shelf estável. ~500 max a < 50 min. CAR AÇA Ba

tatal Filitos, filitos grafitosos, metachert e itabiritos cobertura de shelf Sedimentos de

estável. ~250 máx a ausente

Moe

da

Fácies parálica, ortoquartzitos, quartzitos, conglomerados com pirita

detrítica e filitos. Fácies de bacia: sericita quartzitos, filitos quartzosos e

quartzitos.

Shelf estável. ~1000 máx. a < 50 min.

Contato basal tectônico de nappes com litologias dos Supergrupos Espinhaço e Rio das Velhas e rochas TTG, sensu lato, graníticas Arqueanas

QUADRO 2.5

Coluna estratigráfica simplificada e litotipos principais do Supergrupo Espinhaço na porção Meridional do QF, com modificações de Schorscher (1992).

SUPE RGRU PO GRUPO FORMA ÇÃO LITOLOGIA Espinh aço

As formações superiores do Supergrupo Espinhaço não foram encontradas nas extremidades meridionais da Serra do Espinhaço; faltam devido a não-deposição e/ou erosão.

Galho d

o Mig

uel

Ortoquartzitos puros com mega-estratificações cruzadas (altura de até > 10 m e extensão até > 100 m). Localmente com delgadas lâminas de sericita xistos nos planos de acamamento.

Sopa

Brumadi

nho

Quartzitos às vezes ferruginosos, grossos a finos, micáceos ou não, com

níveis de filitos/ xistos sericíticos intercalados e lentes de metaconglomerados localmente diamantíferos oligomíticos (fácies Altamira, com seixos de quartzo de veio e quartzito) e polimíticos (seixos de itabiritos pobres e ricos em ferro, quartzitos, metachert e muito raros seixos de rochas graníticas e outras do embasamento arqueano.

São Jo ão da Ch apad a

Quartzitos micáceos ou não, ás vezes conglomeráticos ou com seixos esparsos na parte basal da sequência (seixos de quartzo de veio, quartzito, filitos / xistos ) filitos e filitos hematíticos em níveis intercalados.

Sequên cia d e Xistos V erd es Indivi

so Clorita actinolita albita-quartzo, quartzo-clorita, quartzo-clorita-sericita e sericita-quartzo xistos / filitos derivados de tufos, tufitos e vulcanitos máficos

a ácidos; subordinadamente, xistos e filitos metapelíticos grafitosos e xistos metapelíticos com cloritóide.

Discordância angular e erosiva

Arque

ano

indiv

iso Embasamento arqueano: terrenos TTG em domos e sequência

metavulcanossedimentares dos greenstone belts Rio das Velhas, Rio Paraúna e correlatos.