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Como já foi mencionado anteriormente, as termelétricas a GN marcaram pre- sença nos leilões de energia nova e nos de energia existente. Entre os anos de 2005 a 2016 vinte e seis empreendimentos UTGN foram vencedores nos leilões de energia nova, como mostra a Tabela 5.5. Dentre este empreendimentos, vale destacar os vencedores do 06oLEN e do 07oLEN, ambos realizados em 2008, que possuem como fonte o GNL.

Tabela 5.5: UTGN nos leilões de energia nova

Leilão Data Empreendimento Fonte EC* GF** PVA***

01oLEN 12/2005 Cubatão GN 141,00 205,6 227,95 01oLEN 12/2005 Eletrobolt GN 278,00 343,00 248,85 01oLEN 12/2005 Termoceará GN 64,00 205,80 239,00 01oLEN 12/2005 Termoceará GN 77,00 205,80 239,00 01oLEN 12/2005 Termorio GN 352,00 986,60 251,15 01oLEN 12/2005 Termorio GN 352,00 986,60 251,15 01oLEN 12/2005 Três Lagoas GN 127,00 335,80 230,04 02oLEN 06/2006 Termopernambuco GN 10,00 491,10 242,20

03oLEN 10/2006 Macaé Merchant GN 200,00 674,30 258,54

05oLEN 10/2007 Santa Cruz Nova(1 e 2) GN 351,00 401,20 232,74

06oLEN 09/2008 José de Alencar GNL 169,00 173,30 223,27

06oLEN 09/2008 Linhares GNL 96,00 98,70 220,83

07oLEN 09/2008 Cacimbaes GNL 64,00 66,20 246,31

07oLEN 09/2008 Escolha GNL 18,00 194,10 245,46

07oLEN 09/2008 Maranhão IV GNL 225,00 233,30 248,00

07oLEN 09/2008 Maranhão V GNL 225,00 233,30 248,00

12oLEN 08/2011 Baixada Fluminense GN 416,40 430,20 152,58

12oLEN 08/2011 Maranhão III GN 450,00 470,70 148,43

20oLEN 11/2014 Mauá 3 GN 484,40 507,20 245,55

20oLEN 11/2014 Novo Tempo GN 610,90 611,90 249,17

20oLEN 11/2014 Rio Grande GN 604,21 605,20 249,17

21oLEN 04/2015 Porto de Sergipe I GN 867,00 867,00 319,46

22oLEN 08/2015 Prosperidade I GN 22,70 23,30 239,59

23oLEN 04/2016 Oeste de Canoas 1 GN 3,30 3,40 270,33

*Energia contratada(MW médio); **Garantia física(MW médio); ***Preço de venda atualizado(R$/MWh)

Fonte: Elaboração própria com dados de CCEE (2017a)

Os valores de preço de venda expostos na Tabela 5.5 foram corrigidos para setembro de 2017 de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O valor médio ponderado do PVA dos empreendimentos UTGN leiloados nos LEN's foi de R$242,19.

Entre os anos 2013 e 2015 foram sete empreendimentos UTGN vencedores nos leilões de energia existente, como mostra a Tabela 5.6. O empreendimento Governador Leonel Brizola esteve presente no 12oLEE, no 13oLEE e no 15oLEE.

Tabela 5.6: UTGN nos leilões de energia existente

Leilão Data Empreendimento Fonte EC GF PVA

12oLEE 12/2013 Gov. Leonel Brizola GN 10,00 986,60 244,10

13oLEE 04/2014 Barbosa Lima Sobrinho GN 58,00 343,00 324,51

13oLEE 04/2014 Euzébio Rocha GN 56,00 205,60 324,51

13oLEE 04/2014 Gov. Leonel Brizola GN 253,00 986,60 324,51

13oLEE 04/2014 Luis Carlos Prestes GN 207,00 335,80 324,51

14oLEE 12/2014 Aureliano Chaves GN 175,00 178,90 229,87

14oLEE 12/2014 Rômulo Almeida GN 95,00 115,30 229,88

15oLEE 12/2015 Celso Furtado GN 85,00 134,60 180,67

15oLEE 12/2015 Gov. Leonel Brizola GN 29,00 986,60 180,65

Fonte: Elaboração própria com dados de CCEE (2017a)

Os valores de preço de venda expostos na Tabela 5.6 também foram corrigidos para setembro de 2017 de acordo com o IPCA. O valor médio ponderado do PVA dos empreendimentos UTGN leiloados nos LEE's foi de R$280,34.

Com base nas tabelas 5.1, 5.2, 5.5 e 5.6 foi elaborado o gráco da Figura 5.2 que apresenta a energia contratada das UTGN negociadas nos leilões de energia nova e de energia existente por ano.

Figura 5.2: UTGN negociadas - Energia contratada por ano Fonte: Elaboração própria com dados de CCEE (2017a)

Ainda, de acordo com EPE (2016a), diante de uma oferta diária estimada de GN de 60 milhões de m3, existe um potencial de expansão do parque térmico a GN de

cerca de 27.000MW para um fator de capacidade de 0,3 e de cerca de 3.000MW para um fator de capacidade de 0,7, como apresenta a Figura 5.3.

Figura 5.3: Potencial de expansão da geração termelétrica a GN Fonte: EPE (2016a)

6 Leilão de Termelétrica a Gás Natural

Desde o início dos anos 2000 há uma busca pela expansão da geração de energia elétrica por termelétricas a gás natural. Com o desenvolvimento das turbinas de ciclo combinado passou-se a ver essas termelétricas como opção para diversicar e expandir a matriz elétrica brasileira (LOSEKANN, 2015). Além disso, viu-se a possibilidade de criar uma demanda para o gás provindo da Bolívia que chega ao Brasil pelo GasBol e para a oferta de GN provindo do Pré-Sal.

Com o aumento da penetração das fontes intermitentes, principalmente da eólica, é necessário que haja uma fonte capaz de assegurar o fornecimento de energia elétrica no país, e é neste cenário que a termelétrica a GN entra em cena. Como já foi citado antes, as usinas térmicas movidas a GN poluem muito menos que as térmicas movidas a carvão ou a óleo. No entanto, embora a geração termelétrica a GN tenha uma participação relevante na matriz energética nacional, cerca de 8% (ANEEL, 2017), existem ainda alguns entraves que têm limitado a sua expansão.

Um destes obstáculos é a maneira como é conciliada a contratação de energia elétrica e de gás natural. De um lado desta negociação está a termelétrica que é contra- tada por disponibilidade e não tem conhecimento de quanto de energia irá de fato gerar durante o ano. Na contratação por disponibilidade as usinas recebem uma receita xa para cobrir os seus custos xos (investimento e O&M xo), independente da quantia de energia gerada, e quando são despachadas, recebem das distribuidoras os custos variáveis relativos a quantidade de energia gerada, sendo este custo variável repassado ao consumi- dor nal (ABRADEE, 2017). Logo, se a usina é pouco despachada seu custo em R$/MWh tende a um número muito alto.

Se, por um lado, existem incertezas na geração de energia da termelétrica, do outro lado estão os contratos de gás natural com cláusulas take-or-pay, que exigem que a termelétrica adquira uma quantidade mínima de gás. Assim, além dos gastos xos citados, a termelétrica acaba tendo que arcar com os gastos xos de combustível.

Como é possível observar na Figura 1.2, a geração termelétrica representava cerca de 6% da geração total entre os anos 2000 e 2012, enquanto entre 2013 e 2017 essa porcentagem subiu para aproximadamente 20%. Em outras palavras, pode-se dizer que não só a geração de energia termelétrica cresceu, como também a sua relevância na matriz elétrica brasileira aumentou. Isto faz com que seja reetido se a maneira com a qual a energia termelétrica vem sido comercializada é de fato a melhor maneira diante do cenário energético atual.

para termelétricas a gás natural, um leilão duplo modicado na modalidade quantidade. O leilão estudado consegue conciliar a contratação de energia elétrica e de gás natural, peça chave neste tipo de leilão.

Para determinar os produtos deste leilão são utilizados dois conceitos. O pri- meiro conceito é o de curvas de triagem, estudado na seção 3.3, onde é possível comparar para quais fatores de capacidade cada tecnologia de geração é a mais econômica. Neste trabalho são analisados três diferentes modelos de termelétrica, sendo uma de Ciclo Bray- ton com turbinas industriais (CS), uma de Ciclo Brayton com turbinas aeroderivativas (CSA) e uma de Ciclo Combinado (CC). O segundo conceito utilizado é o de curva de duração de carga, estudado na seção 2.3, que permite determinar quais blocos de energia serão comercializados no leilão. Além disso, será apresentada a sistemática detalhada do 26o LEN, realizado em dezembro de 2017, para um melhor entendimento da estrutura

atual dos leilões de energia nova e compreensão das mudanças propostas. As etapas do 26o LEN são caracterizadas como leilão fechado ou aberto, conceitos apresentados no

Capítulo 4.