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4.4 VALIDAÇÃO DO MODELO TEÓRICO

4.4.2 Teste de hipóteses

Sendo assim, dando continuidade à validação do Modelo Teórico, realizou-se o teste de hipóteses, examinando-se a significância e a magnitude dos coeficientes de regressão estimados. O coeficiente de regressão mede a quantidade de mudança esperada na variável dependente para cada unidade de mudança da variável independente, sendo que o sinal deste coeficiente indica o sentido de correlação, se ela é positiva ou negativa (HAIR JR. et al., 2005).

Na Tabela 13 é possível verificar as hipóteses propostas no presente estudo, bem como os respectivos caminhos estruturais, os coeficientes não padronizados, os erros-padrão, os coeficientes padronizados, os t-values e as probabilidades do Modelo Teórico proposto. Na última coluna é evidenciado o resultado da validação das hipóteses.

Tabela 13 – Teste de hipóteses do modelo teórico proposto Hi Caminhos Estruturais Coeficientes Não Padronizados (b) Erro Padrão Coeficientes Padronizados (β) t- values P Resultados

H1 LIDER_EMP → ORI_EMP 0,645 0,053 0,845 12,101 p < 0,001 Suportada H2 ORI_EMP → APR_ORG 1,003 0,109 0,893 9,241 p < 0,001 Suportada H3 APR_ORG → AMB_TRA 0,706 0,090 0,700 7,855 p < 0,001 Suportada H4 LIDER_EMP → DES_TRA 0,220 0,080 0,357 2,732 p = 0,006 Suportada H5 ORI_EMP → DES_TRA -0,678 0,257 -0,840 -2,644 p = 0,008 Parcialmente

Suportada H6 APR_ORG → DES_TRA 0,703 0,243 0,978 2,892 p = 0,004 Suportada H7 AMB_TRA → DES_TRA -0,045 0,078 -0,064 -0,582 p = 0,561 Não Suportada Obs.: Nível de significância 0,05.

Fonte: Dados de pesquisa (2020).

De acordo com as informações apresentadas na referida tabela, observa-se que seis das sete hipóteses propostas inicialmente foram suportadas estatisticamente: H1 (LIDER_EMP → ORI_EMP), a liderança empreendedora tem influência positiva sobre a orientação empreendedora da organização (β = 0,845, p < 0,001), H2 (ORI_EMP → APR_ORG), a orientação empreendedora da organização tem influência positiva sobre a aprendizagem organizacional (β = 0,893, p < 0,001), H3 (APR_ORG → AMB_TRA), a aprendizagem organizacional tem influência positiva sobre o ambiente de trabalho (β = 0,700, p < 0,001), H4 (LIDER_EMP → DES_TRA), a liderança empreendedora tem influência positiva sobre o desempenho no trabalho (β = 0,357, p = 0,006), H6 (APR_ORG → DES_TRA), a aprendizagem organizacional tem influência positiva sobre o desempenho no trabalho (β = 0,978, p = 0,004).

Por sua vez, a hipótese, H5 (ORI_EMP → DES_TRA), a orientação empreendedora da organização tem influência positiva sobre o desempenho no trabalho (β = -0,840, p = 0,008), pelo fato de apresentar coeficientes negativos, mas “p” ser significativo, a hipótese foi parcialmente suportada, já H7 (AMB_TRA → DES_TRA), o ambiente de trabalho tem influência positiva sobre o desempenho no trabalho (β = -0,064, p = 0,561), não foi suportada estatisticamente.

Outra maneira para verificar a efetividade do teste de hipóteses é por meio dos Coeficientes de Determinação (R2), com base nas correlações múltiplas elevadas ao quadrado de cada variável dependente, indicando a proporção da variância de uma variável dependente que é explicada pelas variáveis independentes. De forma resumida, quanto maior for o poder de explicação da equação da regressão, melhor será a predição da variável dependente (HAIR JR. et al., 2005; TABACHNICK; FIDELL, 2012). A Tabela 14 apresenta os resultados.

Tabela 14 – Coeficientes de determinação do modelo teórico proposto

Construtos Coeficientes de Determinação (R²)

Orientação Empreendedora 0,714

Aprendizagem Organizacional 0,798

Ambiente de Trabalho 0,490

Desempenho no Trabalho 0,301

Fonte: Dados da pesquisa (2020).

Baseando-se nos Coeficientes de Determinação (R²) encontrados, constatou-se que 30,10% da variabilidade de Desempenho no Trabalho (R² = 0,301) é explicada por seus construtos antecedentes que compõem o Modelo Teórico. Estes resultados indicam um bom poder de explicação do modelo, levando em consideração a ampla gama de outros construtos existentes e não contemplados no presente estudo.

Além disso, é oportuno destacar que, para Orientação Empreendedora, os resultados encontrados indicam que 71,40% da sua variância (R² = 0,714) é explicada pelo seu antecedente, ou seja, pela Liderança Empreendedora.

Também é oportuno destacar que para a Aprendizagem Organizacional, os resultados encontrados indicam que 79,80% da sua variância (R² = 0,798) é explicada pelo seu antecedente, ou seja, pela Orientação Empreendedora, e quando ao Ambiente de Trabalho os resultados encontrados indicam que 49,00% da sua variância (R² = 0,490) é explicada pelo seu antecedente, ou seja, pela Aprendizagem Organizacional.

Assim, após a realização da pesquisa e realização das análises necessárias para a realização deste estudo, chegou-se ao modelo estrutural conforme apresentado na Figura 3.

Figura 3 – Modelo estrutural

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em um mercado cada vez mais competitivo as organizações, juntamente com seus administradores, procuram maneiras para buscar o sucesso corporativo, neste contexto a melhora no desempenho organizacional e a manutenção da capacidade competitiva contribuem para o sucesso da organização em alcançar um alto desempenho.

O desempenho no trabalho passou a ter uma posição de destaque nas empresas, visto que está associado ao funcionário que realiza suas tarefas de forma eficaz e eficiente, melhorando a lucratividade das empresas, estas por sua vez, procuram estratégias para fomentar a criatividade dos funcionários tornando-se mais inovadoras e competitivas.

O empreendedorismo está relacionado à criatividade e a inovação, envolvendo a motivação, a capacidade por aceitar riscos e a aspiração por crescimento pessoal. Os indivíduos empreendedores por sua vez, tornam-se autoconfiantes e tolerantes à incertezas, com um considerável controle pessoal e forte necessidade por auto realização. Neste sentido a liderança empreendedora é uma forte aliada às empresas que buscam novos desafios, possuindo características que juntam comportamentos empreendedores e de liderança.

Por sua vez, as empresas com orientação empreendedora onde o empreendedorismo é oriundo da orientação individual, implicam em ações que promovem um clima favorável para iniciativas de natureza empreendedora por parte dos colaboradores, sendo um caminho para inovação como fator de diferenciação e competitividade.

No mesmo sentido para que as corporações permaneçam potencializando o desempenho dos funcionários, se faz necessário o uso da aprendizagem organizacional onde os processos e inovações sejam registrados e repassados, proporcionando que o conhecimento não se perca e sendo uma fonte criadora e de vantagem competitiva.

Também no intuito da empresa propiciar o aprendizado e a ambientação, como forma a modificar comportamentos, posturas e estruturas, e estar num processo de melhoria contínua, o ambiente de trabalho da organização tem efeito sobre o desempenho do funcionário, melhorando à medida que os problemas identificados são corrigidos, destacando-se a flexibilidade, ruído, interrupção, relações interpessoais e a disponibilidade de trabalho adequado.

A partir disso, a presente pesquisa levou em consideração as proposições e indicações de pesquisas futuras de estudos relativos a fatores empreendedores e organizacionais e sua relação com o desempenho no trabalho, buscando meios que possam potencializar o rendimento dos colaboradores e consequentemente maior lucratividade para as empresas, considerando a

liderança empreendedora, a orientação empreendedora, a aprendizagem organizacional, o ambiente de trabalho e desempenho no trabalho.

Com base nos estudos empíricos que relacionaram os construtos citados, foi proposto um Modelo Teórico, que foi posteriormente testado e validado estatisticamente. Nesta perspectiva, é possível compreender um conhecimento maior com relação aos construtos analisados, e sobre suas relações, podendo resultar maior competitividade, lucratividade e rentabilidade para as empresas.

Com suporte nos resultados encontrados, é permitido refletir e explanar a respeito de algumas contribuições relevantes da presente pesquisa, uma vez que os principais resultados provenientes do estudo, assim como suas implicações teóricas e gerenciais, são demonstrados na sequência. No final, apresenta-se as limitações da pesquisa e as sugestões para o desenvolvimento de estudos futuros.

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