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O PAPEL DA ATIVIDADE FÍSICA NA QUALIDADE DE VIDA DOS

5.2.1 A TIVIDADE F ÍSICA O CUPACIONAL

Esta primeira parte do questionário BQHPA online, é composta por 8 perguntas visando conhecer o nível de Atividade Física Ocupacional (AFO), pelo que se focaliza no contexto laboral dos docentes.

A primeira questão refere-se às opiniões dos inquiridos acerca do grau de intensidade da atividade profissional que exercem.

Na Tabela 8 encontra-se representada a perceção dos docentes podendo constatar-se que muito poucos classificam como de baixa intensidade a sua atividade profissional. Um grande grupo, atribui-lhe intensidade moderada (educação pré-escolar-63,6%; línguas- 61,5%; ciências sociais e humanas- 50%) e, mesmo uma boa parte considera-a de intensidade alta (principalmente docentes do 1º ciclo-46,4%, de expressões-52,4%, matemática e ciências experimentais-42,3% e educação especial-75%). Da observação dos dados recolhidos ressalta uma perceção predominantemente moderada e alta da intensidade da atividade docente.

Tabela 8- Grau de Intensidade da atividade profissional (pensada pelos docentes)

Departamento curricular Baixa Moderada Alta

Educação pré-escolar 9,1% 63,6% 27,3%

1.º Ciclo 10,7% 42,9% 46,4%

Expressões 4,8% 42,9% 52,4%

Línguas 7,7% 61,5% 30,8%

Ciências Sociais e Humanas 20% 50% 30%

Matemática e Ciências Experimentais 19,2% 38,5% 42,3%

Educação Especial 0% 25% 75%

Interessa, assim, analisar e caraterizar estas respostas predominantes (perceção moderada e alta) para permitir evidenciar os resultados, por departamentos respondentes.

______________________________________________________________________- 73 - No Gráfico 4 pode perceber-se que os departamentos de educação pré-escolar, línguas e ciências sociais e humanas são aqueles que se evidenciam numa classificação da intensidade da sua atividade profissional como moderada. Os restantes docentes classificam-na, maioritariamente, como de alta intensidade, com ênfase no departamento da educação especial.

Gráfico 4 - Dados que se destacam quanto ao grau de intensidade da atividade profissional (pensada pelos docentes), por departamento

Embora não seja este capítulo de apresentação de resultados o lugar certo para tecer comentários, ou inferir conclusões, abre-se uma exceção, uma vez que se trata de uma nota de esclarecimento que se impõe e que implica fazer uma correção incontornável para a validade do estudo.

De facto, os resultados quanto à questão da Intensidade da atividade profissional pensada pelos docentes contrapõem-se ao acordado pelo Conselho Nutricional holandês (1979) na medida em que a atividade docente é classificada como de intensidade baixa (como se referiu no ponto 1.1. do enquadramento teórico da presente investigação) excetuando-se o caso dos docentes de educação física (e estes, ainda assim, com diferenciação no que concerne a momentos de participação ativa nos exercícios da aula, ou a momentos de mera atividade letiva).

______________________________________________________________________- 74 - Ponderou-se a possibilidade de diferenciar estes docentes, na classificação das atividades ocupacionais. Tal não foi viável, porque não era objetivo da investigação apreciar a relação entre a AF e a QDV, por disciplina de lecionação e, como tal, o questionário não solicitava essa indicação, não sendo, deste modo, possível identificar o grupo entre os respondentes do departamento de expressões.

Conscientes de que as respostas obtidas no Grau de Intensidade da atividade profissional pensada pelos docentes poderiam induzir em erro, aquando do cálculo do índice de AFO (Work índex), a partir deste ponto, considerar-se-á que as respostas se situaram na classificação atribuível à profissão docente: grau de intensidade leve.

Prosseguindo o tratamento de dados recolhidos com a primeira parte do questionário, seguem-se questões focalizadas nos comportamentos passivos, ou mais ativos, dos docentes no seu trabalho: permanecer sentado, ou em pé e andar.

A Tabela 9 refere-se ao sentar-se, no trabalho e demonstra que os comportamentos menos passivos pertencem, claramente, aos docentes do departamento de expressões (“raramente me sento” 52,4% e “nunca me sento” 33,3%,). No extremo oposto, os docentes do departamento de matemática e ciências experimentais são os que afirmam movimentar-se menos: 7,7% sentam-se “sempre” e 42,3% “algumas vezes”.

Tabela 9- Comportamentos habituais nas Atividades no Trabalho (sentar-se)

Departamento

Curricular pré-escolar 1.º Ciclo Expressões Línguas Educação

Ciências Sociais e Humanas Matemática e Ciências Experimentais Educação Especial No trabalho eu sento- me: Nunca 33,3% 15,4% 20% 3,8% 0% Raramente 9,1% 67,9% 52,4% 53,8% 40% 42,3% 0% Algumas vezes 72,7% 25% 14,3% 30,8v 10% 42,3% 75% Frequente. 9,1% 7,1% 0% 0% 30% 3,8% 25% Sempre 7,7% 0%

Já quanto a permanecer de pé e a andar há uma maior consonância de resultados afirmativos, como demonstra a Tabela 10.

______________________________________________________________________- 75 - Relativamente ao andar, ainda de referir que os valores mais elevados no item da escala “frequentemente” são os dos docentes dos departamentos de educação pré-escolar, de expressões e de ciências sociais e humanas (respetivamente: 63,6%, 52,4% 60%).

O departamento de expressões é aquele que apresenta resultados mais elevados quanto ao andar durante a sua atividade profissional. De facto, a soma das percentagens nas opções da escala “frequentemente” (52,4%) e “sempre” (3,3%), totaliza 85,7%.

Também os docentes do departamento de matemática e ciências experimentais apresentam resultados que, somados, evidenciam uma tendência plenamente afirmativa, sem nenhum valor nos itens da escala mais negativos: “algumas vezes” – 50%; “frequentemente” – 42,3% e “sempre” – 7,7%.

Tabela 10- Comportamentos habituais nas Atividades no Trabalho (ficar de pé/andar)

Departamento Curricular Educação pré- escolar 1.º

Ciclo Expressões Línguas

Ciências Sociais e Humanas Matemática e Ciências Experimentais Educação Especial No trabalho eu fico de pé: Nunca Raramente 0% 3,6% 20% 3,8%% 0% Algumas vezes 45,5% 25% 4,8% 23,1% 10% 38,5% 50% Frequente. 45,5% 53,6% 52,4% 61,5% 40% 50% 50% Sempre 9,1% 17,9% 42,9% 15,4% 30% 7,7v 0% No trabalho eu ando Nunca 0% 7,1% Raramente 0% 10,7% 4,8% 7,7% 20% 0% 25% Algumas vezes 27,3% 25% 9,5% 46,2% 10% 50% 25% Frequente. 63,6% 46,4% 52,4% 46,2% 60% 42,3% 50% Sempre 9,1% 10,7% 33,3% 10% 7,7% 0%

Torna-se pertinente destacar alguns resultados, relativamente a este conjunto de três questões. Deste modo, elaborou-se um gráfico específico.

______________________________________________________________________- 76 - Na sua construção tomou-se o valor mais alto apresentado por cada departamento, quanto aos itens positivos da escala de Lickert que mais se destacam em cada questão (e que foram “às vezes” e “frequentemente”).

Assim, como se percebe da análise do Gráfico 5, há uma grande uniformidade nas respostas às questões sobre andar e estar de pé, em contexto de atividade letiva (andam e estão de pé frequentemente, ou às vezes).

Já quanto à questão sobre quem mais se senta, os resultados são muito diversos: alguns departamentos não apresentam valores nestes itens – situando-se nos pontos “raramente” ou “nunca” da escala: ciências sociais e humanas; línguas, expressões e 1º ciclo.

Os docentes de educação especial e pré-escolar são quem mais se senta “frequentemente”, ou “às vezes”.

Gráfico 5 - Comparação de resultados sobre comportamentos habituais nas Atividades no Trabalho que mais se destacam

As questões seguintes procuram traduzir o grau de esforço físico dos docentes no seu trabalho (transportar cargas, transpirar e sentir-se cansado).

As respostas ao primeiro item (levanto/carrego cargas pesadas), sistematizadas na Tabela 11, localizam-se entre o “algumas vezes” (departamentos de educação pré-escolar com

______________________________________________________________________- 77 - 63,6% e expressões com 52,4%) e “raramente”, ou “nunca”. O grupo de expressões tem, ainda, valores de maior intensidade de esforço (“frequentemente” 14,3% e “sempre” 4,8%).

Tabela 11- No trabalho eu carrego/levanto cargas pesadas

Departamento Curricular

Educação pré-