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Trabalhadores vinculados por contrato de trabalho em funções públicas que se

CAPÍTULO II INOVAÇÕES E ESPECIFICIDADES DO “NOVO” SISTEMA

3. Âmbito de aplicação e especificidades

3.2 Trabalhadores vinculados por contrato de trabalho em funções públicas que se

FUNÇÕES COMO MEMBROS DOS GABINETES DE APOIO PESSOAL DOS ELEITOS LOCAIS

O tratamento da situação em apreço implica ter em conta o estatuto dos membros dos gabinetes de apoio pessoal, constante do art. 74.º da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro119.

No que respeita à Lei n.º 169/99, a sua atual redação, tal como conferida pela Lei n.º 5- A/2002, de 11 de janeiro, cabe registar que o art. 73.º, n.º 1, determina que os presidentes das câmaras municipais podem constituir um gabinete de apoio pessoal (cuja composição varia consoante o número de eleitores)120. Mais possibilita o n.º 4 do mesmo artigo que o presidente da câmara delegue no chefe de gabinete e no adjunto a prática de atos de gestão ordinária.

Nos termos do disposto no n.º 2 do art. 73.º da Lei n.º 169/99, os vereadores em regime de tempo inteiro podem constituir um gabinete de apoio pessoal, com a seguinte composição: nos municípios com mais de 100 000 eleitores, um adjunto e um secretário; nos restantes municípios, um secretário.

Referindo-se ao estatuto do pessoal do gabinete de apoio pessoal, resulta, por sua vez, do assinalado art. 74.º que: os membros deste gabinete são nomeados para os cargos pelo presidente da câmara; o pessoal integrado naqueles gabinetes que for funcionário da administração central ou local é provido em regime de comissão de serviço; a estes

Não. As entidades públicas empresariais estão excluídas do âmbito objetivo de aplicação da Lei n.º 66-B/2007, de 28 de dezembro, não se encontrando, assim, sujeitas à sua disciplina. Contudo, o Subsistema de Avaliação do Desempenho dos Trabalhadores da Administração Pública (SIADAP 3) é aplicável, com as necessárias adaptações, aos trabalhadores das entidades públicas empresariais então detentores da qualidade de funcionário ou agente (ver artigos 2.º n.º 3, e 83.º da Lei n.º 66-B/2007, de 28 de dezembro).»

119 O qual, por sua vez e como veremos, reputa aplicável, em matéria de garantias, o preceituado no Decreto-Lei nº 262/88, de 23 de

julho, diploma que estabelece o regime dos gabinetes dos membros do Governo.

membros do gabinete de apoio pessoal é aplicável, em matéria de recrutamento, competências, garantias, deveres e incompatibilidades, o regime relativo ao pessoal dos gabinetes dos membros do Governo, com as adaptações deste art. 74.º e do art. 73.º, para além das inerentes características do gabinete em que se integram, o que implica a aplicação do Decreto-Lei n.º 262/88, de 28 de julho121. Neste diploma merece saliência o facto de – ao nível das garantias que o legislador consagrou aos membros dos gabinetes que integram o Governo – não poderem aqueles ser prejudicados, designadamente, na estabilidade do seu emprego e na sua carreira profissional por causa do exercício das suas funções. Ainda segundo o n.º 2 do mesmo artigo “o tempo de serviço prestado pelos membros dos gabinetes considera-se, para todos os efeitos, como prestado no lugar de origem, mantendo aqueles todos os direitos, subsídios, regalias sociais, remuneratórias e quaisquer outras correspondentes ao seu lugar de origem, não podendo igualmente ser prejudicados nas promoções a que, entretanto, tenham adquirido direito, nem nos concursos públicos a que se submetam, pelo não exercício de atividade no lugar de origem”.

Daqui se conclui que os trabalhadores providos em regime de comissão de serviço nos gabinetes de apoio pessoal dos eleitos locais não estão sujeitos ao SIADAP durante o exercício dessas funções, em virtude de se encontrarem excluídos do âmbito de aplicação

121 Com o objetivo determinado de melhorar as condições de atuação dos Gabinetes dos membros do Governo, e invocando

expressamente no seu preâmbulo o conteúdo do art. 50º da CRP, o Decreto-Lei n.º 262/88, de 28 de julho, estipula no seu art. 7.º, epigrafado de “Garantias dos membros dos Gabinetes”:

1. “Os membros dos gabinetes não podem ser prejudicados na estabilidade do seu emprego, na sua carreira profissional e no regime da segurança social de que beneficiem por causa do exercício das suas funções.

2. O tempo de serviço prestado pelos membros dos Gabinetes considera-se, para todos os efeitos legais, como prestado no lugar de origem, mantendo aqueles todos os direitos, subsídios, regalias sociais, remuneratórias e quaisquer outras correspondentes do seu lugar de origem, não podendo igualmente ser prejudicados nas promoções a que, entretanto, tenham adquirido direito. 3. Quando os membros do Gabinetes se encontram à data da nomeação, investidos em cargo público temporário, por virtude da

lei, ato ou contrato, ou em comissão de serviço, o exercício de funções no Gabinete suspende o respetivo prazo.

4. ….

5. Os membros dos Gabinetes que cessam funções retomam automaticamente as que exerciam à data da nomeação, só podendo os respetivos lugares de origem ser providos em regime de substituição….

6. …..”

Deste regime jurídico dos membros dos Gabinetes Ministeriais que, como vimos, é igualmente aplicável aos membros dos membros dos gabinetes dos presidentes e vereadores a tempo inteiro, é nítida a proteção dos cargos exercidos, ainda que de modo temporário, por aqueles que são chamados a colaborar nos gabinetes referidos.

Vejamos a letra da lei: o art. 50.º nº 2 da CRP estabelece que «ninguém pode ser prejudicado na sua colocação, no seu emprego, na sua carreira profissional ou nos benefícios sociais a que tenha direito, em virtude do exercício de direitos políticos ou do

da Lei n.º 66-B/2007, de 28 de dezembro122. Isto porque, o exercício de funções nesses gabinetes, é feito na qualidade de agentes políticos123.

Contudo, estes trabalhadores terão direito, posteriormente, ao suprimento da avaliação mediante adequada ponderação do currículo profissional relativamente ao período que não foi objeto de avaliação, a efetuar nos termos do art. 43.º da Lei n.º 66-B/2007, e do Despacho Normativo n.º 4-A/2010, de 8 de fevereiro, para efeitos de alteração do posicionamento remuneratório 124-125.

3.3 TRABALHADORES DO ESTADO QUE ESTÃO A DESEMPENHAR