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3 PLANO DE AÇÃO: UMA PROPOSTA PARA O MONITORAMENTO E

3.1 Plano de Ação

3.1.3 Visão e Satisfação dos Beneficiários da Política

O referencial teórico sobre avaliação e monitoramento de políticas públicas, constante no segundo capítulo, abordou a Avaliação de Resultados, identificando alguns questionamentos que podem ser realizados quando o foco da avaliação for o resultado da política. Nessa perspectiva, um dos questionamentos apresentados tem como finalidade verificar a satisfação dos beneficiários em relação aos resultados alcançados pelo programa. Nesse sentido, em relação aos objetivos da Política de Apoio Estudantil da UFJF referentes à melhoria da qualidade de vida dos estudantes e à garantia da permanência dos beneficiários na instituição, pode-se proceder a sua análise através da aplicação de questionário aos graduandos beneficiários do programa, com vistas a verificar a visão e a satisfação dos mesmos perante o Apoio Estudantil oferecido pela UFJF. Além disso, a aplicação do questionário permitirá conhecer as necessidades dos alunos e, consequentemente, identificar se a política desenvolvida na instituição é capaz de suprir tais necessidades.

À vista disso, uma possibilidade que permitiu à PROAE ter conhecimento das necessidades dos graduandos foi a I Jornada de Apoio Estudantil, ocorrida em novembro de 2014, que assegurou o diálogo entre a gestora, os executores e os beneficiários da Política de Assistência ao Estudante da UFJF. Esse tipo de ação pode ser enquadrada como “Avaliação Participativa” e Carvalho (2009, p.91) explica que a participação de todos os envolvidos na política “garante à avaliação maior densidade. Limita seu risco de permanecer periférica. [...] permite detectar precocemente falhas ou estratégias inadequadas e alterá-las objetivando melhorar sua eficácia”. Desse modo, a Jornada de Apoio Estudantil deve ser vista como uma alternativa para se avaliar a política, na medida em que esta ação é capaz de dar voz aos beneficiários do Apoio Estudantil. Assim, quando a avaliação de uma política envolve seus gestores, executores e beneficiários, Carvalho (2009, p.93) afirma que ocorre, “sem dúvida, uma apropriação mais rica e consequentemente

produz melhora da sua eficiência e eficácia. Caso contrário perde-se informações relevantes para aferir a efetividade da ação.” Portanto, como proposta para a avaliação da Política de Apoio Estudantil da UFJF, a PROAE deve manter a realização anual da Jornada de Apoio Estudantil, a fim, principalmente, de identificar as necessidades dos graduandos e verificar se o programa é capaz de atendê-las.

Cumpre destacar que, segundo Carvalho (2009, p.91), “a avaliação participativa não dispensa o uso de tradicionais instrumentos como: definição de indicadores, aplicação de questionários, realização de entrevistas, observação participante...”. Nessa direção, o estabelecimento de indicadores e a aplicação de questionário serão tratados neste Plano de Ação, como forma de complementar a avaliação. Em complementação, a autora acrescenta que a avaliação participativa oportuniza aos envolvidos a troca de informações e reflexões.

Neste sentido, outra proposta deste Plano de Ação é a aplicação de questionário aos beneficiários da política, conforme abordado no início deste tópico. Desse modo, no Quadro 8 serão apresentados aspectos que podem ser incluídos no questionário a ser aplicado e que devem ser aprimorados pela Pró-Reitoria de Apoio Estudantil e Educação Inclusiva, a partir das necessidades detectadas pelo setor.

Quadro 9: Questionamentos propostos

Objetivos Questionamentos

Verificar o alcance dos objetivos da Política (Para cada questão referente a este objetivo, deve-se criar uma escala de 0 a 10 a fim de que o aluno assinale o grau de influência da Política em relação aos aspectos tratados)

- Em que medida o Apoio Estudantil contribui para a melhoria da sua qualidade de vida?

- Em que medida o Apoio Estudantil auxilia na sua permanência na Universidade?

- Em que medida o Apoio Estudantil contribui para a melhoria do seu rendimento acadêmico? - Em que medida seria possível cursar a sua graduação na UFJF sem o recebimento do(s) benefício(s) do Apoio Estudantil?

Conhecer a visão dos beneficiários perante a Política

- Você tem conhecimento de quais são as ações oferecidas pelo Apoio Estudantil? (enumerar ações desenvolvidas para que o estudante assinale)

- Você acha que o Apoio Estudantil deveria oferecer outro(s) benefício(s)? Enumere

Conhecer a satisfação dos beneficiários em relação à Política

benefício(s) recebido(s)? (Criar escala de 0 a 10)

- Você tem necessidade de receber outro(s) benefício(s)? Qual(is)?

Fonte: Elaborado pela autora.

Portanto, o Quadro 9 apresenta algumas perguntas que podem ser utilizadas no questionário a ser aplicado aos estudantes beneficiados pela Política de Apoio Estudantil da UFJF, porém não pretende esgotar as possibilidades, permitindo à PROAE incluir questões que julgar pertinentes à avaliação do programa. Em relação ao modo de aplicação do questionário, sugere-se que seja realizado através do Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (SIGA), sistema informatizado utilizado por alunos e servidores da UFJF, e que ocorra anteriormente à realização da Jornada de Apoio Estudantil, de modo a fornecer à PROAE informações que subsidiem o planejamento da Jornada e indique os pontos a serem discutidos.

Além das propostas de aplicar o questionário aos beneficiários da política e de manter a realização anual da Jornada de Apoio Estudantil, através da pesquisa realizada, identificou-se a necessidade de mapear o perfil dos graduandos da UFJF, com vistas a conhecer a real demanda do programa, ou seja, determinar quantos alunos se enquadram no critério de renda para inclusão na política. Desse modo, Assis (2013), em sua dissertação intitulada “Desafios e Possibilidades da Política de Assistência Estudantil da UFJF”, propôs a criação de um perfil socioeconômico e cultural dos alunos da UFJF e, segundo a autora, para a elaboração deste perfil poderiam ser utilizados dados similares aos coletados pelo FONAPRACE, quando da realização do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes das IFES. Assis (2013, p.93) alega que “a maior parte desses dados já se encontra disponível na PROAE, pois já foram solicitados aos alunos em diferentes momentos, como no ingresso na instituição [...]. Seria importante organizá-los em um perfil próprio da instituição.”

Isto posto, como proposta para o monitoramento e avaliação da Política de Apoio Estudantil, deve-se reforçar a proposta13 de Assis (2013), qual seja criar um

13 Proposta constante às páginas 91 a 93 da dissertação intitulada “Desafios e Possibilidades da Política de Assistência Estudantil da UFJF.”

perfil do público alvo, com a finalidade de obter informações sobre a demanda pelo programa e sobre as principais necessidades dos graduandos da instituição. Além disso, com o intuito de subsidiar o monitoramento e avaliação da política, o próximo tópico apresentará indicadores que poderão ser utilizados pela PROAE para analisar o Programa de Assistência ao Estudante executado na UFJF.