Um dos eventos mais importantes para a conscientização da prote- ção ambiental e da conservação da Mata Atlântica, a 5.ª edição do Viva a Mata aconteceu de 22 a 24 de maio, na Marquise e Arena de Eventos do Parque Ibirapuera, em São Paulo, e recebeu mais de 80 mil visitan- tes interessados em conhecer mais sobre o Bioma, o que está sendo feito para a conservação das florestas e da costa atlântica e o que cada cidadão pode fazer para exercer a cidadania socioambiental.
Uma intensa programação foi oferecida, como estandes temáticos, auditório com palestras e debates, oficinas interativas, distribuição de mudas de espécies nativas, peças de teatro e mobilizações. A ceno- grafia foi idealizada por Nido Campolongo e o evento contou com pa- trocínio do Banco Bradesco, apoio da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) e coleta seletiva da ONG Pueras, que cuidou da gestão ambiental do evento, separando e reciclando os 2.440 kg de resíduos coletados.
Um dos destaques deste ano foi o lançamento do projeto A Mata Atlântica é Aqui: Exposição Itinerante do Cidadão Atuante, um cami- nhão adaptado para desenvolver atividades socioambientais, que per- correrá 40 cidades da Mata Atlântica para educar e mobilizar para a cidadania, voltando para dividir histórias, experiências e a situação da Mata Atlântica em cada cidade por onde passar, no Viva a Mata 2010.
A jornalista Paulina Chamorro comandou os bate-papos com celebri- dades, promovidos em parceria com a Rádio Eldorado, que neste ano contaram com a presença do chef Alex Atala, dos restaurantes D.O.M. e Dalva e Dito; de Guilherme Rocha e Alemão, do grupo Inimigos da HP, e do apresentador do reality show Ecoprático, da TV Cultura, Peri Pane, no Espaço Arena. Todos foram contar sobre suas experiências com o meio ambiente e incentivar as pessoas a promover ações cotidianas que colaborem para um meio ambiente mais equilibrado.
No Espaço Arena aconteceram também as Rodas de Conversa com voluntários sobre Abordagem Colaborativa, e os monitores ambientais da Prainha Branca mostraram a experiência da conservação e do turis- mo na Serra do Guararu, no Guarujá, um caso de sucesso da boa gestão ambiental. O espaço também foi palco de espetáculos como História molhada 2 – a aventura continua, da Cia. Trem Bão, a peça de teatro A cigarra e a formiga, da Cia Estúdio Mágico, e o teatro de bonecos Ami- gos da mata, promovido pelo grupo de Voluntariado da SOS Mata Atlân- tica, os quais hipnotizaram as crianças e os adultos que acompanharam as apresentações. A Academia Ecofit, sempre presente no Viva a Mata, desenvolveu atividades físicas no espaço, todos os dias.
Já no Espaço Oca, um auditório dedicado à discussão dos temas
Zerolux
Mais de 80 mil visitantes em três dias de programação em prol da Mata Atlântica
Programas e Projetos
ambientais mais polêmicos do momento, vários foram os destaques: o encontro da Frente Parlamentar Ambientalista discutiu a Reserva Legal na Mata Atlântica e reuniu mais de 80 pessoas; a Frente dos Vereado- res, por sua vez, discutiu a Plataforma Ambiental nos governos locais. Em prol da conservação dos ecossistemas marinhos, mesas-redondas debateram as Reservas Extrativistas Marinhas na costa da Mata Atlân- tica e o projeto Mata Atlântica & Pesca – que visa o ordenamento da pesca. A qualidade da água, monitorada pelo Projeto Tietê, também foi destaque na Oca. Os resultados do Programa de Incentivo às RPPNs, que já criou mais de 300 reservas, e as iniciativas pela restauração da Mata Atlântica também foram discutidos neste espaço.
Durante o evento, cerca de 100 projetos de conservação que acon- tecem em toda a Mata Atlântica, tanto da Fundação como de várias outras ONGs, foram expostos nos estandes temáticos, como o Costa Atlântica, que trouxe informações sobre a situação do mar e da costa brasileira, além de réplicas de tartarugas-marinhas em tamanho real, expostas pelo Projeto Tamar; o estande Lagamar, região mais preser- vada da Mata Atlântica no litoral Sul de São Paulo; o Centro de Experi- mentos Florestais e os estandes de Restauração Florestal; os estandes de Água, que mostraram a importância da floresta para a existência desse recurso.
Os estandes de Conservação Regional trouxeram um pouco do que está sendo feito pela conservação e restauração em cada canto da Mata Atlântica, promovendo a troca de experiências; os estandes de Reservas Particulares, onde os proprietários de terras mostraram um pouco da sua luta para proteger áreas preservadas do Bioma; os estandes de Pro- dutos Sustentáveis e os de Educação Ambiental; o de Reciclagem, onde aconteceram oficinas de customização de camisetas ou a demonstração de móveis feitos com pneus; o Túnel dos Sentidos, que possibilitou aos visitantes experimentar sons, cheiros e texturas da floresta, com os olhos vendados; e os estandes institucionais da SOS Mata Atlântica, do Banco Bradesco e outras empresas colaboradoras.
As crianças que visitaram o Viva a Mata, além de se divertir e apren- der com as peças de teatro, exposições e maquetes, puderam brincar no espaço de lazer da Lao Engenharia, desenvolvido com materiais re- ciclados e certificados.
Pela primeira vez, a Semana Mata Atlântica, organizada pelo Minis- tério do Meio Ambiente, a Rede de ONGs da Mata Atlântica e a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, foi realizada de forma integrada ao Viva a Mata, também no Parque Ibirapuera. A programação da Semana visou a discussão de estratégias para a conservação da Mata Atlântica, como mosaicos, corredores de biodiversidade, gestão compartilhada de áreas protegidas e políticas públicas para o Bioma.