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ácido hialurônico na odontologia: revisão de literatura

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Academic year: 2023

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UNICESUMAR – UNIVERSIDADE CESUMAR CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

ÁCIDO HIALURÔNICO NA ODONTOLOGIA: REVISÃO DE LITERATURA

MARIA EDUARDA DE ARAUJO

MARINGÁ – PR 2020

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Maria Eduarda de Araujo

ÁCIDO HIALURÔNICO NA ODONTOLOGIA: REVISÃO DE LITERATURA

Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Odontologia da UniCesumar – Universidade Cesumar como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharela em Odontologia, sob a orientação do Prof. Me.

Rodrigo Lorenzi Poluha.

MARINGÁ – PR 2020

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MARIA EDUARDA DE ARAUJO

ÁCIDO HIALURÔNICO NA ODONTOLOGIA: REVISÃO DE LITERATURA

Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Odontologia da UniCesumar – Universidade Cesumar como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharela em Odontologia, sob a

orientação do Prof. Me. Rodrigo Lorenzi Poluha.

Aprovado em: 04 de Dezembro de 2020.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof. Me. Rodrigo Lorenzi Poluha – Universidade Cesumar – Unicesumar

__________________________________________

Profa. Me. Joana Yumi Teruya Uchimura – Universidade Cesumar - Unicesumar

__________________________________________

Prof. Me. João Paulo Martins – Universidade Cesumar – Unicesumar

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ter me dado forças todos esses anos, me manter de pé e não me deixar desistir.

Agradeço a minha familia, em especial meu pai Marcos Araujo que me proporcionou viver essa experiência maravilhosa, sempre acreditou em mim e nunca mediu esforços realizar meus sonhos.

Agradeço ao meu orientador Me. Rodrigo Lorenzi Poluha, por ter me dado a honra de ser sua orientada e por ter me ajudado sempre que precisei, sem dúvidas foi essencial para completar essa etapa .

E por fim, agradeço as minhas amigas que a faculdade me presenteou (Rafaela Caetano, Maria Eduarda Todon, Mariana Travain, Victória Neri), por sempre conseguirem deixar nossa rotina mais leve e me ajudarem quando precisei. Amo vocês!

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ÁCIDO HIALURÔNICO NA ODONTOLOGIA: REVISÃO DE LITERATURA

Maria Eduarda de Araujo

RESUMO

O intuito do presente estudo foi o de realizar uma revisão de literatura sobre a utilização do ácido hialurônico (AH) na odontologia, onde abordamos a utilização deste material para fins estéticos e funcionais. O AH é um polissacarídeo glicosaminoglicano, presente no tecido conjuntivo dos humanos, que diminui com o passar dos anos, contribuindo para a formação de rugas e a diminuição da elasticidade da pele. Por conter propriedades viscoelásticas e hidrofílicas na odontologia é utilizado em alguns casos de reabilitação orofacial e Disfunção Temporomandibular (DTM) articular, além da aplicação estética como preenchedores faciais.

As complicações decorrentes do uso de AH são infrequentes, mas podem ocorrer devido a reações alérgicas, falta de habilidade do profissional e patologias pré-existentes. Em suma, podemos concluir que a aplicação do AH tem bons resultados, tanto na estética como preenchedor, por ter um tempo de duração esperado, havendo poucos efeitos colaterais e boa adaptação aos contornos faciais, quanto para fins funcionais no caso da DTM, por ter uma abordagem pouco invasiva, de baixo custo e com bons resultados em curto e médio prazo.

Palavras-chave: Ácido Hialurônico. Odontologia. Disfunção Temporomandibular.

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HYALURONIC ACID IN DENTISTRY: LITERATURE REVIEW

ABSTRACT

The aim of this study was to conduct a literature review on the use of hyaluronic acid (HA) in dentistry, where we approach the use of this material for aesthetic and functional purposes.

HA is a glycosaminoglycan polysaccharide, present in the connective tissue of humans, which decreases over the years, contributing to the formation of wrinkles and decreased skin elasticity. Because it contains viscoelastic and hydrophilic properties in dentistry, it is used in some cases of orofacial rehabilitation and joint temporomandibular disorder (TMD), in addition to aesthetic application as facial fillers. Complications resulting from the use of HA are infrequent, but they can occur due to allergic reactions, lack of professional skills and pre- existing pathologies. In short, we can conclude that the application of HA has good results, both in aesthetics and filler, as it has an expected duration, with few side effects and good adaptation to facial contours, as well as for functional purposes in the case of TMD, for having a low-invasive approach, of low cost and with good results in the short and medium term.

Keywords: Hyaluronic Acid. Dentistry. Temporomandibular Disorder.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 7

2 METODOLOGIA ... 9

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E DISCUSSÃO... 10

3.1 INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES PARA O ÁCIDO HIALURÔNICO ... 10

3.2 MECANISMO DE AÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICO ... 11

3.3 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE AH NA ESTÉTICA ... 12

3.4 PREENCHEDORES ESTÉTICOS... 14

3.5 TÉCNICA DE INFILTRAÇÃO DA ARTICULAÇÃO TEMPOMANDIBULAR .... 15

3.6 PRODUTOS ... 17

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 19

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1 INTRODUÇÃO

O ácido hialurônico (AH) é um polissacarídeo glicosaminoglicano de alto peso molecular (4000 – 20.000.000 Daltons) presente na matriz extracelular da pele, tecido conectivo e humor vítreo. Sua forma estrutural consiste em unidades de dissacarídeos polianiônicos de N-acetil-glucosamina e ácido glucurônico conectados por ligações BL-3 e BL-4 alternadas (Figura 1) (CASALE et al., 2016).

Figura 1 - Duas unidades repetidas de dissacarídeos do ácido hialurônico

Fonte: GUIA ILUSTRADO PARA PREENCHIMENTOS INJETÁVEIS, 2017

O AH possui diversas funções como hidratação, lubrificação, estabilização do meio e preenchimento de partes moles para corrigir depressões, rugas e sulcos. Suas possíveis complicações são incomuns e autolimitadas e abrangem reações inflamatórias, pequenos hematomas e/ou equimoses, abscessos nos sítios de aplicação, necrose tecidual (por injeção intravascular ou compressão da rede vascular adjacente), edema e granulomas (SALES et al., 2011).

Os estudos sobre o AH se iniciaram em 1934, na Universidade de Columbia, pelos pesquisadores Karl Meyer e John Palmer, porém apenas em 1950, os pesquisadores conseguiram definir a estrutura do AH e suas propriedades. A terminologia deste biopolímero derivou da ligação entre o termo grego “hialóide”, que significa vítreo, e “ácido urônico”, que é a designação de uma das moléculas de monossacarídeo que o compõem. Na atualidade, o AH é comumente referenciado como hialuronato de sódio, pois está presente na natureza ou em condições fisiológicas, na configuração de um poliânion e não no formato de ácido

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(LAURENT 2002; KAKEHI; YASUEDA; KINOSHITA, 2003; YAMADA; KAWASAKI, 2005 apud PAM et al., 2013)

O AH tem sido muito utilizado na medicina devido suas propriedades viscoelásticas e hidrofílicas. Na odontologia é utilizado em alguns casos de reabilitação orofacial e Disfunção Temporomandibular (DTM) articular, além da aplicação estética como preenchedores faciais.

A utilização em articulações temporomandibulares (ATM) começou na década de 1970 e tem proporcionado resultados satisfatórios e promissores na redução dos sinais e sintomas clínicos de desordens envolvendo estalos e processos degenerativos (SANTOS et al., 2017). Em procedimentos de preenchimento da pele, foi utilizado pela primeira vez no ano de 1989 por Endre Balazs (FERREIRA; CAPOBIANCO, 2016).

O AH é um material de uso relativamente novo na odontologia, mas com grande aplicabilidade pelo cirurgião dentista com uma crescente procura por parte pacientes por tratamentos nos quais o AH é efetivo pode ser usado. Sendo assim, é fundamental ao profissional ter conhecimentos sobre o material a fim de otimizar sua utilização clínica.

Portanto, o presente trabalho objetiva revisar a literatura a respeito das aplicações do ácido hialurônico na odontologia.

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2 METODOLOGIA

2.1 Para a revisão foram utilizados os bancos de dados Google Acadêmico, Scielo e Pubmed, no período de março de 2020 a novembro de 2020. A pesquisa incluiu artigos publicados em periódicos odontológicos, sem restrição de idioma. Foram incluidos na revisão artigos, relato de caso, revisão de literatura ou revisão sistemática e estudos prospectivo ou retrospectivo.

As palavras chaves utilizadas na busca foram: Viscossuplementos, Ácido hialurônico, odontologia Cosmética, Toxina Botulínica

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E DISCUSSÃO

3.1 INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES PARA O ÁCIDO HIALURÔNICO

O AH possui várias indicações, na odontologia podemos destacar: correções de cicatrizes atróficas, deformidades cutâneas, determinação de contorno facial, supressão de rugas e linhas de expressão, sustentação e reposição de volume facial, definição de contorno e volume labial, regeneração de tecido gengival e em algumas DTMs articulares (GARBIM et al., 2019).

Atualmente, o AH na forma de gel injetável é considerado tratamento padrão ouro no ponto de vista estético para correção de rugas, perda de contorno e reposição de volume facial. Temos como exemplo a utilização no preenchimento dos sulcos nasojugais (popularmente conhecido como olheira), nos sulcos nasogenianos (conhecido como “bigode chinês”), nas rugas glabelares (rugas do nariz e entre as sobrancelhas) e nas rugas finas conhecida popularmente como “pés de galinha’’ (JAIN, 2013 apud FERREIRA;

CAPOBIANCO, 2016)

‘’As contraindicações para o preenchimento são gravidez, lactação, doenças sistêmicas autoimunes e imunodepressão, distúrbios de coagulação ou uso de anticoagulantes, inflamação ou infecção no local a ser tratado e pacientes com distúrbios de comportamento’’

(CROCCO et al., 2012; PIEL, 2011 apud SANTONI, 2018)

Balassiano e Bravo (2014) destacam que embora o AH injetável seja considerado o padrão ouro na clínica estética para correção de rugas, perda de contorno e reposição de volume facial, sua aplicação também pode ocasionar efeitos indesejáveis, às vezes graves. Por outro lado os autores Ferreira e Capobianco (2016) garantem que complicações decorrentes do uso do AH são infreqüentes, contudo, alguns pacientes podem apresentar reações alérgicas as substâncias químicas e elementos protéicos presente em sua composição. Neste contexto Felipe e Redondo (2015), asseguram também que os preenchedores de ácido hialurônico (AH) representam o produto de primeira escolha da maioria dos profissionais, em virtude dos raros relatos de hipersensibilidade associados ao seu uso, conferindo segurança clínica.

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3.2 MECANISMO DE AÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICO

O AH é originado na membrana plasmática por um agrupamento enzimático de diversos modelos celulares (HAMMOND, 1997 apud BARBOSA, 2008 apud AGOSTINI;

SILVA 2010) e entre esses modelos há o CD44 que é seu receptor e quem sustenta a interação entre a superfície da célula e componentes da matriz celular (ALHO; UNDERHILL, 1989 apud BARBOSA,2008 apud AGOSTINI; SILVA 2010).

“Também sintetizado na membrana plasmática dos fibroblastos da derme após pela dos queratinócitos da epiderme” (KAKEHI et al., 2003 apud ZAZULAK et al., 2006 apud AGOSTINI; SILVA 2010), à proporção que é produzido, o AH é liberado para fora da célula (HAMMOND, 1997 apud BARBOSA, 2008 apud AGOSTINI; SILVA 2010) pelo mecanismo de exocitose (GUYTON; HALL, 1997 apud AGOSTINI; SILVA 2010).

Em virtude de suas características moleculares, sua textura é gelatinosa e espessa (KIM et al., 1996 apud OGROWSKI, 2006 apud AGOSTINI; SILVA 2010), deste modo o AH age como preenchedor dos espaços na derme, proporcionando estabilização e absorvendo choques e (ZAZULAK et al., 2006 apud AGOSTINI; SILVA 2010), cooperando com as propriedades elásticas por formar uma rede de estruturas helicoidais (LAUGIER, 2000 apud CHORILLI et al., 2007b apud AGOSTINI; SILVA 2010).

Conforme os anos vão passando há uma redução de AH na pele provocando a retração da substância fundamental e diminuição da viscosidade (KIERSZEBAUM, 2004 apud AGOSTINI; SILVA 2010). Na epiderme, proporciona hidratação por umectação, pois tem características higroscópicas (capazes de absorver a água exógena de acordo com a umidade relativa do ar, pela transpiração ou pela absorção de cosméticos) (GOMES; GABRIEL, 2006 apud AGOSTINI; SILVA 2010).

O AH possui propriedades biológicas como viscoelasticidade, lubrificação, capacidade de retenção de água, biocompatibilidade e biodegradabilidade. Além disso, o AH pode influir na proliferação celular, na diferenciação e no reparo dos tecidos, provocando alterações na disponibilidade e na síntese do AH, que podem ser notados com o envelhecimento, cicatrização e doenças degenerativas (PEREIRA; DELAY, 2017; KALIL et al., 2011 apud SANTONI, 2018).

Atualmente também podemos utilizar o AH com função terapêutica em formato de sal sódico (Hialuronato de Sódio – HS) em alguns casos de DTM articular, para agir no controle da dor e o restabelecimento funcional da ATM (SBDOF, 2013). É indicado para condições clinicas específicas como: Deslocamento do Disco da ATM com ou sem Redução;

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Osteoartrose; Osteoartrite; Doença Articular Degenerativa; e, associado à intervenções cirúrgicas da ATM (Artrocentese, Artroscopia, Artrotromia) (OKESON, 2008 apud SBDOF, 2013).

A infiltração intra-articular de hialuronato de sódio (HS), de acordo com o seu peso molecular, pode aumentar a sua produção endógena pelas células sinoviais e melhorar ou normalizar as funções mandibulares, pelo rompimento de adesões ou aderências recentes ente o disco articular e a fossa mandibular (Grossmann et al., 2013; Yeung et al., 2006 apud JANUZZI 2018).

3.3 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE AH NA ESTÉTICA

Conforme envelhecemos, a quantidade de AH no nosso organismo diminui, alterando a quantidade de água, e por consequência ocorre o surgimento de rugas na pele, com alteração da elasticidade, perda do turgor e formação de manchas (FERREIRA; CAPOBIANCO, 2016).

Ao repor o AH nas camadas internas da pele se restaura o equilíbrio hídrico, a distribuição de proteínas nos tecidos é filtrada e regulada e forma-se um ambiente físico no qual ocorre o movimento das células, auxiliando a melhora na estrutura e elasticidade da pele, removendo rugas, realçando e restaurando o volume facial, produzindo volume labial, amenizando as linhas de expressão e promovendo o rejuvenescimento facial (BERTOLAMI et. al., 1992;

FRASER et al., 2007 apud FERREIRA; COPABIANCO, 2016).

Antes de começar os procedimentos o profissional deve avaliar individualmente cada paciente, fazer uma anamnese completa (avaliar antecedente de alergia, uso de medicamentos), solicitar assinatura do termo de consentimento, realizar fotografias antes e depois da aplicação do AH, verificar os riscos e benefícios, além de debater sobre a expectativa do paciente em relação ao resultado. Quando possível, suspender anticoagulantes e anti-inflamatórios não hormonais de sete a dez dias antes do procedimento para evitar aumento de sangramento (CROCCO et al., 2012).

A aplicação é feita na derme superficial, média e profunda (ERAZO et al., 2009 apud SANTONI, 2018). A profundidade de aplicação dependerá da viscosidade do produto, quanto mais fluído o produto, mais superficial será sua aplicação (derme superficial) e maior o risco de visibilidade; e, quanto mais viscoso, mais profunda será sua aplicação (derme profunda).

Em consequência disso, vários produtos de AH passaram a ser usados em diferentes partes do rosto, devido à diferença de tempo de permanência, persistência, injeção e necessidade de anestesia local (LIMA et al., 2016; JOHN; PRINCE, 2009 apud SANTONI, 2018).

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Robinson e colaboradores (2016) asseguram que apesar de ser chamado de preenchimento dérmico, a maioria dos AH é injetado abaixo da derme. A correção dos sulcos nasolabiais, linhas da marionete e linhas mentonianas são abordadas no plano subcutaneo, enquanto as regiões do malar, zigomático, queixo e área mandibular são tratadas no plano supraperiosteal. A exceção se aplica a correção das rítides no lábio superior, geralmente aplicado superficialmente sobre a ruga (MAIA; SALVI, 2018).

O preenchimento, usualmente é realizado através de agulhas ou cânulas, cujo calibre necessitará ser adequado ao fluxo do material, nível e profundidade de deposição. Esta, por sua vez poderá ocorrer pela técnica de retroinjeção, aplicações em bolus, injeções cruzadas, torre de sustentação, entre outras, levando sempre em conta a densidade e a viscosidade do agente preenchedor utilizado (MAIA; SALVI, 2018).

Exemplo de técnicas utilizadas para a aplicação do AH:

Técnica da retroinjeção ou injeção retrógrada: é a técnica mais utilizada, onde se introduz todo o comprimento da agulha na área a ser tratada, injetando-se o material durante o movimento de retirada da agulha. Exemplos de onde essa técnica é comumente usada incluem linha da glabela, sulcos nasolabiais, lábios e sulco lacrimal, dentre outros (MONTEIRO, 2013; WARREN; NELIGAN, 2015 apud SANTONI, 2018). Está técnica permite a distribuição homogênea do produto em toda a área afetada, analisa-se a melhora da espessura da pele e não somente a melhora das linhas, conservando a mobilidade da área tratada e a feição natural, sem a visualização do material devido à sua alta uniformidade tecidual (CUNHA et al., 2019).

Técnica em leque: é uma modificação da técnica retrógrada. Antes de retirar totalmente a agulha da pele, o profissional modifica sua orientação para outra direção e injeta novamente o produto em uma via retrógrada. Esse processo é repetido várias vezes em diversas direções até obter o efeito desejado. Essa técnica é utilizada na região de malar, mas é também usada na correção do sulco nasolabial (WARREN; NELIGAN, 2015 apud SANTONI, 2018).

Técnica pontual seriada: consiste na aplicação de múltiplas injeções sequenciais, sendo realizada em pontos bem próximos para precaver irregularidades. Essa técnica é comumente usada para correção do sulco lacrimal, aumento de lábio e também no tratamento de outras rugas e sulcos (WARREN; NELIGAN, 2015 apud SANTONI, 2018).

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Técnica de linhas cruzadas (rede ou malha): as injeções são realizadas paralelamente entre si na região a ser tratada e após o procedimento é repetido perpendicularmente a estas linhas paralelas. É utilizada para preenchimento de grandes áreas ou para a restauração de volume, sendo e também pode ser usada para linhas de marionete e aumento de bochecha (MONTEIRO, 2013; WARREN; NELIGAN, 2015 apud SANTONI, 2018).

Robinson e colaboradores (2016) destacam que algumas vezes, faz-se necessário a combinação de várias técnicas em um mesmo paciente, e que os resultados são codependentes da habilidade do profissional executor (MAIA; SALVI, 2018).

3.4 PREENCHEDORES ESTÉTICOS

No mercado atual existe uma variedade de produtos à base de AH, uma única aplicação do ácido pode durar até um ano e o resultado pode ser notado imediatamente, quando utilizado em forma injetável (PEREIRA; DELAY, 2017 apud SANTONI, 2018).

Para a escolha ideal do AH, o profissional deverá considerar vários aspectos, entre eles, compatibilidade biológica, baixa imunogenicidade, tempo de reabsorção, características químicas, baixo risco de alergia e o custo para o paciente (JOHANNEN, 2009 apud FERREIRA; CAPOBIANCO, 2016). Estas características de preenchedores dérmicos são muito bem respondidas pelo AH, o que o faz ser um produto muito bem aceito em todo o mundo para o preenchimento cutâneo temporário (MONTEIRO, 2010 apud FERREIRA;

CAPOBIANCO, 2016).

Dentre várias marcas disponíveis, podemos citar algumas, como: Juvéderm®

(Allergan Industrie SAS, França), Surgiderm® (Allergan Industrie SAS, França), Belotero®

(Anteis AS, Suíça), Hylaform® (Genzyme Corporation, USA), Restylane® (Galderma), Perlane® (Galderma), Redexis® (Prollenium Medical Technologies, Canada) entre outros (FERREIRA; CAPOBIANCO, 2016 apud SANTONI, 2018).

Tabela 1 – Preenchedores faciais

PRODUTO ORIGEM PRODUÇÃO CONCENTRAÇÃO

Juvéderm® Não animal Fermentação

bacteriana de Streptococcus

18 mg/ml a 24 mg/ml de A

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Surgiderm® Não animal Fermentação

bacteriana de Streptococcus

18 mg/ml a 24 mg/ml de A

Belotero® Não animal - 20 mg/ml a 26 mg/ml

de AH

Hylaform® Animal Crista de galo 5,5 mg/ml de AH

Restylane® Não animal Fermentação bacteriana de Streptococcus

20 mg/ml de AH

Perlane® Não animal Fermentação

bacteriana de Streptococcus

20 mg/ml de AH

Redexis® Não animal Fermentação

bacteriana de Streptococcus

17 mg/ml e 25 mg/ml de AH

Fonte: SANTONI, 2018 (Adaptado)

3.5 TÉCNICA DE INFILTRAÇÃO DA ARTICULAÇÃO TEMPOMANDIBULAR

O primeiro aspecto importante para se realizar este procedimento, é a localização da ATM, que está aproximadamente cerca de 1,0 cm a frente do trágus. Para facilitar a localização do aspeto lateral da cabeça da mandíbula no movimento de translação pedimos ao paciente que abra e feche a boca (em média 3 vezes). Desta maneira, realizando a palpação na região do polo lateral, podemos perceber a depressão na região pré-auricular no movimento de abertura máxima, facilitando a localização do local da infiltração. Após localizar a região, solicitamos ao paciente para morder um mantenedor de abertura bucal, para manter o côndilo mandibular anteriorizado aproximadamente na região do tubérculo articular, destacando a depressão pré-auricular, onde será feita a punção da agulha. Logo após, executamos um movimento de compressão da pele contra a agulha (agulha 30G – 12,7mm e seringa de 1,0 ml) obtendo uma dobra tecidual que nos possibilite uma direção para a inserção da agulha no sentido posterior para anterior com uma inclinação de 45º graus, precisamos ter muita atenção

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para a agulha não entrar mais que 10mm. Seguida a introdução da agulha, inicia-se a infiltração do conteúdo lentamente (cerca de 0,8 – 1,0 ml). Após a infiltração de todo o conteúdo programado, remove-se lentamente a agulha, colocamos um pequeno penso para estancar e para proteger o local da punção e solicitamos que paciente abra e feche a boca, para que o conteúdo depositado se espalhe dentro do compartimento articular, provocando a perfusão tecidual e diminuindo a sensação de peso dentro da articulação. Posteriormente ao procedimento devemos realizar as orientações de autocuidados, dieta e programa de fisioterapia ao paciente (Grossmann et al., 2015 apud JANUZZI, 2018).

A injeção intra-articular de AH (hialuronato de sódio) recomendada para o controle das disfunções temporomandibulares de origem articular, é uma técnica minimamente invasiva, e tem como finalidade eliminar ou diminuir a dor e proporcionar um aumento funcional articular, melhorando de forma qualitativa e quantitativa o líquido sinovial (Kopp, 1991; Shi et al., 2003; Wei et al. 2010 apud JANUZZI, 2018).

Conforme seu peso molecular, o uso desses produtos, podem aumentar a produção de AH natural pelas células sinoviais, aperfeiçoar ou regularizar as funções mandibulares, desde a liberação de zonas de aderência entre a fossa mandibular e o disco articular (Kwiecinski et al., 2011 apud JANUZZI, 2018).

Em virtude das propriedades metabólicas e mecânicas do AH, a técnica da injeção intra-articular, isolada ou combinada com outras técnicas, mostra-se uma excelente característica terapêutica para as condições inflamatórias e alterações biomecânicas da ATM, fazendo-se um tratamento conservador ideal, minimamente invasivo e bem recomendado (Kopp et al., 1991; Zhang et al., 1999; Yeung et al., 2006; Kwiecinski et al., 2011 apud JANUZZI, 2018).

Uma revisão sistemática realizada por Goiato et al. (2016), teve como objetivo investigar se injeções intra-articulares de ácido hialurônico (HA) são eficazes para o tratamento de distúrbios temporomandibulares . Foram selecionados oito artigos, dentre eles, quatro comparam o uso de AH com corticosteroides. Os autores concluíram que as injeções intra-articulares de AH são benéficas para a melhoria da dor e/ou sintomas funcionais de TMDs. Entretanto, outras terapias medicamentosas, como injeções de corticosteroide e AINE, podem ser usadas com resultados satisfatórios. Portanto, um estudo clínico randomizado controlado (RCTs), com seguimento de períodos mais longos e tamanhos de amostra maiores são necessários para avaliar a eficácia real desta técnica.

Kopp et al. (1987), investigaram se as injeções de AH eram mais eficazes do que as injeções de corticosteroide (betametasona) em pacientes com dor e sensibilidade na ATM por

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pelo menos 6 meses. Os pacientes foram avaliados 4 semanas após a segunda sessão de tratamento. E então, Kopp et al. observou que ambos procedimentos reduziam os sintomas clínicos e a disfunção dos pacientes. Apesar disso, eles alegaram que AH era o tratamento mais adequado, visto que é um componente fisiológico do líquido sinovial, logo, o risco de evolução da degeneração articular, que pode ser provocada por corticosteróides, é reduzido.

3.6 PRODUTOS

Existem no mercado vários produtos que são utilizados na técnica da viscossuplementação da ATM, com características próprias, peso molecular, densidade, viscosidade e de diferente marcas comerciais. Para o sucesso desta técnica, cabe ao profissional, considerar o objetivo terapêutico e as características específicas de cada produto (considerando a sua capacidade de viscossuplementação, viscoindução e viscoproteção), para estabelecer o protocolo de tratamento mais adequado para o paciente (Figura 2).

Figura 2 - Viscossuplementos a base de HS e seus respetivos pesos moleculares - apresentações comerciais.

Fonte: JANUZZI, 2018

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso do ácido hialurônico em sua forma injetável vem se destacando cada vez mais na prevenção ao envelhecimento e volumização das zonas faciais, além de suas propriedades hidratante, viscoelástica e biocompatível, é também, de fácil manejo, sem intervenção cirúrgica e apresenta efeitos imediatos e naturais.

Com a odontologia contemporânea, na era da estética, a busca pelos procedimentos de preenchimentos com AH, torna-se cada vez mais constantes nos consultórios. Dessa forma o preparo profissional, nos cursos de especialização torna-se imprescindível para o atendimento da demanda de forma ética e responsável.

Também podemos concluir que a viscossuplementação com ácido hialurônico pode ser considerada uma medida terapêutica eficiente no restabelecimento funcional da ATM tanto a curto quanto médio prazo, desde que administrado por profissionais capacitados para o uso dessa técnica.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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