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A construção da heroína em 'Percy Jackson e os Olimpianos'

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Academic year: 2023

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XXVI Congresso de Iniciação Científica

A construção da heroína em Percy Jackson e os Olimpianos

Autor: Guilherme Augusto Louzada Ferreira de Morais. Orientadora: Profa. Dra. Maria Celeste Tommasello Ramos, UNESP, IBILCE, Licenciatura em Letras, gui_amorais@hotmail.com, Bolsa FAPESP.

Palavras Chave: Heroína, Percy Jackson, Mitologia.

Introdução

Estuda-se o modelo heroico clássico a fim de fazer-se possível a análise da construção da heroína em dois romances da série Percy Jackson e os Olimpianos, visto que se percebe claramente, nos textos analisados, que a mulher torna-se, também, heroína, carregando consigo os mesmos atributos que os heróis clássicos, o que, na Antiguidade, era mais raro. Para tanto, foi necessário voltar à Literatura clássica, mais especificamente aos textos de Homero, Hesíodo, Virgílio, etc., para investigar as façanhas dos grandes heróis e relacioná-los às personagens femininas de Riordan.

Objetivos

A pesquisa tem o objetivo de analisar a caracterização dos heróis mitológicos a fim de estudar, por meio da comparação, a concepção do herói feminino – a heroína, enfocando o diálogo intertextual entre a Mitologia greco-romana e a Literatura contemporânea.

Material e Métodos

O corpus utilizado constituiu-se do primeiro (O Ladrão de Raios) e do terceiro (A Maldição do Titã) romances da série, Percy Jackson e os Olimpianos, de Rick Riordan. A análise focou a figura da heroína em contraponto com o herói clássico. De natureza teórico-prática, o trabalho analisou as relações intertextuais detectáveis entre as narrativas clássicas gregas como textos-fonte e os romances de Riordan tomados como corpus, a fim de verificar significados suscitados pelo diálogo intertextual (SAMOYAULT, 2008). Assim, as reflexões presentes nas obras O herói de mil faces (1990), de Joseph Campbell, A poética de Aristóteles e a personagem feminina na tragédia grega, de Costa (2003), etc. foram de suma importância para depreender o modelo heroico Clássico, bem como para entender o papel social da mulher na Antiguidade.

Resultados e Discussão

Sabe-se que o modelo heroico é protagonizado, desde os tempos antigos, por personagens masculinas, e isso pode ser explicado pela

“superioridade física, pela situação social da mulher até uma época recente, pelas características de sua vida sexual e por suas maternidades” (BRUNEL,

1998, p. 472). Enquanto o homem partia para a guerra, cabia à mulher permanecer em casa, cuidando dos filhos e dos bens do marido. A figura feminina, portanto, não tinha espaço na sociedade grega senão como dona de casa; não participava das atividades político-sociais, não tinha o poder da palavra e, consequentemente, não era vista como heroína. Diferentemente, Riordan, em sua série, dá posição de herói à mulher, pois suas personagens possuem iniciativa, coragem, força, inteligência, entre outros atributos, assim como seus heróis.

Conclusões

A heroína, assim, é construída por Riordan, sendo que a imaginação do autor não as representa

“[...] como virgens inalcançáveis, magras, afiladas”

(BRUNEL, 1998, p. 472), pelo contrário, são garotas normais que possuem características provenientes de sua ascendência divina,

assim como os garotos, destarte, Annabeth Chase, filha de Atena, possui as mesmas características que a deusa da sabedoria.

Depreendemos, portanto, que a mulheres de Riordan são tão capazes de serem heroínas quanto os homens são capazes de serem heróis. Elas estão aptas a enfrentarem

qualquer obstáculo, derrotarem qualquer monstro (seja ele mítico ou metafórico); elas impõem suas vozes, suas forças e abandonam a posição passiva que, na Antiguidade, sempre lhes fora destinada.

Referências Bibliográficas

1 BRUNEL, P. Heroísmo (o modelo – da imaginação). Dicionário de Mitos Literários. Tradução de Carlos Sussekind et al. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olymnpio, 1998. p. 467-473).

2 CAMPBELL, J. O herói de mil faces. 10. ed. Trad. Adail Ubirajara Sobral. São Paulo: Cultrix, 1997.

3 COSTA, E. B. A poética de Aristóteles e a personagem feminina na tragédia grega. Dissertação (Mestrado em Teoria da Literatura).

Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto, 2003.

4 RIORDAN, R. O ladrão de Raios. Trad. Ricardo Gouveia. 2. ed. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2009 (Série “Percy Jackson e Os Olimpianos”, Livro Um).

5 ______. A maldição do Titã. Trad. Raquel Zampil. Rio de Janeiro:

Intrínseca, 2009 (Série “Percy Jackson e Os Olimpianos”, Livro Três).

6 SAMOYAULT, T. A intertextualidade. Tradução de Sandra Nitrini.

São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2008.

Annabeth Chase por Antonio Caparo

Referências

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Observa-se por fim, que a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica em âmbito tributário resta possível, tendo em vista a necessidade e utilidade de tal