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A EXPLORAÇÃO DO NIÓBIO NO BRASIL Aluna

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Academic year: 2023

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A EXPLORAÇÃO DO NIÓBIO NO BRASIL

Aluna: Giovanna Queiroz Moscatiello; Orientadora: Angelita Matos Souza. Campus de Rio Claro, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Geografia. Email: giovanna.qmoscatiello@hotmail.com.

INTRODUÇÃO: A produção de Nióbio no Brasil chama atenção devido à posição dominante do país no mercado mundial, ao mesmo tempo em que é detentor das maiores reservas minerais, também é produtor central e responsável pela oferta do principal produto derivado, a liga Ferro-Nióbio, utilizada majoritariamente como matéria prima para a indústria siderúrgica. As empresas brasileiras responsáveis pela mineração conseguem atender com excelência os atuais níveis de demanda mundial, visto que o potencial das reservas está estimado em 98% (MME, 2010). Com a descoberta do depósito Barreiro em Araxá, objeto de estudo deste trabalho, a CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração) opera desde 1965 na extração, produção e comercialização do minério. Por abarcar todas as etapas do processo produtivo, comanda o mercado nacional e internacional, na medida em que atua em associação com empresas estrangeiras, controle de preços e desenvolvimento de tecnologia. Tendo como estudo de caso a exploração do Nióbio em Araxá pela empresa privada CBMM, pretendemos discorrer sobre a situação periférica do Brasil, como país dependente das exportações de bens primários no contexto do novo imperialismo, como analisado por Harvey (2004).

OBJETIVOS: Pretendemos investigar o caso da exploração de Nióbio no Brasil, precisamente em Araxá, Minas Gerais. Para tanto, recorreremos ao estudo de David Harvey (2004) sobre as transformações da economia mundial desde os anos 1970, com foco na problemática do novo imperialismo.

MATERIAL E MÉTODOS: Os procedimentos metodológicos utilizados dizem respeito à investigação de fontes secundárias e primárias. A coleta de dados referente à exploração, produção e exportação de Nióbio recorrerá majoritariamente às fontes primárias, como na plataforma do MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio), sistema AliceWeb, matérias na mídia online e documentos sobre a mineração brasileira, como Sumários e Balanços Minerais. Sobre as fontes secundárias, destacamos sobretudo os estudos de dois autores, David Harvey e Plínio de Arruda Sampaio Jr, o primeiro analisando o fenômeno do novo imperialismo, e Sampaio Jr o do neocolonialismo, cujos trabalhos orientarão a análise qualitativa da problemática.

RESULTADOS: A produção do Brasil corresponde a mais de 90% do minério Nióbio comercializado mundialmente. As reservas nacionais totalizaram, segundo dados do IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração) 2012, 842.400.000 t, distribuídas entre Minas Gerais (75,08%), Amazonas (21,34%) e Goiás (3,58%). De acordo com SILVA (2001), o perfil de consumo do nióbio se distingue da seguinte maneira:

75% sob a forma de Ferro-Nióbio para a fabricação de aços microligados; 12% também sob a forma de Ferro-Nióbio para a produção de aços inoxidáveis; 10% para produção de superligas no formato Nb2O5 e 3% para outros usos. Além de suprir mais de 90% do consumo mundial, o Brasil também é autosuficiente em relação à demanda interna, atendida 100% pela CBMM. O mercado do Nióbio, mais precisamente a comercialização do ferro liga, tem como característica a manutenção e estabilidade dos preços. Como obsevado através da coleta de dados na plataforma AliceWeb, não foi observada grande variação do preço no período que compreende os últimos 20 anos (1997-2017). Em relação ao comércio exterior, a CBMM exporta em média 93% do total de sua produção, principalmente para países como Holanda, China, Estados Unidos, Cingapura e Japão. Em relação a arrecadação, segundo os dados coletados, no período que compreende os anos de 1997 a 2017, o total arrecadado (em US$ FOB) foi de aproximadamente 28 bilhões em mais de 950 mil toneladas de Ferro Liga exportadas.

DISCUSSÃO: A alta arrecadação é fruto tanto do monopólio privado em relação a cadeia produtiva do Nióbio como da exportação majoritária de derivados, como a Ferro Liga e o Óxido. Por ser considerada a única empresa de extração mineral, a CBMM (comandada pelo grupo Moreira Salles, com 25% de repasse de lucro para o governo de Minas e em associação com empresas estrangeiras) participa de um mercado multimilinário, em que a fortuna está estimada em 27 bilhões. Como apontado por RODRIGUES (2015), é visto um cenário de claro interesse internacional pelo Nióbio, em que há a presença de grandes multinacionais envolvidas na luta pelo controle e pela facilidade de acesso a este recurso tão estratégico.

Ademais de expor em números, sobre a exploração do minério, interessa refletir sobre a atividade a partir das noções de novo imperialismo e neocolonialismo, discutindo a inserção internacional do Brasil como exportador de commodities.

REFERÊNCIAS:

ALICEWEB. Alice Web. Disponível em: http://aliceweb.mdic.gov.br/. Acesso em: julho de 2018.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL (DNPM). Sumário Mineral, 2015.

HARVEY, D. O Novo Imperialismo. São Paulo: Edições Loyola, 2004.

INSTITUTO DE MINERAÇÃO BRASILEIRA (IBRAM). Informações e Análises da Economia Mineral Brasileira, Nióbio, 2012.

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA (MME). Perfil de mineração do Nióbio, 2010.

RODRIGUES, S. B. Geopolítica dos recursos naturais estratégicos na América do Sul. Perspectivas, São Paulo, v. 45, p. 63-87, jan./jun, 2015.

SAMPAIO JR., P. A. O impasse da formação nacional, 1999.

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