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A função social da arte no Neoconcretismo e Helio Oiticica

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Academic year: 2023

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A função social da arte no Neoconcretismo e Helio Oiticica The function art in the Neoconcretismo and Helio Oiticica

Paulo Rogério Matias, Profª Drª Joedy Luciana Barros Marins Bamonte – Campus de Bauru – Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação – Educação Artística –Paulo-

69_@hotmail.com. 

Palavras chaves:artista,sócial,função.

Keywords: artist,sócial,function.

1. INTRODUÇÃO

Praticamente desde seus primeiros registros, a função estética da arte sempre esteve acompanhada de outra característica: a “magia”. Seja relacionada ao

aprisionamento da caça para o homem primitivo, com função histórica e instrutiva no Egito antigo ou como forma de doutrinar a população na Idade Média, essa relação indireta com o público nas artes plásticas se manteve até o início do século XX , quando os dadaístas e surrealistas buscaram novas relações na arte ou a política, o desejo de produção visando atingir o campo social apresentou-se efetivamente no Construtivismo Russo. Dentro de uma proposta em demonstrar que a arte não é separada do cotidiano, buscou-se inspiração na indústria e nas máquinas, surgindo daí conteúdos que viessem a servir como objetivos sociais.

No contexto brasileiro, na década de 1950 surge o Concretismo, negando tudo o que propunham Dadaístas e Surrealistas. Suas obras buscavam uma nova linguagem e, ao tentar unir forma e conteúdo, acabou por rejeitar uma forma mais participativa do espectador com a obra, então no final da década de 50 surgem os Neoconcretos com a proposta de uma arte que tivesse sensibilidade, subjetividade, expressividade, indo alem da expressão geométrica dos Concretistas.

O artista passa a ser o agente propositor, criativo/criador, convidando o

espectador, não mais como agente observador, mas sim aquele que passará a incorporar a obra através de sua participação, tocando ou manipulando-a a sua maneira, sem restrições.

Dessa forma, o Neoconcretismo veio estreitar as relações entre público e obra, conseguindo dar um novo aspecto à função social da obra de arte. Dentro dessas

proposições, um dos artistas que mais se destacou foi Helio Oiticica, com obras que não somente convidavam as pessoas a interagir, como também procurava dialogar com todas as camadas sociais.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA E OBJETIVOS 2.1Fundamentações Teóricas

A fundamentação teórica do trabalho é pautada nos autores Ferreira Gullar,Aracy A. Amaral.

Para Aracy Amaral há um divórcio a partir do século XIX entre o artista e a sociedade. Com a Revolução Industrial, a arte vai gradativamente se despojando de uma função, e enquanto não reencontra a sua função social vai seguindo a serviço de uma classe dominante que detém o poder econômico e político. Tem-se a necessidade de não

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somente dialogar a obra com o espectador, mas que o artista procure se realmente há alguma relação entre a obra e o espectador dentro de um ambiente social.

Ferreira Gullar, participante do Concretismo e posteriormente do Neoconcretismo, defende que, se a obra pode possuir vários pontos de vista sobre a realidade, a função do artista vem da influência do significado global de sua obra no processo social, fazendo com que exerça esta função social na medida em que toma consciência de sua responsabilidade e entende que a arte é um meio de comunicação coletiva. Sua visão de mundo e sua condição de homem têm relação direta com a sua atividade artística.

A arte não pode e não consegue ser penas um meio de conhecimento sem inter-relações, pois está fundamentada em causas culturais e mais profundamente em causas sociais e econômicas.

Ferreira Gullar reforça as idéias de Aracy Amaral sobre o diálogo obra/

espectador e esta em relação ao seu ambiente social, enfatizando a tomada de consciência do artista como ponto crucial no desenvolvimento de um comprometimento social.

2.2 Objetivos

• Fazer uma análise histórica da função da arte e do artista.

• Buscar entender qual a importância da relação artista e obra como função social desta.

• Demonstrar a influência da arte social na obra de Oiticica

3. METODOLOGIA

O projeto será desenvolvido através de levantamento /pesquisa bibliográfica e investigativa, tendo como suporte as teorias, obras de artistas diversos, (mais especifico de Helio Oiticica) de forma a criar uma base mais sólida á pesquisa.

Em um segundo momento será feito um estudo analítico da relação entre a função social e as obras de Oiticica.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Será demonstrada a importância de uma função social da arte tanto para artista quanto sociedade, como isso se torna perceptível nas obras de Oiticica, e se é possível na atualidade e de que forma.

5. CONCLUSÕES

A partir da década de 1920 há uma busca por novas funções da arte e as tendências renovadoras e contrárias ao academicismo começam a tomar forma. Isso vem a se refletir no Brasil na semana de 22 e em posteriores desdobramentos que chegam à década de 1960, destacando-se a função social da arte de maneira mais difusa e não somente ligada à política.

Nesse contexto surge o Neoconcretismo, como busca da sensibilidade e da expressividade do artista, a serem transmitidas ao espectador, de forma que as sinta.

Dessa forma, há uma maior abrangência da função social, a qual se manifesta no diálogo com o público e não apenas no âmbito político.

Como a pesquisa se encontra em andamento, pretende-se ainda demonstrar que Hélio Oiticica buscava essa relação não apenas através do diálogo obra/ espectador,

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mas sim da participação efetiva do espectador na constituição da função, do sentido da obra aberta. Pretende-se também expandir a pesquisa sobre a função social da obra para as artes plásticas na atualidade, completando-se o estudo sobre o caráter participativo do espectador a partir de Oiticica.

Referências Bibliográficas:

AMARAL.A.Arte Para Que?:A preocupação social na arte brasileira 1930- 1970. Nobel, São Paulo, 1984.

AMARAL.A.Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner. LIoyds TSB, São Paulo, 1998.

GULLAR,F.Cultura Posta em Questão. Ed. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1965.

GULLAR,F.Argumentação Contra a Morte da Arte.Ed. Revan, Rio de Janeiro,1993.

GARDNER.J. Cultura ou Lixo?:Uma visão provocativa da arte contemporânea.

Civilização Brasileira,Rio de Janeiro,1996.

AUGÊ, M. Não-lugares: Introdução a uma Antropologia da Supermodernidade.

Papirus, 1994.

JUNQUEIRA ,A,V de Carvalho.Intervenção :Novas

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Referências

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