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A função social do contrato

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Academic year: 2023

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XXIV Congresso de Iniciação Científica

A função social do contrato

Aluno-autor: Rodrigo Silveira Avelar, aluno do terceiro ano de Direito da UNESP- Campus de Franca e bolsista BAAE na mesma instituição, sob a orientação da Profª Dra. Kelly Cristina Canela. E-mail:

rodrigosavelar@ig.com.br.

Palavras Chave: Função social dos contratos, direito contratual moderno, princípios contratuais.

Introdução

A passagem do Estado Liberal para o welfare state implica alterações da ordem jurídica e uma visão distinta acerca das relações privadas. Nesta seara, o Código Civil de 2002 consagra como um de seus princípios elementares a solidariedade social, que traduz a superação da visão puramente individualista dos antigos códigos e se volta para os valores coletivos. O sentido social desse novo diploma impõe uma nova exegese sobre os princípios clássicos da teoria contratual, sobretudo em razão da função social dos contratos, consolidada no art. 421 do Código Civil. A liberdade contratual já não pode mais ser compreendida como absoluta, devendo ser exercida dentro de certos limites. Urge, portanto, estabelecer os parâmetros de aplicação da função social do contrato, de forma que este instituto possa realmente se tornar efetivo, funcionando como verdadeira diretriz para os operadores do direito e não como mera figura retórica.

Material e Métodos

Esta pesquisa se preocupou, inicialmente, ao levantamento bibliográfico pertinente ao assunto, caminhando, então, para uma sistematização lógica dos conhecimentos dos diversos autores de modo a obter uma base teórica sólida, capaz de proporcionar uma visão crítica e interdisciplinar da função social do contrato. Dado o seu cunho teórico- jurídico-crítico, elegeu-se como procedimento uma investigação científica exercida de forma dialética, contrapondo os diversos posicionamentos recolhidos durante o estudo bibliográfico na tentativa de se alcançar uma síntese.Como se pretende analisar a aplicação prática do tema em foco é inevitável que se recorra à análise jurisprudencial para compreender de que forma os tribunais têm aplicado o instituto. O acervo da biblioteca da FCHS/UNESP foi utilizado para acessar as obras clássicas que possibilitassem uma análise acerca da evolução da teoria contratual.

Resultados e Discussão

O Código Civil de 2002 tem a importante função de acolher e dar efetividade no âmbito privado aos princípios consolidados na Constituição Federal de

1988. Com essa preocupação é que se elegeram a equidade e a socialidade como diretrizes na elaboração desse novo diploma. Como assinala Cristiano de Souza Zanetti, há uma tendência de adequação do direito das obrigações às exigências sociais, que pode ser observada desde a edição do Projeto de Código Comercial de Inglez de Souza.1 Em razão disso é que se condicionou o exercício da liberdade de contratar a observância da função social do contrato expressamente no art. 421 do novo Código Civil. É neste sentido que Judith Martins-Costa considera que este princípio, enquanto expressão da “diretriz de socialidade”

adotado pelo diploma de 2002, indica um rumo a seguir, diametralmente oposto ao “individualismo predatório”. Assevera ainda se tratar de campo tão vasto quanto acidentado.2 A introdução desse princípio no ordenamento jurídico brasileiro se dá através das chamadas cláusulas gerais. Neste tipo de norma, os seus contornos permanecem imprecisos, devendo ser apreciados diante do fato concreto. Em razão disso se torna extremamente importante fixar parâmetros que lhe garantam efetividade e que preservem o seu conteúdo, sob pena de se tornar tão somente um instrumento da retórica.

Conclusões

O estabelecimento de limites para a interpretação e a integração com os demais princípios do direito contratual são passos imperativos na tentativa de configurar o instituto da função social do contrato.

Deve-se analisar os efeitos produzidos por esse princípio entre as partes contratantes, bem como em relação aos terceiros.Ainda assim, por se tratar de uma cláusula geral, é imprescindível que, após a construção do conceito e o preenchimento de seu conteúdo, se proceda a uma análise prática das situações concretas em que esse princípio deva ser observado.

1 Zanetti, C.S. Direito contratual contemporâneo: A liberdade contratual e sua fragmentação. São Paulo: Método, 2008,p.XXXI.

2 Martins-Costa, J. Reflexões sobre o princípio da função social dos contratos. São Paulo: Revista de direito GV, v.1,n.1, p.41-66,

maio.2005. Disponível em:

<http://www.direitogv.com.br/subportais/raiz/RDGV_01_p041_066.pdf

>. Acesso em: 03 abr.2012.

Referências

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