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A inclusão escolar de alunos com deficiência visual

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Academic year: 2023

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Sociedade Brasileira de Química ( SBQ)

32a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química

A inclusão escolar de alunos com deficiência visual : o que dizem os professores de Ciências e de Química

Amanda Silva Aragão (IC)*, Glaucia Maria da Silva (PQ) ,*amandaaragao@aluno.ffclrp.usp.br

Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Departamento de Química, Av. Bandeirantes, 3900. Bairro Monte Alegre. Ribeirão Preto-SP. CEP 14040-901.

Palavras Chave: química, inclusão escolar.

Introdução

No Brasil os discursos a respeito da inclusão escolar se destacaram durante a década de 90 pelo crescimento de um modelo democrático de educação e pela formulação de leis que defendiam a prática de todas estas idéias. Isto se refletiu na exigência de mudança dos sistemas educacionais então vigentes buscando romper com um modelo educacional que possuía uma lógica excludente, por ignorar as diferenças de seus alunos e, não prever nenhuma medida educacional para dar conta delas1. Para que a inclusão escolar seja realmente efetiva, as determinações legais não são suficientes, sendo.

necessárias mudanças profundas e importantes no sistema de ensino. A questão da inclusão reforçou a necessidade da escola repensar seu papel e suas práticas e de apoiar um dos atores mais importantes nesse processo - o professor2. Nesta perspectiva, foram entrevistados os professores de Ciências e de Química de uma escola estadual de Ribeirão Preto, que vem realizando a inclusão de alunos com deficiência visual.

Resultados e Discussão

Através de entrevistas semi-estruturadas com os professores de Ciências (Ensino Fundamental) e de Química (Ensino Médio) procurou-se investigar a inclusão de alunos com deficiência visual (DV) na sala de aula. Na escola estadual em questão foram incluídos em 2008 26 alunos, com idade entre 10 e 20 anos, sendo 13 cegos e 13 com baixa visão. De acordo com os relatos dos professores, os alunos DV acompanhavam as aulas de Ciências e Química com o auxílio de um colega de classe que fazia o papel de “ledor”. O ledor ditava o conteúdo passado na lousa pelo professor e o aluno o transcrevia em uma máquina Perkins (máquina de escrever em Braille). Entretanto, foram verificadas algumas dificuldades como em algumas aulas de Ciências nas quais eram realizadas atividades com figuras dos órgãos do corpo humano. Ao utilizar essa dinâmica, o próprio professor percebia a exclusão dos alunos DV. Nas aulas experimentais de Química o mesmo acontecia: os alunos DV acompanhavam os experimentos realizados através da narração das etapas e dos resultados das práticas pelos seus colegas. Além disso, os professores entrevistados

afirmaram não ter nenhum tipo de preparação para atender as necessidades desses alunos, como ressaltado por um deles: “Dou aula para esses alunos há dois anos, mas nunca fiz nenhum curso.

Já dei aula para alunos deficientes auditivos, mas era mais complicado; o aluno deficiente visual interage melhor durante a aula”. Os professores ainda afirmaram que suas aulas não foram modificadas pela presença desses alunos, o que pode ser comprovado pela ausência de atividades que proporcionem uma maior participação deles.

Além disso, foram destacadas as maiores dificuldades encontradas por esses professores no trabalho com os alunos DV. As temáticas que os professores sentem maior dificuldade estão relacionadas às simbologias, cálculos, utilização de fórmulas e interpretação de tabelas e gráficos. A necessidade de materiais que auxiliem no ensino desses conteúdos e promovam a integração entre todos os alunos, também foi um dos aspectos presentes na fala dos professores. Vale ressaltar que a referida escola conta com o atendimento de uma professora especializada da Associação de Deficientes Visuais de Ribeirão Preto (ADEVIRP) que é responsável pela transcrição de textos e provas para a escrita Braille, bem como pelo apoio pedagógicos aos docentes interessados.

Conclusões

A partir desse trabalho, constatamos que a inclusão escolar de alunos com deficiência visual ainda não é efetiva na realidade investigada. Os depoimentos reforçaram a importância da disponibilização de recursos didáticos e da formação continuada dos professores.

Agradecimentos

Agradecemos a todos aqueles que contribuíram para a realização deste trabalho: ao coordenador e aos professores da Escola Estadual Professor Cid de Oliveira Leite e aos profissionais da ADEVIRP.

____________________

1Iumatti,.A.B.T. A respeito da inclusão escolar no Brasil.Disponível em:<http://www.promenino.org.br/TabId/77/ConteudoId/7c1c02a4- 8312-4e73-9c6d-78941a5c9854/Default.aspx>. Acesso em 3 fev 2009.

2Herrero, M.J.P. Educação de alunos com necessidades especiais.Bauru,SP. EDUSC. 2000.Coleção Educar.

Referências

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