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Abundância e diversidade da comunidade de coleópteros em olivais de Trás-os-Montes (Portugal)

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Academic year: 2023

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Abundância e diversidade da comunidade de coleópteros em olivais de Trás-os-Montes (Portugal)

V. Coelho, J. Oliveira, J.A. Pereira, S.A.P. Santos

1Centro de Investigação de Montanha, Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Bragança, Campus Sta Apolónia, Apt. 1172, 5301-855 Bragança, Portugal. saps@ipb.pt

A oliveira encontra-se distribuída por toda a região do Mediterrâneo, sendo um elemento característico da paisagem, onde tem grande importância económica, ecológica e social. O agro-ecossistema olival é considerado um importante reservatório de biodiversidade, abrigando um grande número de artrópodes com diferentes funções (predadores, parasitóides, decompositores ou fitófagos). Entre os artrópodes, os coleópteros são um dos grupos mais representados no agro-ecossistema olival e alguns estudos têm proposto este grupo como possíveis indicadores do impacto das práticas agrícolas nos olivais. Outros estudos têm mostrado que algumas famílias de coleópteros desempenham um papel importante no ecossistema olival através da sua actividade como predadores, podendo ser potenciais agentes de luta biológica contra pragas da oliveira. O objectivo deste trabalho foi estudar a abundância e diversidade de coleópteros em nove olivais transmontanos com diferentes níveis de intensidade de práticas agrícolas. Em cada olival foram instaladas 16 pitfalls, a uma distância de 50 m entre si e dispostas quer na linha de plantação quer na entrelinha. Foram realizadas 4 amostragens, em Maio, Junho, Setembro e Novembro de 2011. As pitfalls permaneceram no campo durante sete noites e no laboratório os coleópteros foram separados com o auxílio de uma lupa binocular e identificados à família de acordo com as chaves de Borror & Delong (1988); os exemplares foram armazenados em álcool a 70%. A riqueza de famílias (número de famílias), abundância (número de indivíduos) e o índice de diversidade de Símpson foram calculados neste estudo. No total dos olivais em estudo, foram recolhidos 7832 coleópteros pertencentes a 38 famílias, sendo o mês de Junho o período com maior riqueza de famílias (32), tendo o olival de Guribanes apresentado o maior valor de riqueza de famílias (7,06). A distribuição e abundância da família de coleópteros foi diferente emtodos os olivais estudados, tendo-se registado uma maior abundância de coleópteros na linha relativamente à entrelinha. No total dos olivais, a família Carabidae foi a mais representativa com 2022 indivíduos, representando 25,82% do total dos espécimes capturados seguindo-se a família Staphylinidae com 1231 indivíduos (15,72%), a família Elateridae com 1047 indivíduos (13,37%) e a família Tenebrionidae com 898 indivíduos (11,47%). Os resultados deste estudo mostram que a abundância e a diversidade da comunidade de coleópteros são afectadas pelo tipo de gestão da vegetação herbácea no olival.

Palavras-chave: coleópteros, intensidade cultural, abundância, diversidade, Carabidae, Staphylinidae

Este trabalho foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia através do projeto PTDC/AGR - PRO/ 111123 /2009: The use of biological indicators as tools for assessing the impact of agricultural practices in sustainability of olive grove.

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Valentim Coelho, Joana Oliveira, José A. Pereira, Sónia A.P. Santos

Centro de Investigação de Montanha, Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Bragança, Campus Sta Apolónia, Apt. 1172, 5301-855 Bragança. saps@ipb.pt

Abundância e diversidade da comunidade de coleópteros em olivais de Trás-os-Montes (Portugal)

Introdução e objetivo

O agro- ecossistema olival é considerado um importante reservatório de biodiversidade, abrigando um grande número de artrópodes com diferentes funções (predadores, parasitóides, decompositores ou fitófagos). Entre os artrópodes, os coleópteros são um dos grupos mais representados no agro-ecossistema olival e alguns estudos têm proposto este grupo como possíveis indicadores do impacto das práticas agrícolas nos olivais. Outros estudos têm mostrado que algumas famílias de coleópteros desempenham um papel importante no ecossistema olival através da sua actividade como predadores, podendo ser potenciais agentes de luta biológica contra pragas da oliveira. O objectivo deste trabalho foi estudar a abundância e diversidade de coleópteros em nove olivais transmontanos com diferentes níveis de intensidade de práticas agrícolas.

Resultados e discussão Material e métodos

- Selecionaram-se 9 olivais (Quadro 1) com diferentes níveis de intensidade de práticas agrícolas (Figura 1).

- Foram instaladas 16 pitfalls/olival contendo etilenoglicol - Armadilhas foram colocadas distanciadas entre si 50 metros alternadamente, 8 armadilhas colocadas em duas linhas e 8 armadilhas colocadas em duas entrelinhas.

- 4 épocas de amostragens (Maio, Junho, Setembro e Novembro de 2011).

Figura 2. Abundância (média ± erro padrão) encontrada na linha de plantação e na entrelinha nos nove olivais estudados (A – Maio, B – Junho, C – Setembro, D – Novembro).

Conclusão Abundância e diversidade de Coleópteros

Quadro 2. Abundância total, riqueza e diversidade de coleópteros capturados nas armadilhas de queda nos diferentes olivais, n = 144.

A distribuição e abundância da família de coleópteros foi diferente em todos os olivais estudados, tendo-se registado uma maior abundância de coleópteros na entrelinha nos meses de Primavera e na linha nos meses de Verão/Outono (Figura 2).

Os resultados deste estudo mostram que a abundância e a diversidade da comunidade de coleópteros variam entre os diferentes olivais estudados e entre os períodos de amostragem. Não foi possível se observar um efeito significativo das práticas agrícolas nos coleópteros.

Família A B C D E F G H I Total

Alleculidae 0 0 1 1 2 0 0 0 0 4

Anthicidae 14 15 25 11 68 148 10 24 23 338

Bostrichidae 0 1 3 1 6 0 0 0 3 14

Bruchidae 2 4 5 1 0 3 0 9 31 55

Buprestidae 0 1 1 0 2 0 0 0 1 5

Byrrhidae 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1

Byturidae 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2

Carabidae 283 193 116 110 203 529 95 241 260 2030

Cerambycidae 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1

Chrysomelidae 8 5 11 9 11 24 7 12 20 107

Cleridae 0 3 0 1 0 1 0 2 1 8

Coccinellidae 13 10 11 2 6 11 5 17 30 105

Cryptophagidae 7 0 0 7 3 4 1 15 7 44

Curculionidae 44 11 14 19 52 43 21 275 93 572

Dascillidae 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1

Drilidae 3 0 0 2 0 2 0 1 2 10

Elateridae 11 175 216 49 32 313 31 172 48 1047

Endomychidae 0 0 1 0 4 16 0 7 0 28

Histeridae 19 3 4 4 3 20 1 32 5 91

Lathridiidae 13 4 0 1 0 0 0 0 0 18

Leptodiridae 0 0 0 0 2 0 0 0 4 6

Lucanidae 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1

Melandryidae 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2

Meloidae 16 1 0 0 1 0 5 2 0 25

Melyridae 0 0 2 1 0 1 0 1 0 5

Monotomidae 2 0 2 2 0 2 1 0 4 13

Mordellidae 0 2 0 1 1 0 0 0 0 4

Mycetophagidae 3 0 0 0 1 0 2 3 0 9

Nilionidae 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2

Nitudilidae 7 0 0 0 0 1 1 5 1 15

Oedemeridae 6 8 0 1 1 1 1 0 3 21

Phalacridae 22 1 2 3 7 1 0 1 8 45

Scarabaeidae 104 36 30 11 35 17 49 18 72 372

Scolytidae 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1

Scydmaenidae 5 114 66 345 3 0 0 33 99 665

Silphidae 2 3 0 10 0 0 0 8 9 32

Staphylinidae 132 154 47 123 148 188 36 140 263 1231

Tenebrionidae 101 140 147 135 80 120 78 48 49 898

Outros 1 0 0 0 1 1 0 1 0 4

Total 819 884 704 850 676 1448 345 1070 1036 7832 Riqueza de famílias 23 21 19 24 26 21 17 24 23 Índice de diversidade

de Simpson 5,46 6,19 5,48 4,30 5,73 4,61 5,82 6,04 6,38

Trabalho financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia através do projeto PTDC/AGR - PRO/

111123 /2009: The use of biological indicators as tools for assessing the impact of agricultural practices in sustainability of olive grove.

UNIÃO EUROPEIA Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional

Olival Sigla Gestão da vegetação herbácea Cedães A Solo coberto com vegetação espontânea

Avantos Prodi B Solo mobilizado

Avantos Bio C Solo mobilizado

Paradela D Aplicação de herbicidas

Guribanes E Solo coberto com vegetação espontânea

Suçães F Aplicação de herbicidas

S. Pedro Prodi G Aplicação de herbicidas S. Pedro Bio H Solo coberto com leguminosas Valbom dos Figos I Solo coberto com leguminosas Quadro 1. Descrição dos diferentes olivais.

0 20 40 60

CedãesAvantos Prodi

Avantos Bio

Paradela Guribanes SuçãesS. Pedro Prodi

S. Pedro Bio

Valbom dos Figos

Nº indivíduos (média±EP)

A

Linha Entrelinha

0 20 40 60

CedãesAvantos Prodi

Avantos Bio

Paradela Guribanes SuçãesS. Pedro Prodi

S. Pedro Bio

Valbom dos Figos

Nº indivíduos (média±EP)

B

Linha Entrelinha

0 20 40 60

CedãesAvantos Prodi

Avantos Bio

Paradela Guribanes SuçãesS. Pedro Prodi

S. Pedro Bio

Valbom dos Figos

Nº indivíduos (média±EP)

C

Linha Entrelinha

0 20 40 60

CedãesAvantos Prodi

Avantos Bio

Paradela Guribanes SuçãesS. Pedro Prodi

S. Pedro Bio

Valbom dos Figos

Nº indivíduos (média±EP)

D

Linha Entrelinha

No total dos olivais em estudo, foram recolhidos 7832 coleópteros pertencentes a 38 famílias (Quadro 2). O olival de Guribanes (E) apresentou maior riqueza de famílias (26), tendo o olival de Valbom dos Figos (I) apresentado maior diversidade (6,38).

0 5 10 15 20 25

Maio Junho Setembro Novembro

Nº indivíduos (Média±EP) Carabidae

CedãesAvantos ProdiAvantos BioParadelaGuribanesSuçãesS. Pedro ProdiS. Pedro BioValbom dos Figos 0 5 10 15 20 25

Maio Junho Setembro Novembro

Nº indivíduos (Média±EP) Staphylinidae

CedãesAvantos ProdiAvantos BioParadelaGuribanesSuçãesS. Pedro ProdiS. Pedro BioValbom dos Figos

0 5 10 15 20 25

Maio Junho Setembro Novembro

Nº indivíduos (Média±EP) Elateridae

CedãesAvantos ProdiAvantos BioParadelaGuribanesSuçãesS. Pedro ProdiS. Pedro BioValbom dos Figos 0 5 10 15 20 25

Maio Junho Setembro Novembro

Nº indivíduos (Média±EP) Tenebrionidae

CedãesAvantos ProdiAvantos BioParadelaGuribanesSuçãesS. Pedro ProdiS. Pedro BioValbom dos Figos

No total dos olivais, a família Carabidae foi a mais representativa com 2022 indivíduos, representando 25,82% do total dos espécimes capturados seguindo-se a família Staphylinidae com 1231 (13,37%), a família Tenebrionidae com 898 indivíduos (15,72%) e a família Elateridae com 1047 indivíduos (11,47%).

Figura 1. Olivais com diferentes tipos de gestão – A:

mobilizado, B: aplicação de herbicida, C: coberto com vegetação espontânea, D: coberto com leguminosas.

A B

C D

Figura 3. Abundância (média ± erro padrão) das principais famílias de coleópteros nos meses de Maio, Junho, Setembro e Novembro.

Referências

Documentos relacionados

Na área de estudo em Oliveira Fortes foram registradas sete espécies de epífitas, distribuídas em cinco famílias, como pode ser visto do quadro 4:.. Quadro 4: