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ADERLAINE PATRÍCIA DE SOUZA ARTES, OFÍCIOS ... - LPH - UFOP

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Academic year: 2023

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Trabalho de Conclusão de Curso em História Social analisando as relações escravistas no meio urbano de Minas Gerais no século XVIII por meio da inserção e do papel do trabalho escravo nas artes e ofícios mecânicos. Um dos efeitos causados ​​pela diversificação econômica desenvolvida na capitania desde as primeiras décadas do século XVIII foi a formação de uma ampla base social das camadas proprietárias de prisioneiros, o que resultou no emprego de mão de obra escrava em diversos setores empresariais, inclusive . eles, artes e principalmente ofícios mecânicos. Para tanto, o espaço delimitado foram os termos Vila Rica e Marianas, dois dos principais núcleos urbanos de Minas Gerais no século XVIII; e o período proposto corresponde à quarta década daquele século e se estende até a primeira década do século seguinte, épocas de desenvolvimento e consolidação do processo de urbanização de tais núcleos.

Na virada para o século XX, entre as décadas de 1920 e 1930, a produção historiográfica nacional transformou-se em uma interpretação sociológica da história do Brasil, suscitando a discussão da instituição no quadro social e econômico do país. Seguindo essencialmente a mesma linha de interpretação, encontra-se o estudo de Marilene Nogueira16 sobre as relações econômicas e sociais que emergiram do sistema do lucro no Rio de Janeiro em meados do século XIX. Ao contrário do que Leila Mezan observou no Rio de Janeiro, o ambiente urbano das Minas Gerais do século XVIII oferecia ao escravo uma oportunidade de conquista.

A prática da alforria nas Gerais, no final dos anos 60 e durante os anos 70, esteve relacionada à crise da exploração do ouro iniciada na década de 40 do século XVIII. Tão altos eram os índices de renúncias ocorridas na Capitania de Minas Gerais no século XVIII. o fato é que isso não significou a eliminação de um. Me deixar ir. Q. 84. contestação ativa, individual ou coletiva. de cativos contra o sistema, como descobriu Marilene Rosa para a região do Rio de Janeiro no século XIX. insinuando que alguns.

No entanto, o que se vê nas Minas Gerais dos séculos XVIII e XIX é um difícil sistema escravista, onde fatores como a alforria, a fuga e a formação de quilombos concorriam para amenizar as contradições do sistema.

ARTES E OFÍCIOS NA METRÓPOLE E NA COLÔNIA

Embora, segundo ele, esse grupo de representantes já existisse no final do século XIV, ele deveria se constituir formalmente como instituição apenas no século XVI, quando recebeu esse nome após vinte e quatro mesteiras reunidas em um prédio em Lisboa, que passou a ser a sede e deu o nome à instituição. Quatro advogados e um presidente foram eleitos para representar os mesteiras nas reuniões da câmara, que no final do século XV ficaram conhecidos como juízes dos vinte e quatro, e no século XVII como juízes populares. juiz.34 Tais representantes ocupavam o assento do mais alto cargo na organização política dos ofícios mecânicos. O início, a partir daí, do desenho das bandeiras oficiais; que foram inicialmente definidos como simples marcas domésticas, mas se tornaram uma instituição no século XVIII.

Na América portuguesa, a organização e estruturação dos ofícios mecânicos nas guildas não obedecia fielmente à forma de organização vigente na Metrópole. Um pequeno esforço surgiu no início da colonização, por volta de meados do século XVII, na cidade de Salvador. Para Maria Helena, dois fatores foram fundamentais para o enfraquecimento da organização das corporações em Salvador nos moldes de Lisboa: a presença de escravos, que acabou por criar uma diferenciação entre classes sociais, econômicas e profissionais, bem como seu emprego no exercício de ofícios mecânicos; c as restrições político-administrativas a que estava sujeita a Câmara de Salvador.

Em Minas Gerais, a organização dos ofícios mecânicos era ainda menos rígida e separada das tradições portuguesas. Na capitania de Minas Gerais não houve sequer tentativa de formação de associações empresariais envolvendo ofícios mecânicos. Dessa forma, o exercício das artes e ofícios mecânicos nas Minas Gerais do século XVIII era caracterizado por relativa liberdade, o que produziu, como consequência, uma produção criativa diferenciada e uma ampla implantação de negros e mulatos, libertos ou não, na produção lista.

Grande parte do contingente de imigrantes que veio povoar a região de Minas Gerais no século XVIII encontrou na prática de artes e ofícios mecânicos seu meio de sobrevivência. Porém, em Minas Gerais, pelo menos no século XVIII, essa não era a regra, pois os profissionais dedicados à música não faziam distinção entre oficiais mecânicos. A inserção no universo dos ofícios mecânicos permitiu, principalmente a parda, integrar-se ao sistema social, uma vez que a comunidade mineira, não dedicada a uma profissão, impunha a condição de vadiagem, classe altamente discriminada e controlada pelas autoridades civis.

Embora Minas esteja testemunhando o surgimento de um estrato livre diversificado, principalmente dedicado às artes e ofícios mecânicos, o ordenamento das relações econômicas e sociais em Minas Gerais ainda era fortemente baseado na propriedade de um homem para outro. No contexto do exercício de ofícios mecânicos em Minas Gerais no século XVIII, o estrato dos artesãos livres incluía trabalhadores brancos e negros (incluindo libertos). Em Minas Gerais, como em toda a colônia, a camada branca pode ter sido constituída por elementos da classe artesanal portuguesa e a camada colorida foi formada em grande parte por seus descendentes nascidos no Brasil.

João Camilo Torres informa sobre a presença desses oficiais na região mineira desde antes da primeira década do século XVII, quando discorre sobre a conformação social dos protagonistas da Guerra do Emboaba, provocada pela rivalidade entre os bandeirantes, compostos por paulistas. da vida dos guerreiros e nômades e dos emboabas, constituídos por baianos, oficiais régios e, principalmente, citadinos, mais aptos a uma vida de labuta e dedicados ao ofício mecânico e ao comércio.55. Nos inventários pesquisados, havia proprietários de mais de 30 escravos, entre os quais boa parte estava relacionada ao exercício de diversos ofícios mecânicos;

ARTES, OFÍCIOS E ESCRAVIDÃO

Com a crescente demanda de escravos para ambos os núcleos, bem como para a capitania como um todo, é difícil acreditar que a crise do setor de mineração tenha causado uma profunda depressão ou estagnação econômica a ponto de gerar uma grande exportação inter-regional de estes escravos ou a prática não regulamentada da alforria dos mineiros falidos .59 Em todo o caso, o declínio da exploração mineira, iniciado algures no final da segunda metade do século XVIII, arrefeceu o entusiasmo económico de alguns centros mineiros ou localizada, provocou um declínio acentuado nos centros cuja economia se baseava quase exclusivamente na procura de ouro. Para os anos de 1735 a 1749 (exceto 1742), os dados são subestimados, pois são contabilizados apenas os escravos ingressados ​​na capitação no 1º semestre de cada ano; portanto, os referidos centros devem ter recebido mais de 50% dos presos destinados a Minas Gerais no século XVIII. Assim, até o final do século XVIII, o cativeiro representava o estrato mais numeroso na composição da população mineira em relação à população livre (incluindo os libertos), que sofreu um ligeiro declínio apenas no final da década de 1880, quando estimativas de 1742 e dados dos censos de 1776 e 1786.

Em Minas Gerais, a queda na produção de ouro não foi motivo para a Capitania perder a condição de mantenedora do maior acervo edificado da Colônia. Diante de uma economia tão diversificada quanto a constante nas minas do século XVIII, não foi difícil, principalmente para os mineiros falidos, encontrar uma forma de empregar escravos em outros setores ocupacionais. Em Minas ocorria a situação oposta, em que os escravos pediam licença e apareciam como oficiais.

Em alguns registros de alvarás expedidos pela Câmara de Mariana entre os anos de 1737 a 1796, foram encontrados indícios de escravos solicitando a este órgão licença para o desenvolvimento de profissão, especialmente como ferreiros e alfaiates. Nos testamentos e inventários dos oficiais mecânicos constava um número considerável de escravos, aos quais, segundo a documentação, era conferido o título de oficial. De qualquer forma, não há dúvida de que um escravo que tinha qualificação profissional era mais valorizado, não só em termos econômicos, mas também socialmente, visto sob a ótica de um escravo que não tinha especialização, sem contar a oportunidade de conseguir meios para conquistar sua alforria. .

Nas Minas da primeira metade do século XVIII, enquanto o preço médio de um escravo sem especialização e em idade produtiva atingia o valor máximo de 170 mil réis61, o preço de um escravo oficial oscilava entre 153 e 360 ​​mil réis, dependendo da tipo e grau de especialização, se aprendiz ou oficial (conforme tabela 3). A prevalência da posse de escravos em Minas levou ao surgimento de uma ampla base social proprietária de escravos. Uma parcela significativa dos proprietários de escravos artesanais era formada por homens pobres, brancos, negros e mestiços, livres ou livres, o que facilitava uma relação mais próxima entre estes e seus captores.

Outras vezes, mesmo com o mesmo ofício, um senhor que possui mais de 3 escravos, por exemplo, pode usar uma parcela para ajudar a si mesmo e os demais trabalham para um jornal, como aparentemente foi o caso de José Barbosa de Oliveira, pedreiro oficial, senhor de 5 escravos da mesma profissão, em cujo testamento mencionou como dívida do seu escravo João Batista, "seis dias de trabalho (...) dívidas do capitão José da Silva Amonm pelos jornais exercidos por dois dos seus escravos.ver gráfico I) leva a afirmar que um grande número de pessoas pode ter conquistado a sua liberdade através do exercício do seu ofício, o que nos leva a considerar que o conjunto manual utilizado nos ofícios mecânicos era grande.

Como já explicado, um escravo especializado, além de ser mais próximo de seus senhores e muitas vezes ter laços mais estreitos com eles, tinha maiores direitos. As características democráticas atribuídas à sociedade mineira fizeram com que Minas Gerais ocupasse uma posição especial nos moldes da escravidão colonial brasileira.

Referências

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Os dados para construção da planilha foram retirados da Ficha de Cadastro dos Pacientes Idosos do Distrito Federal (ANEXO 2) e dos escores dos testes de Lawton, Katz