• Nenhum resultado encontrado

Administração da Justiça em Hegel.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "Administração da Justiça em Hegel."

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

XXVII Congresso de Iniciação Científica

Administração da Justiça em Hegel.

Lima, Cristiane Moreira de; Novelli, Pedro Geraldo Aparecido. Universidade Estadual Paulista (UNESP/Marília), Filosofia, cristianemoreiralima@yahoo.com.br.

Palavras Chave: Justiça, Direito, Eticidade

Introdução

O presente trabalho pretende evidenciar a perspectiva de Hegel sobre a administração do direito enquanto realização da liberdade na figura da justiça. A questão da administração da justiça em Hegel é considerada em sua obra Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito de 1821 na seção dedicada á eticidade. Nessa seção Hegel considera a realização da liberdade nas instituições como a família, a sociedade civil burguesa e o Estado. A justiça se faz necessária na medida em que os homens confrontam-se a partir de seus interesses particulares e que tem repercussão no público. Isso se dá especificamente no momento dedicado à sociedade civil burguesa, pois se trata de garantir a posse de bens, em sentido geral, da propriedade, fazendo com que os indivíduos respeitem uma ordem social acordada. Com isso exageros de acumulação e de total desprovimento podem se estabelecer e necessitam ser coibidos.

Assim, a riqueza produzida pela sociedade civil burguesa pode sempre se concentrar nas mãos de alguns o que acarreta a extrema carência da grande maioria. Esse desequilíbrio inerente à sociedade civil burguesa faz com que ela não consiga cumprir a promessa de satisfação para todos aqueles que compõem seus quadros. Para Hegel isso se traduz pela constituição permanente de uma massa crescente de desprovidos. A administração da justiça é um momento importante na tentativa de resolução da pobreza. No entanto, Hegel não entende que isso possa resolver a questão da pobreza, mas não se poderá tratar tal aspecto nessa pesquisa. A administração da justiça se dá pela instituição jurídica, pela estrutura do tribunal e pela polícia. Com isso a justiça deixa de ser conceito vazio e abstrato passando a ser realidade efetivada.

Objetivos

Explicitar a conceituação de administração da justiça nas Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito de Hegel,especificamente do direito objetivo, isto é, da lei, que se apresenta no momento da instituição jurídica. Para se alcançar o objetivo geral, se propõe a pesquisa atingir alguns objetivos específicos, a saber: a) Caracterizar a administração da justiça na filosofia do direito de Hegel; b) Mostrar os alcances e limites da administração da justiça; c) A suprassunção (superar no sentido de ir além sem abandonar o momento precedente) da administração da justiça no momento do Estado.

Material e Métodos

O material utilizado nessa pesquisa são as traduções para o português da obra original Grundlinien der Philosophie des Rechts, Linhas

Fundamentais da Filosofia do Direito de G.W.F.

Hegel. traduzido por Paulo Meneses et al. São Leopoldo: Unisinos/Loyola, 2010 e Princípios da Filosofia do Direito, traduzido por Orlando Vitorino.

São Paulo: Martins Fontes, 2000. O método de análise será o mesmo empregado por Hegel na construção de seus textos, ou seja, dialético especulativo que se caracteriza pela compreensão da relação entre o conceito, o pensado, e a sua realização histórica, o ser. Assim, mais do que uma interpretação trata-se de compreender o que é como resultado do processo de relações entre sujeito e objeto.

Resultados e Discussão

A Administração da Justiça não é um conceito a priori na Filosofia do Direito de Hegel, mas o resultado das relações que os homens travam entre si na história. A justiça pode aparecer inicialmente como um conceito ao qual se atribui a universalidade, ou seja, o alcance de todos os homens em todos os lugares do mundo. No entanto, nem sempre foi assim, mas chegou a ser assim pelas escolhas dos próprios homens que determinaram para si como viver na proximidade de uma sociedade e ou comunidade. Nesse sentido a justiça pensada é aquela que se realiza de forma institucional na forma da administração ou de um dado direcionamento. essa sua particularização constitui sua universalização sem a qual a justiça permaneceria um tão somente algo desejado, porém jamais vivido pelos homens. Além disso, o que mais impressiona ainda é que a figura da lei garante a sua efetividade, pois não se é justo de qualquer modo e nem somente segundo a vontade de alguém. Por mais que a lei seja vista como o que ainda deixa a desejar, na verdade isso se aplicaria muito mais à sua observância, cabe indagar o quê poderia substituí-la?

Conclusões

Podemos verificar um movimento circular, onde o fim, nada mais é do que o encontro com o início. A justiça não se esgota nas instituições estabelecidas até o momento, mas isso não implica na insuficiência das mesmas instituições porque ainda não se faz justiça senão de acordo e segundo as possibilidades humanas historicamente determinadas. Cabe ressaltar que a justiça perfeita não pode ser encontrada nos limites da finitude. Não se tem aqui e agora a justiça perfeita, mas a melhor justiça possível.

Agradecimentos

Agradeço a todos que me incentiva nesta caminhada, em especial minha mãe, meu pai e o professor Pedro Novelli pelas orientações dadas.

Referências

Documentos relacionados

O verdadeiro ADN da Administração Pública de Estado de direito está na realização da justiça material e, essencialmente por esta e para esta, do interesse público. Civil)