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ALFRED DE SAINT-QUENTIN

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Academic year: 2023

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T R A D U Ç Õ E S Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras •

C O N T E X T O

Publicação da Edufes - Editora da Universidade Federal do Espírito Santo 349 ALFRED DE SAINT-QUENTIN Tradução e notas de Álvaro Faleiros (USP)

Um dos primeiros registros da literatura da Guiana de que se tem conhecimento é a coletânea de contos e fábulas populares de Alfred de Saint-Quentin. Sabe-se muito pouco sobre o poeta além do fato de que trabalhava em 1837 para o governo da Guiana e que publicou sua Introdução à história de Caiena em 1862. Este é um dos poucos poemas dele de que se tem conhecimento e pode ser interpretado como um canto de adeus de um escravo negro enviado à América. Na tradução, o tom eloqüente do poema foi um pouco atenuado pela escolha da terceira pessoa do singular ao invés da segunda do plural, muito mais usual em francês.

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350 • Revistanº 15 e 16 - 2008/2009

T R A D U Ç Õ E S Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras •

C O N T E X T O

AMIE, ADIEU Je pars, le navire s’en va,

Amie, adieu !

Laissez-moi baiser vos mains et vos cheveux ! Amie, adieu !

Quand je serai là-bas vous songerez à ma peine ! Ne m’oubliez pas, n’oubliez pas votre ami !

Comment pourai-je vivre si loin de vous ? Amie, adieu ! Hélas ! adieu !

Rappelez-vous, rappelez-vous notre rencontre, Amie, adieu !

Vous m’avez promis de ne jamais oublier.

Amie, adieu !

Dès que je vous vis mon coeur s’enflamma, Je demeurai immobile les yeux fixés sur vous ; Oh ! que vous étiez belle ! Vos yeux étincelaient !

Amie, adieu ! Hélas ! adieu ! Je vous parlai, j’entendis votre choix,

Amie, adieu ! Et nous nous aimâmes.

Amie, adieu !

C’en est fait ! maintenant je pars ! Vous gémissez, vos larmes coulent,

Mais bientôt viendra l’oubli ! Amie, adieu ! Hélas ! adieu !

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T R A D U Ç Õ E S Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras •

C O N T E X T O

Publicação da Edufes - Editora da Universidade Federal do Espírito Santo 351 AMIGA, ADEUS !

Parto, o navio se vai, Amiga, adeus!

Deixe-me beijar suas mãos e cabelos!

Amiga, adeus!

Quando eu já estiver lá pense em meu tormento!

Não esqueça de mim, não olvide seu amigo!

Como poderei viver tão longe assim!

Amiga, adeus! Que pena! adeus!

Lembra, lembra do nosso encontro, Amiga, adeus!

Prometeu nunca me esquecer.

Amiga, adeus!

No instante em que lhe vi meu peito se inflamou, Fiquei imóvel com os olhos fixos a lhe encarar;

Oh! como você é bela! Seus olhos resplandeciam!

Amiga, adeus! Que pena! adeus!

Eu lhe falava, escutava sua voz, Amiga, adeus!

E nós nos amamos.

Amiga, adeus!

Está feito! Agora parto!

Você lamenta, as lágrimas escorrem, Mais em breve virá o esquecimento!

Amiga, adeus! Que pena! adeus!

Referências

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