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Análise das vocalizações da choca-barrada Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) em diferentes regiões da América do Sul.

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Academic year: 2023

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XXIV Congresso de Iniciação Científica

Análise das vocalizações da choca-barrada Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) em diferentes regiões da América do Sul.

Cássia Yumi Kubo, Reginaldo José Donatelli. Campus de Bauru, Faculdade de Ciências, Ciências Biológicas, cassiacyk_bio@hotmail.com, PIBIC/CNPq.

Palavras-chave: bioacústica, canto, Thamnophilidae.

Introdução

Quando uma ave canta, produz um som que serve para comunicar-se com os outros membros da mesma espécie.1 Elas produzem uma ampla variedade de sons vocais e estes são divididos em gritos e cantos. Os cantos são formados por sons longos e complexos e segundo Vielliard (1986)2, é caracterizado por sua função biológica primordial de reconhecimento específico. O canto de uma ave pode transmitir muitas informações sobre: (1) a espécie, (2) sexo, (3) localização, (4) seu território, (5) alerta para invasores conspecíficos e (6) reprodução.

Neste trabalho foi estudado o canto de Thamnophilus doliatus, conhecida popularmente como choca-barrada, que possui em média 16 cm.

O macho apresenta uma coloração negra toda barrada enquanto que a fêmea é amarronzada.3 Habita capoeiras, bordas da mata ciliar, cerradões e matas secas, raramente entrando alguns metros na vegetação mais alta. Ocorre do México à Bolívia, norte da Argentina e Brasil até São Paulo.3

O objetivo foi analisar e comparar as vocalizações de vários indivíduos de T. doliatus distribuídos em diferentes regiões da América do Sul e, através dessa análise bioacústica, observar se há variações que justifiquem a definição de um dialeto e a importância deste na caracterização do habitat e região de ocorrência da espécie.

Material e Métodos

As vocalizações foram obtidas do (1) Laboratório de Ornitologia Faculdade de Ciências da UNESP, campus de Bauru e do (2) Site Xeno-canto (www.xeno-canto.org acessado em 03/04/2011), e são provenientes de populações distintas da América do Sul.

De um total de 19 gravações (9 min), foram feitas as análises de 53 sonogramas, obtidos a partir do software “Raven Lite Version 1.0 for Windows” (The Cornell Lab. Of Ornithololgy, 2009), correspondentes aos cantos de interesse do total de 29 espécimes.

Resultados e Discussão

As vocalizações foram descritas apresentando os valores relativos aos números de notas, o tempo total, a frequência mínima e máxima, e a energia sonora mínima e máxima. Foram aplicados testes

estatísticos aos dados para responder às questões propostas.

Em uma análise geral pudemos notar a presença de uma grande variação entre os cantos, principalmente, no que diz respeito ao número de notas. Notamos que em nove indivíduos ocorrem uma alternância do número de notas, ou seja, numa sequência de pelo menos dois cantos o indivíduo alterna o seu número de notas em pelo menos uma, para mais ou para menos. Através da análise estatística realizada observamos diferenças significativas quando foi feita a comparação das variâncias entre as frequências, tanto entre as mínimas quanto entre as máximas. Essa diferença entre as frequências mínimas pode ser decorrente da localidade dos espécimes, uma vez que os da Argentina possuem uma frequência mínima duas vezes maior que os demais. Já a diferença entre as frequências máximas podem ter sido causadas por ruídos e características presentes nas gravações que podem ter modificado sua nitidez.

Conclusões

A análise das vocalizações demonstrou uma diferenciação de notas entre indivíduos, tanto da mesma região quanto em regiões distintas, sem que haja um padrão definido por regiões. As diferenças nas variâncias de frequência, mínimas e máximas, dos espécimes da América do Sul, quando comparados com os provenientes da Argentina, não puderam ser explicadas por meio da atual análise.

Não se pode afirmar também que tais diferenciações sejam um dialeto específico das aves que ocorrem na Argentina ou que a altitude esteja relacionada. O presente trabalho demonstrou uma similaridade estrutural e morfológica no canto da choca-barrada que a caracteriza e a distingue de outras espécies.

Agradecimentos

Ao CNPq pela concessão da bolsa de Iniciação Científica segundo processo 117016/2011-0.

____________________

1 Anjos, L. dos. Bioacústica em aves. Bol. Soc. Zool. Uruguay 1993. [S.I.], 2ª época, 8: 30-32.

2 Vielliard, J. O uso da bioacústica na observação de aves. In: II ENCONTRO NACIONAL DE ANILHADORES DE AVES, 1996.

Anais... 1986. Rio de Janeiro: UFRJ, p. 98-121.

3 Sick, H. Ornitologia Brasileira. 1997. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Referências

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