• Nenhum resultado encontrado

A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO CRIME DE ROUBO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO CRIME DE ROUBO "

Copied!
82
0
0

Texto

CAPÍTULO 1 – DA TIPICIDADE E DO ROUBO

DA TIPICIDADE

  • Tipo Penal
  • Conceito de tipicidade
  • Evolução histórica
  • Tipicidade formal
  • Tipicidade conglobante

A compreensão da tipicidade de um crime evoluiu ao longo do tempo e de acordo com os novos conceitos do direito penal. A segunda fase, também chamada de fase indicativa ou fase ratio cognoscendi20 da ilegalidade, surge com o Tratado de Direito Penal de Mayer, publicado em 191521.

DO ROUBO

  • Conceito
  • Bem jurídico tutelado
  • Sujeitos
  • Elemento objetivo
  • Elemento subjetivo
  • Consumação e tentativa
  • Causas de aumento de pena
  • Qualificadoras

É inviável reconhecer a aplicação do princípio da insignificância aos crimes cometidos com violência ou grave ameaça, incluindo o roubo. O Supremo Tribunal de Justiça assume a mesma posição do Supremo Tribunal Federal, entendendo que o princípio da insignificância não pode ser aplicado ao crime de roubo. É impossível aplicar o princípio da insignificância ao crime de roubo, dada a violência utilizada.

Ao final, discutiremos a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância às mais diferentes alternativas para a prática do crime de roubo. O argumento utilizado pelo Supremo Tribunal Federal e apoiado pelo Supremo Tribunal de Justiça para justificar a impossibilidade de aplicação do princípio da insignificância ao crime de roubo é que se trata de um crime complexo, que protege mais de um bem jurídico. A possibilidade de aplicação do princípio da insignificância ao crime de roubo também é defendida por Antônio de Padova Marchi Júnior, que, da mesma forma, acredita ser possível desqualificar a conduta.

Apesar da posição oposta dominante, existem decisões que reconhecem a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância ao crime de roubo. O que se pretende, portanto, com a defesa da possibilidade de aplicação do princípio da insignificância no crime de roubo é evitar a aplicação de penas injustas e desproporcionais face às circunstâncias do caso concreto.

CAPÍTULO 2 – DOS PRINCÍPIOS E DA TEORIA

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

  • Conceito
  • Origem histórica
  • Legalidade formal e legalidade material
  • Princípios decorrentes do princípio da legalidade

Este ponto discutirá o princípio da legalidade, discutirá seu conceito e origem e outros aspectos importantes. Parte da doutrina104 pretende derivar o princípio da legalidade da Carta Magna de 1215, editada por João Sem Terra. Contudo, como destacou Rogério Greco, a Revolução Francesa adotou o princípio da legalidade no modelo exigido pelo direito penal106.

No ordenamento jurídico brasileiro, o princípio da legalidade estava expressamente previsto em todos os textos constitucionais, desde a Constituição do Império de 1824110. O primeiro deles é o aspecto político, segundo o qual o princípio da legalidade exerce sua função. de garantir a liberdade, na medida em que, quando isso for determinado. Ou seja: o princípio da legalidade não proíbe a retroatividade da lei penal posterior quando esta traz benefícios ou direitos ao arguido116.

O primeiro princípio derivado do princípio da legalidade é, como já mencionado, o princípio da não retroatividade, segundo o qual a lei penal não será aplicada retroativamente. O último princípio da precedência, que também deriva do princípio da legalidade, afirma que a lei já deve estar em vigor no momento do ato criminoso130.

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

  • Princípio da intervenção mínima
  • Origem e conceito
  • Infração bagatelar
  • Aplicação no ordenamento jurídico brasileiro

O princípio da insignificância permite excluir do âmbito do direito penal condutas socialmente insignificantes, que garantem a justiça. O princípio da insignificância é aplicado quando a conduta dada não apresenta tipicidade material152, ou seja, quando não há desvalorização efetiva da conduta utilizada. Fica claro, então, que o valor insignificante da coisa removida (a insignificância do dano jurídico) não é suficiente para a aplicação do princípio da negligência pelos nossos tribunais superiores.

O ilustre tribunal de Minas Gerais aplicou de forma semelhante o princípio da insignificância para reconhecer a atipicidade do caso da suposta prática de crime nos termos do art. Além dos já apontados, o princípio da negligência é utilizado para uma ampla variedade de crimes, incluindo peculato160 e peculato161. 159 BRASIL, Tribunal Superior. Uma questão ainda não resolvida na prática judiciária diz respeito à possibilidade de aplicação do princípio da irrelevância nos casos em que o representante seja reincidente ou tenha antecedentes criminais.

Porém, em decisão recente, o ministro Luiz Fux aplicou o princípio da insignificância a um roubo cometido por reincidente. O Supremo Tribunal de Justiça, por sua vez, aplica com maior frequência o princípio da insignificância aplicado por reincidentes/pessoas com antecedentes164, embora também não aplique o princípio na maioria dos casos165.

FORMALISMO JURÍDICO

  • Noções iniciais
  • Formalismo como negação de escolha
  • Formalismo como limitação de escolha
  • A linguagem e sua capacidade de limitar
  • Razões para o formalismo na segunda concepção

Neste ponto, discutiremos a posição dos nossos tribunais superiores quanto à possibilidade de aplicação do princípio da negligência no crime de roubo e mencionaremos os principais acórdãos. Em 2005, o Supremo Tribunal Federal foi solicitado pela primeira vez a considerar o princípio da irrelevância em relação ao crime de furto no recurso do relatório nº. instrumento da ministra Ellen Gracie202. Podemos concluir, portanto, que a principal razão apresentada pelo Supremo Tribunal Federal para a não aplicação do princípio da negligência no crime de roubo é o fato de se tratar de um crime complexo, além do argumento de que a violência e/ou ameaça seria tornar a conduta mais repreensível.

Argumentou que a prática do ato, em relação às pessoas e mediante grave ameaça, criou a repreensibilidade da conduta, impossibilitando, portanto, a aplicação do princípio da imaterialidade. De tudo o que foi dito acima, é correto concluir que, de acordo com a teoria do direito como integridade, o princípio da insubstancialidade poderia ser aplicado. No caso de roubo de um objeto de valor considerável usando o mínimo de ameaça/violência, acreditamos que isso é possível aplicar o princípio da indiferença para desqualificar o comportamento dos demais.

Na remota possibilidade de cometer um roubo, onde tanto o dano patrimonial quanto a ameaça/violência são insignificantes, entendemos também a possibilidade de aplicação do princípio da indiferença. Nos casos de furto de objeto de valor insignificante por meio de ameaças e/ou violência, que não são tão graves, ousamos discordar da posição do Supremo Tribunal Federal ao defender a possibilidade de aplicação do princípio da indiferença.

CAPÍTULO 3 – DA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NO

DA POSIÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E DO SUPERIOR

  • Da posição do Supremo Tribunal Federal
  • Da posição do Superior Tribunal de Justiça

Desde então, todos os demais julgamentos sobre o tema seguiram o entendimento da Ministra Ellen Gracie, não aplicando o princípio da insignificância em razão da multiplicidade de bens protegidos pelo tipo jurídico e do uso de ameaças ou violência grave contra a pessoa. A questão da aplicação do princípio da insignificância não foi apresentada ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por esta razão permaneceu desconhecida do Supremo Tribunal de Justiça e é certo que a sua análise neste Tribunal se traduz numa dupla . supressão de casos. Ad argumentandum tantum, mesmo que o caso pudesse ser julgado de ofício, o recorrente não teria êxito, uma vez que há consenso neste Tribunal de que o princípio da trivialidade não se aplica ao crime de roubo, por se tratar de um crime complexo envolvendo bens , ameaça de gravidade e à integridade física e psicológica da vítima (HC 95.174, T 2, Rel.

O Ministério Público Federal recorreu posteriormente desta decisão, tendo o Supremo Tribunal Federal rejeitado a decisão205. No primeiro julgamento sobre o assunto, proferido na sessão de 15 de setembro de 1997, o Ministro Anselmo Santiago (Relator) votou rejeitando a aplicação do princípio da insignificância ao crime de furto, sob o fundamento de que “a extrema vilania de a ação realizada pelo agente” 210 prevalece sobre o valor do objeto tomado. Esta visão tem sido mantida ao longo dos anos e as actuais decisões do Supremo Tribunal continuam a caminhar na mesma direcção.

Ao determinar se o crime de roubo ocorreu, o tribunal de origem afirmou expressamente a existência de violência e grave ameaça. Verifica-se, portanto, que a linha de entendimento seguida pelo Superior Tribunal de Justiça é coerente com a adotada pelo Supremo Tribunal Federal, no sentido de que se trata de um crime complexo que, além dos direitos de propriedade, protege a integridade da vítima, o que tornaria a aplicação do princípio da insignificância.

FORMALISMO JURÍDICO PRESUMIDO x DIREITO COMO INTEGRIDADE

  • Formalismo jurídico presumido
  • Direito como integridade

Segundo o autor, o convencionalismo e o pragmatismo são uma interpretação mais flexível do que o direito como um todo, pois pretendem mostrar a prática jurídica do seu melhor ponto de vista220. O direito como um todo é o resultado de uma interpretação ampla da prática jurídica aliada à sua fonte de inspiração. Na tentativa de facilitar a compreensão do direito como um todo, Dworkin o compara ao chamado romance seriado.

Num caso de direito consuetudinário, o direito como integridade exige que o juiz atue como autor na cadeia do direito. O Direito como integridade pede aos juízes que admitam que o Direito é formado por um conjunto de princípios de justiça, igualdade e devido processo legal, e também pede que os apliquem a novos casos, dando a cada pessoa uma situação justa e justa240. O direito como integridade, contudo, pressupõe que os juízes estejam numa situação diferente da dos legisladores.

Ou seja: o direito como integridade exige que o juiz coloque à prova a sua interpretação, questionando se pode integrar uma teoria coerente que justifique a rede como um todo246. Apesar disso, é possível que um juiz enfrente novos problemas de princípio e “é isso que a lei exige como integridade”254.

DA INSIGNIFICÂNCIA NO ROUBO

  • Roubo de objeto de valor considerável praticado com grave ameaça e/ou

Entendemos, portanto, que a inabilitação nestes casos se dá pela aplicação tácita do princípio da insignificância, como fundamento. Na verdade, é incontestável que a nossa posição é a de que não é possível aplicar o princípio da insignificância em casos de roubos cometidos com ameaças e/ou violência realmente graves, mesmo que o valor do objecto capturado seja insignificante. No entanto, os tribunais acima mencionados não abordam este argumento em detalhe, e não há mais explicações sobre o que impediria a aplicação do princípio da insignificância em crimes complexos.

Seguindo este raciocínio, a aplicação do princípio da indiferença sofreria limitações significativas, especialmente em crimes complexos, onde só seria possível aplicá-lo para excluir todas as condutas259. O princípio da legalidade e seu papel no direito penal brasileiro: o papel principal na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no que diz respeito à delimitação do alcance dos tipos penais. Com base nas razões e soluções expostas, concluímos que, apesar da posição contrária do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, o princípio da insignificância pode ser aplicado ao crime de furto de objeto de valor insignificante, desde que todos as circunstâncias do caso sejam analisadas caso a caso e que tal medida se revele adequada.

Por estas razões, procuramos demonstrar que a adoção da teoria do direito como integridade, formulada por Ronald Dworkin, é mais adequada para apoiar a aplicação do princípio da insignificância do que o suposto formalismo jurídico de Frederick Schauer. Portanto, propomos que é possível, desde que observadas as particularidades do caso específico, aplicar o princípio da insignificância no caso de furto de objeto de valor insignificante, o que desqualifica o comportamento do restante.

Referências

Documentos relacionados

formal próprio no delito de latrocínio praticado encontra respaldo jurídico na jurisprudência do Supremo Tribunal segundo a qual “o crime de latrocínio é um delito complexo,