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Academic year: 2023

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Primeiramente, analisaremos o arquétipo constitucional tributário que rege o imposto de renda no Brasil, com atenção especial para a discussão que envolve o uso de tipos ou conceitos na discriminação dos poderes tributários, bem como o papel desempenhado pela definição de esculpidos renda no artigo 43 do Código Tributário Nacional (KTN). Por outro lado, caso se assuma a premissa de que o constituinte considerou a materialidade desse tributo do ponto de vista tipológico, tendo o legislador cumprido a tarefa de expressar seu limite normativo por meio de um conceito, é preciso reconhecer que qualquer a violação do conceito de renda pode permanecer vinculada ao plano infraconstitucional, exceto nos casos em que a deformação feita pelo legislador também violar a forte essência do tipo constitucional. Superada a questão levantada acima, cabe analisar o papel desempenhado pelo CTN na interpretação do texto constitucional, incluindo a possibilidade de seu conceito de renda ter sido subsumido pelo poder constituinte.

É inegável que a definição de renda consagrada no artigo 43 do CTN, por ser anterior à constituição de 1988, exerceu certa influência sobre o eleitorado, que inclusive manteve intacta a nomenclatura anterior. No entanto, isso não significa que o componente tenha incorporado ao texto magno o conceito de receita do CTN. Quando uma nova ordem jurídica é instaurada, o Poder Constituinte originário é inicialmente, ilimitado, autônomo e incondicional, de modo que não haveria óbice à incorporação do conceito de receita previsto no artigo 43 do CTN, por meio de fenômeno conhecido como constitucionalização.

Com base nas considerações anteriores, conclui-se que o poder constituinte tem trabalhado com tipos nas regras de discriminação dos poderes tributários, cabendo ao legislador complementar a tarefa de dar contornos rígidos ao arquétipo constitucional, por meio da definição do conceito de renda e advém de qualquer natureza, de acordo com o núcleo duro do tipo constitucional.

O conceito de renda no Código Tributário Nacional

De fato, o conceito de renda do produto sempre envolve um aumento imediato da riqueza, como elemento positivo gerado pela fonte de produção (como o fruto da árvore). A diferença é que, para o efeito produto-renda, o aumento da riqueza não precisa ser medido em um determinado intervalo de tempo, juntamente com as demais altas e quedas sofridas pelo contribuinte. Embora seja válida a premissa adotada pelo autor – a Administração Tributária realmente não dispõe de elementos para mensurar o efetivo aumento do patrimônio – entendemos que a incidência do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre os rendimentos auferidos por não residentes representa um hipótese distinta de imposto de renda sobre o produto.

Entretanto, vale ressaltar que, no entanto, é indispensável a existência de um produto (separado do capital), entendido assim como o aumento da riqueza gerada por uma fonte de produção, para a ocorrência do imposto de renda. Resumindo as ideias aqui desenvolvidas, conclui-se que a interpretação conjunta de ambos os incisos do art. ser capital, trabalho ou uma combinação de ambos, e o fluxo de riqueza assim produzido pode, ao final de um determinado período de cálculo, possivelmente resultar na mensuração de um aumento patrimonial no recebedor. Para fortalecer o argumento acima, deve-se acrescentar que se a teoria do aumento da renda tivesse sido adotada de forma exclusiva e única, o artigo 43 do CTN nem precisaria ter discriminado explicitamente as fontes de produção de renda (capital, trabalho ou a combinação de ambos), nem foi feita distinção entre rendimentos, no inciso I, e proventos de qualquer natureza, no inciso II, para depois uni-los na vala comum das contribuições patrimoniais.

Se essa fosse a real intenção do legislador, bastaria a ele comprovar que o imposto de renda tem como fato gerador o aumento do capital líquido de qualquer origem ou natureza jurídica, em determinado período de tempo. Superado o primeiro obstáculo relativo à interpretação do artigo 43 do CTN, cabe-nos acrescentar alguns comentários sobre a noção de produto de renda adotada pelo legislador complementar. Nesse sentido, torna-se imprescindível investigar se a fonte de geração de renda deve necessariamente ser estável, permanente ou periódica, para fins de tributação com imposto de renda.

43 do CTN com base nas noções teóricas do produto renda defendidas por autores estrangeiros, em diferentes contextos históricos. García Belsunce analisou e classificou a teoria de diferentes autores sobre o conceito de renda-produto, sem chegar a uma concepção final, devido à diversidade de perspectivas30. No entanto, isso não significa que os ganhos de capital sejam incluídos no conceito de renda.

Os critérios constitucionais que informam o imposto sobre a renda

Em oposição à seletividade, Mariz de Oliveira argumenta que a seletividade em relação ao imposto de renda é expressamente vedada pela exclusão decorrente da obrigatoriedade de aceitação do princípio da generalidade36. Ricardo Mariz de Oliveira, em recente lição extraída de sua conceituada obra doutrinária sobre o imposto de renda, defende, amparado no princípio da generalidade, que o tributo em questão não tem natureza extrafiscal. Ainda segundo o ensinamento de Mary Elba Queiroz, o princípio da universalidade, ao recomendar a tributação comum e global dos rendimentos auferidos em determinado período, ainda permite aferir a efetiva capacidade contributiva, sujeita à tributação pelo rendimento imposto de renda progressivo.

Seguindo essa linha de raciocínio, pode-se dizer que o princípio da generalidade prevê que o imposto de renda deve atingir, na medida do possível, todos os contribuintes que colocarem em prática o fato descrito na hipótese tributária. Assim, o princípio da generalidade tem a função de impedir privilégios de natureza pessoal, bem como a tributação com base em critérios de. Ao contrário, é justamente o princípio da igualdade que veda qualquer forma de discriminação arbitrária, expressamente prevista no texto ou não.

Por outro lado, o princípio da universalidade impede a exclusão de determinadas categorias de rendimentos e lucros da hipótese tributária do imposto de renda. Ressalte-se que a alteração apresentada no CTN não preserva o princípio da universalidade apenas em relação à necessidade do imposto de renda atingir qualquer renda ou renda auferida pelo contribuinte, independentemente de sua designação ou situação jurídica. Esse aspecto fica claro a partir da leitura do artigo 150, II, da Constituição Federal de 1988, que dispõe sobre o princípio da isonomia.

Vale lembrar que o próprio princípio da capacidade contributiva, em seu sentido relativo ou subjetivo, pode amparar exceções aos princípios da generalidade e da universalidade, na medida em que impede que a União Federal alcance ampla gama de contribuintes (generalidade) sob a pretexto de arrecadar imposto de renda de cidadãos que não podem arcar com a carga tributária, o que protege o mínimo existencial52. A concessão de um tratamento fiscal diferenciado em função da natureza jurídica dos rendimentos não é, portanto, necessariamente contrária ao princípio da universalidade. Nessa linha, o princípio da solvência passa a representar o contraponto e o parâmetro do processo de ponderação entre.

O princípio da igualdade não se reflete apenas nos meios de pagamento, podendo o legislador selecionar diferentes efeitos indutores58 para justificar o tratamento diferenciado de determinados tipos de rendimentos. Ainda quanto ao princípio da capacidade contributiva e sua interação com as normas indutoras, não ousamos concordar com a noção.

A Tributação das Aplicações Financeiras de Renda Fixa Desde 1º de janeiro de 2005, os rendimentos decorrentes de

Fica claro, portanto, que os rendimentos de aplicações financeiras estão sujeitos a tratamento jurídico e tributário diferenciado dos demais rendimentos auferidos por pessoas físicas, que via de regra são tributados pelas alíquotas da tabela progressiva. Como se vê, o legislador procurou incentivar os investimentos de longo prazo por meio de uma política de redução das taxas com base no período de aplicação. A doutrina nacional critica severamente o regime tributário acima, sob o argumento de que o acréscimo patrimonial é um conceito unitário, pois está vinculado ao patrimônio do contribuinte, o que tornaria inadmissível a segregação de renda para fins de tributação pelo imposto de renda.

Para ilustrar, Hugo de Brito Machado, mesmo sem abordar especificamente a hipótese acima mencionada, afirma que a segmentação dos elementos que compõem o aumento patrimonial é absolutamente inaceitável, pois isso levaria a uma descaracterização do conceito de renda utilizado pela Magna. Carta para atribuir a competência tributária à União Federal78. Da mesma forma, Roque Antônio Carraza argumenta que a tributação separada dos rendimentos das aplicações financeiras de renda fixa é contrária aos critérios de generalidade, universalidade e progressividade. Além disso, Roque Carraza acrescenta que o princípio da universalidade não permite a separação de parte dos rendimentos auferidos pelo contribuinte, uma vez que a base de cálculo do imposto de renda deve levar em conta a totalidade dos resultados econômicos obtidos em determinado período.

A despeito das críticas doutrinárias supracitadas, parece incontestável que as alíquotas regressivas previstas para os rendimentos de aplicações financeiras são pautadas na ordem econômica, como forma de estimular a conservação de recursos em investimentos de longo prazo, estimulando a formação de poupança. Este propósito é evidente a partir da explicação n. 111/04, que acompanhou a medida provisória n. 206/04, alterada pela Lei nº que melhora a estrutura do mercado financeiro e estimula a poupança de longo prazo por meio da concessão de incentivos fiscais. Para atingir o seu objetivo, o legislador decidiu sujeitar as aplicações financeiras com rendimento constante a um regime de tributação analítica, em que o imposto sobre o rendimento é calculado autonomamente a partir dos rendimentos de cada negócio considerado separadamente, não permitindo ao sujeito passivo recuperar os lucros auferidos em certas atividades. reclamações por prejuízos que acabaram por ocorrer a terceiros, embora ambas tenham a mesma natureza jurídica80.

Dada a nossa falta de conhecimento sobre o assunto, cabe-nos apenas observar que o incentivo à poupança de longo prazo, em detrimento do consumo, é fundamental para permitir o investimento em bens de produção para utilização da capacidade produtiva da empresa . A economia. Entretanto, não se pode desconsiderar a indiscutível importância da poupança de longo prazo para o desenvolvimento econômico sustentável de um país, o que levou o Governo Federal a apresentar, por meio de medida temporária convertida na lei nº., tributação com alíquotas regressivas em função do período da aplicativo. conforme expressamente disposto na Exposição de Motivos nº. 111/04. Nesse sentido, pode-se inferir que o regime tributário aplicável aos rendimentos de aplicações financeiras, com alíquotas regressivas conforme o período de aplicação, encontra respaldo no texto constitucional, como no artigo 170 da Constituição Federal, onde os valores são explicados. exigidos pela ordem econômica, bem como no artigo 3º, que elenca os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, entre os quais se inclui expressamente o desenvolvimento nacional.

Conclusão

Bibliografia

Referências

Documentos relacionados

a) Lei nº 10.257/2001 (Estatuto das Cidades), que disciplina os artigos 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece as diretrizes da política urbana, com o objetivo de ordenar