19º Seminário de Pesquisa/Seminário de iniciação científica-UNIANDRADE 2021
1 AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E MULHERES NAS STARTUPS: UM ESTUDO NA
EMPRESA ALPHA
Andressa Soares Valesko*
Gabriele Petriw Araújo*
Alessandra Aparecida Berton Rodrigues**
Bruno Eduardo Slongo Garcia**
Discentes do curso de Administração no Centro Universitário Campos de Andrade- UNIANDRADE, Curitiba, Brasil
Docentes do curso de Administração no Centro Universitário Campos de Andrade- UNIANDRADE
e-mail: andressasoaresvalesko@gmail.com; gabriele.petriw@hotmail.com
Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar como as mulheres da empresa Alpha representam socialmente o trabalho feminino nas startups? Para atingir o objetivo proposto, foi elaborado um questionário, disponibilizado para as colaboradoras da empresa Alpha que é uma startup, com a obtenção de 29 respondentes. As respostas foram interpretadas por meio da análise de similitude. Os resultados apontam que mulheres que trabalham em startups se sentem mais reconhecidas e representadas socialmente pelo trabalho que desenvolvem, o ambiente de trabalho se mostra mais inclusivo e com mais perspectivas de crescimento, a experiência, a cultura, o crescimento e as possibilidades são algumas das palavras destaques nos resultados. Diante do exposto, é possível perceber que por meio dos novos modelos de negócios, como as startups, mulheres com filhos ou sem, enxergam sim novas chances de crescimento profissional.
Palavras-chave: Mulheres, startup, representação social.
Abstract: This article aims to analyze how women from Alpha company socially represent female work in startups? To achieve the proposed objective, a questionnaire was prepared, made available to the collaborators of the Alpha company, which is a startup, with 29 respondents. The answers were
interpreted through similarity analysis. The results show that women who work in startups feel more recognized and socially represented for the work they develop, the work environment is more inclusive and with more growth prospects, experience, culture, growth and possibilities are some of the words highlighted in the results.
Given the above, it is possible to see that through new business models, such as startups, women with children or without, they do see new opportunities for professional growth.
Keywords: Women, startup, social representation.
INTRODUÇÃO
A desigualdade de gênero é um assunto que vem sendo amplamente discutido, o debate em relação à desconformidade de salários e cargos nas organizações desvelam assimetrias entre homens e mulheres. Diante de tantos movimentos sociais e desenvolvimentos de ideias, encontramos hoje em um universo totalmente globalizado e mesclado de conhecimentos, em que não há mais espaço para a ignorância humana.
O desempenho e o grau de atuação de um profissional devem ser medidos nos seus resultados diários na organização.
Empresas tradicionais buscam por profissionais que além de terem um excelente currículo também apresentem disponibilidade para atuação e
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2 comprometimento em tempo integral na
empresa, e nestes critérios excluem-se, por exemplo, mulheres solteiras e com filhos.
As mulheres vivenciam situações moldadas em uma sociedade masculinizada, na qual recebem a atribuição de “do lar” e sua atuação nas empresas acaba sendo dificultada, pois não há espaço para pessoas que não possam se dedicar 100% as atividades empresariais, ainda hoje questões como:
solteira ou casada? Com filhos ou sem?
São fatores de decisão em entrevistas (LIMA; CORREA; BATISTA; PEREZ, 2021).
A representação social feminina nas organizações tradicionais é marcada sempre pela luta diária de mulheres, muitas vezes mães que buscam a igualdade de salários ou posições em grandes empresas. A representação social é entendida como construções sociais de um determinado grupo que compartilham da mesma ideia e sentimento (ANTUNES;
NETO; LIMA-SOUZA; SANTOS, 2018;
SLONGO GARCIA; PIMENTEL;
FERREIRA, 2021).
Com o passar dos anos, o processo de criação de novas empresas foi sendo mais simplificada e desenvolveram-se sob a pauta de inclusão e modelos de equidade entre homens e mulheres. Esta facilidade unida a ideias inovadoras deu início as Startups. Este modelo de empresa tem como uma de suas principais características o ambiente de trabalho dinâmico. Diferente de empresas tradicionais que visão o lucro, estes modelos de negócios buscam o melhor de seus colaboradores e neste sentindo o colaborador vem antes das metas e objetivos da empresa, pois um colaborador motivado conseguirá desenvolver um bom trabalho e isso acabará resultando nos lucros finais da empresa (DERMONDE, 2020).
Diante do exposto, este estudo busca responder: como as mulheres da empresa Alpha representam socialmente o trabalho feminino nas startups? Este
estudo justifica-se a partir das representações sociais que partem do sentido negociado coletivamente, desta forma, compreender como o trabalho é representando é necessário para avançar nas discussões a respeito das conquistas e redução das assimetrias de gênero.
As startups têm se mostrado um tipo de negócio inclusivo, priorizando a diversidade e exercendo um papel fundamental na disseminação de uma cultura de equidade, assim, é um ambiente propício para desvelar as representações sociais das mulheres. Por fim a justificativa teórica foi baseada no ambiente de trabalho e o comportamento organizacional, Startups no Brasil e sua influência no mercado de trabalho feminino e a Teoria das Representações Sociais.
Este estudo está estruturado da seguinte maneira, após esta introdução encontra-se a metodologia, discussões dos resultados e possíveis conclusões.
METODOLOGIA
Este estudo tem como problema de pesquisa “Como as mulheres da empresa Alpha representam socialmente o trabalho feminino nas startups?”. Para responder ao problema proposto optou-se por uma pesquisa qualitativa.
Como fonte dos dados optou-se por questionar um grupo de trabalhadoras da startup Alpha por meio de um instrumento de coleta de dados em questionário. O instrumento de coleta de dados composto por 13 perguntas dissertativas e relacionadas a plataforma teórica do estudo. O questionário foi validado ao ser aplicado em uma amostra teste, composta por cinco respondentes.
A escolha da organização Alpha se deu em virtude das suas características, a saber: trata-se de uma startup com políticas de incentivo as mulheres nos cargos de liderança, também a organização se demonstrou acessível a coleta dos dados.
Para analisar as respostas optou-se
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3 pela técnica de análise similitude, a
representatividade do assunto estudado é exposta em uma árvore ligada a um núcleo e suas ramificações, tanto no núcleo quanto nas ramificações aparecem as palavras mais utilizadas nas respostas que formam uma conexão (LIMA; TOALDO;
JACKS, 2020). Esta análise foi realizada utilizando o Software Iramuteq Alhpa 7.2.
RESULTADOS
A amostra da pesquisa foi composta por 29 respondentes, onde todas são mulheres. A quantidade de integrantes da amostra foi definida de forma intencional, no convite feito no canal de comunicação da empresa.
De acordo com as respostas obtidas, 41% das respondentes têm entre 26 e 30 anos, sendo a mais nova com 20 anos e a maior idade com, 41. Esse perfil nos entrega a visão de um clima mais moderno, trazendo a sensação de que o mercado de trabalho dentro das startups proporciona a chance de primeiro emprego, não exigindo grandes experiências anteriores.
Entre os motivos que levaram nossas respondentes a tomar a decisão de entrar na empresa Alpha, 28% alegaram que oportunidade é o que mais chamou atenção, seguida de modernidade com 21%
e cultura com 17%. Essas três palavras retratam fielmente o interior de uma empresa desse padrão.
Para compreender como as mulheres são socialmente representadas, as respondentes foram questionadas:
Você se considera representada no seu ambiente de trabalho? Por quê? A partir dos resultados foi desenvolvida uma árvore da similitude, na qual consegue identificar três palavras como o núcleo da árvore, sendo a palavra ‘Muito’ como núcleo principal, Empresa e Sim como núcleos secundários.
A palavra “muito” aparece como centro da árvore, se tornando assim o núcleo da representação social segundo as respostas obtidas na pesquisa, as
palavras cultura, Bom, experiência e ambiente aparecem na subsequência como complemento ao núcleo.
A palavra empresa é seguida por quatro palavras que também ficaram em destaque ao seu redor: Crescimento, mais, anterior e possibilidade. A representatividade social através destas palavras pode se resumir em mais crescimento e mais possibilidades na empresa em relação à empresa anterior, onde anterior está ligado à palavra emprego.
Em sequência a palavra em destaque é Sim, que é ligada a três palavras que também tiveram destaque:
crescer, mulher e trabalho, chegando aqui ao ponto principal da pesquisa, ligada há estas três palavras, temos as palavras:
objetivo, Ajuda e liderança.
Figura 1 – Árvore Máxima de palavras na Representação Social dentro da empresa Alpha.
Fonte: Elaborado pelos autores (2021)
Como é possível perceber a partir da figura 1, o núcleo: Muito, associa-se com palavras muito importante como:
experiência, processo, cultura e profissional, formando assim uma ramificação que traz consigo muito sentimento e muitas palavras que relatam o perfil estudado neste artigo, essa ramificação se relaciona ao clima organizacional da Alpha, neste sentido,
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4 nos explanando a sensação de bem-estar
por fazer parte de uma empresa integradora, que tem como missão o funcionário.
A palavra experiência traduz o ambiente novo em que as participantes estão inseridas e o quão agregador isso pode ser a elas, a palavra processo que está ligada a experiência mostra o histórico da maioria das participantes que vieram de empresas tradicionais e que se encontra em uma nova cultura organizacional que é também uma palavra integrante da árvore.
Outra palavra a ser observada é a palavra mãe que está ligada a palavra profissional expressando assim o sentimento de muitas colaboradoras respondentes da pesquisa que além de profissionais são mães. Outro ponto de relevância é a palavra descontraído, remetendo a imagem de um local onde as formalidades ficam em segundo plano e o que realmente importa é o trabalho.
O núcleo sim está diretamente ligado à palavra mulher, liderança e crescer.
As mesmas influenciam na motivação feminina, entregando a visão de que independente do seu gênero, você tem poder para alcançar os mais altos níveis corporativos.
De acordo com o exposto, resume- se a representação social dentro da empresa Alpha como a forma em que as mulheres se sentem parte da empresa, sendo representadas pela cultura integrativa, grande chance de crescimento, igualmente de gênero e principalmente, por poderem mostrar seu trabalho sem o medo de julgamentos e depreciações.
CONCLUSÃO
O presente artigo teve como objetivo analisar como mulheres são representadas socialmente nas startups.
Para atingir o objetivo proposto, optou-se por aplicar um questionário com 17 perguntas o qual foi respondido por 29 participantes. Com base nos resultados obtidos, foi possível compreender que as
mulheres representam socialmente a startup como um local de maior aceitação e oportunidades, oferecendo igualdade, bem-estar, motivação, tornando um ambiente mais propício a elas. Neste sentido, o ambiente de trabalho é o palco em que os seres humanos se desenvolvem.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Camila Veloso; NETO, Antonio Carvalho; LIMA-SOUZA, Érica Cristina Pe- reira; SANTOS, Carolina Maria Mota. O que eles pensam sobre elas? Represen- tações sociais da mulher executiva. Re- vista Alcance – Eletrônica – vol. 25 – n. 3 – Set./Dez. 2018.
DERMONDE, Matheus. Franqueamento das startups no Brasil: determinantes e trajetória. Universidade Estadual de Campinas. Limeira, 2020.
LIMA, Ederaldo Jose Pereira de; COR- REA, Jusceliany Rodrigues; BATISTA, Da- nielle da Silva; PEREZ, Claudia Alves.
Mensurando a Diferença Salarial entre Mulheres com Filhos Menores. XX USP International Conference in Accouinting.
São Paulo, 29 a 31 de Julho de 2021.
LIMA, Danillo dos Santos; TOALDO, Mariangela Machado; JACKS, Nilda.
Rurbanidade no “Brasil profundo”.
Análise de similitude em entrevistas com jovens gaúchos. Programa De Pós- Graduação em Comunicação da Universidade Federal De Santa Maria.
Revista interamericana de comunicação mediática, v.19 n.41, 2020.
SLONGO GARCIA, Bruno Eduardo; PI- MENTEL, Pedro Chapaval; FERREIRA, Jane Mendes. Uma Moeda, Duas Faces:
Representações Sociais da Liberdade de Cátedra na Educação Superior do Brasil. Arquivos Analíticos de Políticas Educativas, V. 29, N. 11. 01 de fevereiro de 2021.
