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A assistência estudantil no ensino superior : uma análise sobre a sua relevância para garantir a permanência dos discentes nas universidades públicas federais.

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Academic year: 2023

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Este trabalho se propõe a discutir o apoio estudantil nas universidades públicas federais para destacar sua relevância para garantir a sustentabilidade estudantil nesses espaços. Tabela 1 - Linha do tempo dos principais eventos para a institucionalização da assistência estudantil no Brasil..43 Tabela 2 - Áreas estratégicas propostas pelo Plano Nacional de Assistência Estudantil – 2007..47.

Na primeira, o trabalhador produz o valor correspondente à sua reprodução, que se refere ao seu salário, independentemente do tempo de trabalho necessário. Assim, "sob a égide e proteção do Estado, pretende-se completar o ciclo da 'revolução burguesa' dentro do capitalismo dependente".

A partir dessa afirmação e considerando a particularidade que perpassa a formação social brasileira, que se expressa pelo capitalismo dependente e seu estado de heteronomia, pensar uma sociedade de direitos torna-se a cada dia mais necessário e urgente, uma vez que caem os percalços inerentes ao capital. sobre a classe trabalhadora como forma de exacerbar sua exploração. Com base no exposto, a perspectiva dos direitos da classe trabalhadora tem sido cada vez mais abalada, pois a prioridade do Estado é proteger as condições gerais de reprodução do capital neste contexto de crise estrutural do capital. Esse modelo econômico - periférico e dependente - revela a situação do país e da região: a classe trabalhadora na América Latina (que seria sujeito de direitos em um país central) é constituída por um contingente significativo de trabalhadores informais e desempregados, para os quais não tem nem relação salarial formal nem muito.

Para minimizar os efeitos da desigualdade, políticas sociais são implementadas para atender, ainda que de forma limitada, às demandas mais prementes da classe trabalhadora. É importante ressaltar que "no caso latino-americano, a fração do excedente econômico de capital utilizada para apoiar o financiamento de políticas sociais é pequena". Nessa lógica de funcionamento, a esfera dos direitos sociais dentro desse sistema atende aos interesses do capital, pois para que esse modo de produção perdure é necessário que a classe trabalhadora tenha ao menos meios para manter suas necessidades básicas em condições de manter sua força de trabalho. estar disponível para venda.

Desta forma, podemos citar a política educacional, política em foco no presente estudo, como exemplo, como o estado, uma vez que o estado precisa formar mão de obra qualificada para a reprodução da força de trabalho, cria políticas/decretos de acesso para da classe trabalhadora ao ensino superior. Ainda que o campo político tenha um papel importante na criação de condições para que essa classe tenha acesso a algumas áreas da vida social, é preciso ressaltar que no estado neoliberal estas são escassas, frágeis e insuficientes dentro das demandas e necessidades. sociedade a classe trabalhadora.

A influência dos organismos internacionais na condução das políticas sociais

Considerando a realidade latino-americana e seu estado de dependência expresso em todas as esferas da vida social, na construção do estado neoliberal, além do uso excessivo da força de trabalho que circunda esta nação, há uma privação ainda maior de direitos sociais por meio da intervenções mínimas, mas funcionalmente necessárias, do Estado e também das organizações internacionais que realizam as múltiplas disposições das políticas sociais. Para analisar a configuração das políticas sociais na América Latina, especialmente no Brasil, é importante ter em mente o nosso estado de dependência, pois, como colocam Paiva e Ouriques (2006), é um elemento central, pois tem consequências na todas as áreas de nossa vida, inclusive em relação à conformação das políticas sociais neste país. O fundo público é o principal agente para viabilizar a implementação das políticas sociais, pois dele são forjados os orçamentos – tributários e previdenciários.

No capitalismo moderno, o fundo público é responsável por repassar recursos na forma de juros e amortização da dívida pública ao capital financeiro, especialmente para as classes rentistas (SALVADOR, 2010). Com base nessas informações e visando uma melhor compreensão dos pequenos investimentos realizados em políticas sociais no país, por meio dos dados apresentados no diagrama do Orçamento Geral da União (2018) abaixo, é possível visualizar com clareza a relação entre as forças que está presente na disputa do fundo público brasileiro. Por outro lado, a educação dentro dos ideais neoliberais, como pudemos constatar pelos dados do gráfico 1, é uma das políticas que tem sofrido forte pressão no campo do desmonte das políticas públicas.

A análise dos documentos do BM e das políticas dos governos FHC e Lula da Silva mostra que está em curso no Brasil um intenso processo de reforma neoliberal do Estado e do ensino superior. Como o sistema de ensino superior, bem como as políticas que moldam esses espaços, visam o fortalecimento do capital, onde o lucro é a intenção e a perspectiva de direitos dá lugar à ideia de educação como mercadoria, por meio de processos de privatização e formação voltado para as demandas do mercado de trabalho, o cenário atual traz consequências que resultam em retrocessos ainda maiores, tanto na política social quanto na educação, principalmente na IFES.

Gráfico 1: Orçamento Geral da União (2018)
Gráfico 1: Orçamento Geral da União (2018)

Contrarreformas do ensino superior brasileiro: o século XXI em foco

A expansão do ensino superior no Brasil decorre de três necessidades de capital que ocorrem no sentido de enfrentar a crise, a saber: 1) a subordinação da ciência à lógica comercial, por meio da venda de "serviços educacionais", cursos pagos e parcerias entre universidades x empresas; Também no que diz respeito ao ensino superior, há um claro impulso de expansão por meio de instituições privadas de ensino, principalmente pela modalidade de ensino a distância (EAD), o que se soma à distinção entre instituições de excelência e as chamadas "escolas", ensino superior . emergindo como um espaço para atender as demandas do mundo capitalista. Com base nos dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) em seu último “recorde do ensino superior em 2018”, é possível imaginar como é de fato o número de instituições privadas de ensino superior. absurdamente superiores aos existentes associados ao ensino público.

Por outro lado, “52,9% das matrículas no ensino superior concentram-se nas universidades; apesar do elevado número de faculdades (81,5%), apenas 22% dos alunos estão matriculados nelas” (INEP, 2018, p. 9). O Instituto aponta que 3,4 milhões de alunos se matricularam em cursos de graduação de nível superior naquele ano, dos quais 83,1% em instituições privadas (INEP, 2018). Com base no que se pode observar no Gráfico 2 e no que representou a implantação do REUNI, a “expansão se confunde com a ampliação de vagas, o que não significa necessariamente democratização, universalização e acesso qualificado, mas sim um movimento de massificação do ensino superior” ( CAVAIGNAC; COSTA, 2017, p. 417).

Com base nos dados do censo do ensino superior de 2018, é possível deduzir como o processo de contrarreforma foi direcionado e a quais interesses ele atende. Enquanto as leis e decretos que regem o ensino superior brasileiro propõem medidas para "democratizar" o acesso por meio de programas de auxílio estudantil, ações afirmativas e "inclusão" social, abrem-se brechas para as instituições privadas, assim como o que ocorreu com a colossal ampliação do ensino a distância .

Gráfico 2: Número de ingressos em curso de graduação por categoria – 2008 a 2018
Gráfico 2: Número de ingressos em curso de graduação por categoria – 2008 a 2018

O Programa Nacional de Assistência Estudantil: avanços, dilemas e contradições

Portanto, quando o presente estudo menciona políticas de assistência estudantil nas IFES, é importante deixar claro que esta ainda não é uma política pública consolidada. 1988: Promulgação da Constituição Federal, que trouxe amadurecimento na discussão da política de auxílio estudantil (admissão e permanência nas IFES). 1990: Limitação de recursos nacionais para auxílio estudantil; discussões sobre o PAE de forma fragmentada e restrita a algumas IFES.

1996: Aprovação da LDB, que "dá as costas ao auxílio estudantil", não faz menção a qualquer tipo de financiamento do PAE. Embora não estabeleça, portanto, um vínculo direto em relação ao ensino superior, demonstra o caráter de uma política voltada para a assistência estudantil. Portanto, o insuficiente repasse de recursos destaca-se como um dos principais motivos do modelo que hoje prevalece nas políticas de assistência estudantil das IFES.

O repasse de recursos para acompanhamento de estudos ocorre por meio da ação código 4002 da rubrica orçamentária anual Auxílio a alunos de graduação. O apoio estudantil é uma política recente, mas reconhecemos os avanços e a necessidade de fortalecê-la.

Panorama atual da assistência estudantil nas universidades públicas federais

De acordo com os dados obtidos no “II Levantamento Nacional sobre o Perfil das Instituições Federais de Ensino Superior para Atendimento Estudantil – Levantamento de Capacitações e Instrumentos 2016”, 40,4% das IFES não ofereciam moradia estudantil naquele ano (ANDIFES; FONAPRACE, 2016). . Os critérios estabelecidos pelo PNAES, conforme já mencionado, visam limitar ainda mais o acesso ao auxílio estudantil. Embora a maioria dos alunos17 que compõem o IFES venha de escolas públicas e tenha uma renda per capita compatível com as exigências do programa, medidas desenvolvidas com o auxílio de alunos em

No entanto, com base no perfil dos alunos presentes nas IFES e na análise do modelo de atendimento estudantil realizado nas universidades do país, entende-se que ele é insuficiente diante das demandas feitas no ambiente universitário. Dessa forma, a análise desenvolvida neste trabalho buscou demonstrar as mudanças ocorridas no contexto da assistência estudantil nesse contexto, a fim de discutir como ela foi ofertada aos alunos matriculados em universidades públicas federais, tendo em vista sua relevância na garantir a permanência dos alunos nas referidas instituições. A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) se destaca como referência nacional no acesso à assistência estudantil.

Trata-se de um projeto de destruição da universidade pública federal, que reduz a qualidade do ensino oferecido, limita o acesso das classes populares à universidade e, consequentemente, atrapalha o funcionamento da assistência estudantil. São muitas as restrições e enfrentamentos para a implantação do projeto “ideal” de universidade e também de assistência estudantil no país, e nas conjunturas de governos conservadores e autoritários, a luta se torna mais difícil. O serviço social é um dos principais atores na implementação do atendimento aos estudantes nas universidades públicas federais.

II Pesquisa Nacional do Perfil das Instituições Federais de Ensino Superior de Atendimento Estudantil – mapeamento de capacidades e instrumentos.

Imagem

Gráfico 1: Orçamento Geral da União (2018)
Gráfico 2: Número de ingressos em curso de graduação por categoria – 2008 a 2018
Gráfico  3:  Número  de  ingressos  por  modalidade  de  ensino  –  2008  /  2017  /  2018

Referências

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