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Associação do índice de qualidade da dieta e seus subgrupos com a depressão e excesso de peso em egressos universitários (Projeto CUME).

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Academic year: 2023

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ASSOCIAÇÃO DO ÍNDICE DE QUALIDADE DA DIETA E SEUS SUBGRUPOS COM DEPRESSÃO E SOBREPESO EM EDUCADORES. Trabalho de conclusão de curso apresentado no curso de Nutrição, da Escola de Nutrição da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Nutrição.

INTRODUÇÃO

Com base nisso, um estudo de Shivappa et al (2016) concluiu que uma dieta anti-inflamatória está associada a um menor risco de depressão em uma população de mulheres de meia-idade, ou seja, consumo de alimentos como vegetais e frutas. com ação anti-inflamatória.-inflamatório pode ser um fator protetor para o desenvolvimento de depressão, o que explica o papel causal da dieta e transtornos de humor. Considerando que certos padrões alimentares afetam o estado inflamatório e que este está relacionado ao desenvolvimento de depressão, é necessário avaliar a associação do índice de qualidade da dieta e seus subgrupos com depressão e excesso de peso.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

  • Depressão
  • Marcadores inflamatórios na depressão e obesidade
  • Fatores alimentares associados à depressão
  • Índice de Qualidade da Dieta

Scotton et al (2019) relatam que os sintomas psicológicos estão presentes até certo ponto em indivíduos com sobrepeso e obesos. Além disso, podem reduzir a disponibilidade de triptofano para a síntese de serotonina, o que se reflete nos principais sintomas da depressão (VISMARI; ALVES; . NETO, 2008). Vários estudos, inclusive, demonstraram que o tratamento com antidepressivos tricíclicos está associado a uma redução na produção de marcadores inflamatórios como TNF e IL-1 em indivíduos com depressão (CORRADI; LISBOA; JUNIOR, 2017).

EPA e DHA inibem a liberação de citocinas pró-inflamatórias associadas à depressão e, além disso, afetam a produção do fator neurotrófico cerebral (BDNF) que estimula a plasticidade sináptica, melhora a neurotransmissão, a neuroproteção e tem efeitos antidepressivos (PARKER et al. al., 2006). . Isso pode ser devido a fatores de risco comuns, como obesidade, e ainda justifica a avaliação da qualidade da dieta de indivíduos com depressão. Nesse sentido, o HEI-2010 foi descrito como uma ferramenta para avaliar a qualidade da dieta dos indivíduos por meio de um escore, dividido em 12 componentes, sendo 9 de adequação (componentes da dieta que devem ser ingeridos em maior quantidade tornar-se) e 3 é moderação (os componentes devem ser tomados em quantidades menores).

O estudo de Kuczmarski et al (2010) observou associação entre maiores escores do HEI-2005 e redução dos sintomas de depressão, concluindo que uma dieta melhor teria um efeito benéfico nessa condição (KUCZMARSKI, 2010). Além disso, outro estudo de Saneei et al (2016) avaliou a associação do HEI-2010 e a prevalência de ansiedade e depressão e concluiu que seguir uma dieta saudável reduz a probabilidade de ansiedade e depressão.

OBJETIVO GERAL

Objetivos específicos

Com base nos dados coletados no projeto CUME, foi realizado um estudo transversal com o objetivo de avaliar o consumo alimentar dos indivíduos e relacionar seu consumo com a incidência de depressão. Os indivíduos foram classificados com sobrepeso ou sem sobrepeso de acordo com o IMC. Ao avaliar a presença ou ausência de depressão autorreferida, constatou-se que as pessoas com depressão apresentaram mediana de idade maior; e a presença de depressão esteve associada ao sexo feminino; ao grupo de solteiros, divorciados ou separados; a situação de desempregados, aposentados e donas de casa;.

No mesmo estudo, observou-se que a prevalência de depressão é mais importante entre mulheres que vivem em áreas urbanas, com baixa escolaridade e com doenças crônicas como hipertensão e diabetes. Num estudo realizado por Farinha et al (2013), embora não tenha estabelecido uma relação causal entre o hábito de fumar e o aparecimento de sintomas de depressão e ansiedade, observou-se que quanto mais viciado o indivíduo em fumar, maiores os níveis de depressão e ansiedade. Em nosso estudo, surpreendentemente, uma maior prevalência de depressão foi encontrada em ex-fumantes.

Em relação ao IMC, nossos resultados mostram maior prevalência de depressão em indivíduos com sobrepeso. Como o IMC está associado à depressão e tanto o escore total quanto alguns subgrupos do HEI-2010 estiveram associados ao IMC, avaliou-se a associação dos quartis do HEI-2010 com a depressão, estratificada pela presença de excesso de peso.

METODOLOGIA

Projeto CUME

O projeto "Coorte das Universidades de Minas Gerais (CUME): impacto do padrão alimentar brasileiro e da transição nutricional nas doenças e agravos não transmissíveis" é um estudo de coorte prospectivo e aberto que visa avaliar o impacto dos padrões alimentares, grupos alimentares e fatores dietéticos que influenciam o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em brasileiros. O público-alvo do projeto são graduandos ou pós-graduandos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal de Viçosa (UFV), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e do Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Os critérios de inclusão dos participantes são: idade superior a 18 anos e ter concluído curso superior ou pós-graduação nas referidas instituições.

Subprojeto – Associação do Índice de Qualidade da Dieta e seus

Com base na frequência de ingestão relatada e no tamanho das porções habitualmente consumidas, calculou-se o consumo diário (em g ou ml) de cada alimento. A Tabela de Composição de Alimentos do Brasil (TACO) e a Tabela de Composição de Alimentos on-line do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) foram usadas para calcular calorias e nutrientes, nessa ordem de preferência. A partir dos dados obtidos, foi calculado o Índice de Qualidade da Dieta - Índice de Dieta Saudável (HEI-2010), que avalia a ingestão de grupos de alimentos ou nutrientes em: frutas comuns, frutas inteiras, vegetais comuns, feijões e verduras, grãos integrais, laticínios produtos. , alimentos proteicos completos, frutos do mar e proteínas vegetais, ácidos graxos, grãos refinados, sódio e calorias vazias.

Para converter a quantidade de alimentos consumidos em porções, de acordo com os critérios adotados no HEI-2010, o peso em gramas de 1 xícara de cada alimento foi referenciado na Tabela de Composição de Alimentos online do USDA e 1 oz foi considerado 28,34 gramas. As pontuações para cada subgrupo foram então calculadas e somadas conforme descrito por Guenther (2013). Com relação aos componentes de adequação, os indivíduos receberam pontuação máxima de 10 pontos para componentes como grãos integrais, laticínios e ácidos graxos, e para os demais 5 pontos.

Os dados de peso e altura foram autorreferidos no questionário online e o Índice de Massa Corporal (IMC) foi calculado dividindo-se o peso (kg) pela altura (m) ao quadrado. Para adultos, foram considerados com sobrepeso os indivíduos com IMC ≥ 25 kg/m² e para idosos ≥ 27 kg/m², de acordo com os pontos de corte definidos pela Organização Mundial de Saúde para adultos (OMS, 1997) e por Lipschitz para idosos .

Análise estatística

RESULTADOS

Em relação ao HEI-2010, os indivíduos com depressão apresentaram escores mais baixos para ingestão de vegetais, alimentos proteicos totais e sódio. Em relação ao alimento proteína total e sódio, as medianas coincidiram com o valor total máximo de pontos devido a uma distribuição mais à direita dos dados, mas observando a média dos escores, os indivíduos com depressão tiveram escores menores de proteínas contra e tiveram sódio . versus aqueles sem depressão. As pontuações para vegetais totais, laticínios, grãos refinados, calorias vazias, sódio e gordura não se correlacionaram significativamente.

Por fim, ao avaliar a associação da pontuação total do HEI-2010 entre os quartis e dado o efeito de confusão do IMC no desfecho, verificou-se que, mesmo após a estratificação por sobrepeso, não houve associação entre o HEI-2010 e a depressão autorreferida. (Tabela 3).

Tabela 2 – Diferença entre o Índice de Qualidade da Dieta (HEI-2010) e seus subgrupos em  relação à presença ou ausência de depressão
Tabela 2 – Diferença entre o Índice de Qualidade da Dieta (HEI-2010) e seus subgrupos em relação à presença ou ausência de depressão

DISCUSSÃO

O estudo de Salk, Hyde e Abramson (2017) também aborda questões sociológicas de saúde mental relacionadas à pobreza, violência e desigualdade de gênero, mais comuns em mulheres, como fatores associados à depressão. Ser casado ou ter companheiro foi considerado fator protetor para depressão no estudo de Gonçalves et al. 2017), assim como neste estudo, o que se explica pelo facto do apoio familiar contribuir para o cuidado e resolução dos problemas do quotidiano, pelo que quanto maiores as relações interpessoais íntimas, menor a vulnerabilidade à depressão. Consistente com os resultados de Gonçalves et al (2018), o estudo de Monteiro (2009) conclui que as relações interpessoais são um fator importante no desfecho da depressão, pois o risco aumentado de desenvolver a doença foi mais comum em indivíduos com suporte social reduzido . vida, enfatizando a importância das relações íntimas, familiares e conjugais (MONTEIRO, 2009).

Em relação ao desemprego, o estudo de Argolo e Araújo (2004) concluiu que o bem-estar psicológico dos trabalhadores desempregados é inferior ao dos que exercem uma profissão, uma vez que a função económica exercida pela profissão no grupo familiar desempenha um papel significativo. com bem-estar (ARGOLO e ARAÚJO, 2004). No entanto, foram encontradas diferenças no consumo de vegetais totais, alimentos protéicos e sódio entre pessoas com e sem depressão. O estudo de Gibson - Smith et al (2019) conclui que um maior consumo de vegetais foi relacionado a um menor risco de desenvolver depressão, ansiedade e, juntos, indivíduos que tinham uma ingestão moderada de álcool foram associados a um maior risco de desenvolver depressão.

Em relação ao consumo de alimentos proteicos, o estudo de Ye Li et al (2017) conclui que um padrão alimentar com alto consumo de frutas, grãos integrais, vegetais, peixe, azeite, antioxidantes, laticínios com baixo teor de gordura e ingestão reduzida de alimentos de origem animal está associada a um menor risco de depressão, enquanto dietas com alto consumo de carne vermelha, doces e alto teor de gordura estão associadas a um risco aumentado de desenvolver depressão, pois um padrão alimentar saudável pode reduzir o risco de desenvolver a doença . O consumo de sódio atualmente está diretamente relacionado ao aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, pois são alimentos de alta densidade calórica, ricos em gorduras saturadas e trans, açúcar simples e principalmente sódio, levando a uma ingestão que supera a recomendação da sua ingestão diária.

CONCLUSÃO

Higher Healthy Eating Index-2005 scores associated with reduced symptoms of depression in an urban population: findings from the Healthy Aging in Neighborhoods with Diversity Across the Lifespan (HANDLS) study. Evaluation of methodologies for assessing overall diet: nutritional quality scores and dietary pattern analysis. Aspects of dietary inflammation and sua association with diabetes, inflammation and metabolism: Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brazil).

Mediterranean diet and prevalence and incidence of depressive symptoms in middle-aged women: results of a large community-based prospective study. Adherence to the Alternative Healthy Eating Index in Relation to Depression and Anxiety in Iranian Adults. Association between inflammatory potential of diet and risk of depression in middle-aged women: the Australian Longitudinal Study on Women's Health.

Imagem

Tabela 1 – Caracterização da amostra de acordo com a presença ou ausência de depressão
Tabela 2 – Diferença entre o Índice de Qualidade da Dieta (HEI-2010) e seus subgrupos em  relação à presença ou ausência de depressão
Figura 1 – Correlação entre os escores dos subgrupos do HEI-2010 com o Índice de Massa Corporal em egressos universitários
Figura 2 – Correlação do escore total do HEI-2010 com o índice de Massa Corporal em egressos  universitários
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Referências

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