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Autogestão na prática : a experiência de uma empresa recuperada por trabalhadores.

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Academic year: 2023

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Fazer parte de uma ERT significa juntar-se a outros funcionários para gerir coletivamente os meios de produção, fazendo o papel de donos da empresa.

Problema de Pesquisa

A partir dessa breve discussão, este trabalho tem como foco o estudo da organização do trabalho de uma empresa recuperada por trabalhadores cujo processo de recuperação teve início em 1997 e atualmente é um caso de sucesso no setor metalúrgico, oferecendo produtos com preço competitivo e qualidade para grandes clientes como Petrobras e Gifel.

Objetivos

Objetivo Geral

Objetivos Específicos

Nesse tipo de empreendimento, os sócios-trabalhadores se organizam com o objetivo de criar um ambiente democrático onde todos possam participar e contribuir diretamente nas tomadas de decisões empresariais em nível estratégico.

Estrutura do trabalho

Para organizar o trabalho, devem ser estabelecidas relações entre os indivíduos para garantir que o trabalho de todos esteja em consonância com o objetivo final da organização, por meio da coordenação denominada estrutura organizacional. Segundo Blau (1974, p.12) apud Hall (2004, p.47), a estrutura organizacional pode ser definida como "a distribuição, em diferentes linhas, de pessoas entre posições sociais que influenciam as relações entre os papéis dessas pessoas" . .

Complexidade

Assim, conforme o tamanho da organização aumenta, a tendência é que o número de níveis hierárquicos também aumente e consequentemente a complexidade da organização também aumente. Distribuição geográfica: refere-se ao número de locais espacialmente separados onde os membros da organização estão empregados.

Formalização

Diferenciação vertical: está relacionada ao número de níveis hierárquicos existentes entre o cargo gerencial primário e os funcionários que atuam na produção de uma organização.

Centralização

Modelos de Gestão

Ferraz e Burigo (2012) afirmam que a capacidade de distribuir as atividades de uma organização é determinada pela distribuição de três elementos: matéria-prima, meios de produção e mão de obra. Na autogestão, todos os trabalhadores têm, assim, acesso às informações relevantes da organização, assim como participam das decisões a respeito dela (CANÇADO E CANÇADO, 2009).

Heterogestão

Taylorismo

Cooperação entre administração e funcionários: uma divisão equitativa de trabalho e responsabilidades entre o funcionário e a administração que produzirá uma cooperação íntima entre os dois. Taylor defendia o estudo dos tempos e movimentos como forma de analisar e padronizar as atividades, além de exigir observação e mensuração rigorosa do trabalho para encontrar a melhor forma de realizá-los (MORGAN, 2006).

Fordismo

Porém, desde que uma determinada forma de fazer um trabalho que chega a um tempo considerado o mais rápido passou a ser a regra nesse sentido, os acréscimos deixaram de existir e o salário deixou de ser um diferencial (CORRÊA, 2004). Com base na teoria de Taylor, o proprietário da Ford Motor Company, Henry Ford, implementou o sistema fordista de organização do trabalho. Segundo Silva (2000), o modelo fordista caracterizava-se pelo aumento da eficiência produtiva por meio da intensificação do trabalho.

Os elementos básicos do fordismo foram dados pela produção em massa, linha de montagem e produtos padronizados, pelo controle taylorista de tempos e movimentos, pela separação entre elaboração e execução no processo de trabalho, pela existência de trabalho por peça e pela existência de unidades fabris concentradas. e verticais. Para Antunes (1997) apud Silva (2000), o fordismo, juntamente com o taylorismo, foi o modelo de organização do trabalho que prevaleceu na indústria capitalista durante o século XX.

Toyotismo

Ressalta-se, porém, que o planejamento do trabalho ainda é feito fora do grupo, a autonomia é limitada e os supervisores podem interferir no trabalho dos grupos. Portanto, a produção em massa teve que ser substituída por uma linha de produção enxuta, impulsionada pela demanda direta e suportada por um estoque mínimo. Com esse processo, é possível identificar rapidamente o excesso ou falta de estoque necessário para a produção, avaliar o fluxo da produção e exercer o controle sobre os trabalhadores.

Para isso, considerou necessário racionalizar o trabalho, baseado no maior aproveitamento possível da força de trabalho, não pela repetição das atividades, mas pela ampliação delas. Ohno juntou máquinas para diferentes finalidades em uma mesma estação de trabalho, o que possibilitou concentrar diferentes funções de trabalho em um mesmo local. Segundo Pinto (2010), o objetivo de Ohno era possibilitar que os trabalhadores adquirissem conhecimento e se tornassem responsáveis ​​por diferentes etapas do processo produtivo.

Modelo sociotécnico

Apesar da autonomia concedida aos grupos, Bourdet (1976) e Serafim (2005) afirmam que a organização do trabalho em um sistema sociotécnico faz parte do conceito de cogestão, que, segundo o autor, é “uma tentativa de integrar a criatividade . e a iniciativa dos trabalhadores no processo de produção capitalista para aumentar a produtividade. A economia solidária é outro modo de produção cujos princípios básicos são a propriedade coletiva ou unida do capital e o direito à liberdade individual. Em outra definição mais detalhada de Singer (2008), a economia solidária é uma proposta de trabalho autogovernado, cuja característica fundamental é a igualdade de direitos conquistada por meio de gestão transparente, compartilhamento de poder e.

E a autogestão, ou seja, os empreendimentos de economia solidária são geridos em conjunto pelos próprios trabalhadores de forma totalmente democrática, ou seja, cada sócio, cada integrante do empreendimento tem direito a um voto. Para Silva e Farias (2014), os empreendimentos de Economia Solidária são empresas autogeridas onde os associados devem decidir conjuntamente as questões políticas, produtivas e estratégicas do empreendimento, assegurando os princípios cooperativistas em um mercado capitalista. A Economia Solidária tem se mostrado uma alternativa de sobrevivência para muitas pessoas que estão desempregadas ou em situação de ameaça de desemprego.

Empresas Recuperadas por Trabalhadores

Normalmente existe uma grande diferença entre os menores e os maiores saques nessas empresas, e o argumento usado para justificar essa diferença é que trabalhadores mais qualificados, como engenheiros, não estariam interessados ​​em trabalhar nesse tipo de empresa por 'um salário menor do que receberiam trabalhando em uma empresa regular. Assim, considerando que os trabalhadores envolvidos nas empresas restauradas não optaram por participar dessa experiência por ideologia, mas sim, como alternativa a uma situação de desemprego, é de se esperar que mesmo que essas empresas se digam elas mesmas . -gestão, na realidade podem não corresponder ao ideal de Economia Solidária e autogestão. O objetivo deste estudo é analisar como se dão os aspectos da autogestão sob a ótica da organização do trabalho em uma empresa que está sendo reciclada pelos trabalhadores e identificar as características da heterogestão ainda presentes na empresa.

A abordagem qualitativa foi escolhida para este trabalho, pois o objetivo é analisar como um determinado problema se manifesta nas atividades e na vida cotidiana de indivíduos inseridos em um determinado contexto. A empresa foi selecionada com base num mapeamento nacional de empresas recuperadas em regime de autogestão realizado entre 2010 e 2012 por um grupo de investigadores do Grupo do. Por questões éticas e para preservar a identidade da empresa em estudo, foi necessário dar a esta empresa um nome fictício, sendo neste trabalho denominada empresa X.

A empresa

Esse mapeamento teve como objetivo identificar as ERTs existentes no Brasil e analisar as principais características da gestão coletiva, como número de cooperados e contratados, reuniões realizadas, saúde e segurança no trabalho, entre outros aspectos. Como resultado desse mapeamento, foram encontradas 67 ERTs em atividade, onde trabalham cerca de 12.000 pessoas e são realizadas atividades produtivas de diversas naturezas, com destaque para metalurgia, têxtil, alimentícia e química (HENRIQUES et al., 2013). Durante a década de 1990, a tentativa de diversificação de sua produção para outros setores que não a metalurgia e o aumento da concorrência internacional levaram a Empresa Y à desestruturação e à incapacidade de administrar suas contas, reduzindo o número de funcionários e o pagamento de salários desacelerou.

Em 1994, após a morte do fundador da Y, foi constituída uma associação entre trabalhadores e dirigentes, presidida por um dos seus filhos, a Associação dos Empregados na Y, para tentar evitar a falência da empresa. Dos cerca de 600 trabalhadores da Empresa Y, cerca de 50% participaram do processo de reabilitação e formação de cooperativas. A empresa X administra a produção das empresas B, C e D, que juntas possuem aproximadamente 500 funcionários, dos quais aproximadamente 220 estão empregados.

Aspectos relacionados à organização do trabalho

Com relação aos desligamentos, Singer (2002) afirma que na empresa solidária os salários são substituídos por saques que variam de acordo com a renda obtida, e esses saques não precisam necessariamente ser iguais para todos os sócios, podendo diferir de acordo com a função realizada e deve ser decidida em reunião. No sistema X, os saques variam de acordo com as funções desempenhadas pelos integrantes, porém, o maior saque não pode ultrapassar oito vezes o menor. A cada seis meses, reuniões discutem os valores das desistências e possíveis mudanças de cargos entre os cooperados e a promoção de empresas terceirizadas.

Enquanto o salário em uma empresa capitalista convencional é baseado em uma remuneração fixa, os valores dos aumentos na empresa em estudo variam em função do desempenho financeiro, pois podem aumentar ou diminuir de acordo com a conjuntura econômica, podendo causar alguns problemas. Houve também casos em que os valores de retirada foram muito baixos e, portanto, alguns membros deixaram a empresa para tentar obter melhores cargos em empresas maiores. Além de palestras e treinamentos sobre como funcionam a autogestão, o cooperativismo e a Economia Solidária, os trabalhadores do Sistema X podem fazer cursos técnicos em parceria com o Senai e cursos de formação política.

Trabalho na empresa recuperada x trabalho na empresa capitalista

Vale ressaltar que existe certa rotatividade de postos de trabalho entre os trabalhadores para evitar a acomodação dos mesmos e estimular o desenvolvimento de novas competências. No entanto, foi mencionado que devido a essa autonomia, alguns cooperados parecem pensar mais no individual do que no coletivo ou não têm plena consciência de que seu trabalho afeta os resultados da empresa. Os entrevistados também relataram que a tensão existente entre os trabalhadores na antiga empresa devido ao controle do tempo de serviço e produção é bem menor na empresa atual.

Além disso, ao reduzir a pressão e permitir que os trabalhadores realizem suas atividades em seu próprio ritmo, com tranquilidade e segurança, reduz-se também o número de acidentes de trabalho. Explorar: a) o relato do entrevistado - a ideia do entrevistado sobre quais eventos realmente marcam o início da organização dos trabalhadores para a recuperação da empresa; b) especifique o ano) 5 - Por que os trabalhadores estavam dispostos a recuperar a empresa. mais de uma opção pode ser marcada). 6 - Quando começou a funcionar sob a gestão dos trabalhadores. especificar a data - questão objetiva) a - Data de início das atividades:.

8 - Houve ocupação da empresa ou qualquer outra força (greve, acampamento, etc.) pelos trabalhadores? . 1) Sim 2) Não (passe para a questão 11) 9 - Informe qual o tipo de medição. 67 - Quais são os três principais concorrentes da empresa hoje (empresas que competem diretamente pelo mercado da empresa entrevistada - não confundir, por exemplo, com a maior empresa do ramo de atividade, a menos que isso tenha impacto direto na comercialização da empresa) ?.

Referências

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