Sociedade Brasileira de Química ( SBQ)
29a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
Avaliação antimalárica e síntese de lignanas ariltetralônicas
Tito da Silva 1 (PG)*, Lucia Maria Xavier Lopes 2 (PQ), Valter Ferreira de Andrade Neto 2 (PQ), Antoniana Ursine Krettli 3 (PQ).
titosilv@posgrad.iq.unesp.br
Departamento de Química Orgânica – Instituto de Química – UNESP, 2 Departamento de Microbiologia e Parasitologia - UFRN e 3 Centro de Pesquisa René Rachou - FIOCRUZ).
Palavras Chave: Holostylis, antimalárica, ariltetralônica.
Introdução
A malária é uma doença parasitária responsável por cerca de 500 milhões de novos casos por ano no mundo, causando morte de 2-3 milhões de pessoas 1. O principal causador da malária em humanos, Plasmodium falciparum, tem apresentado resistência às drogas sintéticas rotineiramente utilizadas no tratamento da malária. Novos modelos de substâncias com atividade antiparasitária como artemisinina, isolada da Artemisia annua, têm sido obtidos de diferentes plantas 2. Visando avaliação da susceptibilidade do P. falciparum à lignanas ariltetralônicas e obtê-las por via sintéticas realizou- se teste antimalárico “in vitro” e síntese destas lignanas, os quais são descritos no presente trabalho (figura 1).
Figura 1. Substâncias isoladas de H. reniformis.
Resultados e Discussão
As lignanas 1-5 foram obtidas após fracionamento dos extratos hexânicos e acetônicos de H. reniformis em CC, seguido por CCDP e CLAE semipreparativa.
As elucidações estruturais destas substâncias foram realizadas por técnicas espectrométricas 3. As lignanas foram submetidas a ensaios biológicos in vitro empregando-se cepas BHz26/86 de Plasmodium falciparum, parcialmente resistente à cloroquina. A inibição do crescimento de P. falciparum pelas lignanas foram avaliadas in vitro por ensaios de incorporação de [3H]-hipoxantina, método empregado por Desjardins 4 e modificado por Zalis 5. As lignanas testadas apresentaram atividades inibitórias no crescimento do parasito e diminuíram a viabilidade do mesmo. Comparando-se o IC50 destas lignanas verifica-se que a atividade da substância 3 é semelhante a do controle cloroquina e que as substâncias 1, 2 e 4 também são significativamente
ativas. Em vista dos resultados obtidos realizou-se síntese das lignanas 1 e 2, empregando o protocolo de Adjangba 6. Também foram realizadas sínteses totais destas substâncias empregando-se radioisótopos de hidrogênio 2H e 3H (D2O e T2O), com rendimento médio de 55%.
Esquema 1. Síntese das lignanas 1 e 2
Conclusões
Lignanas ariltetralônicas diminuem a susceptibilidade do Plasmodium falciparum (parcialmente resistente à cloroquina) podendo-se considerá-las como candidatas à antimaláricos.
Agradecimentos
Ao CNPq e à FAPESP, pela bolsa de estudo e apoio financeiro.
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1 World Health Organization. (WHO). 2003.
2 Kayser, O., Kiderlen, A.F. Brun, R. 2001. Planta Med. 67, 718.
3 Silva, T.; Lopes, L. M. X. 2004. Phytochemistry, 65, 751.
4 Desjardins, R. E.; et. Al. 1979. Antimicrob. Agents Chemother.
16, 710.
5 Zalis, M. G.; et. al. 1998. Am. J. Trop. Med. Hyg. 58, 630.
O CH3
CH3 H3C O
H3C O
OCH3 OCH3
O
C H3 C H3 H3C O
H3C O
O R O R
O CH3
CH3 R O
RO
OCH3 OCH3
1
R R1 2 CH3 CH3 4 - CH2 -
R R1 3 CH3 CH3 5 - CH2 -
1
CH3
O H3CO
H3CO
Br CH3
O
CH3 CH3
H3CO
H3CO O
H C H3
O H5C2O
CH3
CH3 O
O H3CO
H3CO CH3
CH3 O H3CO
H3CO
OCH3 OCH3 O H
H3CO
H3CO
CH3
CH3
OCH3 OCH3 O
+ Zn
refluxo
H3CCO2H H2SO4 H3C O
H3C O
AlCl3
PCl5
SnCl4
CLAE H3CO
H3CO
CH3
CH3
OCH3 OCH3 O
H3CO
H3CO
C H3
C H3
OCH3 OCH3 O
A B C
D E
F
G 1 2
Sociedade Brasileira de Química ( SBQ)
25a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - SBQ 2
6 Adjangba, S. M.; Billet, M. Denise. Bulletim Societe Chimique France. 1962, 1970