XXVIII Congresso de Iniciação Científica
Avaliação de cimento de fosfato de cálcio funcionalizado com peptídeo osteogênico em defeito crítico em calvária de ratos
Ana Luisa Okada Marquez*, Larissa Souza Mendes, Suzane Cristina Pigossi, Guilherme José Pimentel Lopes de Oliveira, Ana Maria Minarelli Gaspar.
*analomarquez@foar.unesp.br - Faculdade de Odontologia de Araraquara – FOAr/Unesp – PIBIC/CNPq
Palavras Chave: cimento ósseo, regeneração óssea, biomaterial.
Introdução
Os cimentos de fosfato de cálcio (CaP) têm sido amplamente estudados como substitutos ósseos devido à sua excelente capacidade de cura, biocompatibilidade, osteocondução e moldabilidade.
Adicionalmente, materiais mesoporoso a base de sílica (SiO2) são capazes de carrear numerosas moléculas biológicas em sua superfície, como por exemplo, proteínas e peptídeos. Dentre os peptídeos que podem atuar na osteogênese, destaca-se o peptídeo de crescimento osteogênico (Osteogenic Growth Peptide (OGP), uma molécula nativa com uma estrutura primária idêntica à sequência do terminal C da histona H4, que estimula a diferenciação e/ou proliferação de células osteoprogenitoras. Nesse contexto, com o objetivo de desenvolver materiais biocompatíveis e osteoindutores que potencializam a regeneração óssea, tem sido proposto o uso combinado de cimentos biocerâmicos e de sílica mesoporosa cujos poros podem ser preenchidos com moléculas indutoras, como o peptídeo OGP. Desta forma, a combinação desses biomateriais garante uma liberação controlada das moléculas indutoras e proporciona um suporte osteocondutor e bioativo para as células osteogênicas promovendo a formação óssea.
Objetivos
Avaliar o comportamento de um cimento de fosfato de cálcio injetável, reabsorvível e bioativo, com sílica mesoporosa e peptídeo osteogênico em defeito ósseo crítico em calvária de ratos.
Material e Métodos
O trabalho foi realizado sob aprovação do Comitê de Ética em Experimentação Animal – CEEA, № 31/2012. Foram realizados defeitos críticos na calota de 80 ratos, machos, Rattus norvevicus Holtzman.
Os defeitos foram preenchidos com 3 tipos de cimento: CaP, CaPSi e CaPSi-OGP e o grupo controle com coágulo. Após os períodos de 15, 30, 60 e 120 dias (n=5 grupo/período) os animais foram eutanasiados e as calotas foram submetidas aos procedimentos histológicos para a análise histológica e histomorfométrica.
Resultados e Discussão
A análise histológica demonstrou que todos os cimentos sofreram degradação nos períodos analisados. Em relação à porcentagem de reparação do defeito, nos primeiros 15 dias pós- cirúrgico, os cimentos CaPSi e CaPSi-OGP promoveram maior formação óssea com aproximadamente 30% do defeito preenchido por tecido neoformado, quando comparados com o grupo controle (Figura 1). Após 30 dias, apenas o cimento CaPSi-OGP promoveu formação óssea significativamente maior em relação ao grupo controle (p<0,05). No entanto, após 120 dias não houve diferença entre os grupos experimentais e o controle.
Figura 1. Reparação do defeito ósseo crítico (%) em função do tempo para os grupos experimentais (CaP, CaPSi e CaPSi-OGP) e controle. (*) representa diferença estatística em relação ao controle.
15D 30D 60D 120D
0 10 20 30 40 50 60 70
Controle CaP CaPSi CaPSi-OGP
Reparaçao do Defeito (%)
Periodos Pos-operatorios (dias)
* *
*
Conclusões
Conclui-se que, dentre os cimentos estudados, aqueles com partículas de sílica mesoporosa e peptídeo OGP são os mais promissores para o reparo do tecido ósseo, principalmente nos períodos iniciais de reparação, devido ao seu potencial osteoindutor.
Agradecimentos
CNPq (136961/2015); FAPESP (2012/21735-6)