O presente trabalho apresenta uma análise do balanço hídrico da Lagoa de Espessamento de rejeitos de bauxita no Oeste do Pará. Juntamente com o levantamento hídrico, foi obtida a taxa de desarejamento do sistema para análise do nível da lagoa de espessamento neste período. A partir dessas análises, o plano de dragagem foi estruturado para garantir a operação da mina e garantir o volume de água disponível na Lavagem.
LD1: Lagoa de Descarte 1 LD2: Lagoa de Descarte 2 LD3: Lagoa de Descarte 3 LD4: Lagoa de Descarte 4 LD5: Lagoa de Descarte 5. Na mina de Juruti, no estado do Pará, a recirculação da água consumida pelo Plano Beneficente ocorre na recuperação de água da Lagoa do Espessamento, onde ocorre o espessamento natural dos resíduos do beneficiamento da bauxita. Nesse sentido, o presente trabalho apresenta um estudo do balanço hídrico da Lagoa de Espessamento da Mina de Juruti (Alcoa) para controlar a entrada/saída de água para a barragem, a fim de garantir o volume adequado de água disponível para a lavagem do minério. .
Objetivos gerais
Objetivos específicos
Balanço Hídrico
- Evaporação
- Pluviometria
- Balanço Hídrico em Barragens de Rejeito
- Instrumentação
A relação entre a taxa de evaporação real da superfície do solo e a taxa de evaporação potencial é função da água disponível, textura do solo e taxa de secagem (SILVA, 2003). Essa precipitação pode ocorrer de diversas formas, sendo que a maior parte da água fica temporariamente retida no solo onde caiu e retorna à atmosfera por meio da evaporação e transpiração. O restante da chuva flui abaixo da superfície e outra parte penetra no solo e abastece reservatórios subterrâneos.
O uso eficiente da água na mineração tem papel estratégico na busca por processos mais eficientes e sustentáveis.
Bauxita
Mineral minério
O setor mineral tem se beneficiado com a recuperação da água proveniente da decantação de rejeitos em barragens, reaproveitando essa água no processo industrial (CELLA, MICHELUZZI, et al., 2015). É importante ressaltar que o rejeito não é exatamente um solo, mas para fins geotécnicos seu comportamento é considerado equivalente a um solo com características de baixa resistência ao cisalhamento. Assim, o balanço hídrico é fundamental para verificar a viabilidade do reúso de água em açudes, bem como a quantificação do recurso necessário.
A implantação de um sistema de instrumentação de controle calibrado, automático e eficiente reduz custos de operação, manutenção e produtos fora de especificação, além de promover melhorias operacionais no processo, resultando em aumento de produtividade.
Beneficiamento
Produção e Disposição de rejeitos de bauxita
Estima-se que mais de 26 milhões de toneladas de resíduos de bauxita sejam produzidas anualmente no mundo, sendo mais de 14 milhões no Brasil. Desidratação com espessamento: os rejeitos são floculados e espessados (com recuperação imediata da água) antes da liberação. As várias opções de descarte dependem do método de desidratação selecionado (polpa ou forma sólida).
Segundo Deursen (2016), a opção com menor desembolso durante o período de operação e com menor risco é o desaguamento com centrífugas e disposição do material em áreas já lavradas.
![Figura 1 - Etapas do beneficiamento de bauxita](https://thumb-eu.123doks.com/thumbv2/123dok_br/17636812.4199161/20.892.142.824.184.277/figura-etapas-do-beneficiamento-de-bauxita.webp)
Alcoa Juruti
- Geologia do jazimento
- Lavra
- Beneficiamento
- Disposição de rejeitos
Bauxita Maciça: É um horizonte com espessura de alguns centímetros a 6 m, que é formado principalmente por gibbsita, hematita e caulinita. Como a jazida de Juruti é um horizonte laterítico, a mineração a céu aberto é utilizada para melhor aproveitamento dessa reserva. As dimensões das faixas da mina de bauxita de Juruti são de 25 metros de largura e 200 metros de comprimento.
Por combinar a lavra com a retirada de rejeitos, evitando a ocupação de novas áreas e os consequentes impactos ambientais, a lavra a céu aberto é considerada uma das mais corretas do ponto de vista ambiental (ALCOA, 2015). No caso de uma abertura, o método de remoção da bauxita começa com a extração e mineração a céu aberto. Para aproveitar as reservas de bauxita existentes no Planalto Capiranga, utiliza-se a lavra a céu aberto, utilizando tratores, escavadeiras e caminhões basculantes para a retirada do estéril e extração do minério.
Em áreas com espessura de cobertura reduzida, são utilizados apenas tratores de esteiras, pás carregadeiras e caminhões basculantes. Desmontagem, transporte e destinação do material de cobertura, feitos respectivamente com escavadeiras, caminhões e tratores de esteira; Desmontagem, carregamento e transporte do minério até o britador, realizados respectivamente com tratores, escavadeiras e caminhões;
A estratégia geral planejada para a mina de Juruti prevê a disposição da lama de lavagem, juntamente com a descoberta de bauxita, em escavações próprias da mina. O sistema de contenção de rejeitos de Juruti é composto por uma bacia coletora (LE) e 4 (quatro) bacias de disposição (LD1/LD2/LD3/LD4) dispostas conforme Figura 4.
![Figura 3 - Perfil litológico - Platô Capiranga](https://thumb-eu.123doks.com/thumbv2/123dok_br/17636812.4199161/22.892.178.811.116.595/figura-perfil-litológico-platô-capiranga.webp)
Lagoa de Espessamento
Dique de contenção
O sistema é constituído por um filtro vertical ligado a uma base de areia no fundo, que escoa no sopé das vertentes de jusante dos taludes, em toda a sua largura, exceto na interface com LD 1/2 (parede nascente). Essa estrutura foi projetada pela Minerconsult Engenharia, cuja construção foi iniciada em novembro de 2007 pela Construções e Comércio Camargo Correa (CCCC), que executou o Terrapleno 1 e parte do Terrapleno 3 e encerrou sua colaboração em dezembro de 2007. Foi reiniciado pela Construtora Fidens, em dezembro 2007, que terminou em fevereiro de 2009.
Manejo de água
Dados e premissas utilizados
A Figura 8 apresenta um esboço esquemático do balanço hídrico do LE, indicando as entradas e saídas do sistema.
Parâmetros de entrada
- Pluviometria
- Água de Drenagem da Planta e Pilhas de Estoque
- Água liberada pelo Rejeito
- Captação de Água Nova
- Retorno de Água das Lagoas de Disposição
A quantidade de água da chuva que cai no LE se acumula na área inundada da lagoa, mas parte da chuva que cai na área exposta (a praia) infiltra no sedimento e o restante. Portanto, 80% da chuva na área exposta da lagoa escoa para o lago, aumentando o acúmulo de água. Na parte SW do aterro LE, ocorre a entrada de água proveniente da drenagem superficial das pilhas de bauxita e da drenagem da usina de beneficiamento, que captam as águas pluviais e as perdas durante o processo da usina.
Existe uma lagoa de retenção de sedimentos que capta o volume de água/sedimento da drenagem da chaminé. Para obter o volume de água liberado dos rejeitos, amostras de rejeitos foram coletadas na lagoa. Essas polpas foram vertidas sobre papel filtro para verificar a liberação de água das polpas.
O sistema de captação de Água Bruta para abastecimento das unidades de beneficiamento é proveniente de bombas verticais de captação com operação paralela (372 BA 001/002) instaladas em uma balsa no Lago Grande Juruti Velho (Figura 12). Os valores referentes ao volume de água bombeada são obtidos por dois medidores de vazão (FIT 372 01 e FIT 372 02), a primeira medição refere-se à vazão bombeada do Lago Juriti e a segunda ao volume de água que a Lagoa de Engrossamento entra. A diferença entre essas duas medições corresponde ao volume de água utilizado para utilidades (consumo humano, vedação de bombas, limpeza, etc.).
As lagoas de aterro constituem a destinação final dos rejeitos após a escavação, e possuem vida útil compatível com a decantação do material sólido (densificação) e recuperação da água. Os dados referentes ao volume de água recuperado são obtidos a partir da soma das horas de operação das bombas flutuantes, cuja vazão horária é conhecida a partir de sua capacidade.
![Figura 9 - Pluviometria histórica registrada pela Estação Metereológica](https://thumb-eu.123doks.com/thumbv2/123dok_br/17636812.4199161/33.892.213.776.243.589/figura-pluviometria-histórica-registrada-pela-estação-metereológica.webp)
Parâmetros de saída
- Evaporação
- Infiltração
- Água de Processo
- Dragagem
As horas de operação são registradas por contadores de horas inseridos nos painéis elétricos dessas bombas, contados a partir do início da operação do motor. Pode-se observar que os maiores valores de evaporação estão associados aos meses de setembro e outubro, que pertencem à estação seca, e com os menores índices de umidade relativa. Os dados obtidos com um tanque Classe A referem-se à evaporação potencial (a taxa máxima de evaporação que ocorreria em uma superfície sem água em determinadas condições climáticas).
Porém, em uma superfície como a LE onde parte da lagoa está assoreada, é necessário calcular a evaporação efetiva, pois a taxa real de evaporação da superfície do solo em relação à taxa potencial de evaporação é uma função da água disponível . , textura do solo e taxa de secagem (SILVA, 2003). Para abastecer a Usina de Classificação, a água é bombeada do LE por meio de 3 bombas centrífugas localizadas na área 671B (Figura 15). Nesta área, a água é coletada para análise de turbidez, medindo as partículas em suspensão na água, visando uma qualidade que atenda às necessidades de lavagem de forma eficaz e máxima.
Os dados referentes ao volume de água bombeado para a usina de beneficiamento são coletados por meio de um medidor de vazão (FIT 671 001) instalado na adutora. Essa draga é um sistema flutuante com bomba centrífuga, sistema hidráulico para passagem por cabos de aço, molinete e estacas e lança com alcance de até 11 m para sucção de material (Figura 16). O volume de água bombeada é calculado a partir dos dados de densidade dos rejeitos escavados e da vazão de produção por hora.
As informações de processo da Draga Diesel, que iniciou suas operações em junho de 2018, são obtidas por meio de amostragem em escala de Marcy a cada 10 minutos. A vazão é estimada a partir de uma medição realizada no início de sua operação (maio/2018), onde o medidor de vazão portátil indicava as vazões no duto.
![Figura 14 - Evaporação média anual](https://thumb-eu.123doks.com/thumbv2/123dok_br/17636812.4199161/40.892.233.755.150.441/figura-evaporação-média-anual.webp)
Batimetria
Melhoria em instrumentação
Balanço hídrico diário
Validação dos dados
Balanço hídrico 2019
Captação de água nova, considerando 21 horas de operação na estação chuvosa (eventualmente imprevisto devido à chuva) e 23 horas de operação na estação seca, ambas com vazão média de 880 m³/hora (volume médio em condições normais de operação) ; Retorno de água dos LDs: previsão considerando o total de chuva em cada LD mais a água liberada dos rejeitos adensados; Depois de inserir todos os parâmetros de entrada e saída de água e material, obteve-se o balanço de resíduos em toneladas (Tabela 3).
Conforme previsto no plano de produção de 2018, o desassoreamento do LE foi necessário para reduzir a cota de lama na lagoa para aumentar o volume disponível para armazenamento de água. Nos meses seguintes, essa taxa de desassoreamento foi reduzida devido à diminuição da quantidade de água disponível no LE, devido ao início da estação seca (Figura 21). Assim, o cronograma de dragagem foi reduzido para manter a quantidade disponível de água suficiente para a continuidade das operações da usina e para o controle da qualidade da água.
O plano mensal de dragagem é estabelecido como parâmetro de meta média, o que possibilita a variação operacional ao longo dos dias de forma a promover um equilíbrio da cota água/lama, além de um controle mais eficaz do processo. Quando é verificado que o volume de água no LE caiu significativamente durante um dia (acima de 30.000 m³), é necessário rever as horas de dragagem e verificar todas as entradas e saídas para garantir o bom funcionamento do sistema. Através do Balanço Hídrico da Lagoa de Espessamento é estabelecido o plano de dragagem (horário de operação e local da dragagem), que é função da cota de lama e volume de água disponível no LE.
A operação contínua da usina de beneficiamento em 2018 foi possível devido ao gerenciamento da água da lagoa ao longo do ano, de forma que o volume de água apurado em outubro esteja acima do volume operacional estável (2 x 105 m³). Esta estabilidade será alcançada através de um alto grau de assoreamento durante a estação chuvosa com posterior controle de dragagem para manter o volume de água.
![Tabela 3 - Saldo de Desassoreamento na LE (Massa seca em t)](https://thumb-eu.123doks.com/thumbv2/123dok_br/17636812.4199161/47.892.266.669.406.1062/tabela-saldo-de-desassoreamento-na-le-massa-seca.webp)