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“Beliza Áurea e os estudos de cultura popular na Paraíba”

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Academic year: 2023

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO- CCAE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS- DCSA

BACHARELADO EM ANTROPOLOGIA

“Beliza Áurea e os estudos de cultura popular na Paraíba”

RIO TINTO-PB junho de 2022

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Gilvania de Oliveira Teixeira

“Beliza Áurea e os estudos de cultura popular na Paraíba”

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Paraíba, em atendimento às exigências para obtenção do Grau de Bacharel em Antropologia.

Orientador: Prof. Dr. Oswaldo Giovannini Júnior

RIO TINTO-PB junho de 2022

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Gilvania de Oliveira Teixeira

Beliza Áurea e os estudos de cultura popular na Paraíba”

Trabalho de conclusão de curso julgado e aprovado em / / .

Comissão Examinadora

Prof.º Dr. Oswaldo Giovannini Junior Orientador

Prof.º Dr. Estevão Martins Palitot Examinador

Prof.ª. Drª. Kelly Emanuelly de Oliveira Examinador

RIO TINTO-PB junho de 2022

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

SISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO E CONTRATOS FOLHA DE ASSINATURAS

Emitido em 03/08/2022

ATA Nº 01/2022 - CCAE - DCS (11.01.27.02) (Nº do Documento: 1)

(Nº do Protocolo: NÃO PROTOCOLADO)

(Assinado digitalmente em 03/08/2022 11:24) OSWALDO GIOVANNINI JUNIOR

PROFESSOR DO MAGISTERIO SUPERIOR 1370325

(Assinado digitalmente em 03/08/2022 13:44) ESTEVAO MARTINS PALITOT

COORDENADOR DE CURSO 1719755

(Assinado digitalmente em 03/08/2022 14:56) KELLY EMANUELLY DE OLIVEIRA

PROFESSOR DO MAGISTERIO SUPERIOR 2136078

Para verificar a autenticidade deste documento entre em https://sipac.ufpb.br/documentos/ informando seu número: 1, ano:

2022, documento (espécie): ATA, data de emissão: 03/08/2022 e o código de verificação: 7d54af4f8b

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Dedico este trabalho à minha família e aos meus amigos que estiveram comigo nessa caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Quero, primeiramente, agradecer a Deus e a todos que de forma direta ou indireta me ajudaram e me incentivaram a chegar à conclusão deste trabalho, a todos aqueles que me fizeram acreditar que eu era capaz e ao meu orientador, em especial pela paciência, incentivo e orientação que foram motivos principais para que eu chegasse até aqui. Além de tudo, enfatizar que concluir essa pesquisa foi muito gratificante, pois foi durante as minhas pesquisas que comecei a conhecer melhor a história do nordestino e suas culturas.

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T248b Teixeira, Gilvania de Oliveira.

Beliza Aurea e os estudos de cultura popular na Paraiba / Gilvania de Oliveira Teixeira. - Rio tinto, 2022.

27 f. : il.

Orientação: Oswaldo Giovannini Junior. TCC (Graduação) - UFPB/campus 4.

1. história. 2. etnografia. 3. cultura popular. I. Giovannini Junior, Oswaldo. II. Título.

UFPB/CCA E

CDU 39.(043.2) Catalogação na publicação Seção de Catalogação e Classificação

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Beliza Áurea e os estudos de cultura popular na Paraíba Beliza Áurea and the studies of popular culture in Paraíba

RESUMO:

O presente artigo, resultante de um trabalho etnográfico, tem como objetivo abordar a vida e a obra de Beliza Áurea de Arruda Melo e a história da Comissão Paraibana de Folclore, destacando fatos e contribuições para os estudos sobre cultura popular paraibana que tiveram relevo ao longo de suas atividades. Faz-se importante o conhecimento das atividades dessa instituição ao longo de sua história para conhecermos sua importância para a sociedade, suas pesquisas e ações de incentivo à cultura popular no Estado e sua contribuição para o desenvolvimento de políticas públicas. Decidi pesquisar sobre a vida e a obra de Beliza, após busca de textos sobre a cultura paraibana na internet, onde encontrei obras de sua autoria referentes à cultura nordestina. Sua trajetória nos ajuda a conhecer melhor alguns dos movimentos que surgiram em torno do tema, como a formação do Nuppo (Núcleo de Pesquisa e Documentação da Cultura Popular) e pesquisas acadêmicas desenvolvidas na Universidade Federal da Paraíba.

Palavras Chaves: história, etnografia, cultura popular

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ABSTRACT:

The present article, resulting from an ethnographic work, aims to approach the life and work of Beliza Áurea de Arruda Melo and the history of the Paraiba Commission of Folklore, highlighting facts and contributions to the studies on popular culture in Paraiba that have been relevant throughout of your activities. It is important to know the activities of this institution throughout its history to know its importance to society, its research and actions to encourage popular culture in the State and its contribution to the development of public policies. I decided to research about the life and work of Beliza, after searching for texts about the culture of Paraíba on the internet, where I found works of his authorship referring to the Northeastern culture. His trajectory helps us to better understand some of the movements that emerged around the theme, such as the formation of Nuppo (Center forResearch and Documentation for Popular Culture) and academic researchdeveloped at the Federal University of Paraíba.

Keywords: history, ethnography, popular culture

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10

2 MOVIMENTO FOLCLÓRICO BRASILEIRO ... 12

3 ESTUDOS DO FOLCLORE E CULTURAS POPULARES NA PARAÍBA ... 13

4 CRIAÇÃO DO NUPPO ... 16

5 UM POUCO DA HISTÓRIA DE BELIZA E SUAS PESQUISAS SOBRE CULTURA POPULAR. ... 20

6 REDE DE RELAÇÕES DE PESQUISA DE BELIZA ... 22

7 HOMENAGENS ... 23

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 25

REFERÊNCIAS ... 26

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - BELIZA AUREA 10

Figura 2 - BELIZA AUREA E LEANDRO SOUZA 17

Figura 3 - POSSE DE BELIZA NA COORDENAÇÃO DO NUPPO 19

Figura 4 - COORDENAÇÃO DO NUPPO, 2013 20

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1 INTRODUÇÃO

Esse trabalho tem como objetivo pesquisar sobre a vida e a obra de Beliza Áurea de Arruda Melo em torno de seus estudos sobre cultura popular na Paraíba e suas relações com o campo de estudos de folclore, dentro do qual estão inseridas as atividades da Comissão Paraíbana de Folclore e do Nuppo (Núcleo de Pesquisa e Documentação da Cultura Popular), vinculado a UFPB.

Beliza teve um papel importante para a história das pesquisas sobre cultura popular paraíbana, sua história de vida e sua obra nos ajudam a conhecer melhor alguns movimentos em torno do tema, incluindo os trabalhos da Comissão Paraíbana.

A proposta do meu trabalho é, a partir de Beliza, abordar a história dos estudos de folclore no Brasil pensada em uma perspetiva antropológica e seus desdobramentos.

Pretendo pesquisar sobre a história dos estudos de folclore brasileiros, o Movimento Folclórico Brasileiro e sua relação com a Comissão Paraíbana.

Assim poderei entender melhor como tais estudos se desenvolveram em outros Estados e regiões, podendo assim, relacionar o que se tem em comum com a história dos estudos de folclore e cultura popular na Paraíba.

Figura 1 - BELIZA AUREA

Fonte: https://www.google.com/search?q=beliza+aurea+de&client

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Essa pesquisa surgiu com o interesse de conhecer melhor a história da Comissão Paraíbana do Folclore, diante disso, fiz pesquisas na internet em busca de trabalhos e da biografia dos participantes dessa comissão. Despertou em mim o interesse em mostrar a biografia de uma professora da UFPB que se destacou nessa área.

Realizei pesquisas na internet, pois acredito que para uma etnografia, não necessariamente precise ir a campo de forma presencial, ou seja, a internet também pode funcionar como meio de interlocução com fatos e pessoas, como Magnani explica:

“O método etnográfico não se confunde nem se reduz a uma técnica; pode usar ou servir- se de várias, conforme as circunstâncias de cada pesquisa; ele é antes um modo de acercamento e apreensão do que um conjunto de procedimentos.” (MAGNANI, 2002, p.17).

Não foi possível fazer uma etnografia presencial, devido a pandemia do Covid 19 que assolou o mundo e que começou bem no início de meu projeto. Com as medidas de proteção, tive que dar continuidade às minhas pesquisas de uma forma diferente, fazendo uso da internet e procurando biografias sobre pesquisadores(as) do folclore.

Diante disso, trago dados coletados durante meses nas pesquisas virtuais e nas buscas de informações sobre a Comissão Paraíbana.

Uma referência importante é o trabalho de Maria Laura Cavalcanti, no seu texto

“Por uma antropologia dos estudos do folclore, o caso do Maranhão”, que enfatiza a importância de se fazer uma antropologia dos estudos do folclore. A autora defende uma antropologia dos estudos de folclore afirmando que existe necessidade de se considerar temas relacionados à cultura popular por ser um assunto de muitas variedades culturais e infinitas riquezas de atividades artísticas. Um debate público que exige reflexão permanente, o que nos leva a dialogar com os aspectos da cultura e do pensamento social brasileiro, sendo o trabalho desses intelectuais componente importante para a história da antropologia no Brasil.

O trabalho de pesquisadores e intelectuais do folclore que, em decorrência da marginalização por parte da academia, tiveram pouco lugar dentre os estudos sobre o pensamento social brasileiro passou, entretanto, a ser visto sob outro

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ponto de vista a partir de reflexões mais recentes. Na década de 1980, um grupo de pesquisadores antropólogos recém-chegados ao Instituto Nacional do Folclore iniciou um trabalho que mudou os rumos das reflexões a respeito desse campo de estudos, reintegrando aos debates acadêmicos e renovando o olhar sobre a produção e a trajetória das pessoas e instituições envolvidas na construção desse pensamento (GIOVANNINI JUNIOR, 2012, p.19).

2 MOVIMENTO FOLCLÓRICO BRASILEIRO

O Movimento Folclórico Brasileiro, iniciado em 1947, ganhou expressividade e a recém-criada Comissão Nacional de Folclore formou uma rede de articulação com sede no Rio de Janeiro, então Capital Federal, constituída por meio de subcomissões estaduais. A proposta era realizar um trabalho integrado com a sede da CNF (Comissão Nacional do Folclore), que funcionaria como centralizador e difusor das informações geradas por todo o país.

Segundo Carneiro, a Comissão Nacional do Folclore no período de 1948 e 1954 teve seu momento mais ativo. Em 1951 é realizado o primeiro congresso brasileiro de folclore, um verdadeiro marco na história desse movimento (ANCHIETA, 2011, p. 25).

...

Com a fundação da comissão em 1947, o Movimento Folclórico Brasileiro passou a se expandir em representações por todo país (ANCHIETA, 2011, p.

54).

No projeto as subcomissões teriam autonomia para trabalhar em seus Estados, sendo incentivado até mesmo seu processo de jurisdição, de modo a poderem captar recursos e se articular com secretarias e órgãos dos governos estaduais e municipais.

Com o propósito de dar maior ênfase às subcomissões, Renato Almeida decide alterar o nome para “Comissões Estaduais”. A intenção, com essa mudança aparentemente simples, era de lhes conferir mais prestígio e força na busca de parcerias junto a seus estados.

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A Comissão Nacional de Folclore é um órgão paraestatal dedicado ao estudo e fomento do folclore brasileiro. Foi fundada por Renato Almeida1 (folclorista), aproveitando-se de cargo sólido do ministério do exterior a comissão nacional do folclore no âmbito do instituto brasileiro de educação ciência e cultura a partir das recomendações da Unesco de 1946 reproduzindo a iniciativa pelos Estados brasileiros através da submissão tendo como objetivo o registro e proteção das manifestações folclóricas, bem como a inserção dos estudos de folclore enquanto disciplina autônoma no espaço acadêmico brasileiro.

A Comissão Nacional de Folclore surgiu em 1947 a partir de uma articulação nacional em defesa do folclore empreendida sob a liderança de Renato Almeida, foi criado por intelectuais que almejavam o reconhecimento do folclore como saber científico. (VILHENA,1997).

3 ESTUDOS DO FOLCLORE E CULTURAS POPULARES NA PARAÍBA

O interesse por manifestações culturais denominadas como cultura popular ou folclore por intelectuais de vários países, desde os séculos XVIII e XIX, formou um campo de pesquisas e reflexão, foi o movimento nacional que, buscando o reconhecimento de práticas populares, promoveu a articulação em torno da centralidade da Comissão Nacional e uma agenda em comum em torno dos estudos e de políticas públicas. Existia a busca pela centralidade como meio de alcançar visibilidade para o movimento que se fazia em dois níveis principais. Um deles refere- se ao âmbito da política cultural em que procuravam a penetração no aparato estatal por meio da criação de agências visando à difusão do folclore. O outro diz respeito à inserção no campo acadêmico e consolidação do folclore como disciplina.

Nesse período, os folcloristas tentaram consolidar no interior das Ciências Sociais os estudos de folclore como uma disciplina autônoma, que teria, além de uma entidade governamental preocupada com políticas de preservação e de incentivo à pesquisa, um lugar próprio no ensino universitário com a criação de uma cátedra específica nas faculdades de filosofia (VILHENA,1997. p.4).

É importante salientar que o folclore e/ou a cultura popular é uma área de

1 Nascido em 1895, na cidade de Santo Antônio de Jesus, no Estado da Bahia, Renato Almeida muda-se para o Rio de Janeiro em 1907, onde, em 1910, inicia o curso de Direito na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais.

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estudos que está vinculada a antropologia, uma área do conhecimento que estuda a produção cultural de grupos sociais sob vários aspectos. Os estudos nessa área começaram a surgir no século XVIII e começaram a ser de fato sistematizados a partir da segunda metade do século XIX. Segundo o argumento da tese de Rodolfo Vilhena,

“o movimento folclórico obteve bastante êxito na criação de instituições ligadas às políticas públicas, mas fracassou na sua institucionalização enquanto uma ciência autônoma” (GIOVANNINI JUNIOR, 2012, p. 19) Este argumento tem sido relativizado por meio de estudos mais recentes sobre as atuações das Comissões Estaduais e seus respetivos desdobramentos, como parece indicar o caso paraíbano.

Com efeito, o termo “Cultura Popular” aponta para um “campo” de estudos com uma longa história de críticas, trocas e disputas entre pesquisadores filiados a abordagens modernas ou tradicionais pela hegemonia da área. Por tais razões, este campo não está circunscrito a uma única área de conhecimento, embora encontre grande receptividade no pensamento antropológico.

No livro “O Que é Cultura Popular” de Antônio Augusto Arantes, o autor menciona,

“que o conceito de cultura popular não é bem definido pelas ciências humanas e pela Antropologia Social” (ARANTES,1990, p.7). O autor afirma que seus significados são heterogêneos, remetendo a um amplo aspecto de concepções.

Desde fins do século XVIII, momento em que a Europa viveu inúmeras e profundas transformações em todos os níveis da vida social a cultura popular pode-se dizer que estava ameaçada de desaparecimento e por isso passaram a merecer a defesa de inúmeros intelectuais que, em concorrência àqueles movimentos intelectuais, viram nas festas, na poesia, nos jogos, nas músicas e nas danças das classes subalternas, não só uma forma de resistência cultural, senão um sistema cultural de preservação do “espírito do povo” - base de muitos nacionalismos emergentes (ROCHA, 2019, p. 219)

Falar de cultura popular está entrelaçado ao folclore, embora saibamos que sua noção parece estar fortemente comprometida com a apreensão de totalidades. A palavra Folk-lore, formulada a partir do estudioso inglês William John Thoms que a propôs em carta publicada na Revista The Atheneum, em 1848, tem como tradução literal “saberes do povo”. Desde então, folclore tornou-se sinônimo da cultura do popular. O termo folclore com a grafia que hoje se apresenta, passou a ser usado a

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partir de 1875.

Segundo Roberto Benjamim, ex-presidente da Comissão Pernambucana e também da Comissão Nacional, folclore seria, então, o conjunto das criações culturais de uma comunidade com base nas suas tradições expressas individual ou coletivamente, representativas de sua identidade social.

Para uma antropologia atual, o termo pode ser também alvo de definições.

Segundo Maria Laura Cavalcanti,

Cultura popular não é mais apenas fonte de inspiração para experiências artísticas e estéticas consagradas pelo romantismo e pelo modernismo (embora sob esse aspecto a cultura popular continue a ser um manancial criativo). Nem apenas resquícios vivos de um passado a serem salvos ao menos pelo registro documental (embora obviamente acervos sejam sempre e cada vez mais valiosos) (CAVALCANTI, 2005, p. 3).

Os desdobramentos, desenvolvimentos e transformações de ambos os conceitos, folclore e cultura popular, são complexos ao longo da história do pensamento social e não cabe neste trabalho uma abordagem exaustiva, cabendo apenas algumas considerações. Mais recente, e não menos complexa, é a relação do folclore e a cultura popular com o conceito de patrimônio cultural imaterial.

Durante os anos 1940 e 1950, o folclore era considerado um “tema quente”, tanto é verdade que se tornou movimento organizado, produtivo e influente no cenário cultural brasileiro, segundo o estudo de Vilhena (1997). Entre os anos de 1947 e 1964, a atuação da Comissão Nacional de Folclore e a Campanha em Defesa do Folclore Brasileiro não deixaram dúvida quanto à importância política deste tema no cenário nacional, inclusive, na produção da cultura brasileira.

Neste contexto, surgiu a Comissão Paraíbana, tentando atender a essas necessidades. De acordo com ata de 5 de maio de 1951, lavrada pelo secretário Afonso Pereira, a comissão teve como fundadores: o jornalista José Leal, Dr. Leon Francisco Rodrigues Clerot, Dr. Arnaldo Tavares, Dr. Luiz Rodrigues, Prof. João da Veiga Cabral, Prof. Rubens Filgueiras, Sr. Geraldo do Nascimento, Sr. Pedro Paulo de almeida, e Dr. Lylia Guedes (ANCHIETA, 2011, p. 55).

Segundo Anchieta, que pesquisou a história da Comissão Paraíbana de Folclore mais detidamente, a falta de documentação permite apenas esboçar de forma muito precária a história da instituição. Os documentos que servem de alicerce para

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escrever esta história foram encontrados na pasta da Comissão Paraíbana de Folclore e na Revista Brasileira de Folclore, pertencentes ao acervo da Comissão Nacional de Folclore que está na Biblioteca Amadeu Amaral, do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, no Rio de Janeiro e também no Arquivo Afonso Pereira, em João pessoa; e na Revista Brasileira de Folclore, notadamente em sua sessão “Noticiário”.

Compõem ainda, de acordo com o autor, este conjunto de documentos, as correspondências enviadas por Renato Almeida entre 1948 e 1956 a intelectuais paraibanos, algumas atas, recortes de notícias de jornal encontradas na Comissão Nacional de Folclore e as correspondências trocadas entre Hugo Moura e Bráulio do Nascimento, Diretor Executivo da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro entre 19741978 (ANCHIETA, 2011, p.54). A partir desta documentação vista por Anchieta foi possível reconstruir a trajetória de existência da Comissão Paraíbana de Folclore, infelizmente não consegui ter acesso a essa documentação. Entre 1948 e 1978 as dificuldades enfrentadas pelos que ocupavam o posto de Secretário-Geral refletiam-se em “refundações”,” reestruturações” e “reorganizações”.

Diante do que foi exposto nas pesquisas de Anchieta, era preciso organizar a estrutura da Comissão Paraíbana, nomear subsecretários nos municípios paraíbanos, sobretudo, tratar do envio da delegação paraíbana ao I Congresso Brasileiro de Folclore no Rio de Janeiro em 1951.

A falta de arquivos organizados e o acesso a eles, provavelmente está ligada a inexistência de uma sede própria da Comissão. O que consta é que ela nunca teve um endereço fixo, variava conforme quem assumia, a falta de sede persistente levou, em 1975, Hugo Moura, professor universitário da UFPB, desde 1953 (secretário-geral em 1965) solicitar ao reitor da UFPB duas salas ou uma sala ampla para instalar a Comissão Paraibana de Folclore. (ANCHIETA, 2011, p. 53)

4 CRIAÇÃO DO NUPPO

O NUPPO (Núcleo de Pesquisa e Documentação da Cultura Popular) foi criado em 1978. É um setor da Coex (Coordenação de Extensão Cultural) vinculada à PRAC (Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários) e tem como sede o Campus I da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), na cidade de João Pessoa. O NUPPO é um

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peças tridimensionais

ambiente rico em informações e de importância para pesquisas em cultura popular, e seu acervo composto de pelo menos quatro mil tipos de documentos.

O acervo é composto por peças representando a cultura popular em diversos formatos e tipos, incluindo contos populares, cordéis, livros, periódicos, audiovisuais e fotografias advindas de atividades populares em diversas regiões do estado. Este acervo pode ser tratado dentro de um padrão técnico possibilitando a preservação, conservação e acesso de seus documentos.

Seu objetivo principal é pesquisar sobre as diferentes manifestações da cultura popular, além de desenvolver uma conscientização de preservação e conservação da manifestação popular. O NUPPO abraçou a causa do Folclore, na perspectiva da apreensão das totalidades dos fazeres populares e na emergência da preservação desses fazeres, realizando coletas de músicas, contos, danças, entre outras expressões nos diversos municípios do Estado.

Figura 2 BELIZA AUREA E LEANDRO SOUZA

Fonte: https://pesquisa-hip-hop-pi.webnode.com/forum-poesias-orais-populares/ Leandro Sousa e a prof. Dra Beliza Aurea da Universidade Federal da Paraíba, estudiosa das culturas populares.

FÓRUM: POESIAS ORAIS POPULARES: traficando literatura

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Osvaldo Trigueiro2 relata que fez parte de uma equipe, como pesquisador do Museu da Imagem e do Som, a convite da UFPB em 1976, que tinha o objetivo de registrar as expressões populares da Paraíba. Tinha a missão emergente de documentar estas manifestações antes que se extinguissem (Nuppo 40 anos memória, pesquisa e documentação da cultura popular, 2019, p. 106).

Paraíba sempre teve uma tradição de grandes estudiosos e pesquisadores do folclore e da cultura popular, entre eles destaco alguns. Altimar Pimentel3, que lecionou as disciplinas Evolução do Teatro e Dança (1977) e Introdução às Técnicas de Comunicação (1979), na Universidade Federal da Paraíba, deu muitas contribuições à cultura paraíbana, destacando-se a pesquisa de estudos de contos populares, participando ativamente da criação do museu do folclore que posteriormente passou a ser o NUPPO, responsável pela reativação da Comissão Paraíbana do Folclore e pela coordenação do II Encontro de Folclore da Paraíba, promovido pela Comissão Paraíbana do Folclore, realizado em Cabedelo em 1977 que teve como tema central o estudo e a pesquisa dos contos populares.

Altimar realizou um projeto de contadores de histórias da Paraíba que coordenou por quase três décadas, coletando um acervo significativo em quantidade e qualidade de contos populares. O projeto tinha como objetivo a seleção e a adaptação de textos que serviam como conteúdo transversal para escolas, de incentivo ao aluno, a fim de criar e consolidar hábitos e habilidades de leitura, atentando-se para a realidade socioeconômica-cultural da área de sua abrangência.

Os pesquisadores que participaram da fundação do NUPPO foram: Altimar Pimentel, José Nilton da Silva, Iracema Figueiredo, Dalvanira Gadelha, Tenente Lucena e Osvaldo Meira Trigueiro.

Foi Altimar Pimentel que, segundo Claurenia Silveira4, no contato que tive com ela por email, convidou Beliza Áurea a fazer parte da Comissão Paraíbana de Folclore.

Anos após o falecimento do professor Altimar, após outras coordenações, Beliza veio a

2 Professor associado da UFPB, e colaborador da pós-graduação em comunicação PPGC\UFPB, pesquisador do museu das imagens e do som, coordenador do Nuppo.

3 Professor, jornalista, dramaturgo e pesquisador da cultura popular

4Professora doutora do centro da UFPB

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ser coordenadora do NUPPO, tomando posse em 2009. Deve-se a ela uma renovação do NUPPO, não só das suas dependências, mais também da forma de condução daquele Núcleo de Pesquisa. Na coordenação de Beliza, muitas exposições foram montadas na intenção de divulgar os acervos do NUPPO.

Beliza também não mediu esforços para ampliar os acervos de folhetos e para organizar os acervos de fotos e de gravações em rolo com os registros das pesquisas de campo realizado pelos pesquisadores do NUPPO. Incentivou também ceramistas a produzirem e se engajarem na divulgação dessa arte. Na gestão de Beliza, o NUPPO recebeu a doação dos livros sobre cultura popular, pela família do Prof. Altimar, hoje disponibilizados para pesquisa na biblioteca do NUPPO.

O ponto de partida foi o estado frágil que se encontravam boa parte dos documentos da cultura popular paraíbana entre as décadas de 1960 e 1980, sobretudo os registos em fita magnética (rolo e cassete), que estavam correndo riscos irreparáveis.

O Projeto de Disponibilização do Museu de Cultura Popular, pretendia organizar melhor o acervo para torná-lo mais acessível ao público e ser divulgado pelo NUPPO. O NUPPO organizou esse projeto para organizar o material para que não se perdesse, objetivou, em termos gerais, ampliar e dinamizar o acesso ao seu acervo, banco de dados e pesquisas, tanto para a consulta pública in loco, quanto virtualmente.

Figura 3- POSSE DE BELIZA NA COORDENAÇÃO DO NUPPO

Posse de beliza Fonte: Nuppo 40 anos memória, pesquisa e documentação da cultura popular, Editora CCTA, João Pessoa, 2019

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Claurenia afirmou que a Comissão Paraíbana de Folclore, tem como sede as dependências do NUPPO, desde a sua criação, assim como teve como participantes alguns/algumas pesquisadores/pesquisadoras ligados(as) ao Núcleo.

Figura 4 - COORDENAÇÃO DO NUPPO, 2013

Fonte: http://nuppoufpb.blogspot.com/2013/Coordenação Prof. Dra. Beliza Áurea de Arruda Mello NUPPO - Núcleo de Pesquisa e Documentação da Cultura Popular.

5 UM POUCO DA HISTÓRIA DE BELIZA E SUAS PESQUISAS SOBRE CULTURA POPULAR

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Em 1987 veio do Rio de janeiro, onde residia, para fazer o concurso público na UFPB conquistando a vaga de professora de literatura portuguesa. Já era Graduada em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (1971) e especializada em literatura brasileira pela Universidade Federal Fluminense -RJ.

Ao longo de sua trajetória fez doutorado em Literatura Brasileira pelo Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal da Paraíba (1999), intitulada “Redemoinhos na encruzilhada do imaginário ibero-paraíbano, pactos da mulher com o diabo do medieval aos folhetos de cordel”. Sua pesquisa conta sobre contos orais e folhetos de cordel sobre o pacto da mulher com o diabo existentes na

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Paraíba, evidenciando símbolos e verdades históricas de uma mulher rural na Paraíba e a trans textualidade de mitos presentes no imaginário ibérico.

A teoria do imaginário de Gilbert Durand foi a base desta pesquisa em contos orais e folhetos de cordel, sobre o pacto da mulher com o diabo na Paraíba, do que resultaram descobertas comprobatórias da tese. Segundo ela, o diabo é o mito primordial da emergência dos novos paradigmas femininos - a mulher vence o diabo, conquista a si mesmo e atinge a "coniunctium", o que evidência simbolicamente as verdades históricas da mulher rural na Paraíba e trans textualidade de mitos presentes no imaginário ibérico (de Portugal, da Espanha e da Galícia) circulantes na Paraíba, entre outros locais do Brasil e da América.

Desenvolveu pesquisas na área de Oralidades e Escrituras e na área da linguística antropológica com ênfase no imaginário, nos estudos da memória e tradições com ênfase nas tradições discursivas, atuando principalmente nos seguintes temas das culturas populares: literaturas orais (folheto de cordel, romanceiro, conto), cantos (aboio, benditos, cantorias, canções das culturas populares urbanas), performance, teatro popular (babau/mamulengo), rezadeiras, movência das oralidades para novos suportes como o ciberespaço, escrituras (manuscritos culinários, xilogravura e a iconografia do diabo).

Desde os primeiros anos de magistério na instituição, atuou no chamado tripé que orienta a atividade docente, ensino, pesquisa e extensão. Além das teses, artigos e revistas e livros. Dos livros que organizou, suas publicações mais recentes são;

Circularidades, das vozes e escrituras (2016)” e “Caleidoscópio da literatura portuguesa; do medieval ao contemporâneo (2014)”.

Na sua trajetória de professora de pós-graduação, desde 2002, orientou mais de 15 teses de doutorado e 20 dissertações de mestrado, todas abordando o universo das tradições discursivas, das culturas populares, das expressões de memórias.

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6 REDE DE RELAÇÕES DE PESQUISA DE BELIZA

Uma pesquisa de mestrado que ela orientou, e que me chamou atenção foi

“Manuscritos culinários femininos: escrituras das práticas de linguagem do trabalho na cozinha”, cuja autoria é de Maria Cordeiro dos Santos. Conta histórias de mulheres que usam suas escritas para escrever em cadernos de receitas os costumes e a tradição de uma época que ficam registrados na escritura, são representações e memórias femininas das cidades nos manuscritos culinários.

Essa pesquisa tem por objetivo analisar a memória e as representações femininas a partir dos manuscritos culinários – que recepcionam o gênero textual receita culinária – de mulheres moradoras da cidade de João Pessoa e da cidade de Nova Palmeira.

Percebe-se, nessa dissertação, a atividade de trabalho ligada ao mundo destinado à mulher, dentro de determinado contexto social, a cozinha. Assim podemos dizer que a mulher, para esta sociedade, tem o papel social ligado ao trabalho doméstico.

Outra pesquisa que me chamou atenção é de Jackson Cícero F. Barbosa, outro orientando de Beliza, em seus últimos momentos de vida. Sua pesquisa teve como título

“Escrituras do Candomblé: Articulações entre o simbólico e o imaginário na cultura religiosa afro-brasileiras”.

O universo semiótico da religião dos Orixás é composto por elementos que estruturam uma linguagem multifacetada e, com base nisto, o autor tenta mostrar como o candomblé se articula enquanto escritura.

Sua pesquisa investiga um conceito de escritura multifacetada do candomblé, com base em percurso. Trata-se de uma pesquisa-participante que, através de etnografia, recolhe os signos que remontam narrativas e discursos do sistema religioso afro-brasileiro, colaborando com uma perspetiva de escritura multifacetada que transcende os níveis da inscrição que se atualizam no seio das diversas expressões de linguagem no âmbito das culturas populares; Nesse sentido, a tese objetiva evidenciar e categorizar as formas que compõem as escrituras do candomblé, com base nas práticas de linguagem que se dinamizam, neste sistema religioso, através de objetos de memória e da constituição do imaginário mítico; níveis da inscrição que se atualiza no seio das diversas expressões de linguagem no âmbito das culturas populares.

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7 HOMENAGENS

Na noite de 16 de abril de 2018, a comunidade acadêmica comunicou o seu falecimento, todos lamentavam a perda da colega e, principalmente, da querida amiga.

Ressaltavam seu papel pioneiro, juntamente com alguns outros, na disseminação de tais estudos na UFPB e no Nordeste, onde realizou importantes trabalhos sobre Cultura Popular e temas correlatos. Após a morte de Beliza muitas foram as homenagens feitas a ela, vejamos alguns trechos do texto “Folclore, imaginário e cinema” que reúne textos de pessoas que conviveram com ela (MELLO e BARBOSA FILHO, 2018)

Abaixo, um dos relatos, feito por José Augusto Moraes5.

Falar de Beliza Áurea é retornar no tempo em que se vivia a cultura popular com as crendices, o cordel lido e cantado nas feiras, as feiras de mangalhos, as cantorias, os aboios, o artesanato, a culinária e a religiosidade populares e as danças típicas. Esse era o cotidiano dessa professora junto ao NUPPO- Núcleo de Pesquisa e Documentação da Cultura Popular, que ela coordenou

com bastante esmero durante mais de oito anos até sua partida para a eternidade. (MORAES, 2019, p.61).

Maria Claurenia Abreu de Andrade Silveira6, uma das amigas de beliza desde 1987, relembra:

Beliza devia ser uma pessoa alegre, que misturava experiências diárias e misturava temas que caminhavam do tempo medieval até os dias atuais, é justamente isso que tornou sua passagem na terra tão revolucionária. Uma descrição que define bem tudo isso acerca da forma como Beliza era vista.

Nos corredores da área de Humanas e nos demais locais que ela mais frequentava na Universidade Federal da paraíba, campus de João Pessoa, ainda ecoa sua risada clara e contagiante, em sua forma alegre e descontraída de se comunicar com as pessoas, não somente com alunos e colegas, mas também com todos aqueles com quem ela cruzava nos seus caminhos de pessoa sensível à presença do outro. (SILVEIRA, 2018, p.49)

Uma de suas orientandas Ana Vaz Amaro Félix7, lembra:

5Ex coordenador do NUPPO

6Professora doutora do centro da UFPB 7 Doutoranda proling UFPB

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Beliza era a pessoa das paixões pela culinária: pelo cordel, pelas religiões, pelo imaginário, pelas culturas populares no geral, e era a mulher de citações. Em toda a defesa de dissertações ou teses de seus orientados, começava seu discurso com uma citação que nos representasse, e isso com certeza nos deixava muito envaidecidos. Sempre chegava com uma frase da literatura, da música ou do ditado popular encaixando-os em um momento de conversas orientações. E isso sempre nos fazia rir ou refletir.

Era também do mundo dos rituais. tudo para era um ritual, a sala de aula, as aulas de campo, as reuniões de grupos de pesquisa, defesas de dissertações ou teses, tudo era grande ritual, tudo virava um acontecimento quando tinha sua presença. um simples café na praça da alegria, no CCHLA, se tornava um evento onde as pessoas se aproximavam para ver de onde vinha aquela gargalhada, aquele grito repentino ou aquele”

lindinho” ou “lindinha”.

Esse lindinha o qual só ouvirei na lembrança me faz recordar de Guimarães Rosa no grande sertão veredas quando diz que a lembrança da vida da gente se guarda em trechos de versos cada um com seus signos e sentimento um dos que uns com os outros acho que nem se misturam e daí lembrar de Beliza será lembrado dos trechos de versos da sua passagem pela UFPB pelos capítulos que descreveram pelos vários sentimentos que despertou em nós alunos orientando, os colegas de trabalho, ou amigo que fez. tenho certeza de que ela não deixou um grande legado plantou muitas sementes que continuarão seu trabalho suas pesquisas e acima de tudo o amor pelas culturas populares oralidades e escrituras pelo imaginário medieval e tradições discursivas e sua deixar a sempre vivo em nossos corações” (FELIX, 2019, pg.67).

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante as minhas pesquisas sobre os estudos de folclore na Paraíba comecei a conhecer melhor a história do nordestino e suas culturas. Cheguei à conclusão de que a cultura popular nordestina é muito importante para nossa região e que podemos conhecê-la melhora através do trabalho de grandes pesquisadores. Dentre esses destaco: Osvaldo Meira Trigueiro, Altimar de Alencar Pimentel, e Belize Áurea de Arruda, que tiveram suas experiências ligadas aos estudos de folclore e cultura popular desenvolvidos dentro da Comissão Paraíbana, ou mesmo como desdobramento dos trabalhos defendidos por esta instituição. O movimento desenvolvido por estes intelectuais contribuiu para o desenvolvimento de novos estudos, outros e outras pesquisadores e pesquisadoras vieram na sequência, dando continuidade.

Beliza Áurea, foi uma pesquisadora presente dentro do meio acadêmico e com ligações também com aquilo que foi parte do Movimento Folclórico na Paraíba fez um trabalho muito importante durante toda sua jornada, atualizando as referências e reflexões teóricas e contribuindo para a valorização e o reconhecimento da nossa cultura popular paraíbana

Chego à conclusão de que o folclore é muito rico, e que são muitas culturas juntas, cada qual mostrando suas riquezas, um conjunto amplo de conhecimento que torna "vivo o espírito da cultura" com suas músicas, poesias, danças, entre outras.

A criação do NUPPO foi de extrema importância para manter de pé esses estudos, e se é, ainda hoje, uma fonte rica de conhecimento e acesso aos que desejam compreender um pouco mais sobre a cultura popular.

Contudo, pude observar que com o passar do tempo e após a partida de Beliza, o Nuppo continua com suas atividades, à sua frente como coordenadora a Prof. Luciana Eleonora de Freitas Calado Deplagne continua dando andamento às pesquisas e trabalhos deixados por Beliza.

Com certeza ela atribuiu sua forma de trabalho e seu toque pessoal a tudo que já foi realizado, contribuindo assim para que tudo continue da melhor forma.

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REFERÊNCIAS

ANCHIETA, Paulo Florentino da cunha. O movimento folclórico brasileiro e seus desdobramentos na Paraíba, Recife, 2011

BARBOSA, Jackson C. F. Escrituras do candomblé: articulações entre o simbólico e o imaginário na cultura religiosa afro-brasileira. João Pessoa. 2022.

CARNEIRO, Edison. A evolução dos estudos de folclore no Brasil.in:

Revista Brasileira de Folclore. V.2, n 3en.4.1962

CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. Cultura popular e sensibilidade romântica: as danças dramáticas de Mário de Andrade. Em: Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo: v. 19, n. 54, 2004. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v19n54/a04v1954.pdf. Aces

. Duas ou três coisas sobre folclore e cultura popular. Brasília: Ministério da Cultura, 2005

CAVALCANTI, Maria Laura V. C.; VILHENA, L. R. Traçando Fronteiras: Florestan Fernandes e a Marginalização do Folclore. Em: Estudos Históricos, Rio de Janeiro,1990.

CORDEIRO, Maira dos santos, Manuscritos culinários femininos: escrituras das práticas de linguagem do trabalho na cozinha.2-11. Joao Pessoa

DAMATTA, Roberto. Você tem cultura? Jornal da Embratel, RJ, 1981;

DEPLAGNE, Luciana Calado. Nuppo 40 anos memória, pesquisa e documentação da cultura popular, editora CCTA, João Pessoa, 2019

GIOVANNINI JUNIOR, Oswaldo. Sortilégios do registro: Aires da Mata Machado, os vissungos e os negros do garimpo em Minas Gerais. Tese (Doutorado em Antropologia Cultural) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais/Universidade federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, p. 300. 2012.

MAGNANI, J. De perto e de dentro: Notas para uma etnografia urbana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, 17, jul. 2002. 11-29

MELLO, Jose Octavio de arruda; BARBOSA FILHO, Hildelbrando (orgs.) Folclore, imaginário e cinema, João Pessoa, editora ideia, 2018

ROCHA, Gilmar. Cultura popular: do folclore ao patrimônio,2009

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VILHENA, Luís Rodolfo. Projeto e Missão. O Movimento Folclórico Brasileiro, 1947-1964. Rio de Janeiro: Funarte/Fundação Getúlio Vargas, 1997.

https://escolakids.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-do-folclore.htm http://www.cnfcp.gov.br/pdf/50anosCNFCP.pdf

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/arquivo/folclore-e-antropologia- 1.698937)

https://www.escavador.com/sobre/1261986/beliza-aurea-de-arruda-mello https://sigaa.ufpb.br/sigaa/public/docente/extensao.jsf

ufpb.br/antigo/content/nota-de-falecimento-beliza-áurea

recanto dasletras.com. brhttps://www.facebook.com/Grupo-Videlicet- 365545333528842/ Revista prolíngua -issn 1983 9979.Volume 13 número 1 maio/

julho de 2018

Referências

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