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Caracterização e georreferenciamento do ambiente alimentar comunitário em um município do sertão paraibano

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Academic year: 2023

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Outros dados como a população residente e a lista de estabelecimentos de compra de alimentos na cidade foram coletados por meio da ferramenta Sinopse Setorial e da plataforma Radar SEBRAE de Oportunidades, respectivamente. Para identificar um deserto alimentar, observou-se, em um raio de 500 metros, a ausência ou número total de estabelecimentos para aquisição de alimentos in natura ou minimamente processados ​​e locais que produzam alimentos ou estabelecimentos mistos inferior a 4. Foi feita uma avaliação da densidade total de estabelecimentos de compra de alimentos por bairro e por categoria de estabelecimentos.

Tabela 5 - Densidade total por categoria de estabelecimentos de alimentação por bairros no município de Patos. Tabela 6 – Características das empresas de compras de alimentos 41 Figura 7 – Caracterização do ambiente alimentar no município de Patos-PB 42.

Globalização e Segurança Alimentar e Nutricional

Por outro lado, a insegurança alimentar (IA), segundo FAO et al. 2017), está presente quando os indivíduos não têm acesso seguro a alimentos em quantidade e qualidade suficientes para o crescimento e desenvolvimento normais e uma vida ativa e saudável. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que, no ano de 2020, de todos os 68,9 milhões de domicílios brasileiros, 36,7%. De acordo com o Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional: sistemas alimentares sustentáveis ​​para acabar com a fome e a desnutrição (2017), a disponibilidade regular de alimentos não é suficiente, quando está disponível em quantidade, é financeiramente inacessível.

Vulnerabilidade social e desequilíbrios no ambiente alimentar

O conceito de SAN evoluiu ao longo dos anos começando com a disponibilidade de alimentos como primeiro fator, pois a distribuição de alimentos era desigual e era necessário alterar essa distribuição para garantir a disponibilidade igual para todos. Com a TN, a alimentação dos indivíduos tornou-se predominantemente processada, com consumo exacerbado de alimentos de alto valor energético e baixa qualidade nutricional (ricos em açúcares e gorduras e pobres em vitaminas, minerais e fibras) (SILVA et al., 2022). Dificuldades no fornecimento de alimentos, regiões com alta disponibilidade de alimentos ultraprocessados, pouca oferta de alimentos in natura ou minimamente processados ​​e propaganda atrativa reforçam o desenvolvimento de ambientes desequilibrados que indicam resultados negativos para a saúde (PAGLIAI et al., 2020).

Ambientes alimentares como promotores de Segurança Alimentar e Nutricional

22 Ao longo dos anos, esses conceitos evoluíram a partir de diferentes formas de mensurar esses ambientes, bem como de caracterizá-los por outros indicadores sociais, como renda insuficiente ou sua inexistência para comprar alimentos; dificuldade de locomoção até o local onde se compra esse tipo de alimento; entre outros (CHEN; GREGG, 2017). Assim, os desertos alimentares, por exemplo, podem ser entendidos como resultado de diversas condições, entre elas a escassez de alimentos in natura ou minimamente processados ​​ou de preparações culinárias, aliada à falta de informação, renda, tempo e distância, que contribuem para a fragilidade na saúde e no bem-estar alimentar dos indivíduos (CARNAÚBA, 2018). Em 2017, Espinoza e colaboradores concluíram que o ambiente alimentar pode ser definido em 5 categorias: o ambiente alimentar doméstico, no qual as tradições alimentares são percebidas como determinantes na construção das preferências alimentares; o ambiente alimentar institucional, que se localiza em instituições que atendem públicos específicos (por exemplo, escolas, hospitais, locais de trabalho); ambiente alimentar em vias públicas, caracterizado principalmente por pontos móveis de compra de produtos prontos para consumo; ambiente alimentar da restauração, que se refere aos locais onde os alimentos são preparados para consumo; e, por fim, o ambiente da instituição alimentar, ao qual se dedica o comércio de alimentos (ESPINOZA et al., 2018).

Em 2011, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ganhou papel de destaque ao realizar um estudo que visava analisar o acesso limitado da população de uma determinada área geográfica à rede varejista de alimentos ou outras fontes de alimentos in natura ou minimamente processados , alimentos industrializados e como essa restrição causaria prejuízos aos seus hábitos alimentares. Segundo o guia alimentar para a população brasileira, uma alimentação considerada suficiente e saudável, que remete ao conceito de DHANA, deve ser baseada no maior consumo de alimentos in natura ou minimamente processados ​​e preparações culinárias, utilizando alimentos (ingredientes) em quantidades balanceadas sob seu preparo, bem como limitar o consumo de alimentos processados ​​e ultraprocessados ​​(BRASIL, 2014). Algumas associações sobre o ambiente alimentar mostram que existe uma correlação em termos de maior proximidade a varejistas de alimentos saudáveis ​​e um padrão alimentar mais adequado e, portanto, estado nutricional (ALMEIDA, 2017).

Por outro lado, o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, produzidos regionalmente e artesanais, deve ser priorizado e estimulado com base nos sentidos, principalmente estímulos visuais (ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, 2020). A caracterização do ambiente alimentar no qual as populações são introduzidas é de grande valia, pois o mapeamento de áreas como desertos e brejos alimentares permite avaliar as condições de acesso aos alimentos. 24 determinadas áreas geográficas e em que medida esse acesso determina as escolhas e o consumo alimentar dessas populações, determinar, com base nessas avaliações, a construção de equipamentos públicos de SAN (como o Banco Alimentar ou o Programa de Aquisição de Alimentos, por exemplo) ou políticas governamentais que possam atuar diretamente na melhoria da disponibilidade de alimentos saudáveis ​​para os indivíduos, sem discriminação sociodemográfica (FELIX et al., 2021).

Com base nessas informações, a hipótese deste trabalho afirma que o ambiente alimentar comunitário de Patos - PB é caracterizado pela predominância de brejos e desertos alimentares.

Objetivo Geral

Objetivos Específicos

Delineamento do estudo

Caracterização do local de estudo

A Figura 2 abaixo mostra o mapa geopolítico do estado da Paraíba e a localização geográfica do município de Patos, bem como da capital João Pessoa.

População e amostragem

De acordo com os últimos dados fornecidos pelo IBGE (2010) e pelo Sistema de Monitoramento de Indicadores de Relatórios Dinâmicos ODS (SMI, 2018), que correspondem ao censo de 2010, o município possui uma densidade demográfica de 212,82 habitantes/km², 26 bairros, 222 setores censitários, urbanização de 96,62% e 19,68% da população tem renda domiciliar per capita inferior a 140 reais. O banco de dados consistiu em uma listagem de todos os bairros da referida cidade, previamente realizada pelo IBGE por meio do Censo Demográfico de 2010, bem como de todos os estabelecimentos de compra de alimentos pertencentes a esses bairros. Como critérios de exclusão para este estudo, foram excluídas todas as áreas geográficas que não pertencem a determinados bairros, como bairros e zonas rurais, bem como estabelecimentos de compra de alimentos fora dos bairros sorteados.

Obtenção e georreferenciamento dos dados

Para a categorização dos dados das empresas encontradas, foi realizada uma primeira busca na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) no que diz respeito à comercialização de gêneros alimentícios. A busca encontrou as seguintes subclasses de estabelecimentos que prestam serviços de alimentação ou comercializam alimentos no varejo, com base na CNAE versão 2.0, conforme Tabela 1. Tabela 1 – Subclasses de estabelecimentos que prestam serviços de alimentação ou comercializam alimentos no varejo por subclasse CNAE-.

Após consulta às atividades econômicas, os estabelecimentos varejistas de alimentos foram categorizados com base no tipo de alimento mais vendido, onde foi considerada a NOVA classificação de alimentos recomendada pelo Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014). Esses estabelecimentos são categorizados em “Estabelecimentos de aquisição de alimentos in natura ou minimamente processados ​​e locais de produção de refeições”. Tabela 2 - Classificação dos estabelecimentos varejistas de alimentos recomendada pelo Guia Alimentar para a População Brasileira (Classificação NOVA).

Foram elaborados mapas representativos de cada categoria de estabelecimentos varejistas de alimentos recomendados pelo Guia Alimentar para a população brasileira (Tabela 2). Na identificação de um deserto alimentar, na zona tampão verificou-se a inexistência ou a totalidade de estabelecimentos de obtenção de alimentos e alimentos in natura ou minimamente processados ​​e locais que produzam refeições, ou estabelecimentos mistos inferiores a 4. Conforme para a identificação de brejo alimentar, analisa-se a presença de pelo menos 4 estabelecimentos de compra de produtos industrializados ou ultraprocessados ​​em um raio de 500 metros.

∗ 1000 habitantes (2) Com base nos valores encontrados, e utilizando o QGIS, foram criados mapas de calor (densidade de kernel) para visualizar a densidade de estabelecimentos de alimentação dentro da cidade de Patos-PB.

Figura 3 – Página inicial do site Radar Sebrae de Oportunidades.
Figura 3 – Página inicial do site Radar Sebrae de Oportunidades.

Análises estatísticas

Após a coleta de dados, descobriu-se um total de 987 estabelecimentos para compra de alimentos nos 26 bairros analisados ​​na cidade de Patos-PB. Por outro lado, se observarmos os bairros que possuem muitos estabelecimentos para compra de alimentos processados ​​e ultraprocessados, maior que 4, os bairros Bela Vista, Belo Horizonte, Centro, Jatobá, Liberdade,. Quanto à participação dos estabelecimentos de aquisição de alimentos por categoria, os valores encontrados foram de 14,69% para estabelecimentos de obtenção de alimentos in natura ou minimamente processados ​​e estabelecimentos para produção de refeições, 15,90% para estabelecimentos de aquisição de processados ​​e alimentos ultraprocessados ​​e 69,40% para plantas mistas. .

Nas Tabelas 4 e 5, é possível observar os resultados analisados ​​das Equações 1 e 2 quanto à densidade total de estabelecimentos de compra de alimentos, por categoria e por bairro, respectivamente. Ainda sobre a concentração de estabelecimentos de aquisição de alimentos por categoria, a partir dos mapas de calor (mapa do Kernel), pode-se observar a concentração por tipo de estabelecimento. Os pântanos de alimentos ocorrem em maior número e a densidade de estabelecimentos de compra de alimentos ultraprocessados ​​foi maior em relação à densidade de estabelecimentos de compra de alimentos in natura ou minimamente processados ​​e locais de produção de refeições.

Outro estudo, elaborado por Silva (2018), traz resultados concorrentes, relacionados à menor participação de empresas compradoras de alimentos in natura na cidade de Ouro Preto-MG, quando apresenta um total de apenas 7,8% (n = 57) empresas para o compra de alimentos deste tipo. Um estudo conduzido por Oliveira et al. (2021) na cidade de Aracaju-SE, foi possível verificar uma maior exposição dos habitantes das áreas periféricas da cidade a empresas que compram alimentos processados ​​e ultraprocessados ​​e empresas mistas, assim como na cidade de Patos -SE.PB. Esse cenário pode resultar em deslocamento para outras áreas em busca de empresas para aquisição de alimentos in natura ou minimamente processados ​​e locais que produzam refeições, ou o mais inapropriado, que é o consumo de alimentos processados ​​e ultraprocessados.

46 Dessa forma, as empresas que compram alimentos processados ​​e ultraprocessados ​​obtêm uma oportunidade conveniente de vender seus produtos no cenário contemporâneo a preços geralmente mais baixos em comparação com alimentos in natura ou minimamente processados. Na cidade de Patos-PB, devido à grande concentração de empresas para aquisição de alimentos processados ​​e ultraprocessados, entende-se que estes custam menos quando adquiridos in natura ou minimamente processados, e isso acaba tendo um impacto direto e influência negativa nos hábitos alimentares dos moradores da cidade. O monitoramento do ambiente alimentar, conforme realizado neste trabalho, permite mensurar a presença ou ausência de estabelecimentos de compra de alimentos e examinar a área em todos os seus aspectos.

Imagem

Figura 1 – Fluxograma de desenvolvimento das etapas metodológicas.
Figura  2  –  Mapa  geopolítico  do  estado  da  Paraíba  e  localização  geográfica  do  município de Patos e da capital João Pessoa
Figura 3 – Página inicial do site Radar Sebrae de Oportunidades.
Figura 4 – Página inicial do site da Comissão Nacional de Avaliação.

Referências

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