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Cartografia afetiva da feira do Grotão em João Pessoa

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Academic year: 2023

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Cartografia afetiva da feira do Grotão em João Pessoa [recurso eletrônico] / Cleidiane da silva e silva. Portanto, este trabalho busca explorar e analisar como a Feira Livre do Grotão se adaptou e resistiu. A feira que acontece aos sábados e domingos no Bairro do Grotão, na Rua Espedito Belmiro dos Santos, localizada na zona sul de João Pessoa, foi escolhida como tema de nossa pesquisa devido à sua representação no espaço de consumo e sociabilidade e favor para aqueles que administram mercados ao ar livre e para aqueles que têm mercados ao ar livre.

Sistematização dessas informações coletadas através dos efeitos sensíveis do mapeamento afetivo do espaço onde foram obtidos resultados que demonstram a importância da Feira Livre do Grotão e do bairro norteando futuras tomadas de decisões.

16 introdução introdução

50 análise de locais: mapeamento de áreas Análise de locais: mapeamento de áreas 56 caracterização do público-alvo e caracterização do público-alvo e.

Podemos constatar que a feira do Grotão, embora ainda exista um movimento intenso de pessoas, tem passado por algumas dificuldades nos últimos anos, principalmente relacionadas com a concorrência com supermercados e lojas especializadas, que têm afetado o modo de consumo dos utilizadores da feira. Entendendo que a Feira do Grotão passa por esse processo de mudança, queremos explorar como o convívio existente está relacionado com essas transformações. Portanto, nosso objetivo geral será propor uma cartografia afetiva da Feira do Grotão em João Pessoa.

Especificamente, conheceremos a dinâmica diária dos usuários e feirantes da feira livre do Grotão; .. identificar a sociabilidade e os sentimentos que existem no local e descobrir as mudanças e continuidades mais importantes do espaço ao longo do tempo.

Mapa 1: Mapa de  Localização da área de  estudo.  Fonte:  PMJP.
Mapa 1: Mapa de Localização da área de estudo. Fonte: PMJP.
  • O BAIRRO DO GROTÃO
  • A IMPORTÂNCIA DA FEIRA LIVRE DO GROTÃO
  • CORRELATOS SOBRE FEIRAS LIVRES
  • Objeto de análise: FRANÇA (2016)

Para compreender a história do bairro Grotão é necessário falar sobre as políticas de habitação social vigentes na cidade de João Pessoa. No final da década de 1970, o complexo Grotão foi criado e financiado pelo SFH – Sistema Financeiro da Habitação – por meio do PROMORAR – Programa de Erradicação do Subhabitação. Segundo Silva (2008, p. 324-325), João Pessoa passou por um intenso processo de urbanização na década de 1980, expandindo a cidade para norte e sul, promovendo o surgimento de infraestrutura urbana em diversas áreas e criação de moradias. áreas através de uma política habitacional em grande escala.

Com a implantação do bairro nasceu a linha de ônibus 101, operada pela empresa ETUR, criada para garantir o acesso dos moradores a outras áreas da cidade (Governo do Estado da Paraíba). A principal rua do bairro é o Espedito Belmiro dos Santos, que em 1981 tinha uma configuração residencial e um tímido mercado onde os moradores colocavam suas latas de verduras na frente de suas casas. Por ser um bairro periférico, Grotão fica a 15 km do centro de João Pessoa, logo foi possível perceber que surgiu a necessidade de atividades comerciais locais para atender às necessidades da população que, segundo dados do IBGE(2010 ) até o número de moradores do bairro Grotão 6.159, o que levou ao aumento da expansão da troca de comércio e serviços na localidade, que abrange tanto moradores do bairro Grotão quanto de bairros próximos como Funcionários II, III e IV ; Ernani Sátyro, Colinas do Sul, João Paulo, Geisel e Gramame.

Na literatura mais atual, estudos como (Andrade, Ribeiro, Silveira) 2009 indicam que na cidade de João Pessoa existem três subcentros; o centro tradicional de João Pessoa denominado Núcleo Central, o subcentro litorâneo, denominado Núcleo Litorâneo e por fim o núcleo sudeste da cidade. Esse acontecimento alterou a configuração espacial do bairro Grotão, atraindo o interesse de comerciantes e construtoras, encarecendo os terrenos, pois os imóveis do entorno adquiriram tendência de verticalização meses após a remoção da área urbana subnormal1. No Brasil, especialmente na região Nordeste, as feiras de gado contribuíram para a formação cultural da população, dando origem a importantes centros urbanos e centros econômicos em diversos estados, como Caruaru, Toritama, Feira de Santana (CASCUDO, 1956 apud BARBOSA, 2016 ).

A respeito da feira de Caruaru, Cardoso (1965) destacou a feira como catalisadora do processo de desenvolvimento da cidade, apresentando-se hoje como a maior feira local e regional do Nordeste. Para o bairro Grotão, a feira é uma das principais atividades, que se torna muito atrativa pelos preços baratos em comparação aos supermercados do entorno. A percepção dos feirantes sobre as oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos da feira de artesanato de Caruaru - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE.

A autora justifica sua escolha em trabalhar com o bairro e feira de Jaguaribe pela importância das feiras livres na cidade.

Tabela 1:  programação de pesquisa de campo
Tabela 1: programação de pesquisa de campo

Contribuições da autora

Objeto de análise: BARBOSA (2016)

Trata-se de um levantamento da percepção dos feirantes sobre as oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos da Feira de Artesanato de Caruaru. Já que Caruaru simboliza uma das maiores feiras do Nordeste e sua importância para o desenvolvimento do potencial caruaruense. Ele cita (ANDRADE, et al. 2008) que busca avaliar os pontos fortes e fracos do ambiente interno e externo da organização e as oportunidades e ameaças do ambiente (REZENDE, 2008) também utilizou esta ferramenta de pesquisa assim como Martins (2007).

O autor justifica a escolha da pesquisa pela falta de trabalhos acadêmicos tratando da feira de artesanato de Caruaru, com o objetivo de suprir essa necessidade, por meio da criação de um banco de dados que poderá nortear futuras decisões projetuais de intervenção na feira de artesanato.

Contribuições do autor

A pesquisa da autora é bastante objetiva em seus resultados, as amostras coletadas revelaram que a ausência de artesãos que produzem bonecos de barro é uma fragilidade que ameaça a existência da feira, já que o artesanato mais procurado pelos turistas são os bonecos de barro. E por fim, Barbosa (2016) recomenda a aplicação da análise SWOT em toda a bolsa de Caruaru nos outros 12 setores para identificar possíveis problemas e assim identificar possíveis soluções. Outro aspecto importante da feira, típico da feira de Grotão, é a troca.

Segundo Braudel (1996) apud Santos (2012, p 92) é praticado desde o descobrimento do Brasil devido à falta de moeda cambial.

Figura 19: Feira de  Caruaru ao lado  da Igreja de Nossa  Senhora da Conceição  (década de 60)
Figura 19: Feira de Caruaru ao lado da Igreja de Nossa Senhora da Conceição (década de 60)

CARTOGRAFIA AFETIVA

A cartografia, diferentemente dos mapas, reproduz as transformações das paisagens através do desenho, permanece a captação de elementos que talvez não sejam possíveis de visualizar, a colocação de outras expressões de afeto, impressões pessoais e intensidades que estão no campo da subjetividade do cartógrafo. Quando Suely Rolnik (2011 p, 23) se refere à cartografia sentimental, ela retira o termo cartografia do campo da geografia e afirma que cartografia significa o registro e o acompanhamento do desenvolvimento e das mudanças da paisagem. Silveira, Freitas, Mattos (2019) utilizaram a cartografia afetiva como metodologia de estudo e aplicaram-na em projetos de espaço urbano como o caso da Rua Halfeld, em Juiz de Fora (MG), com o objetivo de provocar a sensibilidade das pessoas e reengajá-las conectar-se com o ambiente onde vive, chama a atenção para os problemas da cidade e sugere um encontro entre o indivíduo e ele mesmo.

Recursos como a cartografia afetiva facilitaram as interações e o convívio e abriram esse portal para o desenvolvimento do trabalho. O resultado reuniu elementos do imaginário das pessoas que utilizam a cidade, valorizando a arte como elemento sensibilizador e relevante para intervenção nos espaços da cidade. Resende, Alvim e Castro (2019) utilizaram a cartografia afetiva para uma análise urbana onde as relações sociais estão ligadas ao cotidiano e à morfologia da cidade.

O estudo de Paraisópolis baseou-se no conceito de cartografia afetiva, onde a experiência afetiva foi combinada com métodos visuais, análise de sentimentos e emoções em espaços públicos, neste caso em ruas e calçadas através de entrevistas, fotografias codificadas, onde o resultado permitiu a urbanista reconhecer as formas de interação e sociabilidade encontradas nos espaços urbanos. Considerando o exposto, a cartografia que abrigará essas experiências afetivas, a cidade de João Pessoa, mais precisamente a Feira Livre do Grotão, é um local muito rico onde as mais complexas descobertas nos darão suporte para propor futuras tomadas de decisão em relação às intervenções nas áreas espaciais urbanas, existentes no ecossistema justo, os sentimentos e significados e relações que emergem nas experiências praticadas serão sistematizados sob o viés sensível da cartografia afetiva.

Figura 22: Apreensão via  fotografia  de  elementos  visuais.  Fonte:  Imagem  retirada de Tese de  Doutorado (2019)
Figura 22: Apreensão via fotografia de elementos visuais. Fonte: Imagem retirada de Tese de Doutorado (2019)

ESTUDO DO

USO E OCUPAÇÃOUSO E OCUPAÇÃO

ANÁLISE DO LUGAR

Mapeamento da área

ESTUDO DE

CHEIOS E VAZIOSCHEIOS E VAZIOS

ESTUDO DA

CONCENTRAÇÃO DE PESSOASCONCENTRAÇÃO DE PESSOAS

MOBILIÁRIO URBANOMOBILIÁRIO URBANO

MAPEAMENTO DA

SITUAÇÃO ATUAL SITUAÇÃO ATUAL

DA FEIRA

CARACTERIZAÇÃO DO PUBLICO ALVO E QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO

13 entrevistados moram em Grotão, 3 em Várzea Nova, 2 em Sapé, 1 em Cabedelo Fonte: Elaborado pelo autor, 2021. Foram entrevistados 20 feirantes, sendo sete do sexo feminino e treze do sexo masculino. Os meios utilizados para chegar à feira entre quem mora na região metropolitana de João Pessoa, mais precisamente em Várzea Nova, Cabedelo e Santa Rita, são carro, ônibus, táxi e bicicleta.

Entre os feirantes que moram no bairro Grotão, alguns chegam de carro e outros a pé.

SEGUNDO BLOCO - MAPEAMENTO AFETIVO

RESULTADOS

Encontrar um motivo para ir ao Grotão só para ir e ficar lá aproveitando o tempo que passa, sem pressa é contado por um entrevistado que fala sobre o prazer do companheirismo e o sentimento de pertencimento ao espaço da feira junto com outras pessoas que o vivenciam . Essa prática, segundo Del Rio (1990) territórios comportamentais, são espaços formados por grupos e pelos usos neles incluídos e isso é evidenciado por De La Mora (2009) quando chama esses grupos, resumindo a definição em uma coletividade identificável. , interagindo e tendo objetivos comuns, esses grupos geram, consequentemente, espaços públicos que apresentam atividades específicas. Como visto anteriormente, a feira livre é um retrato das raízes culturais e da identidade do seu povo. Esses são os produtos vendidos nas barracas de ervas do Grotão da Dona Cida, comerciante há mais de 30 anos, considerada a médica da feira, natural do interior da Paraíba, que veio com a família para João Pessoa em 1978.

O que sei das minhas raízes aprendi no campo quando minha mãe fazia para nós quando eu era criança, vim de Conceição de Piancó, aqui tudo era mata, criei meus filhos à base de chá e temperos e comprei minhas coisas, pode viver." Gosto de vir porque simplesmente gosto, não sei dizer o motivo específico, passo o dia aqui conversando com os outros idosos, por enquanto não tem nenhum só eu, mas logo eles começam a chegar, fico em Colinas e você e eu ficamos aqui e vemos o tempo passar." Ele fala de José Carlos, morador de Colinas do Sul e frequentador assíduo do bairro G rotão e da feira).

Vim do interior de Pernambuco – Surubim há quinze anos, meu marido está na construção e eu estou na feira. Eu pago minhas contas com o que ganho aqui no mercado, minha esposa faz salgadinhos e eu vendo. Todos os dias estou aqui comprando, pagando e resolvendo minha vida, não preciso ir ao centro, rezando aqui, não preciso ir a lugar nenhum, se não existisse essa missa, esse lugar seria morto, eu amo esse bairro."

Ando aqui todos os dias, estou aqui todos os dias, o dia que não venho mais é porque morri (risos). Ele fala de Seu Manoel, um dos primeiros moradores do bairro Grotão.) Foto 30: Seu Manoel,.

Figura 26: Seu José  Carlos frequenta a feira  e até nos dias que não  tem feira ele vai ao  Grotão
Figura 26: Seu José Carlos frequenta a feira e até nos dias que não tem feira ele vai ao Grotão

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Mapa 1: Mapa de  Localização da área de  estudo.  Fonte:  PMJP.
Figura 1:  Fotografia  da  área de estudo Feira do  Grotão.  Fonte:  Acervo  pessoal, fev
Tabela 1:  programação de pesquisa de campo
Figura 2: Trechos do jornal a União e do Jornal Correio da Paraíba registraram o fato de 1983.
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Referências

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