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Cilene Braga (UFPA) e Maria Inês Amaro (ISCTE – IUL)

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Academic year: 2023

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SEMINÁRIO OFAP

POLÍTICAS DE FAMÍLIA EM PORTUGAL E NO BRASIL: QUADROS LEGAIS, SISTEMAS DE PROTEÇÃO E NOVOS DESAFIOS

Famílias monoparentais femininas e os desafios na conciliação trabalho - família: Portugal e Brasil

Cilene Braga (UFPA) e Maria Inês Amaro (ISCTE – IUL)

ICS-Ulisboa

15 de julho de 2019

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CONTEXTUALIZAÇÃO

Estado, Sociedade Capitalista e necessidades humanas e sociais.

Transformações societárias provenientes de processos sociais e económicos repercutem na organização e dinâmicas familiares, criam novas configurações familiares, alteram papeis tradicionalmente aceitos de homens, mulheres, crianças adolescentes e idosos no grupo familiar a na sociedade.

Realidade de Brasil e Portugal apresentam relações com similaridades – Históricos de Ditadura, dependencia economica e politicas de asteridades.

Pesquisas apontam que a condição de pobreza determina a trajetória económica e social da maioras dass famílias chefiadas por mulheres.

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CONTEXTUALIZAÇÃO DA ANÁLISE

Apresentação de notas - reflexões iniciais do Projeto de Cooperação Internacional entre a Universidade Federal do Pará – UFPA - Programa de Pós-graduação em Serviço Social –PPGSS e o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia - Instituto Universitário de Lisboa _ ISCTE -.

Pesquisa - “POLÍTICAS FAMILIARES DIRECIONADAS PARA CONCILIAÇÃO ENTRE TRABALHO PROFISSIONAL E TRABALHO FAMILIAR DA MULHER CHEFE DE FAMILIA NO BRASIL E PORTUGAL”.

Projeto com duração de 04 anos.

- Inicio em agosto de 2018.

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CONTEXTUALIZAÇÃO

Pesquisa Bibliográfica, documental (em processo), entrevistas e grupo focal

Levantamento de primeiras aproximações com a temática – 2018- 2019:

Primeiras ações:

1- Levantamento Bibliográfico – Brasil e Portugal,

2 - estudo de grupo focal – Belém-Brasil que resultou na produção de monografia de final de curso da UFPA intitulada “A CENTRALIDADE DA FAMÍLIA NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: UMA ANÁLISE DA MULHER CHEFE DE FAMÍLIA ATENDIDA NO CRAS DA ILHA DE OUTEIRO- PARÁ” finalizada.

3 - Produção de Dissertação de mestrado na UFPA – Em curso

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DEFINIÇÃO

Família monoparental – famílias composta por apenas um dos pais ( no caso da pesquisa – por mulheres), com renda maior e|ou renda única dentro da família.

Karin Wall e Cristina Lobo, fazem a distinção entre monoparentalidade tradicional e monoparentalidade por ruptura conjugal:→A monoparentalidade tradicional explica-se com base em três causas: o falecimento de um dos cônjuges, o celibato associado à procriação de filhos fora dos casamento e a ausência/emigração do cônjuge; e

→A monoparentalidade por ruptura conjugal, deve-se essencialmente às mudanças de perspectiva face ao divorcio (1996).

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FOCO DO ESTUDO

Particularmente, no caso das famílias monoparentais chefiadas por mulheres em situação de pobreza, no Brasil e Portugal, fica evidente a dificuldade em prover as necessidades básicas e sociais dos membros da família pela sua posição de vulnerabilidade e instabilidade nas relações sociais de trabalho, normalmente, inseridas em trabalhos precarizados e de tempo parcial.

Desse modo, a questão a ser respondida no processo de investigação diz respeito às diferenças e similitudes entre as políticas familiares de conciliação entre trabalho profissional e trabalho familiar direcionadas para a mulher chefe de família no Brasil e Portugal.

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PRIMEIROS LEVANTAMENTOS - BRASIL

No que se refere ao quantitativo de famílias chefiadas por mulheres, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, no período compreendido entre 2005 e 2015, os arranjos familiares formados por pessoas de referência sem cônjuges e com filhos, em 2005, registrava que 89%, destes arranjos eram formados por mulheres sem cônjuge e com filhos e, em 2015, os dados permanecem com pequenas variações.

Ainda, segundo o IBGE, em 2016, no Brasil, com relação ao tempo gasto com atividades domésticas não remuneradas, a média de horas das mulheres dedicadas aos afazeres domésticos era de 20 horas semanais e para os homens a estimativa era de 11 horas semanais.

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PRIMEIROS LEVANTAMENTOS - BRASIL

No Brasil, Santos (2008) destaca, no rol das políticas sociais direcionadas para famílias, as seguintes políticas: 1) Políticas de conciliação entre família e trabalho como: a) Licença maternidade e, b) Sistema de Educação Infantil (Creches e Ensino Pré-escolar); 2) Programa de Transferência de Renda Bolsa Família; 3) Políticas de Emprego e Formação (Seguro desemprego e Auxílio desemprego);

4) Políticas de Saúde (Programa Saúde da Família (PSF) Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) e Políticas de Moradia; 5) Políticas de Equidade de Gênero (Delegacia de Atendimento a Mulher, Casas Abrigos e Centro de Referência Social da Mulher e Assistência Social (CREAS e CRAS).

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PRIMEIROS LEVANTAMENTOS:

PORTUGAL

Segundo o CENSO de Portugal de 2011, do total de núcleos familiares monoparentais (ou seja, família que integra apenas um dos progenitores) no país, 87% deles eram formados por mães com filhos e apenas 13% formados por pais com filhos.

De acordo com o estudo, Os Usos do Tempo de Homens e Mulheres em Portugal, entre 2015 e 2016, as mulheres gastavam com trabalhos domésticos 24 horas semanais e os homens dispendiam 12 horas semanais.

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PRIMEIROS LEVANTAMENTOS

Ademais, vale ressaltar que os Programas de Transferência de Renda existentes em vários países, como Portugal e no Brasil, como orienta os organismos internacionais como o BID e Banco Mundial, são focalizados na corresponsabilidade das famílias beneficiárias e tm como condicionalidades ações de saúde e educação como por exemplo: o Bolsa Família no Brasil e o Rendimento Social de Inserção em Portugal.

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A REALIDADE DAS FAMÍLIAS CHEFIADAS POR

MULHERES EM BELÉM – ESTUDO COM MULHERES MORADORAS DA ILHA DE OUTEIRO - BPF

O presente trabalho apresentou um estudo sobre a realidade de mulheres chefes de família, com ou sem cônjuge, em situação de descumprimento às condicionalidades do Programa Bolsa Família (PBF)1, que foram atendidas no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), no distrito de Outeiro, município de Belém.

Contextualização da realidade onde moram:

Segundo o Diagnóstico Socioterritorial do Município de Belém (2015) 10 , a territorialidade de Outeiro está composta por um arquipélago constituído pelas ilhas de Caratateua, Itatuoca, Santa Cruz, Coroinha Nova, Urubuoca, Paquetá, Paquetá Açu, Patos, Nova Mirim, Jararaca, Jaraquinha, Redonda, Longa, do Bonfim da Barra, do Cruzador, Fortinho, Marineira, Murutura e Paulo da Cunha. As ilhas de Caratateua ou Outeiro, como é popularmente mais conhecida, é uma ilha banhada pela Bahia do Gajará por águas doces, turvas, de característica barrenta, provenientes da baía do Guajará.

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PONTE PARA CHEGADA

NA ILHA DE

OUTEIRO

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ILHA DE OUTEIRO

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OUTEIRO

Realidade marcada por alto indice de pobreza e falta de saneamento

básico

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Tem como principais atrativos turísticos suas praias, entre as quais a Praia do Amor, Praia Grande e Praia da Brasília. Sua orla é em sua maior parte urbanizada, contando com várias barracas que servem frutos do mar em geral e bebidas diversas.

Desde 1994, constitui sede do Distrito Administrativo de Outeiro (DAOUT) cuja população, em 2010, era de aproximadamente 38.731 habitantes, sendo 19.472 homens e 19.259 mulheres, distribuídos em uma área total de 110,26 km. Atualmente, a ilha de Outeiro comporta pouco mais de 100 cem mil habitantes e sua infraestrutura ainda é praticamente a mesma há mais de 30 anos, sendo composta por oito bairros: São João do Outeiro, Água Boa, Fama, Brasília, Itaiteua, Fidelis, Tucumaeira, Água Cristalina e Água Boa I e II.

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Escolha da cidade - Segundo o Diagnóstico habitacional de Belém (2014) Outeiro está localizada em um assentamento precarizado, onde este território está entre os 50% mais precários do Município Belém.

Forma de seleção das famílias: Atendidas no CRAS outeiro e em situação de descumprimento das condicionalidades.

Advertência: A família é comunicada de que algum integrante deixou de cumprir condicionalidades, mas não deixa de receber o benefício; 2) Bloqueio: O benefício fica bloqueado por um mês, mas pode ser sacado no mês seguinte junto com a nova parcela; 3) Suspensão: O benefício fica suspenso por dois meses, e a família não poderá receber os valores referentes a esse período; 4) Cancelamento: A família deixa de participar do PBF.

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QUESTÕES MAIS PRESENTES:

CRAS – Assistência Social - monitoramento

alunos que faltam a aula pela precariedade nos transportes coletivos (escassez), e em contrapartida existe em uma das escolas um ônibus escolar que fica exposto no pátio escolar quase sem uso mesmo este estando funcionando perfeitamente.

As maiores dificuldades encontradas nos processos de monitoramento: a extensão do território, a localização das residências (endereços inconsistentes – mudanças constantes das famílias), a ausência de comprometimento de algumas instituições (no caso, a escolar – gestão da prefeitura – rede de apoio frágil).

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Forma de coleta de dados: Vivência de estágio ( Serviço Social), levantamento de dados de 12 famílias chefiadas por mulheres – provedora principal), grupo focal, ensaio fotográfico, maior aproximação dos investigadores e técnicos do CRAS com as famílias.

Em relação à faixa etária das idades das mulheres entrevistadas a maioria, ou seja, quase 50% tem idade igual ou superior a 30 anos.

Em relação ao estado civil das mulheres entrevistadas, a pesquisa revelou que, apesar ser considerável o número de mulheres sem cônjuge, o número de mulheres provedoras de família com cônjuge é superior. Esse dado, confrontado com informações das atividades anteriores demonstram que o papel social do trabalho doméstico destinado às mulheres é muito forte nessa realidade, considerando que, mesmo com a presença de um cônjuge, elas assumem essa responsabilidade.

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DADOS LEVANTADOS – ESTUDO FOCAL

66% das mulheres entrevistadas relataram que contam com a ajuda da família em especial das suas mães, a avó materna, além da ajuda de vizinhos no que cerne o cuidado com os filhos.

No que concerne à ajuda financeira e/ou complemento de renda além do PBF, evidencia-se a contribuição de aproximadamente 31%

dos genitores das mulheres, particularmente da mãe da mulher entrevistada. Além disso, 66% das entrevistadas afirmaram ter outra fonte de renda oriunda de algum tipo de trabalho autônomo. Ressalta- se que não se ouviu relatos de algum trabalho formal,

a maioria das entrevistadas declararam receber o PBF há mais de 10 (dez)

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PERSPECTIVAS - SONHOS

Mesmo com a baixa escolaridade, o desejo de concluir os estudos, obter formação profissional e conseguir um emprego formal somam 50% entre aquilo que as entrevistadas consideram como realização pessoal. Estas realizações, segundo elas, contribuem diretamente para alcançar outras como: criar e investir na educação dos filhos e comprar ou construir uma casa própria (29%).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pereira (2010) chama atenção para a redescoberta da família como “agente privado de proteção social” que seria uma espécie de substituto do Estado na provisão de bens e serviço sociais básicos e aponta preocupações para os “perigos” e

“falácias” que envolve esta redescoberta.

Embora a família tenha se constituído tema de interesse cientifico e acadêmico, como diz a autora, “não há propriamente uma política de família em muitos países capitalistas centrais – e muito menos nos periféricos, como o Brasil” (PEREIRA, 2010, p. 27). No caso brasileiro, como afirma Pereira (2010), a família sempre foi

“identificada como um dos mais antigos e autônomos provedores informais de bem-estar – ao lado da vizinhança e dos grupos de amigos próximos” (PEREIRA, 2010, p. 36).

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Diante deste contexto, Mioto (2010) coloca a exigência de pensar a família como um fenômeno plural no quadro das políticas que vai muito além dos arranjos informais de provisão social e sinaliza a necessidade de se refletir sobre a inter-relação entre família e Estado. Para Alencar (2010), no caso da realidade brasileira, identifica-se uma tendência de resolver na esfera privada questões de ordem pública.

Na ausência de direitos sociais, é na família, que os indivíduos tendem a buscar recursos para lidar com situações adversas.

“Dessa forma, as mais diversas situações de precariedade social, desemprego, doença, velhice, encaradas como dramas da esfera privada, tenderam a ser solucionadas na família, como responsabilidades de seus membros. Na maioria das vezes, a responsabilidade recai sobre as mulheres, tornando-as responsáveis pelo cuidado dos filhos menores, idosos, doentes e deficientes, sobrecarregando-a ainda mais, considerando-se que grande parte das famílias são chefiadas por mulheres” (ALENCAR, 2010, p. 64).

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FOTÓGRAFO ARMIM MATHIS –

CIENTISTA SOCIAL – PROFESSOR UFPA

 Ensaio fotográfico

 Mulheres inseridas no PBF –

Brasil

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 Obrigada

 Cilene@ufpa.br

 Ines_Amaro@iscte-iul.pt

Referências

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