Combate às enchentes no município de Santo André/SP: caracterização socioambiental do problema e subsídios aos atingidos no planejamento de ações de defesa civil. 39 Foto da ponte de pedestres entre Santo André e São Bernardo junto a um núcleo não regularizado em área pública de Santo André 122 40 Foto de parte do tanque de contenção Bom Pastor construído pela PMSA 123 41 Foto do tanque de contenção do DAEE , em Bairro Bom Pastor 123 42 Gráfico da população atingida por enchentes no Bairro Bom Pastor segundo frequência de ocorrência quando há chuvas intensas 124 43 Gráfico da população atingida por enchentes no Bairro Bom Pastor 125 44 Mapa das áreas sujeitas a enchentes às margens do Córrego dos Meninos no Bairro Bom 47 Gráfico da distribuição dos entrevistados 130 48 Gráfico do percentual de moradores apurado por tempo de residência no mesmo.
56 Gráfico das ações de evacuação atingidas 139 57 Gráfico da quantificação dos danos na percepção dos atingidos 140 58 Tabela da distribuição das piscinas no ABC 149 59 Tabela resumo da relação custo-benefício obras de drenagem realizadas em Município de Santo André de 1997 a 2006 pela Semasa 159 60 Gráfico mostrando o índice acumulado de chuvas e o número de enchentes por ano 159. 8 UM ESTUDO DE CASO DE INUNDAÇÃO EM SANTO ANDRÉ: SOFRIMENTO SOCIAL Segundo os atingidos 112.
O risco existente 20
A conexão da vulnerabilidade das áreas urbanas aos perigos naturais de inundação, somada à modificação mais ampla do território - incluindo, por exemplo, o descarte inadequado de resíduos sólidos em nascentes e sistemas de drenagem - gera danos em contingentes humanos significativos, afastando a cidade do do estado de normalidade – ou seja, das rotinas às quais os diversos agentes se adaptaram – a ponto de esses danos serem considerados desastres. O noticiário nacional, relatando os acontecimentos do período chuvoso de 2007, nos mostra a situação crítica que se encontrava em Belo Horizonte, Sul de Minas, Petrópolis, várzea fluminense no Rio de Janeiro, sul do Espírito Santo, além das enchentes. do Rio São Paulo, Francisco e do Estado de São Paulo na região central e na região metropolitana, gerando um número significativo de pessoas afetadas por enchentes e deslizamentos de terra. Percebe-se que o país apresenta uma significativa vulnerabilidade a eventos perigosos, o que requer reflexão sobre as diferentes estratégias que os municípios adotam no enfrentamento do fenômeno para conseguir a redução do número de pessoas acometidas.
Os gráficos a seguir apresentam os resultados dos diferentes planos preventivos implementados nos períodos de verão, que correspondem ao período chuvoso, no estado de São Paulo, pelo CEDEC-SP (Coordenação de Defesa Civil do Estado de São Paulo). Vê-se que as inundações e inundações são as causas da perda de vidas em um período de chuvas normais como o verão de 2006-2007 em comparação com o verão anterior, quando o índice de chuvas estava acima da média.
Impactos devido à urbanização 28
Caso os perigos se estabilizassem, a expansão dos fatores que alteram o território, ao invés de ampliar seu espectro e gravidade, seria por si só alarmante, já que cerca de 87% da população brasileira vive em cidades, o que traduz um processo complexo em uma solução habitacional, na profissão, que é menos suscetível a inundações. Como muitos outros, o município de Santo André no estado de São Paulo está localizado em uma das regiões mais dinâmicas do país e também se tornou suscetível a inundações em um exemplo paradigmático da situação acima e, portanto, é escolhido como objeto de este estudo.
Objetivo Central 32
A pesquisa documental irá sintetizar a história recente das enchentes em Santo André utilizando registros e documentos da Diretoria de Proteção Civil do Município de Santo André e autoridades afins para contextualizar a pesquisa. Embora a constituição do município de Santo André seja relativamente recente e remonte a 1938, a formação e ocupação de seu território se deu no início do processo de colonização paulista. Nele, constatamos que o município de Santo André é um dos maiores produtores de riquezas do país, acima de grandes municípios com características industriais como Osasco e Sorocaba.
A missão da Defesa Civil de Santo André é se solidarizar com a população que, juntamente com os atingidos, enfrenta a transição do desastre para sua mínima normalização. Fluxograma demonstrativo da política pública adotada para a execução da defesa civil de Santo André (fonte: SEMASA DDC, 2007). Estudos realizados pela Defesa Civil de Santo André durante a implantação dos planos preventivos tanto de enchentes quanto de secas constataram mudanças no comportamento do microclima.
Para a Proteção Civil de Santo André, uma forma de colmatar a falta de comunicação com a sociedade em risco passa por atividades educativas dentro das escolas, estabelecendo parâmetros adequados de comunicação e resposta para que a comunidade se aproxime dos conceitos de risco, diminuindo o ruído da comunicação. Hoje, o principal objetivo do NUDEC é a prevenção de acidentes e, para atingir plenamente esse objetivo, a partir de 2005, ele está se expandindo para toda a população do município de Santo André. 8 UM ESTUDO DE CASO DE INUNDAÇÃO NA CIDADE DE SANTO ANDRÉ: SOFRIMENTO SOCIAL SEGUNDO OS AFETADOS.
Os estudos realizados pela Defesa Civil de Santo André em resposta às enchentes mostraram quais bacias estavam mais comprometidas e vulneráveis às inundações causadas pelo transbordamento dos principais córregos que cortam a cidade. Este ano consecutivo, o município de Santo André sofreu com enchentes nas várzeas do Tamanduateí, Ribeirão dos Meninos e Córrego Oratório. Sua localização é no eixo do Córrego dos Meninos, entre São Bernardo do Campo e Santo André, o que facilitou a construção de casas e indústrias que serviam de ligação de São Bernardo à ferrovia no município de Santo André.
Como muitos locais próximos a rios e com construção urbana semelhante, tanto no município de Santo André quanto no restante da região. Um levantamento feito na área em 2001 pela Proteção Civil de Santo André nos fornece dados como o apresentado a seguir no gráfico da Figura 42, que mostra a periodicidade das enchentes durante o verão (período de maior pluviosidade na região sudeste região). Uma análise comparativa do mapa de risco de enchentes no município de Santo André para os anos de 2001 a 2006 permite afirmar que o problema das enchentes vem se agravando ano a ano, mesmo com investimentos de mais de R$ 20 milhões no sistema de drenagem na cidade nos últimos cinco anos (SEMASA, 2007).
Tabela resumo da relação custo-benefício das obras de drenagem realizadas no município de Santo André de 1997 a 2006 pela SEMASA.
Objetos específicos 32
Justificativa 32
Uma forma de contribuir é focar na interpretação em forma de estudo de caso de uma realidade social em uma localidade inserida em uma região dinâmica do país, Santo André, próxima à capital paulista. Justamente por ser dinâmico, o município de Santo André é referência para formas de produção de riqueza econômica que se confundem com desenvolvimento, tornando-se, assim, modelo para outros municípios que erroneamente pensam em intensificar o uso de sua base biofísica e se tornam, eles também são suscetíveis a desastres relacionados a enchentes ou inundações. Erros históricos podem ser replicados em outras regiões, repetindo uma forma falha de urbanização, como a criação de marginais e moradias em áreas de várzea, onde também faltam políticas públicas de atendimento efetivo aos atingidos.
Note-se que um município como Santo André, dinâmico do ponto de vista econômico, parece ser bem-sucedido em sua política pública, o que provavelmente o torna referência em termos de urbanização para o resto do país e, neste sentido, replica os equívocos que tem neste processo de urbanização, cujas consequências são desastrosas. Assim, ao criticar o processo de avaliação de danos sob a ótica dos moradores e comerciantes atingidos - sinalizando tanto a inadequação das políticas públicas quanto os desafios da estrutura e dinâmica do espaço urbano - queremos chamar a atenção para os erros que não são apenas contribuir para subsidiar mudanças nas práticas territoriais no município de Santo André/SP, mas em outras áreas que referenciam tais práticas para a produção social do lugar.
A área de estudo 34
As planícies de Santo André foram rapidamente ocupadas pela população para plantações e posteriormente, com a passagem da ferrovia, tornou-se o centro da região. O centro histórico da já famosa cidade de Santo André começou a se formar em torno da estação ferroviária de São Bernardo, como era conhecida em 1867. Os dados mostram que o município de Santo André se equipara aos municípios da região metropolitana, principalmente aos municípios de São Paulo e São Bernardo tanto nos processos econômicos de formação industrial e comercial, na ocupação do solo, na implantação da população pobre.
A oportunidade de estudar as inundações em Santo André se dá pelo fato de o processo de alocação ser padrão semelhante aos demais municípios da região metropolitana de São Paulo. Na medida em que os problemas associados aos desastres de inundação no município de Santo André fazem parte da estrutura histórica e na medida em que o contexto ambiental em um futuro próximo, com eventos extremos relacionados às mudanças climáticas, é passível de agravar esses problemas, a gravidade de. Portanto, um estudo de caso no município de Santo André, com foco em tais grupos, pode contribuir para o debate, principalmente aquele que enfoca a escala do município onde o cidadão vive, sofre e pode participar mais diretamente de políticas que reflitam sua realidade .
O alarme solidário faz parte do plano operacional para as chuvas de verão no município de Santo André e tem caráter preventivo durante o período de alta pluviosidade, que vai de novembro a março. Os gráficos e tabelas do Anexo 7 mostram a variação das enchentes em Santo André desde 2001. Os resultados mostram que os moradores desacreditam das medidas municipais de combate às enchentes no município de Santo André e nesse sentido sugere-se que sejam discutidas previamente com os atingidos as medidas estruturais e não estruturais que podem ser tomadas pelas diferentes autoridades.
