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Academic year: 2023

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CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO

INQUÉRITO CIVIL Nº 000174-200/2016 DECLÍNIO DE ATRIBUIÇÃO

PROCEDÊNCIA: 2º PJ DE DIREITOS CONST. FUND. E DEF. PAT. PÚB. e da MOR. ADM – DE ANANINDEUA

ASSUNTO: TRATA-SE DE APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES NO TOCANTE A SUPOSTO DESVIO DE VERBA PÚBLICA DO PROGRAMA PROJOVEM URBANO, RELATIVO A CONVÊNIOS CELEBRADOS ENTRE A SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ANANINDEUA/PA – SEMED COM A ENTIDADE DENOMINADA ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA (ABRADESA).

CONSELHEIRA RELATORA: MARIA DO SOCORRO MARTINS CARVALHO MENDO

INQUÉRITO CIVIL. DECLÍNIO DE ATRIBUIÇÃO. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE). PROGRAMA NACIONAL DE INCLUSÃO DE JOVENS (PROJOVEM URBANO).

APURAÇÃO DE DESVIO/MALVERSAÇÃO DE VERBA DE NATUREZA FEDERAL MEDIANTE CONVÊNIOS SEM A PRÉVIA INCORPORAÇÃO AO PATRIMÔNIO DO ENTE CONVENIADO, QUAL SEJA, A SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ANANINDEUA/PA.

APLICAÇÃO DO ENUNCIADO Nº 208 DA SÚMULA DO STJ E DA JURISPRUDENCIA PÁTRIA EM SITUAÇÓES ANÁLOGAS.

I) Trata-se de Inquérito Civil instaurado para apurar possíveis irregularidades no tocante a suposto desvio de verba pública federal ou sua malversação de recursos financeiros oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) referentes ao Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem Urbano), relativo a convênios celebrados

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CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO

com a entidade denominada Associação Brasileira de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (ABRADESA), um celebrado no ano de 2013 (Convênio Nº 005/2013/NJ/SEMED) no importe de R$ 744.872,00 (setecentos e quarenta e quatro mil, oitocentos e setenta e dois reais), e outro celebrado em 2015 (Convênio Nº 006/2015/NJ/SEMED), no importe de R$1.199.249,48 (um milhão, cento e noventa e nove mil duzentos e quarenta e nove reais e quarenta e oito centavos).

II) O Programa ProJovem Urbano tem como finalidade principal a formação integral e a inclusão social de jovens entre 18 e 29 anos, por meio da conclusão do ensino fundamental, da qualificação profissional e do desenvolvimento de experiências de participação cidadã. Os recursos do programa podem ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios, transporte, distribuição de material escolar e pagamento de pessoal

III) Em ambos os convênios restaram demonstrados nas respectivas cláusulas 11.2 que os recursos remetidos pelo Poder Público Federal não foram incorporados ao ente conveniado, qual seja a Secretaria Municipal de Educação de Ananindeua/PA.

IV) A Promotoria de Justiça de origem se manifestou pelo arquivamento do feito por entender ter o presente procedimento extrajudicial ter atingido seus objetivos e esgotado seu objeto.

V) Por se tratar a investigação acerca da utilização de verba de origem federal, sem a prévia incorporação ao patrimônio do ente conveniado realizam ocorre o fenômeno da vis atrativa para a fiscalização contábil e atuarial por parte do Tribunal de Contas da União.

VI) Desta forma deve ser aplicado a situação em comento o Enunciado de Nº 208 as Súmula do STJ bem como da Jurisprudência pátria acerca de situações análogas que conferem competência à Justiça Federal processar e julgar gestores públicos por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.

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CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO

DISPOSITIVO

Ante o exposto, esta Conselheira Relatora manifesta-se pelo DECLÍNIO DE ATRIBUIÇÃO, procedendo-se a remessa dos autos ao Ministério Público Federal, dando-se conhecimento da remessa ao Órgão de execução de origem, nos termos do que dispõe o art. 1º, da Resolução nº 002/2015 que alterou os artigos 1º e 2º, da Resolução nº 005/2014, ambas deste Egrégio Conselho Superior.

Belém (PA), 14 de abril de 2021

MARIA DO SOCORRO MARTINS CARVALHO MENDO Procuradora de Justiça / Conselheira Relatora

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CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Egrégio Conselho Superior do Ministério Público, Nobre Presidente,

Ilustres Pares, EXPOSIÇÃO DOS FATOS

Trata-se de Inquérito Civil instaurado para apurar possíveis irregularidades no tocante a suposto desvio de verba pública federal ou sua malversação de recursos financeiros oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) referentes ao Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem Urbano), relativo a convênios celebrados entre a Secretaria Municipal de Educação de Ananindeua/PA– SEMED com a entidade denominada Associação Brasileira de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (ABRADESA), um celebrado no ano de 2013 (Convênio Nº 005/2013/NJ/SEMED) no importe de R$ 744.872,00 (setecentos e quarenta e quatro mil, oitocentos e setenta e dois reais), e outro celebrado em 2015 (Convênio Nº 006/2015/NJ/SEMED), no importe de R$1.199.249,48 (um milhão, cento e noventa e nove mil duzentos e quarenta e nove reais e quarenta e oito centavos).

A Promotoria de Justiça de origem se manifestou pelo arquivamento do feito por entender ter o presente procedimento extrajudicial ter atingido seus objetivos e esgotado seu objeto.

Recebidos os autos na Secretaria do CSMP, foram distribuídos, cabendo a esta Conselheira Relatora o exame e manifestação.

É o Relatório.

V O T O

Tendo em vista todas as informações constantes nos autos, é forçoso declinar a remessa do feito ao Ministério Público Federal para que aquele Parquet prossiga nas investigações.

Isto porque versa o presente apuratório acerca de suposta malversação de recursos financeiros oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) referentes ao Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem Urbano), ou seja verbas encaminhadas pela União, de natureza federal, com suposta usurpação ou utilização de forma irregular sem ter havido a prévia incorporação ao patrimônio do ente conveniado.

O Programa ProJovem Urbano tem como finalidade principal a formação integral e a inclusão social de jovens entre 18 e 29 anos, por meio da conclusão do ensino fundamental, da qualificação profissional e do desenvolvimento de experiências de participação cidadã. Os recursos do programa podem ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios, transporte, distribuição de material

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escolar e pagamento de pessoal e por serem de origem federal realizam a vis atrativa para fiscalização contábil e atuarial por parte do Tribunal de Contas da União.

No caso em tela ora analisado, observa-se que em ambos os convênios restaram demonstradas nas respectivas cláusulas 11.2 que os recursos remetidos pelo Poder Público Federal não foram incorporados ao ente conveniado, qual seja a Secretaria Municipal de Educação de Ananindeua/PA, como se pode demonstrar abaixo:

1) Convenio Nº 005/2013/NJ/SEMED

(...)

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2) Convenio Nº 006/2015/NJ/SEMED

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Desta forma, ao caso em tela ora analisado, a fixação da competência para ajuizamento de possível ação civil pública de improbidade administrativa ou ação de ressarcimento ao erário será da Justiça Federal, recaindo ao Parquet Federal a sua atribuição constitucional de acompanhamento e fiscalização do presente procedimento extrajudicial em observância o princípio do Promotor Natural, ex vi:

SUMULA 208 - STJ

Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.

Auxiliando a interpretação do referido enunciado sumular, nos valemos do escólio de Mario Pazzaglini Filho que assim se manifestou em sua obra:

``Será da Justiça Federal, caso a verba desviada esteja sujeita ä prestação de contas perante órgão federal (Súmula 208 do STJ). E da Justiça Estadual na hipótese contrária, vale dizer, quando a verba federal desviada tenha sido transferida e incorporada ao patrimônio municipal (Súmula 209 do STJ)``

(PAZZAGLINI FILHO, Marino. Lei de improbidade administrativa comentada. 6 ed.

São Paulo: Atlas, 2015. P. 223).

Desta forma, para delimitação da competência em investigações envolvendo supostas malversações de verbas públicas, deverá ser observado a quem caberá a análise da prestação de contas dos valores repassados pela União. Se essa prestação de contas for de atribuição do Tribunal de Contas da União, restará fixada a competência da Justiça Federal.

De outra banda, caso caiba a fiscalização ao Tribunal de Contas do Estado ou ao Tribunal de Contas dos Municípios, o dever de verificar a coerência e adequação das contas, recairá a competência para processar e julgar o ato de improbidade administrativa a Justiça Estadual.

A Jurisprudência pátria assim tem se manifestado acerca da competência para julgamento de ações de improbidade administrativa decorrentes de verbas repassadas pela União:

``1. A jurisprudência é pacífica no sentido de que as causas que envolvam recursos públicos federais repassados aos estados, DF e municípios e sujeitos a prestação de contas perante órgão federal devem ser processadas e julgadas perante a Justiça Federal (Súmulas N 208 e 209 do STJ).

2. Necessidade, antes de se concluir pela competência ou incompetência do Juízo agravado, de intimação dos entes federais possivelmente interessados no feito

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(Tribunal Regional Federal da 1 Região; 3 Turma; Agravo de Instrumento 0039350- 73.2013.4.01.0000; Relator Juiz Federal Convocado Guilherme Mendonça Doehler; DJF1 06/07/2017)

No mesmo sentido se manifestou o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Piauí:

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Ante o exposto, esta Conselheira Relatora manifesta-se pelo DECLÍNIO DE ATRIBUIÇÃO, procedendo-se a remessa dos autos ao Ministério Público Federal, dando-se conhecimento da remessa ao Órgão de execução de origem, nos termos do que dispõe o art. 1º, da Resolução nº 002/2015 que alterou os artigos 1º e 2º, da Resolução nº 005/2014, ambas deste Egrégio Conselho Superior

É como Voto.

Belém (PA), 14 de abril de 2021.

MARIA DO SOCORRO MARTINS CARVALHO MENDO Procuradora de Justiça / Conselheira Relatora

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Referências

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