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CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO IDENTITÁRIO DA CRIANÇA NEGRA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

OBSERVATÓRIO DA INCLUSÃO E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO – DIVERSIFICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM INCLUSÃO E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO

LUCIANA MARQUES DA PAZ DA SILVA

CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO IDENTITÁRIO DA CRIANÇA NEGRA

SANTO ANTÔNIO DE JESUS 2020

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LUCIANA MARQUES DA PAZ DA SILVA

CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO IDENTITÁRIO DA CRIANÇA NEGRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Inclusão e Diversidade na Educação, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, como requisito para obtenção do grau de Especialista em Inclusão e Diversidade na Educação.

Orientador/Orientadora: Prof.(ª). Ana Paula Inacio Diório

SANTO ANTÔNIO DE JESUS 2020

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Luciana Marques da Paz da Silva

CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO IDENTITÁRIO DA CRIANÇA NEGRA

Santo Antônio de Jesus – Ba, aprovada em 10 de julho 2020

Banca Examinadora

__________________________________________

Prof. (a) orientadora Ana Paula Inacio Diório

___________________________________________

Maíra Lopes dos Reis

____________________________________________

Priscila Brasileiro da Silva Nascimento

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 5

CAMINHO METODOLÓGICO ... 7

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ... 9

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 15

REFERÊNCIAS ... 17

ANEXOS ... 19

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SILVA, Luciana Marques da Paz da. CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO IDENTITÁRIO DA CRIANÇA NEGRA (19 f.) 2020. Trabalho de Conclusão do Curso em Inclusão e Diversidade na Educação – Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Santo Antônio de Jesus, 2020.

INTRODUÇÃO

A presença de personagens negros na literatura infantil não dá conta da valorização estética e da cultura negra. De acordo com Santos (2016, p.3), “a literatura brasileira, historicamente, sempre esteve contaminada por traços brancos e europeus, fortalecendo o estereótipo, a segregação e racismo”. Essa questão contribui para que a criança negra crie estigmas negativos com relação ao seu pertencimento racial e desenvolva-se através de imagens retorcidas de papéis e lugares limitados pela cor da pele ou de sua aparência.

O fortalecimento da identidade negra perpassa pela aceitação da corporeidade e estética de seu pertencimento racial que, na maioria das vezes, sofre retaliações que são justificadas por padrões de branqueamento instituídos na sociedade brasileira. Segundo, Andrade (2005), a criança negra precisa de referências articuladas a valores considerados positivos com relação ao seu pertencimento racial para a autoafirmação de sua identidade etnicorracial. Dessa maneira, é necessário que os personagens contidos nas literaturas infantis apresentem características positivas do/a negro/a e da sua estética.

A contação de histórias na sala de aula é um instrumento capaz de favorecer, de forma relevante, o desenvolvimento de diversas linguagens nas crianças e também contribui para o seu desenvolvimento como ser humano sociável. Portanto, de acordo com (Cargnelutti, 2014) a contação de história deve servir como um instrumento formativo do leitor crítico desde a educação infantil, de modo que além de decifrar e codificar palavras a criança irá estabelecer relações entre as informações que o farão ampliar as possibilidades de ler o mundo. Dessa maneira, a contação de histórias deve ser iniciada desde a Educação Infantil, com o objetivo de formar leitores/as críticos/as que se autovalorizem com a mesma intensidade que valorizam a identidade do outro, Silva Et al (2011, p.289) corrobora com essa questão quando diz que

“[...] o trabalho com a literatura infantil, a nosso ver, possui papel formador na personalidade da criança, pois tem o objetivo de constituir cidadãos críticos e reflexivos, que possam transformar a realidade em que vivem”.

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Contudo, a quase inexistência de personagens negros nos contos clássicos e, as imagens distorcidas dos negros em algumas obras literárias, reforçam, muitas vezes, a baixa autoestima do/a aluno/a negro/a e é neste momento que a mediação e as demais estratégias metodológicas usadas pelo/a professor/a podem reverter essa situação, tanto levando literaturas infantis que enfatizam o protagonismo negro, como mediando situações de valorização do fenótipo negro, fazendo com que as crianças negras tenham o reforço da sua autoestima com relação a sua cor, seu cabelo e seu pertencimento racial, ainda tão depreciado nos meios midiáticos e nos demais espaços sociais racistas.

O racismo é uma construção social ideológica que se estruturou no Brasil, durante e após a escravidão e perdura até os dias de hoje, segundo Almeida (2018, p. 38) "o racismo é uma decorrência da própria estrutura social, ou seja, é o modo "normal" com que se constituem as relações políticas, econômicas, jurídicas e até familiares, não sendo uma patologia social e nem um desarranjo institucional”.

O interesse pela temática partiu da atuação dessa educadora/pesquisadora, em um período de um ano, como docente na Educação Infantil, da percepção de que as crianças brancas nessa faixa etária já apresentam um sentimento de preconceito e discriminação racial contra as crianças negras. Diante dessa realidade, surge-se a necessidade da implementação de uma proposta pedagógica que contribua para o fortalecimento identitário das crianças negras e para combater o preconceito e a discriminação racial no âmbito educacional e social, nesse viés a contação de história pode e deve ser utilizada com estes fins.

Pautado no exposto acima, este trabalho buscou responder ao seguinte questionamento: Como a contação de histórias, no contexto da Educação Infantil, pode contribuir para o fortalecimento identitário das crianças negras? Para responder essa questão delineou-se como objetivo geral analisar como a contação de histórias tem sido utilizada nas salas de aula, ou seja, se tem funcionado como estratégia metodológica para o fortalecimento identitário da criança negra da Educação Infantil. Como desdobramento, pretendeu-se verificar como os/as professores/as realizam a contação de histórias no cotidiano escolar;

identificar quais são as obras literárias de escolha preferida pelos/as professores/as e alunos/as; instigar os/as professores/as a utilizar literaturas que apresentem o protagonismo negro a fim de elevar a autoestima das crianças negras.

A Lei 10.639/2003 estabelece que as instituições de ensino, gestores e professores devem munir-se de orientações, princípios e fundamentos para o planejamento e execução do conteúdo de matriz africana dentro da sala de aula (BRASIL, 2003). Portanto, se o professor é

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parte da escola, a responsabilidade pela capacitação profissional continuada é também compartilhada com a escola.

Segundo Gomes (2016 p. 46) “mais do que simplesmente apresentar aos alunos e às alunas dados sobre a situação de discriminação racial e sobre a realidade social, política e econômica da população negra, a escola deverá problematizar a questão racial”. Mas diante de toda situação de racismo vivido pela população negra no Brasil, com relação à educação, sabemos que a escola precisa melhorar muito sua atuação para se tornar um espaço inclusivo e antirracista.

O trabalho se encontra estruturado com uma parte introdutória, em seguida descreve o caminho metodológico, posteriormente a análise e discussão dos dados e por fim as considerações finais.

CAMINHO METODOLÓGICO

O cenário do estudo foi uma escola pública municipal, de pequeno porte, situada no município de Cabaceiras do Paraguaçu-BA, inaugurada no ano de 1994. Essa escola encontra- se estruturada fisicamente com quatro salas de aula que funcionam nos turnos matutino e vespertino, uma cozinha, quatro banheiros (dois masculinos e dois femininos), um depósito para merenda, um almoxarifado, uma secretaria e um pátio para lazer das crianças de 03 a 12 anos de idade que cursam a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental. O quadro de servidores é composto por um diretor, um porteiro, uma secretária, dois vigilantes, uma merendeira, duas zeladoras e cinco docentes do sexo feminino, das quais quatro lecionam vinte horas semanais na referida instituição e uma quarenta horas. A escola atende a um público de 94 discentes segundo dados da matrícula de 2020 disponíveis no lócus da pesquisa, distribuído em uma turma da Creche, uma turma da Educação Infantil I e uma turma da Educação Infantil II, uma turma do 1º ano, uma do 2º ano e uma do 3º ano dos anos iniciais do Ensino Fundamental.

As análises aqui apresentadas partem do relato de experiência referente à trajetória como coordenadora pedagógica na rede municipal de ensino na cidade de Cabaceiras do Paraguaçu-BA. A observação sistemática foi o principal instrumento para a coleta das informações que delimitaram a análise e discussão dos resultados.

Os colaboradores da pesquisa foram três docentes da Educação Infantil e seus respectivos alunos, sendo que as mesmas se autodeclaram negras, licenciadas em Pedagogia e

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que trabalham em diferentes segmentos da Educação Infantil. A professora da Creche possui vinte e seis anos de experiência profissional e, até o atual momento, não cursou nenhuma pós- graduação. A professora da Educação infantil I tem nove anos de experiência profissional e possui especialização em Alfabetização e Letramento e a professora da Educação Infantil II possui vinte e três anos de experiência profissional e no período da observação, estava cursando uma especialização em História e Cultura Afro-brasileira e Indígena. No período da observação, quarenta e três discentes estavam matriculados na Educação infantil, dos quais, de acordo com informações dos responsáveis contidas na matrícula de 2019, 11 eram negros, 13 pardos, 9 brancos e 10 não declararam a cor. A sala de aula e todos os sujeitos foram observados pela pesquisadora no momento da contação de histórias.

Para realizar a pesquisa, recorreu-se a uma abordagem qualitativa que permitiu a essa educadora/pesquisadora compreender como acontece a contação de histórias no contexto de ensino da Educação Infantil, a partir das ações das professoras como contadoras de histórias na sala de aula. A pesquisa intencionou relatar, a partir de uma experiência de observação sistemática realizada no ano de 2019, os elementos que são de fundamental importância para o fortalecimento identitário das crianças negras por meio da literatura infantil.

A observação foi realizada no período de cinco semanas, e foi pautada em um roteiro que contemplou detalhes importantes no momento da contação de história, tais como: título e autor da obra; ilustrações abordadas na obra; tempo utilizado; forma usada pelo/a professor/a para contar a história; ação e reação dos estudantes; perguntas ou afirmações feitas pelos alunos e pelas alunas; perguntas ou “explicações” ou apresentação feita pela professora;

recursos utilizados; tom de voz da professora; dentre outros elementos que foram surgindo no momento da observação. Aconteceu na turma da creche onde havia oito meninas e sete meninos, na turma da Educação Infantil I que tinha nove meninas e seis meninos e na turma da Educação Infantil II que tinha sete meninas e seis meninos. A pesquisadora observava uma turma por dia num tempo máximo de 30min, no total de três dias por semana, totalizando cinco observações para cada turma no período de cinco semanas.

A observação foi realizada com o objetivo de verificar como as professoras selecionam as obras literárias e se/como estas contribuem para o fortalecimento identitário das crianças negras, bem como as concepções subjacentes a este trabalho desenvolvido na escola.

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ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

O contar histórias como atividade lúdica na Educação Infantil é, na maioria das vezes, focado no estímulo à leitura, à interpretação e produção textual, mostrando o maravilhoso mundo dos livros e seus respectivos autores, no entanto, por ser um recurso pedagógico lúdico e prazeroso para as crianças, a contação de histórias deve ser usada também para combater todos os tipos de intolerâncias relacionadas ao pertencimento racial, seja ele negro, indígena, oriental e etc.

Cargnelutti (2014) nos aponta que a contação de histórias pode ser utilizada na sala de aula para a discussão de temáticas fundamentais para a formação de crianças e jovens negros.

Porém, para que isso aconteça de modo eficaz, o contador de histórias precisa organizar, com antecedência, os seus materiais didáticos e recursos pedagógicos, ter clareza e segurança no que diz respeito a articular gestos à fala. Sendo assim, é preciso romper com a tradição da exclusividade de histórias com heróis e heroínas brancas.

Numa escola de maioria negra, entre crianças e servidores que são pretos ou pardos, é preciso fazer valer a recomendação dos Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, quando afirma que o grande objetivo da Educação Infantil hoje não está mais pautado apenas no cuidar, mas em proporcionar a inserção das crianças no mundo social possibilitando o desenvolvimento da percepção do mundo, do respeito aos seus direitos e os dos outros e tanto a leitura como a ludicidade que nela se impõe favorecem isso (BRASIL, 1998).

Segundo Cargnelutti (2014) as narrativas evidenciadas por meio da contação de histórias podem contribuir para a formação identitária negra. Mas, para isso é necessário que o/a professor/a/contador/a faça a escolha das histórias partindo de uma análise crítica para que estas não venham a reforçar o preconceito e a discriminação racial dentro e fora da escola. De acordo com Carvalho (1982, p.19), “os livros de contos infantis devem ser lidos e conhecidos, mais do que qualquer outro, por aqueles que educam uma criança”.

Mediante a observação realizada no período de cinco semanas, pôde-se perceber que as professoras envolvidas, geralmente, contam as histórias no início das aulas, no momento da leitura para deleite que é a leitura realizada só por prazer, para divertir e distrair as crianças, o tempo utilizado varia em média de 10 a 30 minutos, a depender da história. Na maioria das vezes, as docentes utilizam painéis com os personagens das histórias e as próprias imagens das histórias para chamar a atenção das crianças e, esporadicamente, elas fazem uso de fantoches, dedoches, televisor e vídeo, TV confeccionada com caixa de papelão, dentre outros

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recursos para deixar as histórias mais empolgantes e atrativas para as crianças de modo a fazer jus ao que Cargnelutti (2014, p. 3) afirmou: “Um dos principais desafios do contador de histórias, por meio dos recursos que a literatura apresenta, é procurar estimular o público pela história contada e, a partir disso, atuar como um mediador entre o estudante e o prazer pela leitura e pela escrita”.

Os autores Lippi e Fink (2012) afirmam que o contato direto da criança com os livros e os mais variados meios literários são as bases para a formação do leitor. A contação de histórias além de ser um estímulo importante para a formação do leitor é capaz de despertar no educando a criticidade acerca do mundo que o cerca.

Desta forma, ao escolher a história, o/a professor/a deve definir os objetivos a serem alcançados. A história deve ser escolhida respeitando a faixa etária da criança, não pode ser muito longa, pois a capacidade de ouvir com atenção está associada com a idade em que a criança se encontra. As crianças colaboradoras dessa observação ainda não conseguem decodificar a linguagem gráfica, só conseguem fazer a leitura de imagens, identificando os personagens e recontando as histórias de acordo o seu entendimento.

Observou-se que as docentes, ao contar uma história, utilizam um tom de voz adequado, imitam as vozes dos personagens tornando as histórias engraçadas e atraentes para as crianças. No entanto, evidenciou-se que não houve uma preocupação das professoras com o debate racial nas literaturas escolhidas porque as obras não refletem questão. Notou-se que as literaturas infantis utilizadas pelas educadoras não apresentavam personagens negros, o que comprova a afirmação de Luz (2018, p.34) “a ausência de personagens negros e negras ou a sua marginalização nas histórias infanto-juvenis acarreta consequências no imaginário social, criando uma realidade distorcida e preconceituosa, mantendo uma ordem social desigual”.

Nesse sentido, é válido que a escola desenvolva um trabalho de valorização da imagem do negro, de seu corpo, de sua cultura e que esse trabalho seja vislumbrado desde os conteúdos trabalhados em sala de aula à decoração da escola, algo que ainda não acontece no lócus da pesquisa, pois observou-se que a decoração dessa escola é feita com bases raciais eurocêntricas calcadas na época colonial, inclusive no cabelo liso, confirmando o compartilhamento social dos estereótipos que inferiorizam o sujeito negro.

No momento da contação de história, as professoras sempre apresentam para os alunos o livro, o autor, a editora e o ano em que foi escrito. Esse momento é importante para que a criança se familiarize com os livros desde os primeiros anos de vida. Geralmente, nesse momento as docentes direcionam as crianças a sentarem-se no tapete formando um círculo no qual elas ficam bem próximas umas das outras, é quando acontece a socialização e a aceitação

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do outro, do diferente, porque tem alunos/as que não aceitam estar próximos a alguns colegas por questões raciais, mas nesse momento é preciso que todos/as fiquem juntos/as, conversem trocando ideias e realizem em conjunto as atividades sugeridas pelas educadoras.

As crianças, após o momento da contação de história, ficam eufóricas e ansiosas, para fazerem o reconto, é neste momento que todas querem falar ao mesmo tempo. Tudo isso, conta positivamente para ajudar a aguçar a sua curiosidade e é um formidável exercício para a sua imaginação contribuindo para agregar novos conhecimentos. Observou-se que as professoras fazem perguntas relacionadas às histórias, ouvem e respondem às perguntas das crianças. Em alguns momentos, as docentes também fazem perguntas que instigam a imaginação das crianças. Os/as alunos/alunas, por sua vez, além do diálogo, da aprendizagem pela oralidade, do desenvolvimento da capacidade de observação e de investigação, adquirem conceitos e valores para com o outro. Nesse sentido, Bettelheim (2009) adverte que:

Para que a história realmente prenda a atenção da criança, deve entretê-la e despertar a sua curiosidade. Contudo, para enriquecer a sua vida, deve estimular-lhe a imaginação: ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas emoções;

estar em harmonia com suas ansiedades e aspirações; reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, sugerir soluções para os problemas que a perturbam (BETTELHEIM, 2009,p.11).

De acordo com Vygostky (2007), as relações dos alunos com seus companheiros são decisivas para a aquisição de diversas habilidades, sem que isso comprometa a importância do professor como condutor de todo o processo de aprendizagem. Desta forma, é crucial que o docente pare para ouvir cada criança, porque cada indivíduo é único sendo que cada um deles expõem seus traumas, seus medos, dificuldades, sentimentos e afinidades.

Notou-se que as crianças gostam de pegar o livro e folhear fazendo de conta que está lendo, passando o dedo sobre as páginas da história e de desenhar no quadro os personagens e o cenário onde está sendo desenvolvida a história. Segundo Silva Et al “Nos anos iniciais, a criança está na fase dos sonhos e adora ouvir histórias que envolvam um mundo imaginário, pois assim pode fazer suposições de um mundo real. Na verdade, elas ensaiam, no mundo imaginário, situações que podem vir a ser vivenciadas na vida real”.

Desta maneira, é importante que a literatura infantil tenha imagens do negro, mas que essa imagem expresse características dos personagens negros sem estereótipos, focando na riqueza e beleza da cultura negra, Munanga (2005, p.16) relata que “Todos, ou pelo menos os educadores conscientes, sabem que a história da população negra quando é contada no livro didático é apresentada apenas do ponto de vista do “Outro”e seguindo uma ótica humilhante e pouco humana”.

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Observou-se ainda que as educadoras, em alguns momentos, procuram agregar as histórias infantis no desenvolvimento das aulas, a fim de tornar o conteúdo mais significativo, visto que a contação de histórias apresenta um panorama diferente, uma vez que, ao ouvir, a criança desperta a imaginação, as emoções, o interesse e as expectativas.

Desse modo, a criança tem mais disposição em aprender, porque ela está inserida ativamente no processo de sua aprendizagem, contudo, nesse momento observou-se que as narrativas contadas na sala de aula eram focadas no aspecto cognitivo, na acumulação de conteúdos por parte das crianças, sem considerar na mesma medida a valorização da diversidade e o respeito à diferença.

A convivência com a literatura auxilia a criança na compreensão do mundo real. O primeiro encontro com as obras literárias não exige o domínio do código escrito, pois a criança pode interagir com as histórias e interpretá-las mesmo através das suas representações, por isso que o/a educador/a deve cuidar para que as histórias a serem contadas na sala de aula, não reforcem a depreciação da imagem de crianças negras, pois segundo Gomes (2016, p.46)

“a escola, como instituição responsável pela socialização do saber e do conhecimento historicamente acumulado pela humanidade, possui um papel importante na construção de representações positivas sobre o negro e demais grupos que vivem uma história de exclusão”.

A escola é uma das mais importantes instituições sociais que desempenha um papel crucial na sociedade, mediante a formação do caráter, valores e princípios morais dos seres humanos. E, é neste contexto que se considera a Literatura Infantil como um agente formador de uma nova culturalidade, sendo o/a professor/a aquele/a que deve estar sintonizado/a com as transformações do momento presente para reorganizar seu próprio conhecimento ou consciência de mundo. No entanto, Munanga evidencia que:

[...] alguns professores, por falta de preparo ou por preconceitos neles introjetados, não sabem lançar mão das situações flagrantes de discriminação no espaço escolar e na sala como momento pedagógico privilegiado para discutir a diversidade e conscientizar seus alunos sobre a importância e a riqueza que ela traz à nossa cultura e à nossa identidade nacional (2005, p.15).

Para que a escola possa fazer o trabalho de fortalecimento identitário da criança negra dar certo por meio da literatura infantil na sala de aula, não é um processo fácil, requer uma sensibilização dos docentes acerca da existência do racismo, do preconceito e da discriminação racial na sociedade, e, além disso, um trabalho de qualificação profissional que ajude os/as educadores/as a conhecer as temáticas que abordam a história e a cultura de matriz africana para que possam conduzir um trabalho pedagógico em que as crianças negras – maioria predominante no lócus da pesquisa - conheçam e valorizem a sua história e a partir de

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cada história contada, desenvolva valores essenciais para exercer sua identidade com dignidade e plenitude em uma sociedade marcada pelas desigualdades sociais e pelo racismo estrutural.

A literatura infantil deve caracterizar-se como um instrumento para aprender e apreender num momento destinado à descoberta, à construção de conhecimentos e também é a melhor forma da criança interagir com outras realidades povoadas de sujeitos, valores e concepções diversas. Portanto, ao escolher o livro ou a história a ser contado o/a professor/a contador/a deve ter um objetivo bem definido com esta escolha, pois além de desenvolver a leitura, a história diverte, educa, instrui, socializa, desenvolve a inteligência e o senso crítico.

No cenário educacional os/as professores/as têm papel importante no processo de mudanças de comportamento racista da sociedade brasileira, independente da existência de elementos curriculares na escola que contribua para isso. De acordo com Coelho 2000, p. 29

“Isso implica em tomar a literatura como indispensável, haja vista sua força transgressora, transformadora, estética e criativa”. Para isso é indispensável que o/a professor/a possua o letramento literário a fim de escolher as literaturas que tenham sentido de pertencimento racial e de formar leitores/as críticos/as.

Mas, a responsabilidade pela formação dos/das professores/as precisa ser assumida como parte integrante do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola e efetivada pelos gestores através de parcerias e contratação de serviço especializado. A Lei 10.639/2003 ressalta a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira, propõe novas diretrizes curriculares para o estudo da História e Cultura afrobrasileira e africana. Portanto:

Diante da publicação da Lei n. 10.639/2003, o Conselho Nacional de Educação aprovou o Parecer CNE/CP 3/2004, que institui as Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro- Brasileiras e Africanas a serem executadas pelos estabelecimentos de ensino de diferentes níveis e modalidades, cabendo aos sistemas de ensino, no âmbito de sua jurisdição, orientar e promover a formação de professores e professoras e supervisionar o cumprimento das Diretrizes (CAVALLEIRO, 2005, p.19-20).

Trabalhar com histórias para uma educação antirracista, no combate ao preconceito e a discriminação racial no contexto educacional requer do/da professor/a além de formação continuada que lhe permita uma maior sensibilização acerca destes atos e da necessidade de combatê-los, disponibilidade de tempo para pesquisar as histórias que abordem a matriz africana, as quais muitas vezes não são encontradas na escola e tudo isso implica em alguns esforços por parte do/da docente e da equipe gestora e pedagógica da instituição.

Durante a observação, constatou-se que o gênero textual preferido pelas docentes, e até mesmo pelos/as alunos/as, eram os contos clássicos e as fábulas, dentre eles estavam: Os

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três porquinhos, João e Maria, Chapeuzinho Vermelho, A bela Adormecida, A cigarra e a formiga, A tartaruga e a lebre, O leão e o ratinho, Cinderela, dentre outros. Foi observado que para as educadoras a escolha destas histórias está relacionada ao fato desses gêneros textuais apresentarem uma linguagem fácil que atraia a atenção dos/as alunos/as. Pude observar que elas procuram trabalhar as histórias que transmitem ensinamentos que é o caso das fábulas e, que são animadas, para estimular o interesse das crianças em aprender.

No entanto, percebe-se que os contos clássicos, um dos gêneros textuais mais utilizados pelas educadoras, se analisados de forma aprofundada, são verdadeiras fontes perturbadoras do psiquismo infantil, pois ao mesmo tempo em que transmitem ideias de inocência, alegria e esperança instigam o ciúme, a inveja e a vingança. A hierarquia social está sempre em destaque em seus enredos, pois tanto os heróis quanto os vilões apresentados em suas histórias fazem parte da nobreza e geralmente os príncipes, as princesas, os reis e as rainhas são brancos e se enquadram nos padrões de beleza da herança da cultura europeia colonial. Desta maneira, as crianças negras não se veem nos contos de fadas, isso reforça a existência do racismo, que se materializa no preconceito e na discriminação racial, mesmo que as educadoras não estejam conscientes disso, uma vez que seu processo formativo, geralmente, não lhes possibilita essa aprendizagem.

Sobre essa questão Luz (2018) diz que:

O personagem negro vem ocupando lugar de coadjuvante nas histórias e na vida, oprimido pelas relações de poder e pelos padrões de beleza dominantes e eurocêntricos. O personagem negro foi se tornando aos poucos, na literatura infantil subserviente e conivente com os saberes dos brancos, gerando um reforço negativo dessa etnia com uma classe marginalizada e inferiorizada (LUZ, 2018, p.28).

De acordo com Luz (2018) as ilustrações dos/as personagens apresentados/as nas histórias e na vida real faz com que as crianças negras tenham rebaixada a sua autoestima com relação a sua cor e seu pertencimento racial. Assim, o imaginário infantil vai se povoando por figuras carregadas de estereótipos raciais. Percebe-se, também, que nos contos clássicos o conceito eurocêntrico de beleza está sempre associado ao bem e o conceito de feiura ao mal.

Essa questão faz com que as crianças criem estigmas negativos com relação às pessoas que não se enquadram nos padrões de beleza dos estereótipos estabelecidos pela sociedade racista.

Sendo assim, o contrário pode acontecer quando as histórias escolhidas apresentam narrativas em que as personagens negras estão em um lugar de protagonismo social e cultural.

Nesse sentido, há aqui um reforço da importância da formação do/a educador/a para o desenvolvimento de um trabalho qualificado no combate ao racismo na escola e na sociedade e na contribuição para o empoderamento da identidade de crianças negras.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao defender a utilização da contação de histórias nas salas de aula da Educação Infantil como umas das formas de combate ao racismo considera- se que ela é um instrumento pedagógico eficiente e prazeroso, pois possibilita o contato do real por meio do

“faz de conta”, favorecendo o desenvolvimento intelectual e social dos/as discentes. Nesse caso, por ser atrativo, acaba estimulando, promovendo o desenvolvimento da autonomia intelectual, tornando os alunos capazes de vivenciar análises críticas de todo o seu contexto.

No entanto, incorporar a contação de histórias como estratégia metodológica nas salas de aulas da Educação Infantil como umas das formas de combater o racismo na sociedade brasileira ainda é um desafio para os/as docentes da Educação Infantil no Brasil. Percebe-se, que esta incorporação no lócus da pesquisa está se dando de forma tímida, mas, caso os professores utilizem histórias que apresentem o protagonismo negro, poderá ser um avanço significativo na contribuição da escola para a formação identitária da criança negra.

Os objetivos do uso da contação de histórias nas salas de aulas da Educação Infantil são bastante diversos para o/a docente/contador/a e o desafio é exatamente ter critérios para a escolha das histórias que serão utilizadas, tendo que levar em consideração as mais atrativas, que despertem o interesse e a curiosidade dos alunos, e inclusive as histórias que constroem sentidos de pertencimento racial na afirmação da identidade negra e no combate a discriminação racial.

Apesar de muitas escolas ainda não contemplarem a Lei 10.639/2003 nas práticas de ensino, o/a professor/a tem autonomia para desenvolver um trabalho de valorização da cultura de matriz africana, no entanto, percebe-se que muitos/as professores/as ainda não estão preparados para trabalhar com a temática da cultura afro-brasileira na sala de aula, especialmente, com crianças pequenas. Com isso, as situações de desvalorização da população negra continuam a existir no contexto educacional. Sabemos que a Lei 10.639/03 é um avanço muito grande e importante, no entanto é pouco reconhecida e valorizada pelos/as profissionais da educação.

Por esse motivo, é necessário repensar o currículo das escolas e a capacitação dos/as professores/as, tanto os/as que estão em sala de aula quanto os/as que estão nos cargos de direção escolar, numa perspectiva de educação antirracista e inclusiva com a efetivação da Lei 10.639 e a valorização da diversidade etnicorracial e o respeito à diferença.

Comungando com a ideia de Teixeira e Bezerra (2007) percebe-se que para romper com a transmissão da cultura exclusivamente branca, ainda dominante nas escolas, é essencial

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trabalhar com um currículo multicultural pautado em um processo de construção das diferenças dentro da diversidade cultural “um currículo verdadeiramente multiculturalista é crítico, político e que prioriza a diversidade como questão essencial de uma educação que vivencia e debate problemas como o preconceito e a discriminação” (TEIXEIRA E BEZERRA, 2007, p.63).

Além dessas questões sugere-se que a direção escolar faça a adesão de obras literárias que apresentem personagens negros/as, a exemplo da lista em anexo, para que os/as professores/as possam utilizá-las com a intencionalidade de fortalecimento da identidade negra e de combate ao preconceito e discriminação racial. E para que haja a efetivação desse trabalho, eu, enquanto coordenadora pedagógica da rede municipal de ensino, pretendo desenvolver um projeto de contação de histórias focado no fortalecimento indentitário da criança negra e no combate ao racismo por meio da contação de histórias. Esse projeto será aplicado não apenas na Educação Infantil como também nos anos iniciais do Ensino Fundamental de todas as escolas do referente município.

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Silva Luizde. O que é racismo estrutural/ Belo Horizonte(MG): Letramento, 2018.

ANDRADE, Inaldete Pinheiro de. Construindo a auto-estima da criança negra. In:

MUNANGA, Kabengele (org.). Superando o Racismo na escola. 2. ed. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005.

BETTELHEIM, B. A. Psicanálise dos contos de fadas.São Paulo: Paz e Terra S/A, 2009.

BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira”, e

dá outras providências. Disponível em: Disponível

em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm . Acesso em: 18 mai. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação e Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.

Coordenação Geral de Educação Infantil. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília, DF: MEC/SEF/COEDI, 1998.

CARGNELUTTI, Camila Marchesan. Negritude em sala de aula: possibilidades da contação de histórias no contexto escolar. anais. VI VIPED Fórum Internacional Santa Maria Rio Grande do Sul, 30 de julho a 01 de agosto 2014.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura: arte, conhecimento e vida. Editora Fundação Peirópolis:

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Vivências, Frederico Westphalen, Vol. 8, n. 14, p. 20-30, maio/2012.

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LUZ, Mônica Abud Perez de Cerqueira. Representação dos personagens negros e negras na literatura infantil brasileira, São Paulo, 2018, 130f Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Nove de Julho, São Paulo. Disponivel em:

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SANTOS,

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ANEXOS

LIVROS INFANTIS COM PERSONAGENS NEGROS/AS

LIVROS AUTOR/A

A menina Inhame Wilson Marques

Pé de Goiabeira Lucimeire Aparecida Juventino Martins

Calu: uma menina cheia de histórias Cássia Valle e Luciana Palmeira

Dançando no espelho Edna Ande e Sueli Lemos

O casamento misterioso de Mwidja Alexandre Dunduro

A menina e o tambor Sonia Junqueira

AKiss- O ataque dos gatos Marthieu Sapin

A cor da ternura Geni Guimalhões

O menino marron Ziraldo

Meu crespo é de rainha beel hooks

O menino Nito Sonia Rosa

Quando eu digo digo digo Lenice Gomes

Aya de Yopougon 2 Marguerite Abouet

Afra e os três lobos-guarás Maria Cristina Agostinho de Andrade

Nikkê Édimo de Almeida Pereira

Minha dança tem história beel hooks

Aya de Yopougon Marguerite Abouet

Escola de Chuva James Rumford

O mar que banha a ilha de Goré Kuisam de Oliveira

Sara vai a praia Gisele Gama Andrade

Olívia tem dois papais Márcia Leite

Uma gota mágica Ana Maria Machado e Claudius

Ciça e rainha Neusa Jordem Possatti

A Primeira Carta Yann Dégruel

Ciça Neusa Jordem Possati

Bia na Ásia Ricardo Dreguer

Cadê Maricota? May Shuravel

Princesa Violeta Veralindá Menezes

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Não derrame o leite! Stephen Davies

Dandara Vanderlei Benedito Bastos

UIomma: A casa da beleza e outros contos Sunny

Diarabi e Mansa Souleymene Mbodj

O mundo começa na cabeça Prisca Agustoni

O diário da rua Esmeralda Ortiz

Nino e Bela Regina Rennó

Pretinha de Neve e os sete anões Rubem Filho Bia, Tatá e Ritinh em Cabelo Ruim? Como

assim?

Neusa Baptista Pinto

O cantinho de Sara Gisele Gama Andrade

Melhores Amigas Rosana Svartman

A Bela Wika Yawuwu Neuza Lozano Pares

Histórias da Cazumbinha Marie Ange Bordas

No país de Ahahí Maíra Suertegaray

Omo-Oba: histórias de princesas Kiusam de Oliveira A menina que bordava bilhetes Lenice Gomes

Quando eu crescer Anne Faundez

Cinderela e Chico Rei Cristiana Agostinho e Ronaldo Simões Coelho

Galo Barnabé vai ao balé Jonas Ribeiro

O cabelo de Cora Ana Zarco Câmara

Tem um june no meu lustre Tatiana Pavanelli Valsi

Uana e a Marrom da Terra Lia Zatz

Cabelo Ruim? A históra de três meninas aprendendo a se aceitar

Neusa Baptista Pinto

Mariana Ana Paula de Abreu

Cadarços desamarrados Madu Costa

Amanhecer, Esmeralda Ferrez

Menina Bonita do Laço de Fita Ana Maria Machado

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TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO DO TCC NA COLETÂNEA DE ESTUDOS SOBRE INCLUSÃO E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO, NO

FORMATO E-BOOK

Eu, Luciana Marques da Paz da Silva aluno do Curso de Especialização em Inclusão e Diversidade na Educação do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, juntamente com o meu orientador(dora) Prof(a) DiórioDr. Ana Paula Inacio autorizo q u e o m e u T C C , intitulado: CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO IDENTITÁRIO DA CRIANÇA NEGRA integre a publicação Coletânea de Estudos sobre Inclusão e Diversidade na Educação, no formato E-Book, que será organizada pela coordenação do curso. E me comprometo a fazer alterações, caso necessário, para atender normas da Editora UFRB.

Santo Antônio de Jesus, 24 de Julho de 2020.

Luciana Marques da Paz da Silva

Profª. Dr. Ana Paula Inacio Diório

Referências

Documentos relacionados

Será tratado sobre os fatos que desenvolveram a educação da criança negra para incluir no meio social, por meio de Instituições financiadas pelo Governo, mas principalmente pela Igreja