XXVII Congresso de Iniciação Científica
Custo e capacidade operacional de diferentes conjuntos mecanizados para levantamento de terraço
Thales Giacomini Cardoso, Paulo Roberto Arbex Silva, Tiago Pereira da Silva Correia.
Campus Botucatu, FCA/UNESP, Agronomia, thalesbmx@hotmail.com, bolsista PROEX.
Palavras Chave: Terraceador, conservação do solo, consumo de combustível.
Introdução
A erosão dos solos é um sério problema na agricultura brasileira, onde se perdem 600 mi de toneladas de solo agrícola a cada ano1. As perdas de solo por erosão resultam em custos advindos da redução do potencial produtivo do solo, demandando maior quantidade de corretivos e fertilizantes, reduzindo o rendimento operacional das máquinas, alem dos próprios custos adicionais com as práticas para controle da erosão2. Uma das práticas de controle da erosão mais difundida entre agricultores é a mecânica, quando se recorre à movimentação adequada de porções de terra por máquinas agrícolas3. A adoção do controle mecanizado de erosão requer um estudo criterioso das máquinas disponíveis para este trabalho, para que se tenha eficiência e seja economicamente viável, visto que o custo de construção e manutenção de um terraço é relativamente alto1.
Objetivos
O trabalho teve por objetivo determinar a capacidade operacional e o custo de implantação de terraços por diferentes conjuntos mecanizados.
Material e Métodos
O trabalho foi realizado nas dependências da FCA/UNESP campus de Botucatu-SP, de coordenadas 22º 51' S e 48º 25' W, altitude de 770 m e declividade de 3%4. O solo da área experimental foi classificado com Nitossolo Vermelho Distroférrico5. Utilizou-se dois conjuntos mecanizados para levantamento de terraços de base larga com dimensões de 9 x 1,5 m, sendo os conjuntos C1 (Trator 4x2 TDA de 80cv de potência com arado de discos 4 x 28” e largura de corte 1,1 m) e C2 (Trator 4x2 TDA de 150cv de potência com terraceador de discos 16 x 26” e largura de trabalho 5,8 m). A velocidade de operação dos conjuntos foi 4 km h-1 e os fatores avaliados foram: Consumo horário de combustível (Chc), Capacidade de campo operacional (Cco), Custo horário (CH) e Custo operacional (CO. Os valores de aquisição considerados, somados trator e implemento, foram de R$108.000,00 para C1 e R$160.000,00 para C2,
conforme Agrianual (2014). Os cálculos de custos foram realizados conforme metodologia proposta por Mialhe (1974). Os dados foram submetidos a análise descritiva.
Resultados e Discussão
Conforme demonstrados na Tabela 1, o resultado de Cco foi maior no conjunto C2, sendo de 350 m h-1, 42,4% maior que o Cco obtido pelo C1. Este resultado se deve a maior largura de trabalho do terraceador em relação ao arado de discos, 5,8 e 1,1 m respectivamente, e o menor número de passadas necessárias para levantar o terraço. O Chc do C2 foi maior, 17,4 l h-1, no entanto, devido sua maior Cco o CO se tornou menor, de R$0,24 m-1 de terraço levantado, economia de 11,1% em relação ao CO do C1.
Tabela 1. Largura de trabalho (L), número de passadas necessárias para levantar o terraço (NP), capacidade de campo operacional (Cco), consumo horário de combustível (Chc), custo horário de combustível (CH) e custo operacional (CO).
Conj. NP Cco (m h-1)
Chc (l h-1)
CH (R$ h-1)
CO (R$ m-1) C1 20 201,6 9,6 54,78 0,27 C2 14 350 17,4 87,34 0,24
Conclusões
O levantamento de terraço com trator de maior potência e terraceador possibilita menor custo operacional e maior capacidade de trabalho.
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1Griebeler, N.P.; Carvalho, D.F. e Matos, A.T. Rev. Bras. Eng. Agrícola e Ambiental. 2000, v.4, n.2, p.299-303.
2Telles, T.S. e Guimarães, M.F. Anais...In: 47° Cong. Soc. Bras. de Economia, Administração e Sociologia rural. 2009, Porto Alegre.
3Pires, F. R.; Souza, C. M. Práticas Mecânicas de conservação do solo e da água. 2003, Viçosa: Suprema Gráfica, 176p.
4Filho, A.G.; Monteiro, L.A.; Lanças, K.P.; Guerra, S.P.S.; Jesuino, P.R.
Rev. Bras. Eng. Agrícola e Ambiental.2010, v.14, n.10, p.1123-1128.
5EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de solos. 1999, Rio de Janeiro, 412 p.
6AGRIANUAL. Anuário da Agricultura Brasilerira. 2014, São Paulo:
In-forma economics/FNP, 176p.
7 MIALHE, L.G. Manual de mecanização agrícola. 1974, São Paulo:
Ceres, 301p.